20040528
Coisas estranhas...
Segundo este artigo da "Salon", o realizador Michael Moore, que ganhou recentemente a Palma de Ouro em Cannes com um documentário contra o presidente Bush, filmou uma entrevista com o americano Nicholas Berg, aquele que seria mais tarde decapitado no Iraque. A referida entrevista não faz parte do documentário "Fahrenheit 911".
O que pensar sobre isto? Não faço a mínima ideia. Apenas fico com a sensação de que este é cada vez um mundo mais pequeno, onde, como dizia o já falecido Guerra Carneiro, "isto anda tudo ligado".
O que pensar sobre isto? Não faço a mínima ideia. Apenas fico com a sensação de que este é cada vez um mundo mais pequeno, onde, como dizia o já falecido Guerra Carneiro, "isto anda tudo ligado".
20040527
Contente
Fico contente por não ter havido casos de violência durante os festejos do FC Porto. Cheguei a temer que algum benfiquista mais exaltado se pudesse lembrar daquela vez em que o guarda Abel, do Porto, ficou célebre quando foi festejar para a baixa do Porto a derrota do Benfica na final da Taça dos Campeões Europeus contra o PSV, e disse que preferia ser corno a ver o Benfica ganhar. Temi ainda que algum autarca de Lisboa se viesse a lembrar da altura em que, no seio da massa de adeptos do FC Porto, se gritava que só queriam ver Lisboa a arder e não aceitasse "colar-se" a esta vitória...
O livro na feira
Para poderem comprar o meu livro "Eu Sei Que Você Sabe - Manual de Instruções para Teorias da Conspiração", enquanto a segunda edição não chega às livrarias, podem sempre ir à tenda dos pequenos editores, localizada no início da ala direita de quem sobe o Parque Eduardo VII (lado do Pavilhão Carlos Lopes). Para quem desce, é no fim da feira, na ala esquerda, estando a tenda mesmo no centro do passeio.
O meu livro está no fundo dessa tenda, nas últimas bancas, do lado direito de quem entra.
Confirmo ainda que está marcada uma sessão de autógrafos, na mesa situada à entrada dessa mesma tenda, no sábado, dia 29, entre as 16h00 e as 17h00. Depois dessa hora serei substituído na mesa de autógrafos pela artista Maria Vieira, que vai assinar o seu livro "As Viagens da Parrachita".
O meu livro está no fundo dessa tenda, nas últimas bancas, do lado direito de quem entra.
Confirmo ainda que está marcada uma sessão de autógrafos, na mesa situada à entrada dessa mesma tenda, no sábado, dia 29, entre as 16h00 e as 17h00. Depois dessa hora serei substituído na mesa de autógrafos pela artista Maria Vieira, que vai assinar o seu livro "As Viagens da Parrachita".
Por favor...
Por favor, não digam que a vitória do FC Porto é "boa para Portugal" ou que é "boa para retoma económica". Nem cedam à fácil tentativa de comparar o governo do FC Porto com aquilo que deveria ser o governo de Portugal.
Futebol é uma coisa. A vida a sério, lá fora, é outra completamente diferente...
Que me digam que há ensinamentos a retirar da experiência desportiva a nível da gestão de seres humanos e de recursos financeiros, lá isso é verdade.
P.S. Não vou entrar aqui em teorias da conspiração, embora neste momento até haja imensos dados para fazer uma: Portugal organiza Euro2004 e uma equipa portuguesa sagra-se campeã da Europa. O treinador da equipa portuguesa vai depois para um clube inglês cujo dono é um milionário russo. Se a final do Euro2004 vier a ser um Portugal-Inglaterra ou Rússia-Inglaterra, então depois falamos...
Futebol é uma coisa. A vida a sério, lá fora, é outra completamente diferente...
Que me digam que há ensinamentos a retirar da experiência desportiva a nível da gestão de seres humanos e de recursos financeiros, lá isso é verdade.
P.S. Não vou entrar aqui em teorias da conspiração, embora neste momento até haja imensos dados para fazer uma: Portugal organiza Euro2004 e uma equipa portuguesa sagra-se campeã da Europa. O treinador da equipa portuguesa vai depois para um clube inglês cujo dono é um milionário russo. Se a final do Euro2004 vier a ser um Portugal-Inglaterra ou Rússia-Inglaterra, então depois falamos...
20040526
Vivo...
No Blogue de Esquerda(II) escreveram um "post" sobre o meu livro e este blogue. Agradeço a divulgação e retribuo o interesse demonstrado.
Agora, no fim do "post" escreveu-se ainda isto:
"Por muito estranho que possa parecer a quem tenha lido o livro, e a quem frequente o blogue, Frederico de Carvalho continua aparentemente vivo e ainda não foi sequer alvo de processos por parte de nenhuma das muitas personalidades por ele referenciadas."
Bem, "aparentemente" é uma "curiosa" referência à minha actual situação física. Estar vivo é diferente de estar morto, já se dizia há uns tempos. Contudo, confesso que, em termos profissionais, já me senti mais "vivo". Havia tempos em que, para mim, o jornalismo tinha outro encanto...
Quanto aos eventuais processos, é verdade, pois ainda não tive nenhum, porque não disse nada de especial. Nunca difamei ou levantei falsas suspeitas. Não escrevi mentiras, apenas constatei e cruzei factos mal explicados. Acabei por "construir" uma história alternativa, mas que responde a mais perguntas do que as versões oficiais. Sendo assim, quem quer levar-me a tribunal e assim chamar atenção para aquilo que se quer esconder?
Agora, no fim do "post" escreveu-se ainda isto:
"Por muito estranho que possa parecer a quem tenha lido o livro, e a quem frequente o blogue, Frederico de Carvalho continua aparentemente vivo e ainda não foi sequer alvo de processos por parte de nenhuma das muitas personalidades por ele referenciadas."
Bem, "aparentemente" é uma "curiosa" referência à minha actual situação física. Estar vivo é diferente de estar morto, já se dizia há uns tempos. Contudo, confesso que, em termos profissionais, já me senti mais "vivo". Havia tempos em que, para mim, o jornalismo tinha outro encanto...
Quanto aos eventuais processos, é verdade, pois ainda não tive nenhum, porque não disse nada de especial. Nunca difamei ou levantei falsas suspeitas. Não escrevi mentiras, apenas constatei e cruzei factos mal explicados. Acabei por "construir" uma história alternativa, mas que responde a mais perguntas do que as versões oficiais. Sendo assim, quem quer levar-me a tribunal e assim chamar atenção para aquilo que se quer esconder?
Afinal do Porto
Sou do Porto. Da cidade do Porto, o que faz de mim portuense. Tenho uma visão bairrista do futebol, pelo que até deveria ser do Francos, que é o clube da zona onde nasci e foi onde joguei nos iniciados.
Desde pequeno que me habituei, pela mão do meu pai, a ir ver os jogos do Boavista no Bessa e aquelas camisolas ao xadrez, com aquele preto e branco, como a bola que então circulava (a "Tango", lançada durante o Mundial da Argentina), era o padrão da minha paixão clubística.
Diz-se que um homem pode mudar de partido, de mulher, mas não muda de clube de futebol. É verdade, pois já mudei muitas vezes de mulher e agora preparo-me para mudar de partido, porém não mudei ainda de clube de futebol...
Acho que só entrei no estádio da agremiação adversária da cidade do Porto, o clube FC Porto, para ver o jogo inaugural do mundial de junióres de 1991. Campanhã ficava então muito longe e, para mim, as Antas, onde os portistas (alguns eram portuenses) vão, representava um local longe da minha área de interesse, que andava ali pelo eixo da Boavista à Foz. A Baixa era a zona mais Oriental até onde me tinha aventurado...
Sou portuense e, como tal, desejo boa sorte a todas as agremiações da minha cidade que vão disputar títulos internacionais, pelo que, apesar de pouco ou nada me ligar ao FC Porto, reconheço que é um clube onde se pratica um bom futebol e que tem tudo para ganhar amanhã contra os franceses do Mónaco.
O meu pai, por exemplo, num exemplo de desportivismo pegou na família e foi para a rua festejar a vitória do FC Porto em 1987, onde vibrámos com os golos de Madjer e Juary.
Fico triste se o FC Porto não ganhar amanhã (já hoje, isto à hora em que escrevo este "post"), tanto mais que tenho familiares e amigos "doentes". Contudo, isso passa-me ao fim de cinco minutos.
Se o Porto ganhar, ficarei contente e talvez esse sentimento dure mais do que dez minutos. Mas, de certeza que, no dia seguinte, depois de ter visto alguns que não jogam dentro das quatro linhas a quererem capitalizar para si o triunfo desportivo dos verdadeiros artistas da bola, então esse contentamento de certeza que se desvanecerá.
Desde pequeno que me habituei, pela mão do meu pai, a ir ver os jogos do Boavista no Bessa e aquelas camisolas ao xadrez, com aquele preto e branco, como a bola que então circulava (a "Tango", lançada durante o Mundial da Argentina), era o padrão da minha paixão clubística.
Diz-se que um homem pode mudar de partido, de mulher, mas não muda de clube de futebol. É verdade, pois já mudei muitas vezes de mulher e agora preparo-me para mudar de partido, porém não mudei ainda de clube de futebol...
Acho que só entrei no estádio da agremiação adversária da cidade do Porto, o clube FC Porto, para ver o jogo inaugural do mundial de junióres de 1991. Campanhã ficava então muito longe e, para mim, as Antas, onde os portistas (alguns eram portuenses) vão, representava um local longe da minha área de interesse, que andava ali pelo eixo da Boavista à Foz. A Baixa era a zona mais Oriental até onde me tinha aventurado...
Sou portuense e, como tal, desejo boa sorte a todas as agremiações da minha cidade que vão disputar títulos internacionais, pelo que, apesar de pouco ou nada me ligar ao FC Porto, reconheço que é um clube onde se pratica um bom futebol e que tem tudo para ganhar amanhã contra os franceses do Mónaco.
