Droga de avião - II

Sobre o avião da Air Luxor que foi apanhado com quase 400 quilos de cocaína no aeroporto de Maiquetia na Venezuela, tenho a dizer que o caso trouxe-me à memória várias recordações. A primeira, mais óbvia, foram as minhas várias passagens por aquele mesmo aeroporto. Depois, pensei ainda no aeroporto de Tires, local onde fui uma vez realizar uma reportagem para o "Tal&Qual" e pude comprovar a completa falta de controle de identidade e de revista dos passageiros que alugam aviões (foi pouco depois dos atentados do 11 de Setembro de 2001...). A seguir, lembrei-me do primeiro capítulo do meu livro "Eu Sei Que Você Sabe - Manual de Instruções para Teorias da Conspiração", onde relato a viagem de Durão Barroso desde Tires até ao Alvor, a bordo de um avião privado. No mesmo capítulo levanto ainda a hipótese de Barroso ter feito uma viagem secreta a Washington para participar numa reunião do grupo de Bilderberg, também a bordo de um avião particular. Neste caso, um "Falcon". Depois, numa recordação mais recente (foi quatro dias antes da detenção do avião da droga), lembro-me da visita do magnata venezuelano Gustavo Cisneros a Portugal, para o lançamento do seu livro, que foi apresentado por Pinto Balsemão. Lembro-me que Balsemão disse que esperava ver Cisneros como o rosto da Oposição a Hugo Chávez. E lembro-me ainda de ter lido na "Visão" (revista de Balsemão) que o avião presidencial de Hugo Chávez se encontrava na pista de Maiquetia, ao lado do avião da droga.
Enfim, "just memories"...
Nada mais.

Chama o António!

Viram hoje o murro que Jorge Sampaio deu na mesa quando discursava sobre o facto dos cidadãos deste País (com 8 séculos de história e não 800 séculos, como errdamente disse no calor da emoção) terem direito à liberdade de expressão? O homem perdeu a aquela fleuma britânica que sempre o caracterizou e agora deve achar que ainda vai a tempo de entrar para a História...
Será que já vem tarde? Para recuperar, e à semelhança do que fez com o sr. Sousa, poderia começar por também chamar a Belém o António B. Caldeira...

"Expresso 9/11"

O semanário "Expresso" distribuiu hoje o DVD do documentário "Fahrenheit 9/11", de Michael Moore. Um documentário demolidor para o actual presidente dos EUA, George W. Bush e que demonstra, no capítulo 4, como há uma estreita relação entre a família Bush e a família Bin Laden. Este filme denuncia ainda as ligações entre a guerra no Iraque e o grupo financeiro Carlyle.
É uma pena que o documentário seja distribuído sem qualquer contextualização em relação a Portugal, pois foi neste nosso País que se decidiu a invasão do Iraque (no encontro dos Açores), sem esquecer que um dos dirigentes do grupo Carlyle que estava com Bush pai no Ritz de Washington no dia 11 de Setembro de 2001 era o nosso bem conhecido comendador Frank Carlucci.
O filme está agora na minha prateleira de DVD's, mas não posso deixar de sentir um arrepio frio na espinha quando leio na lombada os nomes "Lusomundo" e "Expresso"...
Já agora, eis uma sugestão para um blogue.

Documentos perigosos para a nossa Liberdade

Depois de ter lido o blogue de António B. Caldeira, onde ele conta como a PJ foi a sua casa apreender o computador, visto que divulgara documentos do processo da Casa Pia (como o texto do recurso do Ministério Público em relação à decisão de não levar a julgamento Paulo Pedroso e, mais recentemente, publicara ainda o relatório do SIS sobre a pedofilia), quero aqui deixar à mesmo PJ uma lista de alguns documentos igualmente perigosos que podem encontrar em minha casa. Caso estejam interessados em fazer uma busca a este vosso fiel servidor, poderão descobrir um acervo de informações documentais onde estão registadas várias ilegalidades e que há muito deveriam ter sido devidamente investigadas. Tal cruzamento de dados culminou depois no meu livro “Eu Sei Que Você Sabe – Manual de Instruções par Teorias da Conspiração”. Assim, se decidirem “visitar” a minha humilde residência terei ainda o maior prazer em autografar o vosso exemplar. Aqui segue a lista:

