20090130

Conselho jornalístico

Daqui a pouco vou para o Porto e, no domingo, estarei em Braga, pelas 17 horas, a apresentar o livro do João e do Rui. Por isso, não tenho muito mais tempo para comentar umas coisitas que descobri. Mas, deixo-vos um conselho: vejam as datas desta carta e verifiquem a agenda pública do nosso primeiro-ministro e quais os temas que dominavam a actualidade nacional e... inglesa. Para já, mais não digo...
Bom fim-de-semana!

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20090129

Ponto da situação

José Sócrates falou hoje e não se demitiu. Aliás, poucos estariam à espera que o fizesse. O CDS/PP, por exemplo, queria-o na AR para falar sobre o Orçamento e o PSD não pressionou Belém para uma tomada de atitude face à crise na credibilidade do funcionamento das instituições. Será isto um sinal de maturidade democrática e confiança nas investigações judiciais? Não, não me parece. Antes pelo contrário, apenas demonstra que estão todos à espera que se abandone o tema da corrupção na política como o diabo foge da cruz. Ninguém quer atirar a tal pedra que revelaria as mãos sujas de muita gente, essa é que é a verdade e o dia de hoje apenas a confirmou.
Há ainda um outro dado: o silêncio político e da Imprensa em Inglaterra. De lá não virá nada, apenas a ameaça velada de que um dia poderá sair algo se os políticos aqui do burgo não se portarem bem. Isto vai ser resolvido nos salões. Já deve ter sido, aliás.
A PGR lançou hoje mais um comunicado que marcou o tom para defesa do primeiro-ministro e que convém ler nas entrelinhas:

NOTA PARA A COMUNICAÇÃO SOCIAL

A Procuradoria-Geral da República/Departamento Central de Investigação e Acção Penal, face ao alarme social causado pelas notícias vindas a público e relativas ao chamado “Caso Freeport”, ao abrigo do disposto no artigo 86º n.º 13, alínea b), do Código de Processo Penal, esclarece o seguinte:

"Alarme social" é uma frase forte. A situação é sensível politicamente, é verdade, mas, na realidade, apenas duas revistas e uns jornais deram notícias que as televisões e rádios amplificaram. Mas, políticos responsáveis e jornais gratuitos, aqueles que mantêm as pessoas adormecidas a caminho dos empregos, continuam a minimizar a situação. Agora, se dissessem uma cor, estilo "alerta amarelo, alerta laranja", tal aí houvesse algum "alarme social"... Mas, continuemos...


O processo relativo ao “Caso Freeport” encontra-se a ser investigado pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal desde Setembro de 2008, estando neste momento a ser efectuadas perícias pelo Departamento competente da Polícia Judiciária sobre diversos fluxos bancários e a serem realizadas diligências várias, consideradas essenciais para a descoberta da verdade, pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal.

"Desde Setembro de 2008"? Boa. Se não é gralha, parece que a Justiça está a funcionar bem e depressa. Afinal, no comunicado do dia 10 deste mês - Janeiro de 2009 - dizia a mesma PGR que "o chamado 'Caso Freeport' iniciou-se em 2004 no Tribunal do Montijo e teve como origem uma denúncia anónima" e ainda que "o processo encontra-se presentemente no Departamento Central de Investigação e Acção Penal e as investigações aguardam o cumprimento de uma carta rogatória remetida para Inglaterra em 2005 e a realização de perícias contabilísticas pedidas ao Departamento competente da Polícia Judiciária". Afinal, a verdadeira investigação iniciou-se apenas em Setembro de 2008. Isto, sim senhor, dá uma bela imagem de quem está a investigar um processo que demorou menos tempo a produzir-se do que o tempo que demora a ser investigado...


Tais diligências foram consideradas prioritárias e a elas serão afectados todos os meios considerados necessários.

É "prioritário", mas só conta com os meios "necessários". Quer isto dizer que nem o facto de haver um primeiro-ministro envolvido e eleições à porta são motivos suficientes para disponibilizar "meios especiais", como, por exemplo, quando desapareceu uma menina inglesa no Algarve. Aí sim, houve uma grande disponibilidade de meios humanos, superiores aos que se haviam visto em situações anteriores. Está constatado o facto.


Serão seguidas quaisquer pistas consideradas com interesse, analisados todos os fluxos bancários e inquiridas todas as pessoas ligadas ao caso, realizando-se as diligências tidas como necessárias para a descoberta da verdade.

Pois... quer dizer que ainda não o fizeram, não puderam ou não quiseram. Entretanto, os papéis podem ser destruídos, as pessoas podem ficar sem memória ou desaparecer...


Não foram recolhidos até este momento indícios que permitam levar à constituição de arguido de quem quer que seja.

Não? Mas, isto desde 2004? 2005? 2008? Nem desde a semana passada? E vai ser quando? Nos próximos dias? Semanas? Meses? Anos? Mas, há prazos legais? Se sim, quais?


Logo que a Lei Portuguesa o consinta será dado conhecimento público das diligências efectuadas, desde que o processo se iniciou em 2004, com uma carta anónima recebida na Polícia Judiciária de Setúbal.

Sim, claro. Mas isso é mesmo quando?


A carta rogatória inglesa agora divulgada pela Comunicação Social, foi recebida no Departamento Central de Investigação e Acção Penal em 19 de Janeiro do corrente ano e irá ser cumprida, de acordo com a Convenção sobre a Cooperação Internacional em Matéria Penal, como tem acontecido durante a investigação.

Ainda bem que o informam. Ficamos mais descansados por saber que isso irá ser feito. Mas, isso quererá dizer que havia a alternativa de não poder vir a ser cumprida?


Os alegados factos que a Polícia inglesa utiliza para colocar sob investigação cidadãos portugueses são aqueles que lhe foram transmitidos em 2005 com base numa denúncia anónima, numa fase embrionária da investigação, contendo hipóteses que até hoje não foi possível confirmar, pelo que não há suspeitas fundadas.

Espera aí, a ver se compreendi bem: o que os ingleses perguntam é, afinal, aquilo que já lhes tínhamos dito há quatro anos? Se sim, isto significa que, afinal, o caso não está a ser devidamente investigado em Inglaterra... Aí muda tudo de figura e quem anda a esconder isto devem ser os ingleses... Boa...


A carta rogatória inglesa não contém nenhum facto juridicamente relevante que acresça aos factos conhecidos e investigados pelas autoridades portuguesas, nem contém nenhum elemento probatório considerado válido e que justifique uma alteração da posição tomada nos comunicados anteriores.

Ui! Mas que grande confusão! Se não há nada de novo, então o que se está a investigar? Qual será a palavra inglesa para "pescadinha de rabo na boca"?


Ninguém está acima da lei, mas nenhum cidadão português pode ser considerado arguido, nem sequer suspeito, unicamente porque a polícia de outro país o coloca sob investigação com base em hipóteses levantadas e não confirmadas e que servem somente para justificar um pedido de colaboração.

Claro que ninguém está acima da lei. Mas quando a polícia de um país estrangeiro investiga o primeiro-ministro de um outro país sem haver motivos para tal, isso chama-se "ingerência" e deveria provocar reacções diplomáticas. Se, ao contrário do que nos querem dar a entender, há mesmo casos suspeitos e que merecem investigação policial, então é todo um país que está debaixo de suspeita. Conclusão: somos todos nós, portugueses, suspeitos para os ingleses...

Por fim, chamo ainda a atenção para a crónica de hoje no "Público" da Helena Matos. Uma visão serena, lúcida, certeira - como muitas que ela costuma fazer - da qual destaco algumas passagens:

"Que o maior partido português, o PS, defenda que em Portugal - o mesmo país que o PS tem governado várias vezes - investigadores policiais devidamente articulados com a comunicação social conspiram contra os seus líderes é um caso que nos deveria fazer reflectir. Porque sendo isso verdade é gravíssimo. E não o sendo também é. Porque um partido democrático, com responsabilidades de governo, não pode levantar levianamente suspeitas que descredibilizam as instituições. Esta atitude dúbia do PS, que num dia se diz vítima de cabalas e no outro quer encerrar rapidamente o assunto, conduziu os portugueses, socialistas ou não, a um pântano, no sentido guterriano do termo, mas com a assinalável diferença em relação ao autor do termo que aos restantes portugueses ninguém os convida ou coloca em cargos internacionais".

"(...) se não fosse [um primeiro-ministro] socialista a onda de indignação teria neste momento proporções bíblicas (...)"

"O que os promotores do Freeport conseguiram foi logo à partida aquilo que cada um de nós teria o direito de esperar em igual circunstâncias: que a decisão fosse rápida. A mim não me choca a celeridade do processo. O que me choca é a lentidão com que são tratados os outros".

"Muitos dos terrenos ambientalmente protegidos funcionam como um território em pousio donde o poder político faz desafectações quando entende e a favor de quem entende, baseando-se em critérios que valem tanto quanto o seu contrário".