O meu pai, por exemplo, num exemplo de desportivismo pegou na família e foi para a rua festejar a vitória do FC Porto em 1987, onde vibrámos com os golos de Madjer e Juary.
Fico triste se o FC Porto não ganhar amanhã (já hoje, isto à hora em que escrevo este "post"), tanto mais que tenho familiares e amigos "doentes". Contudo, isso passa-me ao fim de cinco minutos.
Se o Porto ganhar, ficarei contente e talvez esse sentimento dure mais do que dez minutos. Mas, de certeza que, no dia seguinte, depois de ter visto alguns que não jogam dentro das quatro linhas a quererem capitalizar para si o triunfo desportivo dos verdadeiros artistas da bola, então esse contentamento de certeza que se desvanecerá.
"Força Portugal"
Vi agora um debate na "Dois" onde se discutiu o cartaz do PSD/PP às eleições europeias, aquele no qual uma jovem exibe um cachecol idêntico aos dos jogos de futebol com os dizeres "Força Portugal", que mais não é a designação da coligação política, numa clara colagem com o evento desportivo que se aproxima, o Euro2004 e os jogos da Selecção Nacional.
Os argumentos contra este tipo de propaganda política são óbvios, mas em democracia acho que estes cartazes podem acontecer. Aliás, lembro-me de um caso semelhante, há uns anos, na Venezuela, quando um candidato à presidência utilizou as cores da "Pepsi" e o símbolo daquela bebida - que, na Venezuela, vendia mais do que a "Coca-Cola".
Portugal, apesar de estar na Europa, não deixa de ser um país latino... Para o melhor e para o pior.
Está-nos no sangue esta forma de fazer democracia.
Que mais querem?!
Os argumentos contra este tipo de propaganda política são óbvios, mas em democracia acho que estes cartazes podem acontecer. Aliás, lembro-me de um caso semelhante, há uns anos, na Venezuela, quando um candidato à presidência utilizou as cores da "Pepsi" e o símbolo daquela bebida - que, na Venezuela, vendia mais do que a "Coca-Cola".
Portugal, apesar de estar na Europa, não deixa de ser um país latino... Para o melhor e para o pior.
Está-nos no sangue esta forma de fazer democracia.
Que mais querem?!
20040525
Luís Filipe Vieira igual a Pinto da Costa
Há uns anos, durante uma entrevista em directo para a RTP, o presidente do FC Porto, Pinto da Costa, quando interrompido pela jornalista que queria terminar a entrevista, reagiu com uma frase que ficou célebre: "Enquanto eu estiver aqui a falar, vocês têm audiência".
Ontem, o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, que apareceu de surpresa no programa "Dia Seguinte", na SIC-Notícias, para explicar a situação do jogador Ricardo Rocha, também disse a mesma frase.
Ontem, o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, que apareceu de surpresa no programa "Dia Seguinte", na SIC-Notícias, para explicar a situação do jogador Ricardo Rocha, também disse a mesma frase.
20040524
Presença na 74ª Feira do Livro de Lisboa
Ora apontem lá: estarei a dar autógrafos ao meu livro "Eu Sei Que Você Sabe - Manual de Instruções para Teorias da Conspiração", na Feira do Livro de Lisboa, no próximo sábado, dia 29, entre as 16h00 e as 17h00 na tenda dos pequenos editores (é aquela que fica no fim da feira - início para quem sobe vindo do Marquês de Pombal-, do lado do Pavilhão Carlos Lopes).
Também no sábado seguinte, dia 5, lá voltarei a estar, à mesma hora.
Estas informações, apesar de já constar na agenda da Feira, não dispensam a consulta deste blogue para uma confirmação.
Também no sábado seguinte, dia 5, lá voltarei a estar, à mesma hora.
Estas informações, apesar de já constar na agenda da Feira, não dispensam a consulta deste blogue para uma confirmação.
"A mão que tudo esconde"
O título deste "post" é directamente retirado de um artigo de opinião de um tal José Pedro Zúquete, da "Universidade de Boston", publicado na edição de hoje do diário "Público".
É um artigo sobre teorias da conspiração. Nada mais a propósito quando o realizador Michael Moore ganhou a Palma de Ouro em Cannes com o seu documentário "Fahrenheit 9/11". E o referido artigo termina assim:
"Mas a conspiração favorecida por muitos é aquela que liga os interesses económicos da família Bush aos sauditas e à família Bin Laden. Um dos modernos profetas da lógica da conspiração, o activista Michael Moore, preparou mesmo um 'documentário' dedicado à trama. O facto de poucos dias após o ataque terrorista muitos sauditas residentes na América, entre os quais familiares de Bin Laden, empresários, estudantes terem sido autorizados a partir para o seu país é a prova para muitos da cabala. Pouco importa que a Comissão do 11 de Setembro tenha declarado recentemente que tudo foi feito com aprovação do FBI porque os sauditas, sobretudo aqueles que tinham no nome 'Bin Laden', temiam pela sua segurança. Ou que Osama está afastado da família há anos (ele é o mais novo de 24 irmãos!) e constitui motivo de embaraço para todos. Ou ainda que o 'sinistro' Grupo Carlyle, na base do conluio Bush-Sauditas-Bin Ladens, tenha como um dos principais investidores George Soros, inimigo declarado de Bush e que tem como missão, nas suas palavras, 'retirar Bush da Casa Branca.'
Mas nada disto interessa. A conspiração não permite estas 'subtilezas' da lógica porque a conspiração cria 'a sua' própria lógica. Ou seja, o mecanismo demolidor, hipnotizante e monolítico do mito. Desde sempre. Realmente só há uma coisa mais forte do que uma teoria da conspiração: é o nosso desejo de acreditarmos numa."
Agora comento: não acredito em teorias da conspiração. Mas, ao contrário deste tipo de opinadores com grandes palcos comunicativos, limito-me a constatar uma série de factos que os jornalistas dos ditos jornais de "referência" não abordam como mandam as regras deontológicas. É um facto que familiares de Bin Laden estavam num encontro com o pai de George W. Bush numa reunião do grupo Carlyle, em Washington, no dia 11 de Setembro de 2001.
Não digo que aqueles familiares de Bin Laden tivessem sido culpados de algo, ou que tivessem agido em conjunto com a família Bush para organizarem um ataque à América e depois atirarem as culpas ao Afeganistão e Iraque.
Apenas digo que os jornalistas não fizeram certas perguntas sobre este encontro.
Deveria ser com receio das respostas...
Nada mais.
Quem gosta de teorias da conspiração são só os jornalistas que não fazem o seu trabalho.
Eu, repito, não gosto de teorias da conspiração. Não gosto dos filmes de Michael Moore e de certeza que não vou gostar de ver este, pois preferia que o filme fosse outro...
É um artigo sobre teorias da conspiração. Nada mais a propósito quando o realizador Michael Moore ganhou a Palma de Ouro em Cannes com o seu documentário "Fahrenheit 9/11". E o referido artigo termina assim:
"Mas a conspiração favorecida por muitos é aquela que liga os interesses económicos da família Bush aos sauditas e à família Bin Laden. Um dos modernos profetas da lógica da conspiração, o activista Michael Moore, preparou mesmo um 'documentário' dedicado à trama. O facto de poucos dias após o ataque terrorista muitos sauditas residentes na América, entre os quais familiares de Bin Laden, empresários, estudantes terem sido autorizados a partir para o seu país é a prova para muitos da cabala. Pouco importa que a Comissão do 11 de Setembro tenha declarado recentemente que tudo foi feito com aprovação do FBI porque os sauditas, sobretudo aqueles que tinham no nome 'Bin Laden', temiam pela sua segurança. Ou que Osama está afastado da família há anos (ele é o mais novo de 24 irmãos!) e constitui motivo de embaraço para todos. Ou ainda que o 'sinistro' Grupo Carlyle, na base do conluio Bush-Sauditas-Bin Ladens, tenha como um dos principais investidores George Soros, inimigo declarado de Bush e que tem como missão, nas suas palavras, 'retirar Bush da Casa Branca.'
Mas nada disto interessa. A conspiração não permite estas 'subtilezas' da lógica porque a conspiração cria 'a sua' própria lógica. Ou seja, o mecanismo demolidor, hipnotizante e monolítico do mito. Desde sempre. Realmente só há uma coisa mais forte do que uma teoria da conspiração: é o nosso desejo de acreditarmos numa."
Agora comento: não acredito em teorias da conspiração. Mas, ao contrário deste tipo de opinadores com grandes palcos comunicativos, limito-me a constatar uma série de factos que os jornalistas dos ditos jornais de "referência" não abordam como mandam as regras deontológicas. É um facto que familiares de Bin Laden estavam num encontro com o pai de George W. Bush numa reunião do grupo Carlyle, em Washington, no dia 11 de Setembro de 2001.
Não digo que aqueles familiares de Bin Laden tivessem sido culpados de algo, ou que tivessem agido em conjunto com a família Bush para organizarem um ataque à América e depois atirarem as culpas ao Afeganistão e Iraque.
Apenas digo que os jornalistas não fizeram certas perguntas sobre este encontro.
Deveria ser com receio das respostas...
Nada mais.
Quem gosta de teorias da conspiração são só os jornalistas que não fazem o seu trabalho.
Eu, repito, não gosto de teorias da conspiração. Não gosto dos filmes de Michael Moore e de certeza que não vou gostar de ver este, pois preferia que o filme fosse outro...