“25 de Novembro Sem Máscara”, Pinheiro de Azevedo, Editorial Intervenção, 1977
“Achas na Autonomia”, Luís Calisto, Diário de Notícias – Madeira, 1995
“Americanos e Portugal, Os - Anos de Richard Nixon, Os - 1969-1974”, José Freire Antunes, Publicações Dom Quixote, 1986
“Antigo Regime e a Revolução, O – Memórias Políticas (1941-1975)”, Diogo Freitas do Amaral, Bertrand/Nomen, 1995
“‘Apollo’ Parte Para Águas Alheias, O”, Oleg Ignátiev, Edições Progresso, 1985
“Autobiografia Política - Vol.1”, Aníbal Cavaco Silva, Temas e Debates, 2002
“Burla do 28 de Setembro, A”, António Maria Pereira, Bertrand, 1976
“Caderno de Memórias”, José Manuel Villas-Boas, Temas e Debates, 2003
“Camarate”, Augusto Cid, Distri Editora, 1984
“Camarate – A Verdade Não Prescreve”, Inês Serra Lopes, Publicações Dom Quixote, 1996
“Camarate – Como, Porquê e Quem”, Augusto Cid, Distri Editora, 1987
“Camarate – Divulgação Integral dos Pareceres Periciais e de Peças Elucidativas do Processo”, Ministério da Justiça, 1983
“CIA Contra Angola, A”, John Stockwell, Ulmeiro, 1979
“Contos Proibidos – Memórias de um PS Desconhecido”, Rui Mateus, Publicações Dom Quixote, 1996
“Costa Gomes – Último Marechal, O”, Maria Manuela Cruzeiro, Editorial Notícias, 1998
“Crime de Camarate, O”, Ricardo Sá Fernandes, Bertrand, 2001
“Diário de um Agente da CIA”, Philip Agee, Moraes Editores, 1977
“Defrauding America – Encyclopedia of Secret Operations by the CIA, DEA, and Other Covert Agencies - Expanded third edition”, Rodney Stich, Diablo Western Press, 1998
“Desmantelar a América”, Oswald Le Winter, Publicações Europa-América, 2001
“Dez Anos em Washington - 1971-1981”, João Hall Themido, Publicações Dom Quixote, 1995
“Dutch – A Memoir of Ronald Reagan”, Edmund Morris, Modern Library, 1999
“Effroyable Imposture, L’”, Thierry Meyssan, Editions Carnot, 2002
“Encyclopédie du Renseignement et des Services Secrets”, Jacques Baud, Lavauzelle, 1998
“Encyclopedia of Espionage, The”, Norman Polmar e Thomas B. Allen, Gramercy Books, 1998
“Firewall - Iran-Contra Conspiracy and Cover-up, The”, Lawrence E. Walsh, W. W. Norton&Company, 1997
“Guerra de África, A (1961-1974) - Vol. I”, José Freire Antunes, Círculo de Leitores, 1995
“Iran-Contra Scandal: The Declassified History, The”, Peter Kornbluh e Malcolm Byrne, New Press, 1993
“Marcello e Spínola – Ruptura, A”, Manuel Bernardo, Edições Margem, 1994
“Memórias de um Espião”, Oleg Kalugin com Fen Montaigne, Chiado, 1994
“Monsieur X – Mémoires Secrets”, Denoël, 1998
“Movimento dos Capitães e o 25 de Abril, O”, Avelino Rodrigues, Cesário Borga e Mário Cardoso, Publicações Dom Quixote, 2001
“October Surprise – America’s Hostages in Iran and the Election of Ronald Reagan”, Gary Sick, Times Books, 1991
“October Surprise – Did the Reagan-Bush Election Campaign Sabotage President Carter’s Attempts To Free the Americans Hostages in Iran?”, Barbara Honegger, Tudor Publishing Company, 1989
“Portugal e o Futuro”, António de Spínola, Arcádia, 1974
“Portugal – Tempo de Paixão”, Leonor Xavier, Círculo de Leitores, 2000
“Soares – Democracia”, Maria João Avillez, Círculo de Leitores, 1996
“Soares – Ditadura e Revolução”, Maria João Avillez, Círculo de Leitores, 1996
“Soares – Presidente, O”, Maria João Avillez, Círculo de Leitores, 1997
“Trial of Henry Kissinger, The”, Christopher Hitchens, Verso, 2001
“Trick or Treason – The October Surprise Mystery”, Robert Parry, Sheridan Square Press, 1993
“Under Fire – American Story, An”, Oliver L. North com William Novak, Harper Collins Publishers, 1991
“Verdade e a Mentira na Revolução de Abril, A – (Contra-revolução Confessa-se, A)”, Álvaro Cunhal, Edições Avante, 1999

Profundo

O António Caldeira vai hoje a tribunal, às 14 horas, em Alcobaça. Vai porque não aceitou ficar calado. Vai por todos nós...

Currículo do Lixo

Em resposta ao texto sobre ser uma tradição de Santana Lopes desistir sempre a meio dos seus projectos, enviaram-me este outro texto que não resisto em partilhá-lo:

"Quando entrei na escola, vi uns colegas a jogar futebol. O jogo já tinha começado, porém deixaram-me entrar porque um deles tinha desistido e, quando marquei o terceiro golo, começaram a chover apupos, rasteirinhas e caneladas.
Comentaram que se estava armado em Figo, então que fosse jogar para o Barça para depois desistir e ir jogar pelo Real. Desisti do jogo.

Fui até às aulas de História de Portugal.
Ensinaram lá que, ontem, ou coisa que o valha, Portugal foi grande, que teve muitas colónias e que foi o último a desistir delas.
Perguntei porquê e responderam: Porque não davam trabalho nenhum a certas pessoas.
Desisti daquele aborrecimento.

Cursei depois Ambiente.
Apontaram lá as carradas de eucaliptos oriundos da Austrália, plantados neste pequenino país e que por isso, agora, a terra secou e morreu... e os lucros foram parar aos grandes países.
Desisti daquele esgotamento.

Experimentei as aulas de Cultura
Vi ostentação e ouvi parco assunto.
Desisti daquela paneleirice.

Frequentei as aulas de Literatura.
Disseram lá que temos um Nobel.
Onde?!!, perguntou alguém.
Responderam que desistiu de Portugal e foi viver com uma jornalista espanhola.

Espreitei as aulas de política mas estavam sobrelotadas.
Desisti de esperar na fila.

Tentei namorar, mas desisti.
Porra! Havia tanta alcoviteirice…

Quando cheguei a casa perguntei à minha mãe porque é que voltou à pressa para Portugal quando eu tentei nascer em Paris.
Respondeu que era aqui a minha casa… Mas porque é que perguntas isso?!
Porque agora não sentiria esta forte e estranha vontade de desistir de ser português..."

Honesto e inteligente

Depois de ter ouvido ontem o director do "Público" dizer que as teorias da conspiração são coisas de filmes ou de livros como "O Código Da Vinci", cheguei à seguinte conclusão:

Quem é honesto e não é inteligente, não acredita que as teorias da conspiração existem.
Quem não é honesto e é inteligente, sabe que as teorias da conspiração existem para enganar os honestos.
Quem é honesto e inteligente e diz que não acredita em teorias da conspiração, está a mentir (e neste caso não é honesto), ou então é director do “Público”.