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Dizer o mesmo aos ingleses



Cartoon via Henricartoon

Isto do domínio dos ingleses sobre os portugueses é coisa antiga. Muito antiga mesmo e faz parte da nossa História. Para que percebam o que se passa, diga-se que começou com o Tratado Anglo-Português de 1373, que evoluiu para o Tratado de Windsor (1386). Tivemos ainda o duvidoso Tratado de Methuen (1703) e o desastre da Convenção de Sintra (1808) que permitiu a "retirada das tropas francesas, embarcadas em navios ingleses, transportando as suas armas, bagagens e o produto dos saques efectuados em Portugal”. Contudo, quem topou os ingleses foram Eça de Queirós e Ramalho Ortigão, que através do livro “O Mistério da Estrada de Sintra” traçaram vários retratos sobre os colonizadores ingleses, como esta imagem ácida:

“Que transformação fecunda fez a Inglaterra à Índia? A transformação da poesia, da imaginação, do sol, numa coisa chata, trivial e cheia de carvão. Eu estive na Índia, meus senhores. Sabem o que fizeram os transformadores ingleses? A tradução da Índia, poema misterioso, na prosa mercantil do Morning Post. Na sombra dos pagodes põem fardos de pimenta; tratam a grande raça índia, mãe do ideal, como cães irlandeses; fazem navegar no divino Ganges paquetes a três xelins por cabeça; fazem beber às bayaderas, pale ale, e ensinam-lhes o jogo do cricket; abrem squares a gás na floresta sagrada; e, sobre tudo isto, meus senhores, destronam antigos reis, misteriosos, e quase de marfim, e substituem-nos por sujeitos de suíças, crivados de dívidas, rubros de porter, que quando não vão ser forçados em Botany-Bay, vão ser governadores da Índia! E quem faz tudo isto? Uma ilha feita metade de gelo e metade de rosbeef habitada por piratas de colarinhos altos, odres de cerveja!".

E deu ainda para estas cenas do filme...



Aliás, se há coisa que a malta cá do burgo gosta mesmo é de uma boa marcha contra os Bretões (que depois no hino mudou para “canhões”). Mas, as lutas ficaram-se mais pelas vãs glórias nos jogos da bola. Politicamente, parece que os ingleses continuam a levar a melhor. Quem os afrontou mais recentemente foi Gonçalo Amaral, o ex-coordenador da PJ no caso Madeleine McCann, afastado do processo no mesmo dia em que Gordon Brown aceitou assinar o Tratado de Lisboa. O ex-membro da PJ criticou a passividade nacional face aos ingleses quando, no seu livro “A Verdade da Mentira”, lembrou a carta do Marquês de Pombal a Lord Chatham, em 1759: “(...) eu sei que o vosso gabinete tem tomado um império sobre o nosso, mas sei também que já é tempo de acabar. Se os meus predecessores tiveram a fraqueza de vos conceder tudo quanto queríeis, eu nunca vos concederei senão o que devo. É esta a minha ultima resolução; regulae-vos por ella (...)”.

Somos agora obrigados a constatar que não temos um primeiro-ministro que possa dizer o mesmo aos ingleses...

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20090128

A capa que ninguém soube ler...

Que a "Visão" e a "Sábado" de amanhã me venham dizer isto, para mim tanto faz, pois não acrescentam nada ao que já se sabia... - sobretudo quando uma revista anuncia "toda a história" é sinal de que não tem nada de novo, não é?...



Agora, a "Focus" de hoje é que conta a história toda na capa... É só saber ler a imagem do homem a correr para longe...


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É preciso avisar os ingleses

A SFO trabalha com a OLAF, pelo que o caso Freeport não vai dar em nada. Não pode. Seria demasiado grave condenar o homem que concluiu o Tratado de Lisboa. E há ainda outro ângulo: Se Cavaco aceitar uma demissão de Sócrates nesta altura de ataques pessoais e de crise económica, e se marcar eleições antecipadas, então o líder socialista ainda se recandidata. Olhando para a qualidade desta Oposição, não tenho dúvidas em considerar plausível que Sócrates, vitimizando-se, dramatizando a situação económica, apelando à necessidade de estabilidade política para enfrentar a crise, conseguirá repetir a maioria absoluta. O cenário de eleições legislativas antecipadas ao mesmo tempo que as eleições europeias é assim cada vez mais provável.
E será em Junho.
No dia 7.

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Insistem... mas que chatos são estes ingleses



"Caso Freeport: Polícia inglesa insiste em Sócrates. As autoridades britânicas comunicaram à justiça portuguesa que o primeiro-ministro é, para eles, suspeito no caso Freeport. Mas não apresentaram factos ou dados novos, o que provocou um sentimento de irritação entre os investigadores nacionais".

Isto levanta-me uma dúvida: Se ele é suspeito para os ingleses, deverei considerar Sócrates inocente até prova em contrário - como é o direito de um qualquer arguido. Mas, se em Portugal não é suspeito, então posso considerá-lo culpado até prova em contrário? - afinal, meu direito de cidadão preocupado...

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Mais vale nunca que tarde - II

Quem vendeu Portugal

A falta de conhecimento da História recente do país permite situações de fragilidade política como a que assistimos actualmente. Para colmatar essa falha relembro aqui a primeira página do já extinto vespertino "A Capital" do dia 3 de Março de 1975, nove dias antes do golpe militar - o 11 de Março - que deu origem à nacionalização da banca...




De notar que no plano de Carlucci/CIA (hoje grupo Carlyle e actual dono do Freeport) havia ainda a entrega de dinheiro à ala direita do PS - para evitar coligações com o PCP - e que o homem da pasta seria Vítor Constâncio, actual Governador do Banco de Portugal...

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Mais vale nunca que tarde

Soube hoje que a frase que dá título a este texto é original do dramaturgo irlandês George Bernard Shaw. É uma frase que costumo usar muitas vezes e digo-vos que daqui a uma semana irei voltar a lembrar-me dela. Estou a falar do quê? Ao contrário do treinador que dizia "vocês sabem do que estou a falar", esclareço que estou a falar de uma "neo magazine" lançada hoje para as bancas e que não publica uma única reportagem sobre o caso Freeport. Em contrapartida, preferiu assinalar o evento com um editorial que desculpabiliza o primeiro-ministro. É exactamente disso que estou a falar.

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20090127

Manifestamente a favor

O que fizeram os nossos eurodeputados?

Conferir aqui.

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20090126

Sócrates não fez nada

Que o processo Freeport tenha sido o mais legal possível, que agora tudo isto seja uma cabala jurídico/mediática e que o primeiro-ministro seja a pessoa mais honesta que há no país, para mim tanto faz. O verdadeiro problema, desde sempre, é o caso estar a ser investigado em Inglaterra e pouco ou nada ser feito por cá para limpar a imagem dos nossos governantes. Portugal é assim tido como um país corrupto, onde para um processo avançar é necessário pagarem-se "luvas" a ministros. Esta é a imagem que o então ministro do Ambiente tinha obrigação de combater.
E, pelos vistos, não o fez. Esse é que é o grande pecado que não se pode perdoar a José Sócrates...

"No comunicado, Júlio Monteiro confirmou que abordou com o sobrinho o assunto do Freeport, nomeadamente o 'pedido' por um gabinete de advogados 'de uma elevada quantia' a Charles Smith, o representante da empresa, que diz conhecer desde 1992, para o licenciamento do outlet. 'A reacção do meu sobrinho' - acrescenta - 'foi deveras esclarecedora, atenta a estranheza e a indignação manifestadas, tendo demonstrado todo o interesse em que o assunto fosse devidamente esclarecido. Como tal, perguntou-me se eu não me importava de dizer ao senhor Charles Smith para se dirigir ao Ministério do Ambiente'.

P.S. - Por que razão não há pombos no Freeport? É para não ter de se ouvir: "corru... pto, corru... pto".

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Um grito que já vem de longe

Agora percebo por que lhe chamavam "o menino de ouro"

Haja lucidez

Uma visão sobre a conspiração

Têm de combinar isso melhor...

20090125

Política portuguesa socialista



Elisa Ferreira, eurodeputada e antiga ministra do Ambiente - que antecedeu José Sócrates - vai ser a candidata do PS à Câmara do Porto nas próximas eleições autárquicas, que se devem realizar no fim de Setembro ou início de Outubro. Contudo, revela ter tanta confiança e empenho em alcançar a vitória que, em Junho, pelo sim, pelo não, vai voltar a garantir o seu lugarzinho em Estrasburgo: "A ex-ministra do Ambiente disse que concorrer à autarquia é o maior desafio da sua carreira e sublinhou que, caso vença, deixa Estrasburgo". Afinal, se a Câmara do Porto é o grande desafio, então para quê desprestigiar uma candidatura ao Parlamento Europeu?

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20090124

Isto anda cada vez mais podre

É triste ter de assistir a um primeiro-ministro a ter de se justificar assim, sabendo que "Ingleses investigam contactos entre Sócrates e representantes do Freeport"...