20040519
Ingénuos-II
E aqui fica o excerto do texto do historiador Jeffrey Bale, retirado do tal livro "Conspiracy Theories", da autoria de Robin Ramsay, cuja capa surgiu na edição de segunda-feira, dia 17, na secção de destaques de televisão do "Público":
"Very few notions generate as much intellectual resistence, hostility and derision within academic circles as belief in the historical importance or efficacy of political conspiracies. Even when this belief is expressed in a very cautious manner, limited to specific and restricted contexts, supported by reliable evidence, and hedged about with all sort of qualifications, it still manages to transcend the boundaries of acceptable discourse and violate unspoken academic taboos. The idea that particular groups of people meet together secretly or in private to plan various courses of action, and that some of these plans actually exert a significant influence on particular historical developments, is typically rejected out of hand and assumed to be the figment of a paranoid imagination. the mere mention of the word 'conspiracy' seems to set off an internal alarm bell which causes scholars to close their minds in order to avoid cognitive dissonance and possible unpleasantness, since the popular image of conspiracy both fundamentally challanges the conception most educated, sophisticated people have about how the world operates, and reminds them of the horrible persecutions that absurd and unfounded conspiracy theories have precipitated or sustained in the past. So strong is this prejudice among academics that even when clear evidence of a plot is inadvertently discovered in the course of their own research, they frequently feel compelled, either out of a sense of embarrassment or a desire to defuse anticipated criticism, to preface their account of it by ostentatiously disclaiming a belief in conspiracies. They then often attempt to downplay the significance of the plotting they have uncovered. To do otherwise, that is to make a serious effort to incorporate the documented activities of conspirational groups into their general political or historical analyses, would force them to stretch their mental horizons beyond customary bounds and, not infrequently, delve even further into certain sordid and politically sensitive topics. Most academic researchers clearly prefer to ignore the implications of conspiratorial politics altogether rather than deal directly with such controversial matters."
---O destaque é da minha responsabilidade---
"Very few notions generate as much intellectual resistence, hostility and derision within academic circles as belief in the historical importance or efficacy of political conspiracies. Even when this belief is expressed in a very cautious manner, limited to specific and restricted contexts, supported by reliable evidence, and hedged about with all sort of qualifications, it still manages to transcend the boundaries of acceptable discourse and violate unspoken academic taboos. The idea that particular groups of people meet together secretly or in private to plan various courses of action, and that some of these plans actually exert a significant influence on particular historical developments, is typically rejected out of hand and assumed to be the figment of a paranoid imagination. the mere mention of the word 'conspiracy' seems to set off an internal alarm bell which causes scholars to close their minds in order to avoid cognitive dissonance and possible unpleasantness, since the popular image of conspiracy both fundamentally challanges the conception most educated, sophisticated people have about how the world operates, and reminds them of the horrible persecutions that absurd and unfounded conspiracy theories have precipitated or sustained in the past. So strong is this prejudice among academics that even when clear evidence of a plot is inadvertently discovered in the course of their own research, they frequently feel compelled, either out of a sense of embarrassment or a desire to defuse anticipated criticism, to preface their account of it by ostentatiously disclaiming a belief in conspiracies. They then often attempt to downplay the significance of the plotting they have uncovered. To do otherwise, that is to make a serious effort to incorporate the documented activities of conspirational groups into their general political or historical analyses, would force them to stretch their mental horizons beyond customary bounds and, not infrequently, delve even further into certain sordid and politically sensitive topics. Most academic researchers clearly prefer to ignore the implications of conspiratorial politics altogether rather than deal directly with such controversial matters."
---O destaque é da minha responsabilidade---
20040518
Ingénuos
Telefonou-me hoje um amigo a perguntar-me se eu tinha visto o programa de ontem à noite na SIC Notícias sobre teorias da conspiração. Respondi-lhe que não, porque aquilo passou à uma da manhã e, como estava algo cansado, fui-me deitar. Mas deixei-o a gravar no vídeo.
Quis depois saber esse meu amigo por que razão a SIC ainda não me entrevistou sobre o meu livro "Eu Sei Que Você Sabe" e que tem precisamente o sub-título "Manual de Instruções para Teorias da Conspiração". Ao que eu pensei: "Como és giro, de tão ingénuo que és!..."
Outro dado para os ingénuos como este meu amigo, para que saibam como funciona o jornalismo neste país: Peguem no diário "Público" de ontem, segunda-feira dia 17, e vejam a página com a programação da televisão. Atentem aos destaques e lá encontrarão um texto sobre o tal programa de teorias da conspiração que passou na SIC Notícias. Estão a ver a imagem que ilustra o texto? Esse é um livro de bolso, da colecção "Pocket Essentials Culture". É da autoria de Robin Ramsay, onde, na página 11, se pode ler um extracto de um texto assinado por um historiador, de seu nome Jeffrey Bale, que já transcrevi neste meu blogue em Agosto do ano passado, quando respondi a um jornalista do mesmo diário (e autor do blogue Glória Fácil) depois deste ter confessado ter um certo "fascínio" por teorias da conspiração. Ao que disse que as teorias da conspiração não me fascinam. Detesto-as, pois isso significa que os jornalistas não souberam fazer o seu trabalho que é precisamente o de responderem às dúvidas.
"As teorias da conspiração, por mais ofensivas ou pouco plausíveis que possam parecer, são sempre baseadas, pelo menos em parte, em questões legítimas, que continuam por responder", diz o texto do destaque do "Público".
Ao que eu posso acrescentar: "Continuam por responder porque os jornalistas não fazem o seu trabalho, que é fazerem as perguntas legítimas e não se conformarem com a ausência de resposta".
Só os ingénuos é que acreditam que existe jornalismo...
Quis depois saber esse meu amigo por que razão a SIC ainda não me entrevistou sobre o meu livro "Eu Sei Que Você Sabe" e que tem precisamente o sub-título "Manual de Instruções para Teorias da Conspiração". Ao que eu pensei: "Como és giro, de tão ingénuo que és!..."
Outro dado para os ingénuos como este meu amigo, para que saibam como funciona o jornalismo neste país: Peguem no diário "Público" de ontem, segunda-feira dia 17, e vejam a página com a programação da televisão. Atentem aos destaques e lá encontrarão um texto sobre o tal programa de teorias da conspiração que passou na SIC Notícias. Estão a ver a imagem que ilustra o texto? Esse é um livro de bolso, da colecção "Pocket Essentials Culture". É da autoria de Robin Ramsay, onde, na página 11, se pode ler um extracto de um texto assinado por um historiador, de seu nome Jeffrey Bale, que já transcrevi neste meu blogue em Agosto do ano passado, quando respondi a um jornalista do mesmo diário (e autor do blogue Glória Fácil) depois deste ter confessado ter um certo "fascínio" por teorias da conspiração. Ao que disse que as teorias da conspiração não me fascinam. Detesto-as, pois isso significa que os jornalistas não souberam fazer o seu trabalho que é precisamente o de responderem às dúvidas.
"As teorias da conspiração, por mais ofensivas ou pouco plausíveis que possam parecer, são sempre baseadas, pelo menos em parte, em questões legítimas, que continuam por responder", diz o texto do destaque do "Público".
Ao que eu posso acrescentar: "Continuam por responder porque os jornalistas não fazem o seu trabalho, que é fazerem as perguntas legítimas e não se conformarem com a ausência de resposta".
Só os ingénuos é que acreditam que existe jornalismo...
20040514
Eu e a Samantha Fox
Um amigo desafiou-me hoje a escrever aqui a minha aventura com a Samantha Fox. Pareceu-me uma boa ideia, já que sempre divertiu várias plateias.
Tudo começou em Outubro de 1992. Só para situarem na memória, lembrem-se do fim da "Expo92", em Sevilha, quando os portugueses, aproveitando o feriado de 5 de Outubro "invadiram" a cidade. Nessa altura, eu trabalhava no Porto, no diário "O Primeiro de Janeiro" e fui um dos convidados do Liberto Mealha para ir à festa de aniversário da discoteca "Kiss", no Algarve.
A estrela convidada seria a cantora inglesa Samantha Fox.
Eu estava integrado num grupo de outros jornalistas e estivemos no Algarve durante vários dias. No hotel, acabei por ficar alojado num quarto do quinto andar, junto ao elevador e, no andar de cima, cujo acesso se fazia por umas escadas do quinto andar, ocupando todo o piso, ficava o quarto da Samantha Fox.
Certa tarde, ao dirigir-me para a piscina, de calções e toalha na mão, esperava eu junto ao elevador quando a Samantha Fox desceu do seu quarto, juntamente com o guarda-costas e a sua secretária.
Ela vinha a cantarolar e eu, sem mais nem menos, sorri para a ela e disse: "Hey! What a lucky guy I'm... Samantha Fox is singing only for me!". Ela "mordeu" aquilo e metemos conversa no elevador, onde lhe disse que era jornalista do Porto e perguntei-lhe quando é que ela iria até lá. Samantha respondeu que iria pensar... A viagem de elevador foi curta e não deu para mais conversa.
Um mês depois, já estava eu no Porto, quando vi num jornal o anúncio de que Samantha Fox iria estar na noite seguinte na discoteca "Olé, Olé", nos Carvalhos. Ainda nesse dia, fui até Espinho para cobrir um encontro de sindicalistas.
Um camarada da rádio queria obter um comentário de Torres Couto (iria interrogar o sindicalista sobre o facto do Presidente da República, Mário Soares, preferir ir a um encontro de empresários no Porto em vez de participar no encerramento do encontro dos trabalhadores em Espinho...) e propôs-me ir até ao aeroporto esperar o avião de Bruxelas donde viria Torres Couto. Fomos a "voar".
No aeroporto olhei para as "chegadas" e vi que tinha acabado de aterrar um avião da British Airways e pensei que seria muito provável que a Samantha Fox viesse nesse avião... Nesse momento olhei para a minha frente e reflecti no que vi: "Acabou de aterrar um avião vindo de Londres. A Samantha Fox vai estar no Porto. Então isso quer dizer que aquela tipa baixinha, com os cabelos louros escondidos naquele chapéu, ao lado daquele tipo alto que parece ser o guarda-costas da Samantha Fox que eu vi no Algarve, é capaz de ser a própria Samantha Fox!"
Aproximei-me dos dois, confirmei o meu pensamento, olhei para a Samantha Fox e exclamei em inglês (mas com sotaque do Porto, como gosto de fazer): "So! We meet again, ahn?!"
A cantora olhou para mim e não me pareceu reconhecer, o que era perfeitamente natural, mas ainda assim, resolvi "gozar" com a situação e atirei sem complexos: "Remember me? From the elevator, in Algarve!"