Droga de avião

O avião que foi apanhado na Venezuela com droga, fotografado no ano passado na Portela !

Cumprir a tradição

Num daqueles "fw" de e-mail surgiu-me isto:

"Currículo de Luxo
Em pequeno, quando jogava à bola, estando a perder, metia a bola debaixo do braço e voltava para casa.
Foi estudar para a Alemanha mas desistiu a meio e voltou para casa.
Foi deputado no Parlamento Europeu mas desistiu a meio e voltou para casa.
Casou-se mas desistiu a meio e voltou para casa.
Voltou a casar mas desistiu a meio e voltou para casa.
Casou pela terceira vez mas desistiu a meio e voltou para casa.
Teve uma empresa de Comunicação Social mas desistiu a meio e voltou para casa.
Foi presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz mas desistiu a meio e voltou para casa.
Levou consigo para a Figueira a Cinha Jardim mas esta desistiu a meio e voltou para casa.
Foi Secretário de Estado da Cultura mas desistiu a meio e voltou para casa.
Foi presidente do Sporting mas desistiu a meio e voltou para casa.
Foi Presidente da Câmara Municipal de Lisboa mas desistiu a meio e voltou para casa. É Primeiro Ministro e espero que a tradição se cumpra...
Porra Santana nunca mais desistes!!!!!!!!!"

..............


Comentário meu: Este é mais um ataque fácil ao nosso primeiro-ministro e nada disto vai ajudar a uma discussão que interesse verdadeiramente aos problemas do País. è pura distração... Depois, olhando para esta lógica fácil, lamento dizer-vos que o Dr. Pedro Miguel não vai desistir a meio, pois ele entrou para o lugar de primeiro-ministro precisamente a meio do mandato do Governo! Por isso, desta vez, basta-lhe manter-se até ao fim do mandato para que, precisamente, se cumpra a suposta tradição que a muitos parece incomodar!
E, já agora, acho que o mandato de presidente da Câmara na Figueira da Foz até foi cumprido na totalidade dos quatro anos, não?!

Eleições nos EUA

Os norte-americanos, daqui a uns dias, irão escolher o presidente. Acho mal que sejam só eles a elegerem uma pessoa que vai afectar a vida de todos nós. Sou pela democracia, daí que também deveria votar, pois se um dia Portugal vier a ser invadido pelos EUA, ao menos que o seja por um presidente que eu escolhi.

Uma pequena grande boa notícia!

Vão ser publicados os inéditos do "Le Petit Nicolas" de Goscinny e Sempé!!!!!!

O grande farpador!

Marcelo disse há dias que, caso tivesse ambições presidenciais, seria muito estúpido sair da TVI quando ainda falta um ano para as eleições. Vendo bem, a TVI é agora a televisão da "Quinta das Celebridades", pelo que até nem foi uma decisão pouco inteligente abandonar o barco nesta altura tão peculiar na vida política...
E ontem viu-se que Marcelo tem outros palcos bem mais atractivos para mandar "Farpas" ao actual Governo, como fez no Chiado, no lançamento do livro com os textos de Eça e Ortigão. Um lançamento que já estaria previsto há algum tempo, não?!
Marcelo não é inteligente. Ele apenas acredita que nós somos estúpidos.

"bom dia"

Há 10 anos criei para as páginas de domingo do diário portuense "O Primeiro de Janeiro" as aventuras de Roque Gomes, o detective da baixa portuense. As ilustrações eram feitas a título gracioso por um amigo. Normalmente, eu chegava a casa dele com a ideia da história, descrevia-lhe a situação e ele lá me arranjava, na hora, um desenho sempre espectacular... Para mim, com aquele desenho na mão ou apenas com a simples antecipação de que iria ter uma ilustração genial, era sempre fácil escrever uma história todas as semanas. E, cada vez que eu imaginava alguma aventura do detective, via-o também a habitar aquele mesmo apartamento da Rua Firmeza onde esse meu amigo fazia as ilustrações. Porém, houve alturas em que esse amigo, como andava a aprender a tocar guitarra e a ter aulas de música, não podia entregar-me as ilustrações a tempo da publicação no jornal. Lembro-me que uma vez saquei uma série de desenhos soltos que tinha espalhados pelo seu quarto e crei depois aventuras de Roque Gomes para aqueles desenhos... Ficaram assim assegurados mais alguns episódios. Até que a vida nos foi separando... Eu continuei no jornalismo e ele expandiu para a pintura e música.
Hoje, com orgulho, tal como já o fiz há uns tempos atrás, fui comprar mais um disco do Manel. Depois dos "Ornatos Violeta", o Manel Cruz está agora no planeta "Pluto" e o seu novo disco chama-se "bom dia".
Para ver e ouvir.

Isto está a ficar bonito...

Primeiro foi o FCPorto que perdeu em Paris e com isso perdeu o futebol nacional, pois já não vai ter nenhuma equipa na fase final da Liga dos Campeões. Contudo, creio que o treinador vai chegar até ao Natal.
Agora, o telejornal estatal abriu depois do jogo com a notícia da carga policial sobre estudantes de Coimbra, que protestavam contra a fixação das propinas. A reportagem até teve direito a repetição em câmara lenta do momento em que um agente lançou gás mostarda nos olhos de um estudante. E, no ar, ainda correm as notícias do controle que o Governo quer lançar sobre a Comunicação Social. Isto anda bonito e, se não houver uma qualquer retoma ou iniciativa mais popular, acho que este Governo não vai chegar até ao Natal...