Mais triste é ainda ninguém ter pedido um inquérito parlamentar, já que o problema do processo de legalização é o de que "semana antes das eleições legislativas de 2002 foi decisiva".
O ex-secretário de Estado do Ambiente Rui Gonçalves, responsável pela emissão da Declaração de Impacte Ambiental sobre o empreendimento Freeport, justificou a celeridade ao dizer que "o processo decorreu durante vários anos, aquilo que se está a olhar é apenas a fase final". Contudo, o rival PSD não poder atirar a primeira pedra e pedir o inquérito parlamentar. Tem os seus telhados de vidro. Basta lembrar que naquela mesma altura também andava a fazer pela vida: "Funcionários da Novodesign referiram à Polícia Judiciária que foi o PSD que pediu que as facturas dos serviços prestados por aquela empresa ao partido fossem emitidas à construtora SOMAGUE".
Ainda acha que podem confiar nestes políticos e neste sistema que os alberga?

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20090123

Proposta de discurso para Cavaco Silva dissolver a Assembleia da República

Empolgado pela tarefa de "speech writers" e analisando a actual situação do país - que começou com uma série de avanços e recuos nos investimentos do Estado - como o caso da localização do novo aeroporto -, promiscuidade entre a banca e Estado - casos BCP e Vara, BPN e BPP -, greves dos professores de quinze em quinze dias, escândalos que abalaram a credibilidade do primeiro-ministro - primeiro com as dúvidas em relação à sua licenciatura e encerramento da Universidade Independente e agora com a investigação inglesa do Freeport - face ainda ao aumento do desemprego e à recessão - cuja única solução apresentada recentemente pelo primeiro-ministro foi a de sacar da cartola o casamento entre homossexuais -, tendo ainda em conta a questão dos Açores, acho que o Presidente Cavaco Silva, se assim o desejar, tem todas as condições para mandar dissolver a Assembleia da República e convocar eleições antecipadas. E para o ajudar, alinhavei um discurso.
Digam-me lá o que acham disto:


Portugueses

Depois de ouvir os partidos políticos com representação parlamentar e o Conselho de Estado, venho comunicar-vos formalmente que resolvi dissolver a Assembleia da República e convocar eleições parlamentares.
Tomei a decisão que vos anuncio em coerência com as minhas posições de sempre e tendo em conta a avaliação que faço do interesse nacional. É uma avaliação que, de acordo com a Constituição, é da exclusiva competência do Presidente da República, que a efectua em consciência e livremente, assumindo a responsabilidade dela apenas perante os portugueses.
Para enquadrar a minha decisão, importa recordar os termos nos quais optei por nomear o XVII Governo Constitucional, e lembrar o que de então para cá se passou.
Quando, cheguei a este cargo, já o actual primeiro-ministro era José Sócrates. A maioria parlamentar garantia poder gerar um Governo estável, consistente e credível, que cumprisse o programa apresentado para a legislatura, capaz de merecer a confiança do país e de mobilizar os portugueses para vencer os desafios inadiáveis que enfrentamos.
Por isso, desde que o Governo saído das eleições parlamentares continuasse a dispor de consistência, vontade e legitimidade políticas, não havia motivo bastante impor a necessidade de eleições parlamentares. Sei ainda que o Presidente da República mantém intactos todos os seus poderes constitucionais, incluindo o poder de dissolução da Assembleia da República e nunca escondi que manteria em permanência a minha avaliação das condições de manutenção da estabilidade governamental.
Acresce que, no discurso que fiz no momento em que me candidatei sublinhei que o fazia para ajudar o Governo a resolver os problemas do país, pois considero que o Presidente da República tem que dedicar uma atenção extrema à transparência, equidade e imparcialidade no exercício do poder e à prevenção dos abusos.
Entretanto, o XVII Governo Constitucional, e depois de lhe ter sido assegurado todas as condições necessárias para o desempenho da sua missão, o país assistiu a uma série de episódios que ensombrou decisivamente a credibilidade do Governo e a sua capacidade para enfrentar a crise que o país vive.
Refiro-me a sucessivos incidentes e declarações, contradições e descoordenações que contribuíram para o desprestígio do Governo, dos seus membros e das instituições, em geral. Dispenso-me de os mencionar um a um, pois são do conhecimento do país.
A sucessão negativa desses acontecimentos impôs uma avaliação de conjunto, e não apenas de cada acontecimento isoladamente. Foi essa sucessão que criou uma grave crise de credibilidade do Governo, que surgira como um Governo sucedâneo do anterior, e relativamente ao qual, por conseguinte, as exigências de credibilidade se mostravam especialmente relevantes, e, como tal, tinham sido aceites pelo primeiro-ministro. Aliás, por diversas vezes e por formas diferentes, dei sinais do meu descontentamento com o que se estava a passar, como foi o caso da lei para os Açores.
A persistência e mesmo o agravamento desta situação inviabilizou as indispensáveis garantias de recuperação da normalidade e tornou claro que a instabilidade ameaçava continuar, com sério dano para as instituições e para o país, que não pode perder mais tempo nem adiar reformas.
Criou-se uma instabilidade substancial que acentuou a crise na relação de confiança entre o Estado e a sociedade, com efeitos negativos na posição portuguesa face aos grandes desafios da Europa, no combate pelo crescimento e pela competitividade da economia, na solidez e prestígio das instituições democráticas.
A insustentável situação a que se chegou - e que certos comportamentos e reacções dos últimos dias só têm contribuído para confirmar - mostra que as tendências de crise e instabilidade se revelaram mais fortes que o Governo e a maioria parlamentar, que se tornaram incapazes de as conter e inverter.
Neste quadro, que revelou um padrão de comportamento sem qualquer sinal de mudança ou possibilidade de regeneração, entendi que a manutenção em funções do Governo significaria a manutenção da instabilidade e da inconsistência. Entendi ainda que se tinha esgotado a capacidade da maioria parlamentar para gerar novos governos.
Assim, e face a uma situação cuja continuação seria cada vez mais grave para Portugal, entendi, em consciência, que só a dissolução parlamentar representava uma saída.
Aliás, a reacção do país ao tomar conhecimento do início do processo conducente à dissolução revelou, claramente, que a situação crítica que lhe deu motivo estava apreendida pela consciência colectiva e representava uma preocupação generalizada.
Impôs-se, pois, a devolução da palavra ao eleitorado, mediante a convocação de eleições gerais antecipadas. É o que faço, no entendimento e convicção de que, nas presentes circunstâncias, é a melhor solução para o país.
Após as eleições, que têm, aliás, como vantagem alargar para quatro anos o horizonte do Governo que delas resultar, espero que seja possível encarar com mais determinação o grave problema orçamental que o país tem para resolver.
Uma última nota: não se deve esquecer - e eu não esquecerei - que, com a dissolução da Assembleia da República, que agora formalmente anuncio, as competências do Governo ficarão, como é sabido, politicamente limitadas, com as consequências que isso impõe.

Portugueses.

É em situações como a que vivemos ultimamente que as características do nosso regime ganham relevo e consequência. Que fique claro: o Presidente da República não prescinde nem compromete nunca, nem moral e politicamente o poderia fazer, o exercício dos poderes que a Constituição lhe atribui.
No exercício pleno desses poderes dá a palavra ao eleitorado. Qualquer que seja o resultado das eleições, elas constituirão sempre uma clarificação, e abrem o início de um novo ciclo político de quatro anos.
Em democracia, não há situações sem saída, por mais difíceis que sejam. As eleições são um momento importante, mas natural em democracia. Seria por isso incompreensível que o acto reconhecidamente legítimo da sua convocação fosse recebido com radicalismo ou excessivo dramatismo.
É agora, isso sim, tempo de os partidos políticos apresentarem aos portugueses as sua propostas e programas de Governo.
Vem aí, espero, um tempo de debate, de confronto de ideias, de elevação e exigência democráticas.
Aos partidos políticos, peço serenidade, tolerância para com as opiniões diversas, colaboração na criação de um clima propício a uma escolha ponderada, livre e consciente dos eleitores.
Aos portugueses, apelo para que participem activamente na campanha e no próximo acto eleitoral.
A escolha que fizerem, a força política do vosso voto e a legitimidade da nova Assembleia da República serão fundamentais para restaurar as condições necessárias à realização das reformas indispensáveis para o bem de Portugal.
Afinal, para o bem de todos nós.


P.S.: Não posso esconder que fui buscar a inspiração para este discurso a um outro que, por acaso, encontrei aqui, mas, shiiiuuu, não digam nada a ninguém senão ainda haverá quem, por ventura, me acuse de plagiar o José Manuel dos Santos.

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Amanhã haverá sol



in "Público", 23 de Janeiro de 2009

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20090122

Resistência

Sobre a discriminação de uns e outros

Acha que os sentimentos não devem ser partilhados em público, cheira mal, é peludo, não trata das rugas e não se sente intimidado pelas mulheres. Será que ele não é capaz de tratar dos filhos e da lide da casa? Mas que discriminação é esta?



Até parece que há gente que não teve uma infância feliz...

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20090121

O plano está em marcha, devagarinho, devagarinho...

Como Obama deve a sua carreira política a esta mulher...

20090120

Duas ou três coisas que me preocupam de momento...

