Em defesa de Louçã

Primeiro, Louçã não precisa que eu vá em sua defesa, mas ainda assim não consigo conter a minha indignação perante as críticas contra o líder do Bloco de Esquerda em relação à resposta que deu a Paulo Portas no debate na SIC - aquela sobre o facto de Portas, irmão do outro Portas que está em Bruxelas pelo partido de Louçã, não poder falar sobre o aborto porque nunca gerou uma vida e não conhece o sorriso de uma criança à qual possa chamar sua. Ao contrário de Louçã que sabe isso tudo.
Em defesa de Louçã só tenho a dizer que a culpa não é dele. É de outras pessoas no seu partido que dão maus exemplos à sociedade de esquerda. Por exemplo, vi uma vez o Fernando Rosas a fazer compras na "Loja do Gourmet" no Corte Inglés. Para além de ter ido dar dinheiro aos espanhóis, ainda foi comprar ao sítio mais caro do centro comercial. E não pude deixar de reparar que pagou com um cartão de crédito dourado e... heresia!... mandou entregar as compras em casa!
Só poderei engolir estas palavras de denúncia se me disserem que as opíparas provisões destinavam-se a alimentar um grupo de trabalhadores do seu partido que nesse dia estiveram a entreter o povo com actividades circenses na baixa lisboeta...
O problema de Louçã, disse-me uma avisada pessoa amiga, é o Bloco de Esquerda, porque ele vale muito mais do que o partido. E a sua filha não deveria ser para aqui chamada!

P.S. Sobre o P.S. queria deixar aqui um P.S.: Há dias vi o Sócrates a dizer, com alegria, que no seu partido estavam todos unidos e apontou para uma mesa e disse, com entusiasmo, que estavam ali o Jorge Coelho, o Manuel Alegre, o Almeida Santos, o Guterres e etc... Mas para quê tanta alegria se eram os mesmos do passado? E então não há pessoas novas?! E ficam contentes com isto?
São eles que nos vão voltar a governar?
E é suposto agradecermos por isso?

Diogo Infante não dá a cara por Sócrates...

Queria avisar os meus amigos que já estou farto de receber e-mails com o texto do giba, giga ou gimbras, ou sei lá o quê. Este é um brasileiro sobre o qual nada sei, e não conheço qualquer reportagem sobre esta personalidade que possa esclarecer-nos devidamente sobre a sua credibilidade. Mas, enfim, isso não culpa vossa, mas sim de alguns jornalistas deste país.
Agora, para que não restem dúvidas sobre os boatos, digo-vos que o actor Diogo Infante não vai muito à bola com o Sócrates e explico-vos porquê...
Basta ler esta resposta de Diogo Infante à pergunta "Segue os debates das campanhas?", feita durante a mesma entrevista da semana passada na revista Visão - cujo tema de capa eram os boatos e que, ao fim e ao cabo, deixava-nos na mesma...

"Não [sigo os debates das campanhas], porque me maçam muito. Eles são actores também, é-lhes dado um papel que decoram, às vezes lêem, às vezes têm teleponto. É uma espécie de circo, um grande show. No meio disto tudo, tentamos decidir e votar em consciência no mal menor ou no que nos dá alguma garantia... Mais do que em governos quero acreditar em pessoas. Foi por isso que dei a cara na campanha de Jorge Sampaio. Nunca o tinha feito, nem o vou fazer agora, mas acreditei nele. Desconfio das frases feitas, dos discursos preparados. Preciso de sentir alma, que por detrás daquelas pessoas está gente que chora e ri e vai à casa de banho..."

Ao ler estas palavras posso concluir que Diogo Infante não terá grande vontade em dar o seu apoio a Sócrates. O líder do PS usa teleponto, usa frases feitas com frequência e não parece inflamar a alma do actor como aconteceu com Jorge Sampaio, no qual confessa ter acreditado...
Diogo Infante não assume que poderá dar o rosto por Sócrates, porque não acredita que ele "chora e ri e vai à casa de banho".
Perceberam de uma vez por todas, porra?!

"If you go shopping in San Francisco..."

...acho muito bem que se leve 17 cêntimos na mão.