Agora, meus senhores, eis o que a Samantha Fox respondeu de imediato: "Oh! You didn't have glasses!" Pois é, meus senhores, ela não só se lembrava de mim como reconheceu-me sem óculos e, ainda por cima, naquela altura chovia que Deus a dava no Porto e eu, para além de ter o cabelo mais comprido, estava de gabardine em vez dos calções e toalha com que nos tínhamos encontrado pela primeira vez.
Olhei para uma senhora que estava ao seu lado e perguntei já com o meu melhor acento "british": "Is that you mother?", ela sorriu e respondeu que sim, ao que disse: "You have you mother's eyes!". Escusado será dizer que a senhora mãe de Samantha Fox ficou "derretida" com a minha observação...
Ficou combinado que eu iria assistir ao seu concerto, mas depois acabei por não ir. Já nem me lembro porquê...
Nunca mais vi a Samantha. O meu amigo Fernando Alvim esteve com ela nesta passagem de ano nos Açores e diz que se divertiu imenso. Soube que Samantha, entretanto, arranjou uma namorada... Desiludida com os homens que conheceu.
Quanto a mim, paciência. Na brincadeira costumo então dizer: Conheci Samantha Fox pela primeira vez num elevador no Algarve. Na segunda vez, ela apresentou-me à mãe. Um terceiro encontro nunca chegou a acontecer...
Tudo começou em Outubro de 1992. Só para situarem na memória, lembrem-se do fim da "Expo92", em Sevilha, quando os portugueses, aproveitando o feriado de 5 de Outubro "invadiram" a cidade. Nessa altura, eu trabalhava no Porto, no diário "O Primeiro de Janeiro" e fui um dos convidados do Liberto Mealha para ir à festa de aniversário da discoteca "Kiss", no Algarve.
A estrela convidada seria a cantora inglesa Samantha Fox.
Eu estava integrado num grupo de outros jornalistas e estivemos no Algarve durante vários dias. No hotel, acabei por ficar alojado num quarto do quinto andar, junto ao elevador e, no andar de cima, cujo acesso se fazia por umas escadas do quinto andar, ocupando todo o piso, ficava o quarto da Samantha Fox.
Certa tarde, ao dirigir-me para a piscina, de calções e toalha na mão, esperava eu junto ao elevador quando a Samantha Fox desceu do seu quarto, juntamente com o guarda-costas e a sua secretária.
Ela vinha a cantarolar e eu, sem mais nem menos, sorri para a ela e disse: "Hey! What a lucky guy I'm... Samantha Fox is singing only for me!". Ela "mordeu" aquilo e metemos conversa no elevador, onde lhe disse que era jornalista do Porto e perguntei-lhe quando é que ela iria até lá. Samantha respondeu que iria pensar... A viagem de elevador foi curta e não deu para mais conversa.
Um mês depois, já estava eu no Porto, quando vi num jornal o anúncio de que Samantha Fox iria estar na noite seguinte na discoteca "Olé, Olé", nos Carvalhos. Ainda nesse dia, fui até Espinho para cobrir um encontro de sindicalistas.
Um camarada da rádio queria obter um comentário de Torres Couto (iria interrogar o sindicalista sobre o facto do Presidente da República, Mário Soares, preferir ir a um encontro de empresários no Porto em vez de participar no encerramento do encontro dos trabalhadores em Espinho...) e propôs-me ir até ao aeroporto esperar o avião de Bruxelas donde viria Torres Couto. Fomos a "voar".
No aeroporto olhei para as "chegadas" e vi que tinha acabado de aterrar um avião da British Airways e pensei que seria muito provável que a Samantha Fox viesse nesse avião... Nesse momento olhei para a minha frente e reflecti no que vi: "Acabou de aterrar um avião vindo de Londres. A Samantha Fox vai estar no Porto. Então isso quer dizer que aquela tipa baixinha, com os cabelos louros escondidos naquele chapéu, ao lado daquele tipo alto que parece ser o guarda-costas da Samantha Fox que eu vi no Algarve, é capaz de ser a própria Samantha Fox!"
Aproximei-me dos dois, confirmei o meu pensamento, olhei para a Samantha Fox e exclamei em inglês (mas com sotaque do Porto, como gosto de fazer): "So! We meet again, ahn?!"
A cantora olhou para mim e não me pareceu reconhecer, o que era perfeitamente natural, mas ainda assim, resolvi "gozar" com a situação e atirei sem complexos: "Remember me? From the elevator, in Algarve!"
Agora, meus senhores, eis o que a Samantha Fox respondeu de imediato: "Oh! You didn't have glasses!" Pois é, meus senhores, ela não só se lembrava de mim como reconheceu-me sem óculos e, ainda por cima, naquela altura chovia que Deus a dava no Porto e eu, para além de ter o cabelo mais comprido, estava de gabardine em vez dos calções e toalha com que nos tínhamos encontrado pela primeira vez.
Olhei para uma senhora que estava ao seu lado e perguntei já com o meu melhor acento "british": "Is that you mother?", ela sorriu e respondeu que sim, ao que disse: "You have you mother's eyes!". Escusado será dizer que a senhora mãe de Samantha Fox ficou "derretida" com a minha observação...
Ficou combinado que eu iria assistir ao seu concerto, mas depois acabei por não ir. Já nem me lembro porquê...
Nunca mais vi a Samantha. O meu amigo Fernando Alvim esteve com ela nesta passagem de ano nos Açores e diz que se divertiu imenso. Soube que Samantha, entretanto, arranjou uma namorada... Desiludida com os homens que conheceu.
Quanto a mim, paciência. Na brincadeira costumo então dizer: Conheci Samantha Fox pela primeira vez num elevador no Algarve. Na segunda vez, ela apresentou-me à mãe. Um terceiro encontro nunca chegou a acontecer...
20040513
Ideia para o início de uma história
Um jornalista espera pelo anúncio de embarque no avião que o levará a Madrid. Está na sala "Vip" no aeroporto de San Juan de Puerto Rico, território administrado pelos EUA. É o dia 7 de Agosto de 2001. Na véspera, no seu rancho de férias, o presidente Bush recebera o relatório dos serviços secretos com as informações de que Bin Laden preparava um ataque de grande escala na América.
O jornalista ignora toda esta situação. Está sentado ao bar e, ao seu lado, um indivíduo usa um computador portátil. O jornalista pede uma "caipirinha" ao barman, que diz desconhecer a bebida. O indivíduo ao lado interfere e explica a receita ao barman. O jornalista mete conversa com o homem do computador portátil, que diz ser porto riquenho e que trabalha para uma empresa de imagens de satélites "e não só". Sorri. O jornalista sorri e diz que a empresa dele deveria ter feito melhor trabalho quando a embaixada da China foi bombardeada por engano em Belgrado. Ele sorri e, com as mãos, diz que recusa fazer mais comentários. O jornalista bebe a caipirinha e olha para o imagem de fundo do computador: são raios de trovoada sobre a cidade de Nova Iorque, que é identificada pelas inconfundíveis silhuetas das Torres Gémeas. O tipo do computador diz que, antes de ir a Miami, onde vive, ainda vai ter de passar por Washington. Nesse momento chamam pela última vez para o avião de Madrid. O jornalista, cansado por já não dormir decentemente há quatro dias, não ouvira as chamadas anteriores e sai a correr. Quase perde o 747 da Ibéria.
Esta ideia para um início de história é capaz de não ser má de todo.
Mesmo que seja verdade.
O jornalista ignora toda esta situação. Está sentado ao bar e, ao seu lado, um indivíduo usa um computador portátil. O jornalista pede uma "caipirinha" ao barman, que diz desconhecer a bebida. O indivíduo ao lado interfere e explica a receita ao barman. O jornalista mete conversa com o homem do computador portátil, que diz ser porto riquenho e que trabalha para uma empresa de imagens de satélites "e não só". Sorri. O jornalista sorri e diz que a empresa dele deveria ter feito melhor trabalho quando a embaixada da China foi bombardeada por engano em Belgrado. Ele sorri e, com as mãos, diz que recusa fazer mais comentários. O jornalista bebe a caipirinha e olha para o imagem de fundo do computador: são raios de trovoada sobre a cidade de Nova Iorque, que é identificada pelas inconfundíveis silhuetas das Torres Gémeas. O tipo do computador diz que, antes de ir a Miami, onde vive, ainda vai ter de passar por Washington. Nesse momento chamam pela última vez para o avião de Madrid. O jornalista, cansado por já não dormir decentemente há quatro dias, não ouvira as chamadas anteriores e sai a correr. Quase perde o 747 da Ibéria.
Esta ideia para um início de história é capaz de não ser má de todo.
Mesmo que seja verdade.
20040512
Champalimaud
Portugal tem de agradecer o 25 de Abril de 1974 a António Champalimaud.
Foi ele quem deu emprego a Spínola.
Foi Spínola quem escreveu o livro "Portugal e o Futuro".
E Champalimaud apoiou depois as ideias defendidas por Spínola.
Foi ele quem deu emprego a Spínola.
Foi Spínola quem escreveu o livro "Portugal e o Futuro".
E Champalimaud apoiou depois as ideias defendidas por Spínola.
Santana e Sócrates no Bilderberg
"Expresso" deste sábado, primeira página lá em baixo, um título enigmático: "Balsemão indica Santana e Sócrates".
Mas indica para quê? Não diziam, mandavam-nos para a última página.
Aí, a meio da página, outro título para um artigo a duas colunas: "Santana e Sócrates no Bilderberg". Aaahhh!
A meio do texto lê-se isto: "Uma das regras de ouro destas reuniões é o secretismo absoluto e um dos critérios para a indicação dos participantes é a sua importância e influência presente... ou futura".
E, mais à frente no mesmo texto, a informação de que Durão Barroso e Ferro Rodrigues estiverem na última reunião do grupo Bilderberg. Foi aquela que aconteceu nos arredores de Paris, nas vésperas da detenção de Paulo Pedroso (ver outros "posts" mais abaixo sobre o caso Casa Pia e Bilderberg).