Casamento entre pessoas do mesmo sexo: Completamente de acordo. Acho que os homossexuais têm o mesmo direito que os heterossexuais a serem infelizes . E vai ser bom para os tribunais quando começarem os divórcios.
Mundial de 2018 em Espanha e Portugal: A única objecção é a de que, conforme vi ontem à noite do programa do Diogo Infante, que se continue escrever "Madaíl" em vez da forma correcta que é Madail.
A tomada de posse de Obama: Que deixem de comparar o novo Presidente dos EUA a Jimmy Carter. Expliquei aqui que há semelhanças, mas é sobretudo preciso evitar o que aconteceu neste dia há 28 anos...

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Bastou-me um telefonema para fazer jornalismo

Carla Peralta, a criadora do canil de Olhão que se comprometeu a conseguir um cachorro da raça cão de água português para ser oferecido ao novo inquilino da Casa Branca, não está preocupada com o facto do Presidente Obama ter prometido às filhas um cão que terá de ser proveniente de um canil para cães abandonados: “A Casa Branca tem grandes espaços e, à semelhança do anterior presidente, que tinha três cães, quem sabe se Obama, para além do cão que vai buscar a um canil de animais abandonados, não aceitará também ter um cachorro oferecido por Portugal”, disse. A criadora acrescentou que "em Portugal há muitos animais de raça abandonados" e queixou-se dos criadores clandestinos. Carla Peralta, que vende cachorros cão de água português entre os 500 a 600 euros, salientou que efectua entrevistas a todos os potenciais clientes de modo a apurar se os futuros donos estão verdadeiramente conscientes do que querem, pois "o pior é um cão tornar-se uma moda" e acabar por ser abandonado nos canis quando os donos se cansam do animal. E, é claro, ultimamente têm aumentado o número de pessoas que telefonam a pedir informações sobre os preços do cão de água português.

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Dedo na ferida por JVA

20090119

Saber ler o comunicado da Procuradoria-Geral da República sobre o Caso Freeport

No passado sábado, dia 10 de Janeiro, em reacção a uma notícia do semanário "Sol" sobre a investigação ao caso Freeport, a Procuradoria-Geral da República emitiu o seguinte comunicado:

"NOTA PARA A COMUNICAÇÃO SOCIAL

Face à notícia divulgada pelo Semanário “Sol” com o título “Caso Freeport. Ingleses apontam o dedo a ministro português”, às suspeições que levanta e à repercussão social que pode ter, a Procuradoria-Geral da República entende como necessário esclarecer o seguinte:

1º - O chamado “Caso Freeport” iniciou-se em 2004 no Tribunal do Montijo e teve como origem uma denúncia anónima;

2º - O processo encontra-se presentemente no Departamento Central de Investigação e Acção Penal e as investigações aguardam o cumprimento de uma carta rogatória remetida para Inglaterra em 2005 e a realização de perícias contabilísticas pedidas ao Departamento competente da Polícia Judiciária;

3º - Com o fim de assegurar uma maior cooperação entre o Ministério Público e os Órgãos de Polícia Criminal de Portugal e as entidades competentes inglesas, teve lugar em Haia uma reunião, sendo a delegação portuguesa chefiada pela Directora do Departamento Central de Investigação e Acção Penal, Drª Cândida Almeida;

4º - A desejada cooperação não se concretizou até agora de forma plena, já que não foi ainda cumprida na totalidade a carta rogatória enviada em 2005 nem foi recebida oficialmente qualquer rogatória vinda das autoridades inglesas;

5º - Os autos não contém, até este momento, indícios juridicamente relevantes que mostrem o envolvimento de qualquer ministro do Governo português actual ou de Governos anteriores em eventuais crimes de corrupção ou quaisquer outros;

6º - Rumores, suspeições e boatos não são indícios relevantes, nem o Ministério Público pode credibilizá-los.

Lisboa, 10 de Janeiro de 2009"

Acho importante fazer alguns comentários, por isso, aqui segue o mesmo comunicado, mas já com os meus comentários a negro:


"NOTA PARA A COMUNICAÇÃO SOCIAL

Face à notícia divulgada pelo Semanário “Sol” com o título “Caso Freeport. Ingleses apontam o dedo a ministro português”, às suspeições que levanta e à repercussão social que pode ter, a Procuradoria-Geral da República entende como necessário esclarecer o seguinte:

A PGR assustou-se com a notícia e, como o caso é mesmo grave, a nota à CS foi elaborada no sábado, dia 10, apesar de os serviços da PGR estarem fechados.

1º - O chamado “Caso Freeport” iniciou-se em 2004 no Tribunal do Montijo e teve como origem uma denúncia anónima;

Uma denúncia anónima poderá parecer que o caso não mereceria grande atenção, a não ser que esta tenha alguma sustentabilidade. O ano de 2004 foi muito rico em acontecimentos políticos, sobretudo a segunda metade desse ano, já que foi a altura em que Durão Barroso abandonou Portugal, Santana Lopes substituiu-o até que foi depois demitido por Jorge Sampaio que abriu assim portas ao recém-eleito secretário-geral do PS, o ex-ministro do Ambiente de António Guterres, José Sócrates, actual primeiro-ministro.

2º - O processo encontra-se presentemente no Departamento Central de Investigação e Acção Penal e as investigações aguardam o cumprimento de uma carta rogatória remetida para Inglaterra em 2005 e a realização de perícias contabilísticas pedidas ao Departamento competente da Polícia Judiciária;

Ah! O processo está à espera dos ingleses. É então como se diz: “The plot thickens”...

3º - Com o fim de assegurar uma maior cooperação entre o Ministério Público e os Órgãos de Polícia Criminal de Portugal e as entidades competentes inglesas, teve lugar em Haia uma reunião, sendo a delegação portuguesa chefiada pela Directora do Departamento Central de Investigação e Acção Penal, Drª Cândida Almeida;

Ah! E já provocou viagens internacionais. Logo, não é brincadeira nenhuma...

4º - A desejada cooperação não se concretizou até agora de forma plena, já que não foi ainda cumprida na totalidade a carta rogatória enviada em 2005 nem foi recebida oficialmente qualquer rogatória vinda das autoridades inglesas;

Dificuldades de comunicação? Algo mais a servir de entrave à investigação? O “até agora” poderá dar-nos esperanças de que um dia haverá uma resposta satisfatória? Esperemos...

5º - Os autos não contém, até este momento, indícios juridicamente relevantes que mostrem o envolvimento de qualquer ministro do Governo português actual ou de Governos anteriores em eventuais crimes de corrupção ou quaisquer outros;

Novamente, de notar que a PGR resguarda-se no “até este momento”. Quanto ao dizer que não há “indícios juridicamente relevantes”, isso não é o mesmo de negar que há indícios relevantes. Podem é não o serem do ponto de vista do jurídico, ou seja, gravações ou diligências incorrectas ou ilegais ou descartáveis em tribunal, mas nem por isso condenáveis de forma política aos olhos da opinião pública caso se viesse a conhecer alguns dos indícios que já levaram às reuniões internacionais em Haia.

6º - Rumores, suspeições e boatos não são indícios relevantes, nem o Ministério Público pode credibilizá-los.

Pois não. Nem devem ser objecto de notícia. Quando muito, em ambos os casos, jurídicos e jornalísticos, são pontos de partida para investigações. Haja coragem e trabalho bem feito!

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20090117

Porto livre

Mas qual ministro?... São então todos suspeitos? E ninguém se queixa ?...

E os ingleses andam agora a investigar-nos, ò Gordon?...



E, por que tenho eu de saber mais coisas através de um blogue sobre o caso McCann escrito em francês?...

Mas, Gordon, diz-me, quem meteu a mão ao dinheiro... Os teus serviços secretos dizem que sabem...

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20090116

Até a "Gracinha Sousa Botelho" já os topa...

Para quem não percebe da criação de porcos

Pega-se num leitão, segue-se uma cura de emagrecimento e aí temos o porco.

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20090115

Um rafeiro é que seria o mais apropriado

Agora a "Entidade Regional de Turismo do Algarve anunciou que está disponível para dar um exemplar de um cão d'água da Ria Formosa, nascido no Algarve, ao presidente eleito dos EUA, Barack Obama, caso este opte pela raça portuguesa".
Por favor, algum jornalista que explique a estas pessoas, e à generalidade dos portugueses, que Obama não está indeciso sobre o cão que vai escolher. O seu único problema é o facto de que o cão tem de vir de um abrigo para cães abandonados. O casal Obama tem gostos finos, mas como ainda quer mostrar que se interessa pelos pobres e abandonados tomou a decisão política de que o cão terá de vir de um abrigo para cães abandonados. Levanta-se um problema técnico, pois qualquer animal das duas raças que ele pode optar são raros nos abrigos. E, a acontecer, o mais provável é que a escolha não caia no cão de água português.
O melhor que os senhores do Algarve poderiam tentar fazer, passava por mandarem o cão para os EUA, em segredo, via mala diplomática, e que depois um agente dos serviços secretos o fosse colocar à porta de um abrigo para cães em Washington. A seguir telefonavam para o patrão a avisar que fora "convenientemente" descoberto um cãozinho de raça pura à espera de ser recolhido. E, para mais uma informação, acrescente-se que as sondagens defendem que os norte-americanos até preferem que Obama se deixe de coisas finas e faça a escolha mais apropriada às suas origens e leve um rafeiro para a Casa Branca.