A culpa é da FIFA

Que foi golo, todos nós já sabemos. Agora, será que o árbitro do último Benfica-Porto, Oligário Benquerença, poderia ter decidido validá-lo conscientemente? Claro que não: na dúvida... não se assinala. Quer isto dizer que não se beneficia a equipa que ataca... Devo andar muito enganado, mas há uns tempos ouvi dizer a propósito da regra do fora-de-jogo, que, em caso de dúvida, deveria beneficiar-se a equipa que ataca, pois o objectivo do futebol, e o que leva as pessoas aos estádios e dá dinheiro aos clubes, são os golos. Aquilo a que se chama de "espectáculo".
Só que isto anda tudo ao contrário e, por isso, há muito que deixei de ir ver um jogo da bola aos estádios. Pensei ainda que aquela ideia de recorrerem às novas tecnologias, como, por exemplo, utilisar imagens televisivas para as decisões mais polémicas, teria pernas para correr. Uma câmara fixa junto à baliza poderia ter resolvido na hora a questão do golo. Tal e qual como as câmara fotográficas decidem os vencedores dos 100 metros nos Jogos Olímpicos. Se o comité Olímpico as usa, por que não a FIFA?! Pelos vistos, ainda há resistências.
Os norte-americanos têm um "slogan" para o basquetebol que é "I Love This Game". E nós? Francamente, só me ocorre algo dentro do estilo do que um seleccionador campeão do mundo disse há uns tempos a um jornalista. É melhor nem dizer.

Praga o que deves

Ainda não visitaram o "Praga"?
Aqui fica uma amostra do que têm andado a perder por não conhecerem o blogue do Renato Filipe Cardoso:

"Sócrates, seu glutão!"
A edição do «Expresso» deste fim-de-semana contém, no caderno de Economia, uma caricatura desenhada do Eça de Queiroz acompanhada por uma frase proveniente da obra "O Conde de Abranhos", da autoria do escritor. Era a seguinte: "ESTE GOVERNO NÃO CAIRÁ, PORQUE NÃO É UM EDIFÍCIO. SAIRÁ COM BENZINA, PORQUE É UMA NÓDOA."
Claro que aproveitei o lembrete e, antes que tornasse a esquecer, fui logo buscar o Presto máquina para pôr a roupa a lavar. Mas enquanto isso, coisa e tal fui cogitando como há tantos anos anos atrás pudera o nosso bem-amado Eça ser assim visionário e pertinaz, criando um pensamento que ultrapassaria décadas para vir encaixar como uma luva no colo do presente. Nem o Orwell!
Contudo, caros leitores, quando se tem um cãozito jovem, traquinas e voraz como como o meu, não se pode perdê-lo de vista sequer um minuto. Quando dei por ele estava com o pacote do Presto na boca, ou melhor, o que restava do pacote e que também estava a ser roído furiosamente.
Brincadeira ou não, o certo é que me assustei com o episódio, ergui o jornal em riste e disse-lhe: "SÓCRATES!! ÉS UM GLUTÃO! FEIO! JÁ PRÁ CASOTA!".
Quis apenas partilhar esta breve estória para demonstrar que, às vezes, os cãezinhos pequenitos também podem ser perigosos.

Porque amanhã é 18 de Outubro...

... recordo o alegado negócio feito há 24 anos pelo pai do actual presidente dos EUA no sentido de negociar a não libertação de 52 reféns norte-americanos no Irão, impedindo a reeleição de Jimmy Carter. Um negócio que ficou conhecido como "October Surprise". E, 18 de Outubro de 1980, é a data apontada para o dia em que "Bush made deal with Iranians".
Daqui a um mês e meio, a 4 de Dezembro, fará 24 anos que Sá Carneiro e o seu ministro da Defesa, Amaro da Costa, faleceram na obscura queda do avião que os transportava.
Não pretendo insinuar que estes os dois factos poderão estar relacionados. Pretendo, isso sim, relembrar que, apesar de já se terem passado duas décadas, tudo isto é demasiado actual e demasiado esquecido. Basta ver quem são hoje os políticos norte-americanos e portugueses e o que eram eles há 24 anos...

"Cidadão Kane"

Estive a rever o "Citizen Kane", de Orson Welles, um marco na história do cinema e com uma forte ligação ao jornalismo. O realizador inspirou-se na figura do patrão da Imprensa norte-americana William Randolph Hearst, que ficou famoso por ter dito a um jornalista: "Forneça as fotografias que eu forneço a guerra".
E, já agora, qual era o verdadeiro significado de "Rosebud"? Ver aqui.

A minha história com Santana Lopes, ou o dia em que fui secretário de Estado da Cultura

Toda a gente anda agora para aí a contar uma ou outra história envolvendo o ainda primeiro-ministro de Portugal, Santana Lopes- o "ainda" é porque a alternância democrática é uma coisa normal em democracia e nada é eterno, etc, etc...
Também eu gostaria de contar uma pequena história que se passou comigo. Não está relacionada com qualquer acto de censura, porque não existe censura em Portugal. Eu próprio, quando, em Novembro do ano passado, lancei o meu livro "Eu Sei Que Você Sabe - Manual de Instruções para Teorias da Conspiração", disse aqui que não há censura em Portugal. Existem apenas "critérios jornalísticos". Nada mais.
A minha história com Santana Lopes remonta ao fim de Novembro de 1993, quando eu estagiava no diário portuense "O Primeiro de Janeiro", e Santana, então secretário de Estado da Cultura, foi ao Porto anunciar a inauguração das antigas instalações da Cadeia da Relação.
Aquele local tinha vindo a sofrer obras de remodelação e de adaptação para passar a ser um espaço cultural do Estado. Santana Lopes visitou a Cadeia da Relação com os jornalistas e deu uma conferência de Imprensa no fim. No momento em que confirmou a data da inauguração, exclamei alto e bom som: "Ya! Uma semana antes das eleições!" - Porque isto ocorreu na altura da campanha eleitoral para as eleições autárquicas de Dezembro de 1993.
Santana Lopes dirigiu-se a mim e seguiu-se um diálogo que, julgo eu, foi depois transmitido na TSF, onde a troca de palavras ocorreu mais ao menos assim:

P.S.L. - Mas está a dizer que a inauguração é uma iniciativa eleitoralista?
F.D.C. - Não... Estou apenas a constatar um facto...
P.S.L. - Então olhe, afinal a inauguração vai ser na semana seguinte.
F.D.C. - Veja lá... eu não quero ser responsável por qualquer decisão...
P.S.L. - Não. A inauguração vai ser na semana seguinte...
F.D.C. - Confirma isso? Posso dizer que decidiu após a minha pergunta?
P.S.L. - Sim, pode dizer isso no seu jornal...