O texto do "Expresso" termina ainda com a seguinte "indicação" do semanário de Balsemão: "Desta vez, os 'eleitos' são um candidato à liderança do PS e um potencial candidato à Presidência da República".
Se querem a minha opinião, não vai ser desta que Santana e Sócrates irão longe, pois se uma das regras do grupo de Bilderberg é o secretismo e o nomes deles surgem escarrapachados na primeira página do semanário que é propriedade de um dos organizadores do evento, isso é sinal de que estes dois nomes já foram riscados da lista dos futuros dirigentes de Portugal...
Olha, e se eu estiver enganado?
Agora, haverá por aí algum jornalista de um órgão dito "de referência" que vá interrogar aqueles políticos por nós eleitos quanto ao secretismo destas reuniões internacionais?
Já agora, o "Expresso" poderá ainda explicar-nos como foi possível que Durão Barroso tivesse estado presente na última reunião de Bilderberg, quando segundo a sua agenda para 15 de Maio passado, esteve no Algarve. Mas eu explico: Durão deveria ter ido assistir a um concerto de Júlio Iglésias no Casino de Vilamoura por ocasião do encerramento de um encontro internacional de operadores turísticos. Porém, o espectáculo foi cancelado.
Porquê? Porque houve uma ameaça de bomba, eis porquê!
Ele há cada coisa em democracia...
Mas indica para quê? Não diziam, mandavam-nos para a última página.
Aí, a meio da página, outro título para um artigo a duas colunas: "Santana e Sócrates no Bilderberg". Aaahhh!
A meio do texto lê-se isto: "Uma das regras de ouro destas reuniões é o secretismo absoluto e um dos critérios para a indicação dos participantes é a sua importância e influência presente... ou futura".
E, mais à frente no mesmo texto, a informação de que Durão Barroso e Ferro Rodrigues estiverem na última reunião do grupo Bilderberg. Foi aquela que aconteceu nos arredores de Paris, nas vésperas da detenção de Paulo Pedroso (ver outros "posts" mais abaixo sobre o caso Casa Pia e Bilderberg).
O texto do "Expresso" termina ainda com a seguinte "indicação" do semanário de Balsemão: "Desta vez, os 'eleitos' são um candidato à liderança do PS e um potencial candidato à Presidência da República".
Se querem a minha opinião, não vai ser desta que Santana e Sócrates irão longe, pois se uma das regras do grupo de Bilderberg é o secretismo e o nomes deles surgem escarrapachados na primeira página do semanário que é propriedade de um dos organizadores do evento, isso é sinal de que estes dois nomes já foram riscados da lista dos futuros dirigentes de Portugal...
Olha, e se eu estiver enganado?
Agora, haverá por aí algum jornalista de um órgão dito "de referência" que vá interrogar aqueles políticos por nós eleitos quanto ao secretismo destas reuniões internacionais?
Já agora, o "Expresso" poderá ainda explicar-nos como foi possível que Durão Barroso tivesse estado presente na última reunião de Bilderberg, quando segundo a sua agenda para 15 de Maio passado, esteve no Algarve. Mas eu explico: Durão deveria ter ido assistir a um concerto de Júlio Iglésias no Casino de Vilamoura por ocasião do encerramento de um encontro internacional de operadores turísticos. Porém, o espectáculo foi cancelado.
Porquê? Porque houve uma ameaça de bomba, eis porquê!
Ele há cada coisa em democracia...
Reacções
Em relação ao "post" sobre os dois blogues dos jornalistas no desemprego, recebi este e-mail que partilho sem mais comentários:
Exmo. Sr. Jornalista
Tive a oportunidade de ler o seu último post, sobre dois blogs de dois
jornalistas no desemprego. Em relação ao segundo blog "nodesemprego", o
diário de uma jovem lutadora que não desiste de intentar os seus propósitos
de ser jornalista e de se "sentir jornalista", manifesto a minha solidariedade
em relação ao problemas dos jovens jornalistas. De facto é dificil.
Esta jovem jornalista revela um espírito de luta em querer ser feliz
profissionalmente, o que julgo ser perfeitamente legítimo. Eu própria ando a
tentar ter uma profissão que me satisfaça, apesar de nada ter a ver com
jornalismo.
Posso dizer que pessoas como sua excelência são os verdadeiros jornalistas
deste país. Pela história que nos conta, a sua carreira tem sido uma luta
contínua e acho sinceramente que deve continuar a fazê-lo, sem se deixar
demover por alguns obstáculos que parecem ser intransponíveis. Nem sempre
tudo nos corre bem e devemos ser pacientes mas sobretudo persistentes.
A sua história da ida à Russia revela mesmo isso. A insistência, a esperança
e aquilo que a jovem jornalista no desemprego refere: "o sentir ser
jornalista".
Tiro o meu chapéu a sua excelência.
No entanto, já não tenho a certeza de poder fazer o mesmo a essa pobre
rapariga. E o meu comentário é apenas um, para que possa reflectir e pensar
(algo que tenho a certeza que sabe bem fazer):
Porque é que esta rapariga paga 200 euros de prestação de carro?
Será tão importante o meio de transporte para que nos possamos "sentir"
jornalistas?
Obrigada pela sua atenção
Ass:
Uma jovem não jornalista, pobre e com carro que vale 80 euros (no seu todo) mas
que cumpre a sua função e não a impede de lutar pelo sucesso profissional.
Exmo. Sr. Jornalista
Tive a oportunidade de ler o seu último post, sobre dois blogs de dois
jornalistas no desemprego. Em relação ao segundo blog "nodesemprego", o
diário de uma jovem lutadora que não desiste de intentar os seus propósitos
de ser jornalista e de se "sentir jornalista", manifesto a minha solidariedade
em relação ao problemas dos jovens jornalistas. De facto é dificil.
Esta jovem jornalista revela um espírito de luta em querer ser feliz
profissionalmente, o que julgo ser perfeitamente legítimo. Eu própria ando a
tentar ter uma profissão que me satisfaça, apesar de nada ter a ver com
jornalismo.
Posso dizer que pessoas como sua excelência são os verdadeiros jornalistas
deste país. Pela história que nos conta, a sua carreira tem sido uma luta
contínua e acho sinceramente que deve continuar a fazê-lo, sem se deixar
demover por alguns obstáculos que parecem ser intransponíveis. Nem sempre
tudo nos corre bem e devemos ser pacientes mas sobretudo persistentes.
A sua história da ida à Russia revela mesmo isso. A insistência, a esperança
e aquilo que a jovem jornalista no desemprego refere: "o sentir ser
jornalista".
Tiro o meu chapéu a sua excelência.
No entanto, já não tenho a certeza de poder fazer o mesmo a essa pobre
rapariga. E o meu comentário é apenas um, para que possa reflectir e pensar
(algo que tenho a certeza que sabe bem fazer):
Porque é que esta rapariga paga 200 euros de prestação de carro?
Será tão importante o meio de transporte para que nos possamos "sentir"
jornalistas?
Obrigada pela sua atenção
Ass:
Uma jovem não jornalista, pobre e com carro que vale 80 euros (no seu todo) mas
que cumpre a sua função e não a impede de lutar pelo sucesso profissional.
A decapitação
Para verem as fotos do norte-americano decapitado no Iraque vieram ao site errado. Sugiro contudo, que visitem o endereço http://www.drudgereport.com/iiraq3.htm. Não faço "link", mas constato o facto. Também sugiro que vejam o site "Rumores", com "link" na coluna aqui ao lado.
20040511
Sobre diários de jornalistas desempregados
Existem dois blogues feito por jovens jornalistas que julgo serem merecedores de toda a nossa atenção.
O primeiro valeu inclusive o despedimento dos seus autores do órgão de Comunicação Social onde trabalhavam, visto que resolveram denunciar algumas práticas menos claras entre o jornalismo dito isento e o jornalismo comercial no diáro "O Primeiro de Janeiro".
O segundo é de uma jovem jornalista no desemprego que conta a sua saga diária na busca de um lugar digno num órgão de Comunicação Social, e pergunta como foi que outros conseguiram os seus empregos.
Ambos mereceram a minha reflexão, pois, em relação ao primeiro, tenho uma ligação muito pessoal, visto que foi naquela mesma casa que me fiz jornalista. Foram alguns dos melhores anos da minha vida e acho que não poderia ter tido melhor começo profissional. Quero dizer-lhes que, certa vez, por "castigo", fui parar à tal secção dos "cadernos especiais". Quero dizer-lhes que então cumpri com igual profissionalismo a minha função: assinei sempre as peças que me foram "encomendadas" e limitei-me a relatar os factos. Quando era necessário o contraditório, também se faria. Conclusão: não fiquei lá nem um mês porque foi solicitado o meu regresso imediato à redacção.
Tive mais sorte do que estes jovens de hoje, pois os anos apenas "refinaram" os métodos dos gestores comerciais e o aumento do número de jovens licenciados à procura de emprego deu-lhes ainda mais margem de manobra em relação à independência jornalística.
Saí do "Janeiro" depois de um processo disciplinar que me foi aberto por me ter ausentado 20 dias sem dar cavaco a ninguém.
E até tinham razão, pois estive na Venezuela e em Cuba durante aqueles dias.
Só que perderam a razão porque, no meu regresso, depois de me dizerem que estava despedido (ao que eu respondi: "E já meteram alguém no meu lugar? Não? Então candidato-me a esse posto e, para começar, têm aqui um texto sobre Cuba!"), publicaram dois artigos sobre Cuba antes de se terem lembrado de meter o processo disciplinar...
Daí que consegui, naquela altura - em 1994, quando eu tinha já cumprido os dois anos de estágio - um computador portátil para aceitar vir-me embora por mútuo acordo.
Agora, a minha resposta à jornalista do segundo blogue sobre como nós, os outros jornalistas, conseguiram o seu emprego.
Peguei naquele computador portátil e dei-lhe uso.
Escrevi histórias.