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20090114

Exemplo irlandês

O partido irlandês Fianna Fáil vai organizar um sorteio cujos lucros servirão para pagar as próximas campanhas eleitorais das autárquicas e europeias. Os dois primeiros prémios são um BMW e um Mitsubishi. Mas, também oferecem televisores, fins-de-semanas e dinheiro.



O Fine Gael, entretanto, já ofereceu os seus prémios.

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20090113

Eurodeputados que fazem mesmo falta

Um cão de água português não é animal que se abandone

Há uma coisa que os jornalistas portugueses não estão a dizer nas notícias sobre o cão que Barack Obama poderá vir a escolher para as filhas. Andam todos muito contentes e a "vender" a ilusão de que a escolha poderá cair - ò vã glória! - no cão de água português. É óbvio que essa seria a escolha certa - é um cão vivaço, meigo e não provoca alergias, o que é importante para a filha mais nova do casal Obama - mas, esqueceram-se os jornalistas de acrescentar que esse cão tem de vir de um abrigo de animais abandonados. Sim, a escolha é também ela um acto político e, como nos diz a Fox: "And even if the Obamas get lucky, the dog will almost certainly will be the Labradoodle, which is a crossbreed between a French poodle and a Labrador retriever. And even that will be very hard to find". Cá para mim, que tanto faz,se Obama arranjar um cão de água português num abrigo, então será uma descoberta "muito conveniente". O que, realmente, seria uma boa forma de começar um mandato. Mal por mal, ainda assim prefiro o discurso de Nixon sobre o "Checkers"...

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20090112

Pois é, não houve "cabala"...

Isto diz muito...

O "Prós & Contras", na RTP, que está a dar agora, é dedicado à atribuição a Cristiano Ronaldo do prémio de melhor do mundo no jogo da bola ...

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Enquanto se mata em Gaza...

O mais importante parece ser se vai ou não haver um cão português na Casa Branca.

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"Slumdog Millionaire" já factura

A casa ganha sempre

O Casino de Lisboa não quer pagar 4 milhões de euros a dois clientes que jogaram em duas máquinas automáticas. São oito milhões de euros. Pudera. Se fosse o dono do casino também não iria querer pagar, quando, ainda por cima, as máquinas onde esses apostadores jogavam só dava como prémio máximo cerca de dois mil euros.
É óbvio que a máquina avariou, é óbvio que aquela máquina não devia ter anunciado aquele prémio.
Mas deu.
Não sei muito sobre o caso, excepto o que apareceu nas notícias, mas percebe-se que o casino não vai querer pagar o que a máquina disse que deveria pagar. Se os clientes não foram os responsáveis pela avaria na máquina, o casino, mesmo que a lei não o obrigue, teria de engolir em seco e mostrar o dinheiro. Pelo menos algum...
Mesmo que o casino consiga provar que é tudo legal e que não precisa de pagar, a total falta de habilidade para gerir o assunto de forma interna junto dos clientes de forma a evitar esta exposição pública, já estragou tudo. Agora sabemos que há máquinas no Casino de Lisboa que se podem avariar e isso levanta logo várias questões: e se a avaria for contra o cliente? E se isso acontecer todos os dias? O aparelho que hoje funciona com um sistema computorizado, antes trabalhava ao puxar de uma alavanca e por isso era conhecido como "o bandido maneta"...



Este caso é um bom retrato de uma maneira de pensar em Portugal, onde o cliente nunca tem razão e casa ganha sempre!
Ainda esta semana, numa entrevista a Steve Wynn, um dos maiores proprietários de casinos de Las Vegas e dos primeiros a apostar no negócio do jogo na nossa antiga colónia de Macau assim que passou para as mãos chinesas, o empresário lembrava o dia em que o seu pai despediu um dos melhores funcionários da área do bingo apenas porque o ouvira a dizer mal de um par de clientes...

“One day, my father overheard a really good bingo announcer calling a couple who were our best customers ‘suckers’. He fired him on the spot. He said, ‘You look down your nose at customers, you don’t work here no more. Get your ass off my property’”.

É que os clientes, quer tenham quer não tenham razão, estão sempre em primeiro lugar. Só neste grande casino que se chama Portugal é que não.

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20090111

Quem é Bashir?

Fui ver o "Valsa com Bashir". O filme/documentário de animação onde o realizador israelita Ari Folman expia a sua participação na Guerra do Líbano de 1982, estreia na mesma altura em que se vive mais uma tragédia no Médio Oriente, como aquela que o eurodeputado Miguel Portas foi ver em Gaza.
Esta é a cena do filme que acaba por dar o nome ao filme...



Afinal, quem é Bashir?



O filme leva-nos de volta ao massacre de Sabra e Chatila, pelo que merece também registar aqui o nome do jornalista israelita Ron Ben-Yishai, o primeiro a entrar no campo de refugiados após o massacre e que ainda surge no filme a relatar a conversa telefónica que teve com Ariel Sharon, o então ministro da Defesa de Israel.

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20090110

Voz do Norte

Paulo Morais, militante do PSD, ex-número dois da Câmara do Porto e actual "paladino" da luta contra a corrupção em Portugal - e pessoa que, em virtude de termos trabalhado ao mesmo tempo no "O Primeiro de Janeiro" (ele como administrador e eu como jornalista)tenho o orgulho e a honra de dizer que é meu amigo - é das pessoas mais lúcidas a escrever sobre o nosso país. Sabe colocar o dedo na ferida, conseguiu criar o seu espaço de liberdade dentro do PSD e isso está patente na última crónica que assinou no "JN". Confira a coragem deste social-democrata:



"Os governos dos últimos anos, a começar por aquele em que Cavaco Silva foi primeiro-ministro, transformaram os portugueses em meros escravos do orçamento, que consome exactamente metade da riqueza do país. Assim, a população empobrece, em proveito dum estado imenso, rico e esbanjador, caracterizado por gastos sem controlo na Educação, na Saúde ou na Justiça. (...) Neste cenário que roça a loucura, não é de forma alguma admissível a manutenção da actual carga fiscal. Portugal precisa de uma administração pequena, forte e prestadora de serviços que promovam socialmente os portugueses. E não dum estado sanguessuga, caro e praticamente inútil".

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Novidades em Abril

Se o "PS rejeita legislativas e autárquicas em simultâneo", então a hipótese de haver eleições antecipadas a 7 de Junho, ao mesmo tempo que as Eleições Europeias, então Cavaco Silva terá de anunciar isso até à primeira semana de Abril, ou seja, 60 dias antes.

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20090108

Sexo, drogas e Portugal

É claro que Tintin é gay!

O diário britânico "The Times" diz que "of course Tintin's gay". Para mim, que tanto faz, isso nunca foi problema. Estou seguro da minha sexualidade e sempre gostei de ler as aventuras do intrépido repórter. Agora, uma coisa é certa: a mim ele nunca me enganou...

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20090107

Quem tramou Inês Serra Lopes?

Na sequência da chamada de atenção do Zé Paulo sobre a condenação de Inês Serra Lopes, tenho de recordar que registei no meu livro "Eu Sei Que Você Sabe" uma passagem da reportagem do semanário "O Crime" de 13 de Março de 2003, onde o jornalista Alte Pinho explica o que esteve por detrás da história do duplo do Carlos Cruz...



Mais se acrescenta que, no dia seguinte à publicação desta reportagem, o "Independente" de Inês Serra Lopes revelava que o apartamento de Cascais onde Jorge Ritto vivia no início da década de 80 e que estivera na origem da primeira investigação, era emprestado. O legítimo proprietário era Caimoto Duarte, que o comprara em 1978, antes de ir como diplomata para a Turquia e que utilizava o apartamento como habitação transitória, "de apoio". Fizera então uma "cedência informal" ao amigo Ritto. Na altura em que o "Independente" revelou essa informação, Caimoto Duarte era o chefe da secreta militar, nomeado pelo ministro da Defesa, Paulo Portas.

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Wortengate II

Depois de todos os problemas que teve na instalação do seu fogão, a mesma leitora mandou-me uma fotografia da sms da Worten que recebeu hoje no seu telemóvel...

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Pergunta ela: Mas, então sabem ou não sabem? Fico sem saber...

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Tu queres ver que...

... esta treta toda da crise e do mau que vai ser 2009 é já para nos preparar para a possibilidade de as legislativas se realizarem no mesmo dia que as europeias.