O outro lado do aviador

Mesmo sem ter visto o filme, arrisco em afirmar que o "The Aviator", com Leonardo di Caprio e realizado por Martin Scorsese, não aborda os negócios de Howard Hughes que envolveram George Bush (pai) e o presidente Nixon. Também não deverá sequer falar da sua ligação às mortes de John e Robert Kennedy...

O puto do recreio

As pastas da escola faziam de balizas. No intervalo das aulas ou quando havia um "furo", lá íamos jogar à bola para o recreio da escola. No Carolina Michaelis havia um espaço de cimento que era uma autêntica "passerelle" de estrelas. Lembro-me de um tipo que jogava com uma camisola do FC Porto que lhe tinha sido oferecida pelo Madjer. Lembro-me de um outro, bem magrinho, mas cheio de fintas e de técnica que jogava nos juniores do Boavista. E lembro-me de um puto, baixinho, que estava sempre a jogar à bola. Lembro-me dele sempre a suar. Sempre a jogar à bola, a correr ali no recreio e sempre a suar.
Lembro-me que num fim de dia, frio e escuro, fui com ele aos treinos dos juniores do Salgueiros. Ele já lá treinava e eu iria ver se me davam uma oportunidade de mostrar o que valia. Mas a equipa já estava formada e nunca mais voltei ao Campo dos Ferroviários, para os lados de Campanhã. De certo modo, fiquei aliviado, pois Campanhã ficava muito longe de minha casa. Ainda não havia o metro. Acabava ali a minha curta carreira futebolística, pois a equipa da minha zona, o Francos, não tinha juniores. O Boavista, ali ao lado, pertencia a uma outra liga de exigência, tanto mais que nem o fininho que jogava no recreio, apesar de ser um grande jogador, não tinha corpo para seguir mais em frente.
Nunca mais vi o puto do recreio e nunca mais soube dele.
Passados uns anos, ao ver a televisão, estranhei e perguntei a um outro amigo do tempo do recreio: "Aquele ali não é o Sá?" Sim, era ele. Como tinha crescido!... A gente só o chamava de Sá, mas hoje todos ouviram o seu nome: Ricardo Sá Pinto, que marcou dois golos pelo Sporting.
Grande Sá!

O que diz Seymour Hersh

"Rumsfeld will become even more important during the second term".

"The President’s decision enables Rumsfeld to run the operations off the books—free from legal restrictions imposed on the C.I.A".

"In my interviews, I was repeatedly told that the next strategic target was Iran".

Mais...

"Poeta&Espião"

Já recebi os exemplares do meu último trabalho, "Poeta&Espião", o livro-entrevista a Oswald Le Winter, antigo agente da CIA, e que tem revelações surpreendentes.
O livro só deverá chegar às livrarias daqui a três semanas, contudo os mais impacientes podem já ir comprar um exemplar na livraria da "Polvo" em Viseu.
Mais notícias sobre o conteúdo deste livro em breve...

Diogo Infante, o actor e o político activo

O actor Diogo Infante dá uma entrevista à revista "Visão" desta semana, cuja capa diz "O País está cheio de Boatos" - algo que eu não sabia, pois pensava que eram só boatos...
Da entrevista de Diogo Infante - não a que, por acaso surge na tal reportagem sobre boatos, mas sim uma outra umas páginas mais à frente - destaco o seguinte:

"Pergunta: Vota sempre?
Resposta: Só se não puder. É um direito. Nem que seja votar em branco, mas é importante tomar uma posição. Demitirmo-nos, não ir, ficar na praia... com que autoridade depois falamos, reclamamos e dizemos que esta país está uma desgraça? O português tem muita conversa, mas só age quando a coisa dá mesmo para o torto. Somos brandos e passivos. Está na altura de mudar e isso depende das novas gerações".

Filosofias à parte, estou de acordo com Diogo Infante e digo que deveríamos todos ouvi-lo e ir votar em força no próximo dia 20 de Fevereiro. Não importa dizer aqui em quem acho que deveríamos votar, mas digo que o que devemos fazer é deixar de sermos passivos e assumir, de uma vez por todas, que somos membros activos no jogo da política.
Obrigado Diogo Infante pelo esforço em abrir-nos os olhos!