Demorou tempo a conseguir resultados, reconheço-o, pois saí do "Janeiro" em Junho de 1994 e só em Abril de 1996 é que consegui as primeiras colaborações fixas. Contei com a ajuda da família que sempre me deu comida e roupa lavada. Fazia uns textos para aqui e para ali. Nada de especial, contudo, em Abril de 1995, com algum dinheiro poupado e outro emprestado da minha avó (150 contos), fui à Rússia entrevistar antigos agentes do KGB.
Vendi essa reportagem à "Visão", que me pagou 150 contos (e não à "Grande Reportagem", porque havia a promessa da "Visão" de me encomendarem depois outros trabalhos no Porto, o que nunca cumpriram). Aquilo deu para pagar à minha avó e não tive lucro, mas investi em mim...
Mais tarde conheci uma pessoa que se interessou pelo meu trabalho sobre os antigos agentes do KGB e, através dele, comecei a colaborar no "Tal&Qual" do Porto, em Abril de 1996. Um ano depois de ter ido à Rússia.
Os resultados da colaboração foram devidamente apreciados e, em Junho de 1997, mudei-me para a redacção do "Tal&Qual" em Lisboa. Em Janeiro de 1998 entrei para o quadro, onde ainda hoje me mantenho.
Nunca esqueci, por isso, o "Janeiro", onde me fiz jornalista e conheci muita gente. Foi lá que consegui, por direito próprio, o computador portátil que depois me serviu para escrever os textos que me trouxeram para o actual emprego. Foi nesse mesmo computador, no quarto alugado do Bairro Alto onde então vivia, que à noite e ao fim-de-semana, escrevi o meu primeiro livro, fruto de uma longa entrevista com o antigo jogador do Benfica, Vítor Baptista.
Lá está: naquela altura não havia blogues e para visitar salas de "chat" era obrigado a ir a um Cyber-café, pois não havia dinheiro para a Net em casa. Agora, acho que se perde muito tempo a blogar para o umbigo e já não há gente nos jornais a contar histórias que despertem o verdadeiro interesse dos leitores...
O jornalismo de hoje é o jornalismo de merda (ver alguns "posts" anteriores a este), onde os porcos comem aquilo que simplesmente lhes cai na gamela, sem se queixarem.
O primeiro valeu inclusive o despedimento dos seus autores do órgão de Comunicação Social onde trabalhavam, visto que resolveram denunciar algumas práticas menos claras entre o jornalismo dito isento e o jornalismo comercial no diáro "O Primeiro de Janeiro".
O segundo é de uma jovem jornalista no desemprego que conta a sua saga diária na busca de um lugar digno num órgão de Comunicação Social, e pergunta como foi que outros conseguiram os seus empregos.
Ambos mereceram a minha reflexão, pois, em relação ao primeiro, tenho uma ligação muito pessoal, visto que foi naquela mesma casa que me fiz jornalista. Foram alguns dos melhores anos da minha vida e acho que não poderia ter tido melhor começo profissional. Quero dizer-lhes que, certa vez, por "castigo", fui parar à tal secção dos "cadernos especiais". Quero dizer-lhes que então cumpri com igual profissionalismo a minha função: assinei sempre as peças que me foram "encomendadas" e limitei-me a relatar os factos. Quando era necessário o contraditório, também se faria. Conclusão: não fiquei lá nem um mês porque foi solicitado o meu regresso imediato à redacção.
Tive mais sorte do que estes jovens de hoje, pois os anos apenas "refinaram" os métodos dos gestores comerciais e o aumento do número de jovens licenciados à procura de emprego deu-lhes ainda mais margem de manobra em relação à independência jornalística.
Saí do "Janeiro" depois de um processo disciplinar que me foi aberto por me ter ausentado 20 dias sem dar cavaco a ninguém.
E até tinham razão, pois estive na Venezuela e em Cuba durante aqueles dias.
Só que perderam a razão porque, no meu regresso, depois de me dizerem que estava despedido (ao que eu respondi: "E já meteram alguém no meu lugar? Não? Então candidato-me a esse posto e, para começar, têm aqui um texto sobre Cuba!"), publicaram dois artigos sobre Cuba antes de se terem lembrado de meter o processo disciplinar...
Daí que consegui, naquela altura - em 1994, quando eu tinha já cumprido os dois anos de estágio - um computador portátil para aceitar vir-me embora por mútuo acordo.
Agora, a minha resposta à jornalista do segundo blogue sobre como nós, os outros jornalistas, conseguiram o seu emprego.
Peguei naquele computador portátil e dei-lhe uso.
Escrevi histórias.
Demorou tempo a conseguir resultados, reconheço-o, pois saí do "Janeiro" em Junho de 1994 e só em Abril de 1996 é que consegui as primeiras colaborações fixas. Contei com a ajuda da família que sempre me deu comida e roupa lavada. Fazia uns textos para aqui e para ali. Nada de especial, contudo, em Abril de 1995, com algum dinheiro poupado e outro emprestado da minha avó (150 contos), fui à Rússia entrevistar antigos agentes do KGB.
Vendi essa reportagem à "Visão", que me pagou 150 contos (e não à "Grande Reportagem", porque havia a promessa da "Visão" de me encomendarem depois outros trabalhos no Porto, o que nunca cumpriram). Aquilo deu para pagar à minha avó e não tive lucro, mas investi em mim...
Mais tarde conheci uma pessoa que se interessou pelo meu trabalho sobre os antigos agentes do KGB e, através dele, comecei a colaborar no "Tal&Qual" do Porto, em Abril de 1996. Um ano depois de ter ido à Rússia.
Os resultados da colaboração foram devidamente apreciados e, em Junho de 1997, mudei-me para a redacção do "Tal&Qual" em Lisboa. Em Janeiro de 1998 entrei para o quadro, onde ainda hoje me mantenho.
Nunca esqueci, por isso, o "Janeiro", onde me fiz jornalista e conheci muita gente. Foi lá que consegui, por direito próprio, o computador portátil que depois me serviu para escrever os textos que me trouxeram para o actual emprego. Foi nesse mesmo computador, no quarto alugado do Bairro Alto onde então vivia, que à noite e ao fim-de-semana, escrevi o meu primeiro livro, fruto de uma longa entrevista com o antigo jogador do Benfica, Vítor Baptista.
Lá está: naquela altura não havia blogues e para visitar salas de "chat" era obrigado a ir a um Cyber-café, pois não havia dinheiro para a Net em casa. Agora, acho que se perde muito tempo a blogar para o umbigo e já não há gente nos jornais a contar histórias que despertem o verdadeiro interesse dos leitores...
O jornalismo de hoje é o jornalismo de merda (ver alguns "posts" anteriores a este), onde os porcos comem aquilo que simplesmente lhes cai na gamela, sem se queixarem.
Ausência
Peço desculpa pela minha ausência nestes últimos dias.
No regresso, gostaria de comentar o texto da "Visão" sobre o grupo Carlyle (e ainda dizem que as teorias da conspiração não são notícia...), porém o texto é tão nojento do ponto de vista jornalístico que me dá asco comentar aquela merda...
Desculpem, mas aquilo é mesmo um nojo jornalístico. Um vómito que procura limpar a porcaria que veio à tona. Dizem que a merda flutua e aquele texto é um outro exemplo do "jornalismo de merda", tão em voga nos dias de hoje...
Outra coisa que também gostaria de falar era sobre as fotografias das torturas no Iraque. É claro que tenho sempre uma opinião contrária em relação àquilo que lemos nos jornais. E não só em relação aos portugueses. Isso é um exercício fácil, pois admito que parto do princípio que os jornais só dão seguimento às notícias que agradam aos patrões que os controlam, governos incluídos.
Acredito na liberdade de Imprensa e na liberdade de expressão. Não acredito na liberdade de impressão (no caso da Imprensa escrita...) e na liberdade de emissão (rádios e televisões).
Para mim, que tanto faz, é evidente que aquelas fotos não só não foram promovidas pelos serviços secretos norte-americanos (responsáveis pela organização das torturas)como também foram divulgadas pelo próprio Pentágono numa clara estratégia para o início de uma campanha justificativa da retirada do grosso número dos soldados norte-americanos, obrigando assim as Nações Unidas a assumirem os gastos financeiros e humanos na manutenção da Paz no Iraque.
No regresso, gostaria de comentar o texto da "Visão" sobre o grupo Carlyle (e ainda dizem que as teorias da conspiração não são notícia...), porém o texto é tão nojento do ponto de vista jornalístico que me dá asco comentar aquela merda...
Desculpem, mas aquilo é mesmo um nojo jornalístico. Um vómito que procura limpar a porcaria que veio à tona. Dizem que a merda flutua e aquele texto é um outro exemplo do "jornalismo de merda", tão em voga nos dias de hoje...
Outra coisa que também gostaria de falar era sobre as fotografias das torturas no Iraque. É claro que tenho sempre uma opinião contrária em relação àquilo que lemos nos jornais. E não só em relação aos portugueses. Isso é um exercício fácil, pois admito que parto do princípio que os jornais só dão seguimento às notícias que agradam aos patrões que os controlam, governos incluídos.
Acredito na liberdade de Imprensa e na liberdade de expressão. Não acredito na liberdade de impressão (no caso da Imprensa escrita...) e na liberdade de emissão (rádios e televisões).
Para mim, que tanto faz, é evidente que aquelas fotos não só não foram promovidas pelos serviços secretos norte-americanos (responsáveis pela organização das torturas)como também foram divulgadas pelo próprio Pentágono numa clara estratégia para o início de uma campanha justificativa da retirada do grosso número dos soldados norte-americanos, obrigando assim as Nações Unidas a assumirem os gastos financeiros e humanos na manutenção da Paz no Iraque.
20040507
Instruções para viver em democracia
Em relação ao "post" anterior (imediatamente posterior a este) a propósito do jornalismo de merda, aqui fica a explicação para utilizarem o motor de busca dos diários da Assembleia da República, conforme escrevi no meu livro "Eu Sei Que Você Sabe", edições Polvo, de Novembro de 2003.