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20090106

Wortengate

Coloco aqui uma queixa que recebi de uma leitora devidamente identificada e que relata uma história, infelizmente, muito portuguesa. A queixa deve ser vista não como uma crítica, mas sim como um contributo para que a responsabilidade deixe de morrer solteira - como de costume - e para que se possa aprender com os erros. Portugal está em recessão apenas porque há muito que não funciona. Desenrasca-se:

Sexta- Feira, 26 de Dezembro 2008

Worten do Colombo:

Comprei um fogão novo. Fui atendida na loja por um jovem simpático e pró-activo.
Em minha casa o gás é natural e este fogão não estava preparado para esse tipo de gás.
No entanto, no próprio fogão de amostra está escrito que a adaptação para gás natural é gratuita, o que me foi confirmado pelo empregado da loja quando o interroguei sobre essa questão.
Já no balcão fui informada de todos os procedimentos:
Eu – Então mudam os injectores e fazem a instalação?
Eles – Sim, só paga a instalação, que são mais 32 euros.
Eu – Ok, e como faço para que me entreguem o fogão, levem o velho embora e me instalem o novo?
Eles – Isto é feito em três fases…
Eu – Três fases?
Eles – Sim, primeiro entregam, depois a senhora telefona para este número e pede os técnicos para irem instalar e, no fim, telefona para este outro número para irem buscar o velho que irá para reciclagem.
Eu – Bom, ok… e quando podem vir entregar?
Eles – Ora… deixe cá ver… segunda-feira, pode ser?
Eu – Sim, a que horas?
Eles – Da parte da tarde, entre as 14h e as 20h.
Eu – Ok
Paguei e fui embora.


Segunda-Feira, 29 de Dezembro 2008

14h – Telefono aos instaladores fazendo a requisição para irem instalar o fogão. Fica combinado para as 14:30h de Quarta-Feira, dia 31 de Dezembro.

18h – Ainda não veio ninguém entregar o fogão e telefono a saber o que se passa.
“Estão um bocadinho atrasados, mas eles ligam-lhe uma meia hora antes…”

20:45h - Ainda não veio ninguém entregar o fogão e telefono a saber o que se passa.
“Estão um bocadinho atrasados, mas eles ligam-lhe uma meia hora antes…”

21:35h – Recebo o esperado telefonema: “Dentro de meia-hora estamos aí”

23:20h – Chegaram! Debaixo de chuva e pedindo desculpa mas “o trânsito está mau e estamos nisto desde as 8 da manhã!”

Não reclamo muito, sei que a culpa não é deles, a exagerada lista de entregas da Worten a isso os obriga: “É que nos dão muitas entregas para um só dia…” diz um deles, encharcado e enregelado.

Quarta-Feira, 31 de Dezembro 2008

14:35h – Chegam, pontualíssimos, os técnicos para a instalação.
Abrem as malas das ferramentas e sacam dos tubos, braçadeiras e parafusos.
Eles – É este o fogão a instalar?
Eu – Sim
Eles – Ah…. Mas não tem os injectores preparados para gás natural, não podemos fazer a instalação assim, senão perde a garantia, tem de vir um técnico da marca do fogão.
Eu – Como? Mas disseram que a troca dos injectores está incluída! E agora? Vocês não podem fazer isso?
Eles – Esse é um trabalho que demora apenas uns 5 minutos, mas não estamos autorizados a fazê-lo.
Eu – Bom, vou telefonar para lá a saber como é que resolvemos a situação.
Eles – Pode usar o nosso telemóvel, é gratuito para chamadas para a Worten-

Telefono para o número 800 … … de atendimento ao cliente da Worten, à frente dos dois técnicos, que pacientes esperavam desenvolvimentos.

Explico a situação.
- Lamentamos, mas hoje já não há técnicos disponíveis para hoje, só para a semana..
Eu começo a irritar-me e perante a minha indignação lá concedem: “Então sexta-feira o técnico dos injectores entrará em contacto consigo para combinar quando pode ir fazer a alteração”.
Eu combino então com os dois técnicos que estavam em minha casa que, assim que tivesse uma hora combinada com o técnico dos injectores na sexta-feira lhes ligaria para que eles pudessem ir nesse mesmo dia completar a instalação. Eles, concordaram, arrumaram de novo as ferramentas e foram-se embora.

Sexta-Feira, 2 de Janeiro 2009

Ninguém me telefonou….


Segunda-Feira, 5 de Janeiro 2009 (uma semana depois da entrega)

9h – Telefono para o 800 … … Disposta a descompor e a resolver a situação nesse mesmo dia.
Depois de ter explicado todo o processo a uma senhora estrangeira a única resposta que tenho direito é:
- Obrigada por telefonar para o serviço de apoio ao cliente das lojas Worten, sempre à disposição.
- Ouça minha senhora! Não deve estar a perceber do que se trata! Eu estou há uma semana sem fogão por vossa causa! Eu quero isto resolvido HOJE!
- Obrigada por telefonar para o serviço de apoio ao cliente das lojas Worten, sempre à disposição.
Eu, de voz elevada, repito tudo de novo.
- Bom, eu vou reencaminhar o seu processo e vai receber um telefonema de um dos nossos técnicos para combinar uma data e uma hora para a troca dos injectores.
- Sim! Tal como me telefonaram na sexta-feira?!
- Obrigada por telefonar para o serviço de apoio ao cliente das lojas Worten, sempre à disposição.
- Já percebi!! Eu vou esperar até à hora de almoço, se não me telefonarem até lá vou à loja preencher o livro de reclamações e quero o meu dinheiro de volta! Afinal paguei por um fogão mais a instalação, não apenas um fogão!
- Obrigada por telefonar para o serviço de apoio ao cliente das lojas Worten, sempre à disposição.

12:00h

Ninguém telefonou…
Volto a ligar para o 800 … …

- De momento não é possível atender o seu pedido, volte a tentar mais tarde – No meio de uma música de Michael Bolton…

12:10h

Volto a ligar para o 800 … …

- De momento não é possível atender o seu pedido, volte a tentar mais tarde – No meio de uma música de Michael Bolton…

12:15h

Ligo directamente para a loja do Colombo. Ninguém atende. Ligo 6 vezes seguidas…
Ninguém atende…

12:40h

Volto a ligar para o 800 … …

- De momento não é possível atender o seu pedido, volte a tentar mais tarde – No meio de uma música de Michael Bolton…

12:58h

Volto a ligar para o 800 … …

- De momento não é possível atender o seu pedido, volte a tentar mais tarde – No meio de uma música de Michael Bolton…

13:15h

Volto a ligar para o 800 … …

Atendem!!

Desta vez atende um senhor. Mais uma vez explico todo o processo.
- Vai receber um telefonema de um dos nossos técnicos para combinar uma data e uma hora para a troca dos injectores.

Perco as estribeiras!
Ameaço mais uma vez com o livro de reclamações.
- É que temos todos os técnicos na rua…
- Então ligue para um dos técnicos para que venha cá JÁ!!
- Não posso fazer isso minha senhora… nós é que falamos com os técnicos.
Mas, perante a minha total histeria, condescendeu em tentar contactar com algum dos técnicos que estivesse na rua.
Esperei 10 minutos ao som de Michael Bolton…
8 euros de saldo de telemóvel perdidos…
- Os técnicos estão todos em serviço neste momento, em breve receberá um telefonema de um deles para combinar um dia e uma hora para a troca dos injectores…
- Dê-me o número de telefone do técnico!! Eu quero falar com ele!
Não me lembro bem do que lhe disse depois, mas consegui que ele transgredisse as regras e passou-me a chamada directamente para o técnico.

Explico a situação, mais uma vez…
O técnico, simpático e prestável, disse que estava só a acabar um esquentador e que vinha já ter comigo, que estaria às 14h em minha casa.
Telefono aos técnicos da instalação para que venham depois das 14h, visto que já teria os injectores montados nessa altura. Dizem que estarão em minha casa pelas 18:30h.

13:58h

Chega o homem dos injectores!
Demorou 5 minutos para fazer o trabalho…
Tempo suficiente para me dizer que a Worten era sempre a mesma coisa, que é ridículo mandarem-no a ele e aos colegas passar o dia às voltas pela cidade para colocar injectores e outras peças de fácil colocação. Que trabalha também com a Media-Markt e que eles fazem tudo no armazém antes da entrega ao cliente etc etc..
Era um velhote de boné e ar cansado.

14:30h

Recebo um telefonema dos técnicos da instalação:
- Estamos aí perto e temos um “buraco” se estiver em casa podemos estar aí em 15 minutos, pode ser?
- Ora bem! Pode vir, claro que sim!

14:48h

Chegam os técnicos da instalação.
Instalam o fogão finalmente e fica a funcionar devidamente.
- E agora? Levam o velho?
- Levamos sim senhora, vai para a reciclagem.

Fim.

Pergunto:
Quem é responsável?
1 – O empregado da Worten que me vendeu o fogão e não me informou devidamente de todo o processo?
2 – Os técnicos da instalação que não estavam autorizados a mudar os injectores?
3 – O senhor do primeiro telefonema para o 800 … … que me prometeu que o técnico dos injectores me telefonava?
4 – A senhora estrangeira com a cassete nas respostas que me dava?
5 – O técnico dos injectores que nem sabia do que se estava a passar e que, por especial favor, veio montar os injectores?

É que, no meio disto tudo, acabei por ter o fogão montado por favores pedidos aos técnicos alheios à Worten e não através do serviços técnicos que a Worten é suposta organizar para servir o cliente.