Lembro-me ainda que me telefonaram da TSF para obterem uma declaração minha e a pergunta que me fizeram foi: "Então, Frederico, como se sente na pele do secretário de Estado da Cultura por um dia?"
Devo dizer que Santana Lopes não fez depois qualquer tipo de censura ou pressão ao meu jornal e até mudou uma decisão política depois de ouvir a constatação daqui do "yours truly", pelo que, francamente, não entendo agora esta "guerra" contra a sua pessoa.
Só posso concluir que todo este ataque concertado na Imprensa contra Santana Lopes é uma forma de censura dos "média" contra o Governo, e não o contrário...

Ideia para uma ficção

Um milionário russo (daqueles com mais dinheiro do que alguns governos de certos países) paga à selecção de futebol de Portugal para empatar contra os amadores do Liechenstein, porque é o país onde ele tem parte do seu dinheiro depositado e, por acaso, até fez uma aposta com alguns amigos. Depois, combina com a selecção da Rússia que, em troca, deverá perder com Portugal por uma grande diferença de golos, para que a selecção lusitana possa assim recuperar o seu prestígio. O que até dá jeito a alguns russos que precisam de um pretexto para despedir o seu treinador. No fim, no grupo de classificação para o campeonato do mundo, passam Portugal e Rússia. Entretanto, há um jornalista que descobre tudo isto e diz o seguinte ao seleccionador português: "Vá-se foder!" Ainda no meio disto tudo, há um jogador inglês que revela algo que toda a gente sabe ocorrer no mundo do futebol e que, hipocritamente, é mantido fora da discussão pública.

Sintra

Troquei Lisboa, a zona do Marquês de Pombal, pelo ares de Sintra e todos os dias vejo, lá no cima da serra, o Palácio da Pena. Agora sim, já sei onde se esconde o Santo Graal...
Para os iniciados, recordo aqui um "post" de 2 de Agosto sobre o "Código da Vinci", onde expliquei como o nome de Portugal não deriva da verdade histórica que nos ensinam na escola, "Portus Cale", mas sim de "Port au Graal", a Porta para o Graal. Lembro igualmente a análise que fiz, a 11 de Setembro, ao quadro da "Última Ceia", exposto no museu Grão Vasco (1501-1542), em Viseu, onde demonstro como Maria Madalena está ao mesmo nível dos 12 apóstolos.
São apenas alguns sinais para uma ficção capaz de agitar somente uns fracos de espírito. Aquela verdade que poucos conseguirão atingir segue dentro de momentos.

Nova revista

Notícia de hoje do "Público", secção "Media":

"O lançamento
Impala prepara revista tablóide semanal
O grupo editorial Impala, responsável por títulos como 'Maria' e 'Focus', está a preparar o lançamento de uma revista semanal tablóide até ao final do ano. Ainda sem nome definido, o novo projecto editorial da empresa presidida por Jacques Rodrigues conta já com director, o jornalista Carlos Narciso, segundo noticiou ontem a Lusa. O jornalista, que se tornou conhecido pelo grande público através do programa Casos de Polícia na SIC, transita da rádio noticiosa TSF (do grupo Lusomundo Media), onde ingressou em Setembro ano passado. A revista, que terá periodicidade semanal, terá conteúdos relacionados com a actualidade nacional e internacional, assumindo, segundo as mesmas fontes, uma grande influência dos tablóides ingleses e espanhóis."

O primeiro-ministro dos Açores

Vi na Janela para o Rio a reprodução de uma foto da AP que foi publicada no "Washington Post", onde George W. Bush aperta a mão a Santana Lopes e é abraçado ao mesmo tempo por um presidente sul-americano.
A legenda da foto, porém, identifica apenas o presidente do país sul-americano e, em relação ao primeiro-ministro de Portugal, afirma que se trata de uma pessoa "não identificada". Compreende-se que a situação poderá provocar umas gargalhadas...
Porém, como jornalista, tenho a dizer que nada disto abona a favor de quem tirou a foto e de quem a publicou com aquela legenda.
Explique-se: Santana está identificado, pois vemos claramente que tem um cartão identificativo à lapela. Quem tirou a foto e a escolheu para a colocar em linha tinha obrigação de ter lido o cartão, ou então de tentar descobrir quem era a personalidade antes de dar como terminado o seu trabalho de edição da mesma.
O próprio jornal, depois, face àquela falta de identificação de uma personalidade internacional (que se depreende pelo facto do acto ter ocorrido nas Nações Unidas), também deveria ter acautelado essa situação. Não creio que seria muito difícil alguém dizer que era o novo primeiro-ministro do pequeno território norte-americano dos Açores...
Se não é uma conspiração contra Santana, então é puro desleixo e incompetência da AP e do "Washington Post". Porém, vendo o estado a que isto chegou, só nos resta mesmo rir, não é?!

Por favor...