Para poderem ver os diálogos dos deputados na nossa Assembleia da República a propósito do tráfico de armas no âmbito do "Irangate", só seguindo estes passos que descrevo, pois uma simples busca por palavras-chave no "Google", ou outro qualquer motor de busca que não o interno do Parlamento, não permite aceder a estas páginas:
"Vicente Jorge Silva, como já vimos, escreveu uma crónica [no 'Expresso'] em Janeiro de 1987 a criticar a falta de um inquérito parlamentar sobre o assunto. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Pires de Miranda, de acordo com os jornais de Fevereiro, foi ao Parlamento falar sobre o assunto.
Então, politicamente, como é que tudo foi resolvido? Para responder a esta questão deixo aqui novamente uma sugestão para que seja o próprio leitor a fazer uma espécie de 'descubra você mesmo a partir de casa': ligue o seu computador à Internet e vá ao endereço da Assembleia da República, www.parlamento.pt, e escolha a opção 'Actividade Parlamentar'. Siga para 'Debates Parlamentares' e clique no ícone do 'Diário da Assembleia da República'. Escolha 'Pesquisa por texto livre' e na caixa onde diz 'Legislatura' seleccione 'Todas as legislaturas'. Por fim, onde está 'Expressão a pesquisar', escreva 'Irangate' e pressione o botão 'Enter'. Terá então à sua disposição 24 páginas, de sete Diários da Assembleia da República, com a transcrição dos diálogos entre os deputados, no Parlamento, com alusões ao caso das armas norte-americanas que passaram por Portugal.
Gostaria aqui de salientar a discussão ocorrida na Assembleia da República dois meses depois de Vicente Jorge Silva ter chamado a atenção no 'Expresso' para a necessidade de ser criada uma comissão de inquérito ao caso 'Irangate'."
Esta última, digo para quem a quiser descobrir, é a sessão de 31 de Março de 1987. Três dias antes da moção de censura do PRD, que, em Junho, acabaria por dar a primeira maioria absoluta ao PSD, e teve como uma das consequências a inviabilização do inquérito aprovado em Março.
Para poderem ver os diálogos dos deputados na nossa Assembleia da República a propósito do tráfico de armas no âmbito do "Irangate", só seguindo estes passos que descrevo, pois uma simples busca por palavras-chave no "Google", ou outro qualquer motor de busca que não o interno do Parlamento, não permite aceder a estas páginas:
"Vicente Jorge Silva, como já vimos, escreveu uma crónica [no 'Expresso'] em Janeiro de 1987 a criticar a falta de um inquérito parlamentar sobre o assunto. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Pires de Miranda, de acordo com os jornais de Fevereiro, foi ao Parlamento falar sobre o assunto.
Então, politicamente, como é que tudo foi resolvido? Para responder a esta questão deixo aqui novamente uma sugestão para que seja o próprio leitor a fazer uma espécie de 'descubra você mesmo a partir de casa': ligue o seu computador à Internet e vá ao endereço da Assembleia da República, www.parlamento.pt, e escolha a opção 'Actividade Parlamentar'. Siga para 'Debates Parlamentares' e clique no ícone do 'Diário da Assembleia da República'. Escolha 'Pesquisa por texto livre' e na caixa onde diz 'Legislatura' seleccione 'Todas as legislaturas'. Por fim, onde está 'Expressão a pesquisar', escreva 'Irangate' e pressione o botão 'Enter'. Terá então à sua disposição 24 páginas, de sete Diários da Assembleia da República, com a transcrição dos diálogos entre os deputados, no Parlamento, com alusões ao caso das armas norte-americanas que passaram por Portugal.
Gostaria aqui de salientar a discussão ocorrida na Assembleia da República dois meses depois de Vicente Jorge Silva ter chamado a atenção no 'Expresso' para a necessidade de ser criada uma comissão de inquérito ao caso 'Irangate'."
Esta última, digo para quem a quiser descobrir, é a sessão de 31 de Março de 1987. Três dias antes da moção de censura do PRD, que, em Junho, acabaria por dar a primeira maioria absoluta ao PSD, e teve como uma das consequências a inviabilização do inquérito aprovado em Março.
20040506
Jornalismo de merda
Para verem um exemplo de jornalismo de merda, sugiro que passem pelo "Glória Fácil", que é um blogue feito por jornalistas do "Público", da área de política.
Eles foram fazer uma busca no "site" do nosso Parlamento sobre o uso da palavra "merda" nos debates parlamentares.
Eu, por exemplo, que não entendo nada de jornalismo, já utilizei aquele mesmo motor de busca (e expliquei no meu livro "Eu Sei Que Você Sabe" como todos nós podemos fazê-lo), mas para descobrir como é que um inquérito ao tráfico de armas, relacionado com o escândalo internacional do "Irangate", em Portugal, no tempo em que Mário Soares e Mota Pinto faziam o "Bloco Central", foi aprovado na Assembleia da República (debate de 31 de Março de 1987). Um inquérito que nunca chegou a funcionar porque, três dias depois, o PRD meteu aquela famosa moção de censura ao governo do PSD, o que acabou por atirar o País para as eleições de Junho de 1997, as tais que deram a primeira maioria absoluta a Cavaco Silva, o que já não permitiu depois nova votação e constituição do inquérito.
Podem verificar isso ao fazer a busca como fez o "Glória Fácil". Mas, em vez de "merda", escrevem antes "Irangate".
Ah! Porque estes jornalistas (que receberam o meu livro e nunca acharam que tivesse qualquer valor noticioso) não escrevem sobre isso.
Preferem o jornalismo de merda...
Eles foram fazer uma busca no "site" do nosso Parlamento sobre o uso da palavra "merda" nos debates parlamentares.
Eu, por exemplo, que não entendo nada de jornalismo, já utilizei aquele mesmo motor de busca (e expliquei no meu livro "Eu Sei Que Você Sabe" como todos nós podemos fazê-lo), mas para descobrir como é que um inquérito ao tráfico de armas, relacionado com o escândalo internacional do "Irangate", em Portugal, no tempo em que Mário Soares e Mota Pinto faziam o "Bloco Central", foi aprovado na Assembleia da República (debate de 31 de Março de 1987). Um inquérito que nunca chegou a funcionar porque, três dias depois, o PRD meteu aquela famosa moção de censura ao governo do PSD, o que acabou por atirar o País para as eleições de Junho de 1997, as tais que deram a primeira maioria absoluta a Cavaco Silva, o que já não permitiu depois nova votação e constituição do inquérito.
Podem verificar isso ao fazer a busca como fez o "Glória Fácil". Mas, em vez de "merda", escrevem antes "Irangate".
Ah! Porque estes jornalistas (que receberam o meu livro e nunca acharam que tivesse qualquer valor noticioso) não escrevem sobre isso.
Preferem o jornalismo de merda...
Fernando Nogueira ausente
Ouvi na SIC-Notícias que Fernando Nogueira faltou, hoje, ao encontro dos antigos líderes do PSD, "porque vive em Paris".
Claro. E não há aviões. E ele deve ter uma agenda ocupada (acredito que tenha...), mas não "engulo" essa informação.
Fernando Nogueira não fala sobre política. Não surge em nada relacionado com a política. Está longe disto tudo.
Assim, não tem de falar, por exemplo, sobre as eleições de Outubro de 1995, quando Cavaco Silva disse que ele, Fernando Nogueira, não conhecia a sua decisão em relação às presidenciais de 1996. Quando até sabia... Foi "um assassinato político", conforme caracterizou o então candidato do PS, António Guterres, que graças a isso viria a ser eleito primeiro-ministro.
Por isso, meus senhores, é que Fernando Nogueira ficou hoje em Paris.
Claro. E não há aviões. E ele deve ter uma agenda ocupada (acredito que tenha...), mas não "engulo" essa informação.
Fernando Nogueira não fala sobre política. Não surge em nada relacionado com a política. Está longe disto tudo.
Assim, não tem de falar, por exemplo, sobre as eleições de Outubro de 1995, quando Cavaco Silva disse que ele, Fernando Nogueira, não conhecia a sua decisão em relação às presidenciais de 1996. Quando até sabia... Foi "um assassinato político", conforme caracterizou o então candidato do PS, António Guterres, que graças a isso viria a ser eleito primeiro-ministro.
Por isso, meus senhores, é que Fernando Nogueira ficou hoje em Paris.
20040505
Cinco factos
Facto 1 - Notícia de hoje da revista "Focus", páginas 32 e 33, artigo intitulado "Tudo o que Ferro Rodrigues disse", sobre a ida do líder do PS ao DIAP, a 4 de Junho de 2003, onde falou sobre o processo da Casa Pia.
A dada altura pode-se ler: "A 14 de Maio [de 2003], mais um encontro. Agora com o militante do PS João Carlos Silva, ex-presidente da RTP, na Assembleia da República. João Carlos Silva trazia informações recolhidas, uma vez mais, junto de Moita Flores. Estariam também envolvidos no escândalo o antigo primeiro-ministro Cavaco Silva e o ex-Presidente da República Ramalho Eanes, sob suspeita de práticas pedófilas. O líder do PS disse ao DIAP que, depois de ouvir estas informações, ficou 'mais tranquilo', dado o absurdo das imputações- a Cavaco e a Eanes-, que se somavam às primeiras.
A tranquilidade durou pouco. António Costa falou no dia seguinte [15 de Maio de 2003] e avisou-o que estaria iminente uma acção contra Paulo Pedroso. Ferro disse ao DIAP que nunca questionou as fontes de Costa 'uma vez que havia sido ministro da Justiça e conhecia pessoas fortemente informadas'.
Facto 2 - Primeira página do semanário "Expresso" de 17 de Maio de 2003, onde se diz que Ferro Rodrigues e Durão Barroso estiveram nesse fim-de-semana, em Paris, a participar numa reunião do grupo Bilderberg (associação com cariz secreto entre empresários e políticos).
Facto 3 - Continuação da mesma notícia de hoje da "Focus":"Depois de Paulo Pedroso ter sido detido, Ferro Rodrigues e António Costa passaram a adoptar uma estratégia de contacto directo com várias figuras do Governo e da comunicação social para diminuir o impacto da detenção de um deputado socialista.