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20090105

Um aviso do Leopoldo em Dia de Reis

Conheci há uns tempos um cidadão espanhol chamado Leopoldo Ridruejo. Ele é um engenheiro que tem a convicção de que, meses antes dos atentados de Madrid do 11 de Março de 2004, assistiu um encontro entre alguns dos suspeitos. E quando depois dos atentados relatou à polícia o que vira, percebeu que as autoridades espanholas nada fizerem para investigar o seu testemunho. Antes pelo contrário... Por coincidência, ou talvez não, toda a sua vida mudou. Sentia-se perseguido, desenvolveu sinais de paranóia, ficou desempregado e o "plano" acabou por resultar na sua exclusão social e Ridruejo "auto-exilou-se" em Portugal. De vez em quando manda-me algumas mensagens. Esta foi a mais recente:

"Nos es question mas que de algun tiempo para que el CNI tome la decision de montar una celula terrorista yihadista en Portugal. Como se descuiden los portugueses se la van a colar de aqui a poco. El CNI ya ha exportado terrrorismo prefabricado de ETA a Francia y ahora toca Portugal. Ya vinieron hace unos meses un grupo de expertos antiterroristas a Lisboa, con Garzon y Reinares incluidos, a advertir a los portugueses de la altisima probabilidad de que el yihadismo terrorista se expandiera por Portugal. Menos mal que ese cuento de la lechera no se lo creyeron los portugueses.
Pero todo es cuestion de la influencia que el CNI pueda ejercer sobre los servicios secretos portugueses, para que de la noche a la manana se nos llene Portugal tambien de yihadismo prefabricado. Y es que los delincuentes del CNI viven de eso.
Se habla aqui en Lisboa de la posibilidad de que Repsol se fusione con Galp. Seria el primer paso del CNI para ir ganando en Portugal,a partir del control economico de grandes empresas portuguesas, control politico y poder de influencia. Le recomiendo al gobierno portugues que no permita este tipo de operaciones economicas, cuyo fin ultimo encubierto es incrementar las parcelas de control de poder del CNI dentro de la Republica de Portugal".

Leopoldo Ridruejo Miranda



P.S.
Mas, o que é isso do CNI?

E esse tal CNI tem mesmo poder para decidir o que se passa na Repsol?

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All quiet on the western front

20090104

Desta vez não foi no Paquistão

20090103

Um Bispo no Porto


"O bispo do Porto, por sua vez, abordou a problemática da pobreza na perspectiva da natalidade. D. Manuel Clemente não poupou críticas às campanhas de redução de natalidade justificadas pelo aumento da pobreza. "Existem muitos equívocos, alegando-se que a pobreza está associada ao crescimento da população e tomando este como factor negativo e até justificativo de campanhas de redução da natalidade, onde não faltam atentados à dignidade da mulher, aos direitos dos pais e à vida dos nascituros", disse ontem D. Manuel Clemente na Sé Catedral do Porto.

Na sua argumentação, o bispo do Porto garantiu existirem casos de sucesso relacionados com o aumento da natalidade: "Verifica-se que nas últimas três décadas saíram da pobreza algumas populações que registaram um incremento demográfico notável, revelando-se o índice positivo da natalidade como potenciador de progresso".

D. Manuel Clemente defendeu ainda que o combate às pandemias "não dispensa, em especial em alguns casos, como a sida, a educação para uma sexualidade respeitadora da dignidade própria e alheia"
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Perfil

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Virgílio é um Castelo



Virgílio Castelo dá-nos a solução, e ouça-se a "Vox Populi"...

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Clipping

"Mais de mil milhões por aplicar na Agricultura" (...) "Não nos queremos resignar, mas infelizmente a experiência diz-nos que não podemos confiar naqueles que têm beneficiado minorias poderosas em detrimento de classes desfavorecidas", afirmou a Associação de Comerciantes do Porto" (...) "Já o presidente da União de Comerciantes de Lisboa, Vasco de Mello, sublinhou ao CM que é muito difícil as empresas 'acederem aos fundos'. E advertiu: 'Os apoios são uma necessidade urgente' (...) "Segundo a CAP, o novo sistema de candidaturas aos fundos da UE fez reduzir o número de candidaturas em 40 mil devido à burocracia" (...) "Portugal vai ter de devolver 580 mil euros de verbas da PAC devido à falta de controlo financeiro".

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20090102

Cavaco I - Rei de Portugal e dos Algarves

Mensagem de Ano Novo do Presidente da República, Palácio de Belém, 1 de Janeiro de 2009



Comentários a negro da minha responsabilidade:

"Boa Noite,

No início deste novo ano, dirijo a todos os Portugueses, onde quer que estejam, uma saudação calorosa e os melhores votos para 2009.

Obrigado, igualmente.

Quero começar por dirigir uma palavra especial de solidariedade a todos os que se encontram em situações particularmente difíceis, porque sofreram uma redução inesperada dos seus rendimentos.

Portanto, aos desempregados, que são cada vez mais. E ao resto da malta remediada, que são aqueles que não pertencem às 150 famílias que mandam em Portugal.

A estes homens e a estas mulheres, que sofrem em silêncio (a Maioria Silenciosa?), e que até há pouco tempo nem sequer imaginavam poder vir a encontrar-se na situação que agora atravessam (votaram Sócrates e agora estão surpreendidos...), quero dizer-lhes, muito simplesmente: não se deixem abater pelo desânimo.

O mesmo digo aos jovens que, tendo terminado os seus estudos, vivem a angústia de não conseguirem um primeiro emprego: acreditem nas vossas capacidades, não percam a vontade de vencer.

Porque, na realidade, não vale a pena. Aliás, na vida só há duas certezas: os imposto e a morte. E a segunda não é uma opção para resolver a primeira...

Quero também lembrar dois outros grupos da nossa sociedade que são frequentemente esquecidos e que vivem tempos difíceis.

Os governantes e os seus patrões milionários?

Os pequenos comerciantes, que travam uma luta diária pela sobrevivência. O pequeno comércio deve merecer uma atenção especial porque constitui a única base de rendimento de muitas famílias.

Ah! Bem lembrado, de facto...

Os agricultores, aqueles que trabalham a terra, que enfrentam a subida do preço dos adubos, das rações e de outros factores de produção.

Mas ainda há agricultores em Portugal? Pensei que um primeiro-ministro chamado Cavaco Silva se esforçara por acabar com todos eles...

Sentem-se penalizados face aos outros agricultores europeus por não beneficiarem da totalidade dos apoios disponibilizados pela União Europeia.

Mas, para evitar isso é que temos nós 24 eurodeputados... Afinal, o que andaram eles a fazer?

O mundo rural faz parte das raízes da nossa identidade colectiva. A sua preservação é fundamental para travar o despovoamento do interior e para garantir a coesão territorial do País.

Olha! Esta é mesmo surpreendente!... Enfim, como diz o ditado: Mais vale tarde do que nunca.


Portugueses,

Sim, continua lá, ò português...

Não devo esconder que 2009 vai ser um ano muito difícil.

Nem sei se o irias conseguir...

Receio o agravamento do desemprego e o aumento do risco de pobreza e exclusão social.

Anda lá, diz-me qualquer coisa que eu não saiba...

Devo falar verdade.

Ui! Para dizer isto, a coisa deve ser mesmo grave...

A verdade é essencial para a existência de um clima de confiança entre os cidadãos e os governantes.

Sim, isso é verdade, mas como não estamos nada habituados...

É sabendo a verdade, e não com ilusões, que os portugueses podem ser mobilizados para enfrentar as exigências que o futuro lhes coloca.

Ele deve ter caído de uma cadeira e bateu com a cabeça em algum lado. Só pode...

A crise financeira internacional apanhou a economia portuguesa com algumas vulnerabilidades sérias.

Sim, sabemos isso e não é necessário ter sido primeiro-ministro durante 12 anos ou professor da matéria para perceber.

A crise chegou quando Portugal regista oito anos consecutivos de afastamento em relação ao desenvolvimento médio dos seus parceiros europeus.

Ò diacho! Então, agora ainda vamos ter de fazer mais contas? Eu bem que devia ter tido mais cuidado com a matemática em vez de fugir para as letras... Ora vamos lá fazer as contas. Se estamos a 1 de Janeiro de 2009... Ah! Esta até que é fácil! Nove menos oito dá... dá 1. E 2009, menos oito dá, deixa lá ver, dá 1 de Janeiro de 2001. A 1 de Janeiro de 2001 era Jorge Sampaio o Presidente da República. O primeiro-ministro era Guterres e o país acabara de aprovar o Orçamento do Queijo Limiano. Meses antes, o próprio Cavaco avisara sobre o “monstro - e que depois o ex-ministro Cadilhe acusou Cavaco de ser o "pai" do dito. Em Janeiro de 2001, George W. Bush estava a 19 dias de ser empossado como Presidente dos EUA. Depois, lembro-me que houve a tragédia de Entre-os-Rios e o ministro Jorge Coelho até se demitiu para que a culpa “não morresse solteira”. Ele hoje está casado com uma empresa de construção civil. Aconteceu o 11 de Setembro e, em Dezembro, Guterres aproveitou os maus resultados do PS nas autárquicas para se demitir por causa do “pântano” que se adivinhava. Sampaio convocou eleições antecipadas e seguiu-se a coligação PSD/PP, que só durou 3 anos, pois o primeiro-ministro Barroso foi liderar o crescimento dos outros países da Europa e deixou-nos aqui com o Sampaio preparadinho para demitir o governo antes do fim da legislatura, mesmo a tempo de abrir caminho a um ministro socialista do tempo de Guterres. E esse vai agora cumprir 4 anos de mandato no próximo mês (mas, as eleições só estão previstas para Outubro - devem ser os tais seis meses de ditadura que Manuela Ferreira Leite aludia há uns tempos).