Não me falem mais do Marcelo, pois ele está melhor do que todos nós e não vai deixar nunca de dizer o que bem lhe apetece.
Tudo isto foi apenas uma "marcelice".
Nada mais.
Cá entre nós: Aquele modelo de "Conversas em família" já estava ultrapassado (vejam o meu "post" do dia 4, aquele do diálogo com uma estrangeira numa noite de copos, e vão perceber que Marcelo demitiu-se da TVI depois de me ter lido... Sim, ele sabe quem eu sou, pois ainda hoje não me respondeu à pergunta que lhe lancei no meu livro "Eu Sei Que Você Sabe -Manual de Instruções para Teorias da Conspiração", pág 127).
As suas intervenções começaram num 13 de Maio (2000) e acabaram na véspera de um 5 de Outubro (2004), o que até nem está nada mal para quem gosta de procurar dados simbólicos. Em algumas das suas "brilhantes" intervenções chegou a anunciar a morte de um amigo. Afinal, o amigo veio depois dizer que a notícia da sua morte tinha sido algo exagerada... Mais recentemente, Marcelo anunciou com grande certeza e com grande emoção e convicção que havia mais de uma centena de crianças abandonadas por ano na maternidade Alfredo da Costa, o que depois se descobriu que aquilo fora algo que ele apenas escutara, naquela manhã, durante uma cerimónia da sua religião (não digo isto com desprezo, pois também é a minha religião, mas como sou jornalista e sei que os padres tendem a exagerar os números que apresentam nas missas, as afirmações dos prelados carecem depois de uma verificação independente por parte das forças terrenas. Deus disse-me isto há muito tempo...).
A "agenda" de Marcelo também já estava há muito escrita (ou melhor, está a escrever-se), pois está em preparação a edição de um livro com as suas conversas em família. Vai ser um evento tão importante quanto o de Cavaco Silva há uns tempos...
Por fim, citando alguém, "um bom político tem de ser capaz de prever o dia de amanhã, o que vai acontecer dentro de um mês, dentro de um ano. E depois explicar de uma forma convincente porque tal não aconteceu".
Face a tudo isto, quem gostar do Marcelo e sentir falta dele, então que o carregue!

"O amanhã já começou"

"Neste momento temos de optar pelo homens que sem ambições pessoais se dispõem a servir a Pátria, ou por outros que se preparam para fazer as contas dos seus ódios, dos seus ressentimentos e dos seus recalques, de mistura com muita utopia, muito primarismo ideológico, muito aventureirismo irresponsável".

Um bom dia para todos nós!

(Texto escrito com recurso aos títulos das notícias de alguns jornais do dia de hoje, 6 de Outubro do ano da desgraça de 2004. Para que depois não venham dizer que não há liberdade de criação e de expressão em Portugal).

Dificuldades mantêm-se na nova aldeia da Luz. Conversa que "correu mal" põe Marcelo fora da TVI. Santana Lopes nega pressões contra professor e Paes do Amaral diz que o 'timing' da saída é uma "infeliz coincidência". Saddam Hussein não tinha armas de destruição maciça. No processo da Casa Pia, o Supremo recusa analisar pedido de afastamento de Varges Gomes. Houve um pedófilo condenado em Lamego. Marques Mendes lamenta "pressões" enquanto mais de um milhão via o professor. Acções da Media Capital em queda e laços familiares unem Marcelo a Paes do Amaral (a namorada de Marcelo, Rita Amaral Cabral, é irmã da mulher de Paes do Amaral, Maria da Luz Amaral). Chinelos de praia com cocaína na sola. Miguel Sousa Tavares pondera deixar TVI. Petróleo em novos máximos. Guiné-Bissau: Chefes militares executados. Mexia defende portagens mais caras na Ponte (25 de Abril). Por fim, "O Zé era linda como mulher".

Sousa

O sr. Sousa resolveu deixar de fazer comentários na TVI, o que se entende perfeitamente. Aliás, a sua última intervenção, em directo desde os Açores, foi algo de antologia: primeiro, começou por criticar um programa que iria ser exibido no mesmo canal que o albergava (alguém reparou na sua "gaffe" ao dizer "Quinta das Tias" em vez de "Quinta das Celebridades"?!). Depois, aquele telejornal, após um jogo de futebol do FCPorto, apenas mostrou a notícia do funeral de Fialho Gouveia, seguido do comentário do sr. Sousa durante mais de meia-hora e... mais nada, pois a emissão passou em directo para a "Quinta das Tias", perdão das "Celebridades"...
É claro que aquilo já cansava e ninguém lhe ligava nenhuma na TVI. Entretanto, como senhor Sousa deve ter ainda algum poder dentro do partido até conseguiu fazer parecer que saiu porque foi vítima de censura.
Porém, ainda há quem tope o sr. Sousa...

Carta para a Carla, que gosta de me ler...

Carla,
Finalmente escrevo-te uma carta neste blogue. Peço-te desculpa pela demora, mas creio que já notaste que tenho andado um pouco ocupado, visto que, ao fim de oito anos, saí do "Tal&Qual" e estou agora a trabalhar numa nova revista. A seu tempo se saberá mais sobre este projecto.
Para já, queria deixar-te uma mensagem de alguma esperança, apesar dos sinais dos tempos não serem os melhores. Ontem, dia 5 de Outubro, data da implantação da República, do exílio da família real e ainda data da independência de Portugal de Castela (Tratado de Zamora em 1143), foi o dia em que soube que Carlos Carvalhas vai sair da liderança do Partido Comunista. Não sei que mistério haverá em torno desta decisão, mas, desde o dia 17 de Julho, altura em que Jorge Sampaio deixou Santana Lopes tomar conta do País com novos ministros, também já se mudou o chefe da PSP e o da PJ. Também mudaram os administradores da Caixa Geral de Depósitos, o secretário-geral do PS e, agora, o secretário-geral do PCP... Afinal, acabei por ir ao encontro dos novos tempos ao mudar de emprego. Por isso, não chores por mim, pois eu já chorei imenso por outras coisas que tu bem sabes.
Agora, na televisão, só se fala do Castelo Branco, mas não da Maria Elisa, que era deputada por Castelo Branco antes de ir para Londres. Fala-se muito da alegria da Cinha, mas não da triste sina de Portugal. Até o actor Frota faz esquecer os aumentos da gasolina que irão reflectir-se na conta de algumas frotas de camiões.
Porém, tenho esperança que, desde que existam mais pessoas como tu, que gostam de me ler, que eu continue a ser mais uma voz, ainda que pequenina, neste deserto de ideias.
Beijos mil
do teu eterno
frederico

Diálogo com uma pessoa estrangeira numa noite de copos...

