O actual director do semanário "Expresso" assina um editorial nesta última edição onde tece considerações pouco simpáticas em relação ao ex-coordenador da PJ, Gonçalo Amaral...
"Pouco simpáticas" é uma maneira de colocar a situação, quando Henrique Monteiro, na realidade, foi autor de considerações que surpreendem pela dureza e, sobretudo, por muito daquilo que revela sobre quem as proferiu.
Contabilize-se então:
1 - Apesar de trabalhar num semanário que é propriedade de um membro da comissão permanente do grupo Bilderberg, ele ainda só sabe escrever "Bildberg"...
2 - As tais "teorias conspirativas" que Henrique Monteiro alude não existem apenas na Internet. Já foram analisadas em jornais e livros, mas são permanentemente silenciadas em publicações pertencentes a membros desses grupos como é caso do semanário dirigido por Henrique Monteiro.
3 - Gonçalo Amaral não pediu para ser "herói nacional", nem "detentor da verdade". O ex-coordenador da PJ conta no livro uma verdade sobre algo que conheceu por dentro. É um caso policial que Henrique Monteiro não pode conhecer, pois não é essa a sua profissão. A profissão de Henrique Monteiro é certificar-se de que certas verdades susceptíveis de estimular a mente de pessoas menos habituadas a elas - o vulgo leitor - não cheguem à praça pública.
4 - Quanto à "convicção" de Gonçalo Amaral, a mesma baseia-se em indícios que são do conhecimento geral e oficial do público desde que foi divulgado o relatório da PJ. Para mim, que tanto faz, os indícios mais gritantes são as indicações dadas pelos cães, os tais que nunca antes falharam e que voltaram a acertar em casos posteriores ao da Praia da Luz. É claro que há quem não queira ver isso como uma evidência que, somada a outros indícios (testemunhos contraditórios dos amigos, ausência de provas em casa de Murat, possível avistamento do pai de Madeleine a deslocar-se em direcção da praia com a filha ao colo à hora dos factos) indicavam um rumo de investigação que, frise-se, foi interrompido de forma abrupta a 2 de Outubro de 2007 - dia em que Gordon Brown telefonou a Stuart Prior, oficial de ligação entre a polícia inglesa e portuguesa, a perguntar se era mesmo verdade que Gonçalo Amaral já tinha sido afastado da investigação.
5 - Desde o afastamento de Gonçalo Amaral, pouco ou nada se fez no sentido de encontrar o corpo de Madeleine McCann, quer viva ou morta. Não há nenhuma investigação a possíveis raptores, pois o mais importante era encerrar um caso bastante pantanoso. E disso não fala Henrique Monteiro.
6 - Henrique Monteiro pede provas que sustentem a tese de Gonçalo Amaral. A Henrique Monteiro, já ninguém precisa de pedir mais provas.
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