Há uma verdade que deve ser dita: Portugal gasta em cada ano muito mais do que aquilo que produz.

E quando é que nunca gastou? No tempo da Monarquia?

Portugal não pode continuar, durante muito mais tempo, a endividar-se no estrangeiro ao ritmo dos últimos anos.

Para quem ainda tivesse dúvidas, a crise financeira encarregou-se de desfazê-las.

Como é sabido, quando a possibilidade de endividamento de um País se esgota, só resta a venda dos bens e das empresas nacionais aos estrangeiros.

Mas, então isso significa que ainda há riquezas para vender?!

Os portugueses devem também estar conscientes de que dependemos muito das relações económicas com o exterior.

Não são apenas as exportações e as importações de bens.

São as remessas dos nossos emigrantes, o turismo, os apoios da União Europeia, o investimento estrangeiro, os empréstimos externos que Portugal tem de contrair anualmente.

Aqui não entendo a preocupação: Afinal, Portugal esforça-se em exportar cada vez mais portugueses para outros países, de modo a que depois mandem as tais remessas para os familiares que não puderam ir - a exemplo de uma grande economia planeada que é Cuba. Estamos no bom caminho, então...

Para tudo isto, é importante a credibilidade que merece a nossa política interna, as perspectivas futuras do País, a confiança que o exterior tem em nós.

Luís Amado, ‘tás a ouvir, pá? Aquilo dos vôos da CIA ainda te vai sair caro...

Devemos, por isso, ser exigentes e rigorosos connosco próprios, cuidar da imagem do País que projectamos no mundo.

Monarquia, já!

Caso contrário, tudo será mais difícil.

Não escondo a verdade da situação difícil em que o País se encontra.

Nem podias, nem podias...

Mas também não escondo a minha firme e profunda convicção de que há um caminho para Portugal sair da quase estagnação económica em que tem estado mergulhado.

Sim, ò sim, apontai-nos esse caminho ò Iluminado Salvador! Vós que tanto haveis pelejado aqui e no resto do mundo pelo bem deste vosso povo, vós que vos fizeste eleger para esse cargo pleno de poderes de intervenção, vós que tanto sabeis do mundo dos números, dizei-nos ò Senhor-Todo-Poderoso, qual o caminho. Seguir-vos-emos!

O caminho é estreito, mas existe. E está ao nosso alcance.

Sim... Como num acidente na auto-estrada, quando todos param para ver e aquilo estreita e faz-se uma fila que nunca mais acaba... Eu, uma vez, estive parado numa fila que demorou horas e, no fim, era uma treta de acidente, mas como toda a gente parava para ver...

Para ele tenho insistentemente chamado a atenção.

Era mesmo uma treta de acidente, estou-vos a dizer...

O reforço da capacidade competitiva das nossas empresas a nível internacional e o investimento nos sectores vocacionados para a exportação têm de ser uma prioridade estratégica da política nacional.

Apenas chapa... Eu até disse à pessoa que ia comigo: “Hé pá! Só chapa!...”

Sem isso, é pura ilusão imaginar que haverá verdadeiro progresso económico e social, criação duradoura de emprego e melhoria do poder de compra dos salários.

Sem isso, não conseguiremos pôr fim ao crescimento explosivo da dívida externa.

Enfim, era tão bom que o povo português aprendesse com os seus erros...

As ilusões pagam-se caras.

Isto, se ainda houver dinheiro para as pagar... :))))

Por outro lado, temos de reduzir a ineficiência e a dependência do exterior em matéria de energia.

Assim como temos de alterar a estrutura da produção nacional, no sentido de mais qualidade, inovação e conteúdo tecnológico.

Depois da agricultura, agora são as energias alternativas... Este tipo, se não é de esquerda, devia ter-se filiado no PPM!

Os dinheiros públicos têm de ser utilizados com rigor e eficiência.

Há que prestar uma atenção acrescida à relação custo-benefício dos serviços e investimentos públicos.

Para que o nosso futuro seja melhor, para que os nossos filhos e netos não recebam uma herança demasiado pesada, exige-se a todos trabalho e determinação, sentido de responsabilidade, ponderação nas decisões e prudência nas escolhas.

Desculpem, mas discordo com tudo isto... Estava a brincar!!!! Achei apenas piada que ele dissesse isto... Mas, mais uma vez, aquela do ditado: Mais vale tarde do que nunca...

Há que enfrentar as dificuldades do presente com visão de futuro, olhando para além do ano de 2009.

Portugueses,

Sim, continua lá, ò português...

Conheço os desafios que Portugal enfrenta e quero contribuir para a construção de um futuro melhor.

E vai ser como Presidente da República que o vais fazer?

Tenho percorrido o País e contactado directamente com as pessoas.

Eu às vezes ando de autocarro. Tu também? Não te tenho visto...

Tenho procurado mobilizar os portugueses, apelando à união de esforços, incutindo confiança e vontade de vencer, apontando caminhos e oportunidades que sempre existem em tempo de crise.

Tenho insistido na atenção especial que deve ser prestada aos cidadãos mais atingidos pelo abrandamento da actividade económica.

Tenho apelado ao espírito de entreajuda em relação aos mais desfavorecidos.

Mas, ò senhor Presidente, faça-se Rei! Faça o que Sidónio Pais não conseguiu! Já o estou a ver: Cavaco I, Rei de Portugal e dos Algarves! E com uma família tão linda... O Senhor D. Bruno dava um rico Príncipe...

Aos Portugueses, pede-se muito neste ano que agora começa.

O quê? Só agora? Ora, vamos lá ver. A República, com apenas quatro anos de existência pediu aos Portugueses para que fossem combater em nome de Portugal na I Guerra Mundial. E eles foram. O meu bisavô, por exemplo, ficou por lá e deixou a minha avó órfã com apenas quatro anos de idade. Depois, foram buscar um ditador a Coimbra para garantir a governabilidade do país e a ordem das finanças. E ele fez isso, durante quase meio século. Depois, disseram-nos que ia haver democracia, mas está difícil encontrar isso na nossa sociedade que mais parece uma Ditadura Disfarçada de Democracia - os novos três “D” de Abril.

Mas, na situação em que o País se encontra, especiais responsabilidades impendem sobre as forças políticas.

Os portugueses gostariam de perceber que a agenda da classe política está, de facto, centrada no combate à crise.

As dificuldades que o País enfrenta exigem que os agentes políticos deixem de lado as querelas que em nada contribuem para melhorar a vida dos que perderam o emprego, dos que não conseguem suportar os encargos da prestação das suas casas ou da educação dos seus filhos, daqueles que são obrigados a pedir ajuda para as necessidades básicas da família.

Não é com conflitos desnecessários que se resolvem os problemas das pessoas.

Dah! Então se são “conflitos desnecessários”, logo são desnecessários, não? Mas, já agora, desde quando um conflito é desnecessário? Há aqui uma contradição, pois discutir é necessário para que surja a luz. Quando um conflito é educado e dentro das regras próprias (vulgo Democracia) torna-se efectivamente produtivo. E sempre necessário. Só o consenso forçado é que, para além de desnecessário ao conflito produtivo, é ainda perigoso e conducente à ditadura de uma minoria...

Nesta fase da vida do País, devemos evitar divisões inúteis.

Vamos precisar muito uns dos outros.

Para pagar a Segurança Social...

Portugueses,

Já passámos por outras situações bem difíceis. Não nos resignámos e fomos capazes de vencer.

Já. É verdade. O rei D. João VI fez corte no Brasil quando fomos invadidos pelos franceses. Foi o maior exemplo para o mundo, pois foi a única vez que uma Monarquia Europeia se estabeleceu em território nacional nas Américas. Depois, D. Pedro IV lutou na única Guerra Civil que tivemos e estabeleceu uma Monarquia Constitucional contra os Absolutistas. Sim, acho que Portugal ainda pode dar exemplos ao mundo.

O mesmo vai acontecer agora. Tenho esperança e digo-o com sinceridade.

Eu também, senhor Presidente, eu também...

Cada um deve confiar nas suas competências, nas suas aptidões e capacidades.

Este é o tempo de resistir às dificuldades, aos obstáculos, às ameaças com que cada um pode ser confrontado.

Não tenham medo.

Eu, ao contrário daquele presidente norte-americano que dizia que só devemos ter medo do próprio medo, tenho muitas vezes medo de não ter medo...

O futuro é mais do que o ano que temos pela frente.

O futuro será 2009, mas também os anos que a seguir vierem.

Em 2010 a República faz 100 anos...

Acredito num futuro melhor e mais justo para Portugal, porque acredito na vontade e no querer do nosso povo.

Então, deixem-nos votar livremente na questão do regime!

Para todos, Bom Ano de 2009".

Bom ano, senhor Presidente. Bom ano.

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