- Então explica lá...
- Sim, vou-te contar tudo, mas desculpa que já bebi um bocado e não me lembro do teu nome...
- Ruth.
- Sim, e és turista alemã...
- Disseste-me que me ias explicar coisas sobre Portugal.
- Não é só sobre Portugal, é sobre a Europa. A nossa Europa... Estás a ver o presidente da Comissão Europeia, o português, Durão Barroso?
- Sim.
- Bom, ele era o primeiro-ministro. É do Partido Social Democrata e apoiou Bush naquele encontro nos Açores com Blair e Aznar antes da invasão do Iraque...
- Sim, lembro-me...
- Depois houve as eleições europeias e ele perdeu...
- Bravo! E quem ganhou, foi o Partido Socialista, não?
- Exactamente...
- Muito bem! Estou a pensar vir viver para Portugal!...
- Espera! Agora ouve isto: dias depois, quando todo o País andava a agitar bandeirinhas por causa do Europeu de Futebol, ele foi convidado pelo amigo Blair para ser o presidente da Comissão Europeia. Ele aceitou e o Presidente da República de Portugal, que por acaso até é socialista, aceitou depois que o número dois do PSD, que era o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, fosse o novo primeiro-ministro sem que se convocasse eleições... E o líder do PS, aquele que ganhara as eleições europeias, demitiu-se...
- Não sei o que dizer...
- Espera ainda... Esse líder do PS andava a ser pressionado porque o seu nome foi envolvido num escândalo de pedofilia, que ainda está a decorrer...
- Foi envolvido?
- Sim, ele e mais outras pessoas conhecidas na sociedade portuguesa. Há ainda um apresentador de televisão...
- Aquele do funeral de hoje?
- Não. Espera. Esse era amigo do outro...
- Amigo do outro? Sabes, há pouco, no restaurante, estava a olhar para a televisão e disseram-me que nesse funeral, o do apresentador de televisão, estiveram o Presidente da República e o primeiro-ministro... Ele devia ser uma pessoa muito importante mesmo...
- É muito simples. Este é um País pequeno e toda a gente se conhece. Dou-te um exemplo: ainda há pouco, num canal de televisão, vi um comentador, que até já foi líder do mesmo partido a que pertence o actual presidente da Comissão Europeia, dizer que a mãe desse apresentador foi sua professora, ou qualquer coisa assim...
- Não estou a perceber...
- Desculpa, não devia ter bebido tanto...
- Isso foi em que canal?
- Viste um canal que estava a dar o jogo de futebol do FC Porto?
- Sim...
- Viste quando acabou o jogo e começou o telejornal...
- Telejornal? Só vi um tipo a falar. Falou, falou, falou. Aquilo esteve na mesma imagem durante quase meia-hora... Sem parar!
- Pois, foi nesse canal...
- Ele deve ser um indivíduo interessante...
- Sabes que há uns tempos tínhamos um ditador que também falava assim... Eram as "Conversas de Família", o que até acaba por ter piada, pois este comentador tem o mesmo primeiro nome do tal ditador... E o seu pai foi ministro desse ditador...
- Era fascista?
- Podemos dizer que era uma espécie de regime fascista, sim...
- Pois, esse tipo de comunicação directa com as massas é típico...
- Talvez, mas ainda há pouco tempo estive na Venezuela, onde têm um líder de esquerda que, aos domingos, olha, também aos domingos, tem um programa em directo na televisão, durante seis horas, onde até responde a perguntas feitas pelos telespectadores.
- O Chávez é um parvo! Esse tipo está a dar cabo da esquerda...
- Pois, mas a esquerda adora-o!
- Mas, vi ainda qualquer coisa hoje sobre o PS português, não foi?
- Sim, pode parecer que elegeram um novo secretário-geral, mas aquilo já estava decidido há muito tempo...
- Como assim?
- Em Maio, no maior semanário do País, que é propriedade do membro nº1 do PSD, o partido de Durão Barroso, o presidente da Comissão Europeia, essa pessoa é dono de uma televisão privada... e que também já foi primeiro-ministro, depois da morte do homem que era primeiro-ministro num acidente de avião... Estás a ver o Berlusconni, em Itália?
- Sim.
- É uma espécie de...
- Estou a ver...
- Pois, dizia eu que, em Maio, esse jornal dizia que dois políticos portugueses tinham sido convidados pelo dono do jornal para irem a um encontro anual do grupo de Bilderberg... Sabes? Essa organização meio-secreta que reúne políticos e importantes empresários para discutirem como vai ser o governo do mundo... Esse antigo primeiro-ministro de Portugal é membro da comissão de coordenação do grupo. É amigo, por exemplo, do Henry Kissinger...
- Sim, sei...
- Pois bem... Sabes quem foram os dois políticos portugueses que esse homem convidou?
- Não..
- Aquele que é hoje o primeiro-ministro e o que é agora secretário-geral do PS...
- Meu Deus! Como é que vocês conseguem viver aqui?
- Porque isto é uma "Quinta das Tias", perdão, "Quinta das Celebridades"!...
- Desculpa, mas, mais uma vez, não te entendo...
- Não faz mal... eu entendo-me...