Palavras de Cardoso...

Primeiro, a conferência de Imprensa de Nuno Cardoso chegou a estar marcada para a três da tarde. Pensei que o "recado" dado pelo "decano" Freitas do Amaral no debate da nação na segunda-feira tinha sido escutado (para quem anda desatento, Freitas do Amaral criticou o facto dos políticos apresentarem comunicações em directo à hora dos telejornais da noite e sugeriu que isso deveria ser às 15 horas e, depois, os jornalistas lá tratariam do assunto até às oito da noite...).
Mas, pelos vistos, Nuno Cardoso mudou de ideias e falou mesmo sobre a sua ida à Polícia Judiciária para falar sobre o seu envolvimento no caso "Apito Dourado" às oito. E uma das coisas que disse foi:

"Há um conjunto de coincidências que vale a pena relembrar. A primeira das quais é o facto de todas as sondagens me darem como melhor colocado para derrotar Rui Rio. A outra, é o ministro da Justiça, José Pedro Aguiar-Branco, o número um da lista do PSD pelo Porto, amigo pessoal e o maior aliado político de Rui Rio".

Sem esquecer ainda a menção à saída de Pôncio Monteiro de número dois da lista do PSD...

E ainda dizem que o teorista da conspiração sou eu...

Four more years...

...

Tenho uma "g3"

Não, não é arma! É, isso sim, uma outra "arma". Quero avisar a navegação que comprei uma daquelas câmaras fotográficas que também dá para fazer chamadas telefónicas e ainda dá para ver a outra pessoa que nos liga... se houver alguém com um aparelho semelhante e souber o meu número de telelé, já pode fazer a vídeochamada.
Mi liga vai!

Eu ainda tenho um sonho...

Ainda tenho um sonho.
Um dia depois do meu primeiro aniversário, comemorou-se o décimo aniversário do célebre discurso de Martin Luther King em Washington.
Dez anos, nem é muito tempo.
E eu ainda tenho um sonho...
Sonho, por exemplo, ver o negro Mantorras ser capa de uma revista social em Portugal, por exemplo...
Sonho o dia em que teremos um deputado negro, outro exemplo.
São sonhos negros?
Ou são só sonhos, como quando sonho com as elegantes impalas que vi em Angola, e que me fazem lembrar as pernas de algumas negras?
Isto vem a propósito do feriado de Martin Luther King, celebrado nos EUA a 17 de Janeiro (data de aniversário do senhor) e vem ainda a propósito da conspiração por detrás do assassino James Earl Ray que esteve em Portugal quando andava em fuga...
Vai sonhando...

"Decanos" ou "Senadores"

Notícia da secção "Media" do diário "Público" de sábado passado (atenção ao título da notícia):

Decanos da Política Debatem Futuro do País
Sábado, 15 de Janeiro de 2005

Mário Soares, Francisco Pinto Balsemão, Diogo Freitas de Amaral e Adriano Moreira são os convidados do programa Prós e Contras, na noite da próxima segunda-feira, onde será debatido o momento actual e o futuro da democracia portuguesa. "O que temos de saber para escolher melhor as nossas elites políticas? Que motivações devemos ter presentes quando votamos?", serão o mote da emissão, com "o intuito de saber como puxar o país para cima" e de revelar "um lado positivo e de esperança", segundo afirmou a responsável, Fátima Campos Ferreira, ao PÚBLICO. Trata-se de "mobilizar a opinião pública para as eleições", acrescentou a jornalista, que considera que a escolha do tema se justifica em vésperas do início da campanha eleitoral e a um mês da realização do sufrágio.