António Costa, disse Ferro Rodrigues, contactou o ministro da Presidência, Morais Sarmento, para lhe dar conta do que se passava. O objectivo era fazer chegar ao primeiro-ministro, Durão Barroso, a mensagem de que Ferro estava a ser investigado e evitar que os membros do Governo começassem a falar da detenção de Paulo Pedroso e da implicação de dirigentes do PS no processo Casa Pia."
Facto 4 - Um artigo intitulado "Ferro e Bilderberg", publicado aqui, no "Para Mim Tanto Faz", datado de 14 de Novembro de 2003, sexta-feira, um dia depois da saída da revista "Visão" com uma entrevista a Ferro Rodrigues:
Na "Visão" de ontem, entrevista a Ferro Rodrigues, o líder do PS diz a certa altura que "houve muito pouca gente a saber, entre os dias 12 e 21 [de Maio, vésperas da detenção de Paulo Pedroso], o que estava em marcha. Mas nós só fizemos aquilo que a nossa consciência nos obrigava a fazer. No meio deste processo tão difícil, estive numa reunião em Versalhes, como convidado daqueles encontros de Bildberg, durante dois dias, sempre com o telemóvel de prevenção para falar com o Paulo Pedroso e, claro, com o António Costa".
Os encontros de Bilderberg (e não Bildberg, como erradamente apareceu na revista), são encontros anuais, com características secretas, organizados entre políticos e grandes magnatas.
Tais encontros não permitem a presença de jornalistas, pelo que pouco se conhece do teor das conversas. Aliás, muita gente interroga-se sobre o que realmente é ali "cozinhado", visto que, se é supostamente bom para todos nós, então porque não publicitam e estimulam este género de reuniões?!
É, por isso, interessante notar a menção de Ferro Rodrigues a este encontro secreto em particular. Ainda por cima, quando surge na sequência de uma afirmação de que "muito pouca gente sabia" do que se estaria a passar em relação à Casa Pia e ao envolvimento do seu nome e do de Paulo Pedroso.
Será que os outros portugueses que também estiveram em Versalhes naqueles dois dias falaram disso com Ferro?
Será que ele desbafou os seus problemas com os portugueses que encontrou por lá?
Será que depois falou desse "desabafo" ao telefone com António Costa e isso está nas escutas ao seu telefone?
Como então explicar esta menção a Bilderberg, que Ferro Rodrigues fez questão em publicitar, ao arrepio de todas as normas de secretismo que se escondem por detrás daquela organização mundial?
Será isto um "aviso" para alguém?
E, já agora, quem foram os outros portugueses referenciados nesse encontro de Bilderberg de 2003?
Esta última é fácil de responder. Vejam aqui.
Facto 5 - Ainda mais um dado do artigo de hoje da "Focus":"Para Ferro, havia a 4 de Março de 2003 [aqui julgo que o jornalista queria dizer 4 de Junho, dia das declarações do líder do PS no DIAP, mas adiante] duas hipóteses para o seu nome e o de Pedroso estarem envolvidos no caso de pedofilia. Uma, a de que os seus inimigos políticos o quisessem abater, pois tinha já tomado 'posições antiamericanas' e era acusado de querer uma 'convergência à esquerda' com o PCP. A outra, defendida por António Costa, era a da 'maquinação' denunciada por Ferro, mas com o fim de destruir a investigação".
Conclusão: Não sei se Ferro e Barroso falaram sobre Cavaco e Eanes durante o encontro do grupo Bilderberg, em Paris. Os jornalistas não nos explicam isso e os políticos não querem falar sobre isso.
Mas, o certo é que Ferro nunca mais foi incomodado e já não se anuncia uma convergência do PS com o PCP. Quanto à investigação... veremos.
Agora, estes são os líderes que temos.
A dada altura pode-se ler: "A 14 de Maio [de 2003], mais um encontro. Agora com o militante do PS João Carlos Silva, ex-presidente da RTP, na Assembleia da República. João Carlos Silva trazia informações recolhidas, uma vez mais, junto de Moita Flores. Estariam também envolvidos no escândalo o antigo primeiro-ministro Cavaco Silva e o ex-Presidente da República Ramalho Eanes, sob suspeita de práticas pedófilas. O líder do PS disse ao DIAP que, depois de ouvir estas informações, ficou 'mais tranquilo', dado o absurdo das imputações- a Cavaco e a Eanes-, que se somavam às primeiras.
A tranquilidade durou pouco. António Costa falou no dia seguinte [15 de Maio de 2003] e avisou-o que estaria iminente uma acção contra Paulo Pedroso. Ferro disse ao DIAP que nunca questionou as fontes de Costa 'uma vez que havia sido ministro da Justiça e conhecia pessoas fortemente informadas'.
Facto 2 - Primeira página do semanário "Expresso" de 17 de Maio de 2003, onde se diz que Ferro Rodrigues e Durão Barroso estiveram nesse fim-de-semana, em Paris, a participar numa reunião do grupo Bilderberg (associação com cariz secreto entre empresários e políticos).
Facto 3 - Continuação da mesma notícia de hoje da "Focus":"Depois de Paulo Pedroso ter sido detido, Ferro Rodrigues e António Costa passaram a adoptar uma estratégia de contacto directo com várias figuras do Governo e da comunicação social para diminuir o impacto da detenção de um deputado socialista.
António Costa, disse Ferro Rodrigues, contactou o ministro da Presidência, Morais Sarmento, para lhe dar conta do que se passava. O objectivo era fazer chegar ao primeiro-ministro, Durão Barroso, a mensagem de que Ferro estava a ser investigado e evitar que os membros do Governo começassem a falar da detenção de Paulo Pedroso e da implicação de dirigentes do PS no processo Casa Pia."
Facto 4 - Um artigo intitulado "Ferro e Bilderberg", publicado aqui, no "Para Mim Tanto Faz", datado de 14 de Novembro de 2003, sexta-feira, um dia depois da saída da revista "Visão" com uma entrevista a Ferro Rodrigues:
Na "Visão" de ontem, entrevista a Ferro Rodrigues, o líder do PS diz a certa altura que "houve muito pouca gente a saber, entre os dias 12 e 21 [de Maio, vésperas da detenção de Paulo Pedroso], o que estava em marcha. Mas nós só fizemos aquilo que a nossa consciência nos obrigava a fazer. No meio deste processo tão difícil, estive numa reunião em Versalhes, como convidado daqueles encontros de Bildberg, durante dois dias, sempre com o telemóvel de prevenção para falar com o Paulo Pedroso e, claro, com o António Costa".
Os encontros de Bilderberg (e não Bildberg, como erradamente apareceu na revista), são encontros anuais, com características secretas, organizados entre políticos e grandes magnatas.
Tais encontros não permitem a presença de jornalistas, pelo que pouco se conhece do teor das conversas. Aliás, muita gente interroga-se sobre o que realmente é ali "cozinhado", visto que, se é supostamente bom para todos nós, então porque não publicitam e estimulam este género de reuniões?!
É, por isso, interessante notar a menção de Ferro Rodrigues a este encontro secreto em particular. Ainda por cima, quando surge na sequência de uma afirmação de que "muito pouca gente sabia" do que se estaria a passar em relação à Casa Pia e ao envolvimento do seu nome e do de Paulo Pedroso.
Será que os outros portugueses que também estiveram em Versalhes naqueles dois dias falaram disso com Ferro?
Será que ele desbafou os seus problemas com os portugueses que encontrou por lá?
Será que depois falou desse "desabafo" ao telefone com António Costa e isso está nas escutas ao seu telefone?
Como então explicar esta menção a Bilderberg, que Ferro Rodrigues fez questão em publicitar, ao arrepio de todas as normas de secretismo que se escondem por detrás daquela organização mundial?
Será isto um "aviso" para alguém?
E, já agora, quem foram os outros portugueses referenciados nesse encontro de Bilderberg de 2003?
Esta última é fácil de responder. Vejam aqui.
Facto 5 - Ainda mais um dado do artigo de hoje da "Focus":"Para Ferro, havia a 4 de Março de 2003 [aqui julgo que o jornalista queria dizer 4 de Junho, dia das declarações do líder do PS no DIAP, mas adiante] duas hipóteses para o seu nome e o de Pedroso estarem envolvidos no caso de pedofilia. Uma, a de que os seus inimigos políticos o quisessem abater, pois tinha já tomado 'posições antiamericanas' e era acusado de querer uma 'convergência à esquerda' com o PCP. A outra, defendida por António Costa, era a da 'maquinação' denunciada por Ferro, mas com o fim de destruir a investigação".
Conclusão: Não sei se Ferro e Barroso falaram sobre Cavaco e Eanes durante o encontro do grupo Bilderberg, em Paris. Os jornalistas não nos explicam isso e os políticos não querem falar sobre isso.
Mas, o certo é que Ferro nunca mais foi incomodado e já não se anuncia uma convergência do PS com o PCP. Quanto à investigação... veremos.
Agora, estes são os líderes que temos.
20040504
Almoço de 1 de Maio
Este sábado, dia do trabalhador, comi que nem um burguês.
E até podia ser assim todos os dias. Ainda por cima, descobri que existe vida para além daquele mundo que vem nos jornais.
Fiquei a saber que há pessoas que comunicam e fazem coisas lindas e bem mais interessantes do que aquilo que a comunicação social nos dá todos os dias.
Fiquei sem mais palavras. Só me apetece ler e calar. Para mim. Faz.
Para descobrirem o que fiquei a conhecer, podem começar a busca pelo blogue do organizador.
E até podia ser assim todos os dias. Ainda por cima, descobri que existe vida para além daquele mundo que vem nos jornais.
Fiquei a saber que há pessoas que comunicam e fazem coisas lindas e bem mais interessantes do que aquilo que a comunicação social nos dá todos os dias.
Fiquei sem mais palavras. Só me apetece ler e calar. Para mim. Faz.
Para descobrirem o que fiquei a conhecer, podem começar a busca pelo blogue do organizador.