Blogues e comunicação "pública"

No diário "Público" de hoje (www.publico.pt) o provedor do leitor, Joaquim Furtado, escreveu o seguinte:

"Aparentemente, Pacheco Pereira refere-se ao caso que, entretanto, também o leitor Gabriel Silva expusera ao provedor. Ou seja, que fora após a publicação 'de um texto no blog http://doportugalporfundo.blogspot.com sobre o facto de um juiz da relação relator do caso Paulo Pedroso ter ligações ao PS' que, dois dias depois, a jornalista Isabel Braga escreveria 'um texto no Público, com a mesma informação, sem citar a fonte, artigo que veio a ser chamado para a capa'.
O facto de a notícia repetir um erro factual contido no blogue é para Gabriel Silva a prova de que o blogue fora a fonte da jornalista.
Convidada a pronunciar-se sobre a questão, Isabel Braga afirma que nunca foi sua intenção 'ocultar' a origem das informações, notando que a viria a referir: 'na segunda notícia, citei o blogue, também sem ter uma grande certeza se era esse o caminho certo, fi-lo apenas porque achei que era justo'.
Perante estas situações, Isabel Braga interroga-se 'o que é que se faz com uma informação lida num blogue? Não se sabendo quem são os seus autores, faz-se o mesmo que se faz com uma informação anónima, recebida pelo telefone, ouvida na mercearia, no metro, numa esquina: se se considerar relevante, investiga-se e se se verifica que é verdadeira publica-se. Foi o que eu fiz, investiguei, confirmei e publiquei'."

O que a jornalista do "Público" fez, não foi jornalismo. Foi oportunismo, pois se conseguiu confirmar que a informação do blogue era verdadeira (até o erro do blogue foi 'confirmado' e não copiado ou corrigido!!...), então a jornalista deveria, logo na primeira notícia, ter começado a mesmíssima notícia com qualquer coisa neste sentido: "De acordo com o blogue (espécie de diário na Internet) 'Do Portugal Profundo', cujas informações o 'Público' confirmou serem verdadeiras...".
Acho que não iriam cair os parentes na lama à jornalista ou ao diário de "referência". Eu, no "Tal&Qual", na semana anterior, por exemplo, já tinha escrito uma pequena referência àquele mesmo blogue quando o seu autor (António Balbino Caldeira) publicou a transcrição do recurso do Ministério Público contra Herman José, Paulo Pedroso e Francisco Alves.
A jornalista referiu o blogue na segunda notícia, pois nessa altura já corria a informação do "plágio"... O jornalismo nunca se poderá sentir ameaçado com os blogues. Aliás, deve trabalhar em sintonia e nunca deixar de investigar, pois é verdade que qualquer um pode colocar qualquer coisa na Net...
Até eu, vejam lá!
E, para quem quiser, aqui fica o "link" para o Do Portugal Profundo.

"Gimme Some Truth"

Alguma verdade sobre John Lennon...

Sonho checo

Durante a semana passada fui assistir a alguns filmes do primeiro festival de cinema independente de Lisboa. Ontem, na noite da entrega dos prémios, gostei da vitória de "Lisboetas" de Serge Tréfaut. Porém, o filme que mais me agradou (não vi a curta-metragem que ganhou o prémio do público, o "Alice et Moi") foi, sem dúvida o "Cesky Sen", ou seja, o sonho checo. Um documentário sobre o poder da publicidade num antigo país comunista. Genial. Podem ler mais aqui.
Este filme chegou a liderar a preferência da votação do público, até ao dia da exibição da curta-metragem "Alice et Moi". Mais uma vez, não vi este último, contudo, desde já não me parece justo colocar ao mesmo nível de votação do público uma curta-metragem e uma longa-metragem. Os prémio deveriam ser separados, pois são linguagens e estilos diferentes. Fica aqui a minha singela sugestão para o futuro.

Coincidência

Quero esclarecer que a minha saída do "Tal&Qual", no fim do mês passado, não está relacionada com a entrada de Luís Delgado no grupo Lusomundo. Foi apenas uma coincidência.

Para sonhar

Eis uma lista completa dos livros da série "Vagabundo dos Limbos", de Ribera e Godard.

Debate

Pode encontrar aqui a transcrição do debate de ontem à noite entre Bush e Kerry.

Não percam esta praga...

O meu amigo (e é com orgulho que o digo) Renato Cardoso voltou a escrever. Que saudades sentia eu desta pessoa que trata a língua portuguesa com amor e que, ainda por cima, tem ideias. Por favor, não deixem de passar no Praga. E deixem-se contagiar...
E citando-me de há alguns anos atrás: "Voltaremos amanhã com as mesmas notícias diferentes".
É bom ter-te de volta, Renato.
E não deixes de alvitrar!...

Cabelos brancos

Têm todos eles hoje cabelos brancos.
Faz ali falta um "puto regila", alguém que os faça pensar e agir com mais energia, uma voz nova para não ficarmos depois com esta estranha sensação de vazio de ideias e de falta de imaginação na proposta de soluções para os novos problemas desta sociedade. Falta ali alguém próximo do povo, que fale para quem anda nos comboios suburbanos, para os que esperam nas filas de trânsito nas grandes cidades, para quem trabalha todo o mês por uma miséria de 360 euros. Falta alguém que conheça os problemas de um interior desertificado. Falta alguém com quem discutir o futuro, falta agitar a malta...
Falta isso.
Faltou isso esta noite em Guimarães, quando os cabelos brancos de José Sócrates foram escolhidos para o embate político contra os cabelos brancos do amigo Santana Lopes.
São políticos sem qualquer ideia para Portugal, porque não conhecem o País. Porém, não os culpem. Eles não são mais do que o resultado lógico e natural do 25 de Abril de 1974. É que já lá vão 30 anos de vida política nos ombros e, eles, no fundo, são hoje aquilo o que também qualquer ditador seria ao fim de 30 anos de vida ininterrupta na política: uns cabelos brancos sem sangue novo...

Primeiro dia

Comecei hoje a trabalhar no projecto de uma nova revista. Depois se saberá mais. Por agora, apenas registo a existência deste blogue.