Notícia do mesmo diário, na mesma secção, hoje, segunda-feira (ver título):

DEBATE O QUE PENSAM OS SENADORES DE PORTUGAL?
Segunda-feira, 17 de Janeiro de 2005

A um mês das eleições, e em vésperas do início da campanha eleitoral, a RTP reúne Mário Soares, Francisco Pinto Balsemão, Adriano Moreira e Diogo Freitas do Amaral. Quatro pensadores, homens que ajudaram a construir a identidade da democracia portuguesa vêm ao Prós e Contras para reflectir sobre o momento actual e o futuro. O que é preciso saber para escolher melhor as elites políticas? Que motivações devem ser levadas em conta na hora de votar? Estas são algumas questões debatidas durante o programa.
......
Conclusão:
Em dois dias os "decanos" passaram a ser "senadores". "Decanos" seria a designação mais correcta, pois eles são os mais velhos de uma classe. Só faria sentido serem "senadores" se tivessemos um Senado em Portugal e se aqueles homens tivessem sido escolhidos através de uma votação para tal cargo.
Por outro lado, se o País está neste estado, se o tal governo da incubadora deu nisto, vão ser os pais do sistema que vão resolver tudo? Assim não dá, pois vamos continuar a andar para trás, em direcção ao abismo do qual viemos...

Salvar o "Tal&Qual"

No semanário "Expresso" de hoje li isto sobre o "Tal&Qual":

"O semanário de duas décadas 'Tal&Qual', que construíu o seu sucesso publicando histórias que os outros não se atreviam a explorar, acabou por ser atropelado pelos actuais diários do género, nomeadamente o '24 Horas'. O seu director Gonçalo Pereira, admite que não sabe qual o rumo a dar à publicação, embora assuma que uma mudança é imperativa".

A notícia ainda acrescenta que a Lusomundo encomendou um estudo estratégico aos espanhóis Casa&Associados...
Trabalhei durante oito anos no "Tal&Qual", entre Abril de 1996 e Setembro de 2004, por isso sei bem o que o semanário precisa.
Uma das coisas que precisa, por exemplo, é voltar a publicar "histórias que outros não se atreviam a explorar" e não é a concorrência do "24 Horas" que vai fazer frente a isso, pois outro dos problemas do "Tal&Qual" parece ser o director que "admite que não sabe qual o rumo a dar à publicação".
Se tudo na vida fosse tão fácil de resolver...

Sobre a minha carta ao provedor do leitor do "Público"

Sim, já reparei que Joaquim Furtado, o provedor do leitor do diário "Público", anunciou este domingo que já não vai exercer as suas funções por mais um ano.
Não, não tenho a veleidade de pensar que a minha recente carta, a queixar-me do facto diário não dar importância a certos assuntos que eu considero ser dignos de notícia, teve algo a ver com a sua "indisponibilidade profissional" em manter-se em funções.
Não, não creio que quando ele escreveu, no domingo, que "cada vez mais os cidadãos dispõem de meios alternativos de comunicação abertos pela 'internet' e dentro dela, pela blogosfera, onde podem aceder a um espaço público sem depender dos meios tradicionais", estivesse a referir-se indirectamente ao meu blogue.
Joaquim Furtado, provavelmente, nem sequer teve tempo para ler o meu e-mail (cuja cópia aqui publiquei a 26 de Dezembro), pelo que não deve ter tido a oportunidade de abordar os jornalistas por mim apontados ou até mesmo o director do "Público" sobre as minhas acusações.
Continuarei, como qualquer leitor, à espera de uma resposta por parte do próximo provedor do leitor.

Confissões muito interessantes...

Obrigado pela dica, Luís! Já o tenho e já li umas passagens muito interessantes...

Benfica-Boavista

Fui ver o Sporting-Benfica e digo que Sporting não teve grande mérito na vitória, pois quando marcou o segundo golo o Benfica estava reduzido a 10 jogadores... (sim, eu sei que o Sporting estava a jogar só com 10 desde metade da primeira parte. Era uma piada...).
Agora, o pior é que o Benfica vai jogar de raiva contra o Boavista na próxima jornada...

TOP SECRET!

Schiu! Não digam nada a ninguém, mas saiu hoje a "tvTOP!" renovada. Depois de vários avanços e recuos (nada mais natural...) eis que está aí o primeiro número da antiga revista, agora com novo rosto. Tem reportagens para todos os gostos. E... coisa rara neste país! até tem jornalismo de investigação!

"Quem Tem Medo do Escuro?"

"O tempo é a arma mais poderosa que conhecemos. Quem controlar o tempo pode perturbar as economias mundiais com perpétuas tempestades ou tornados, destruir colheitas com uma seca, provocar tremores de terra, furacões e tsunamis; fechar aeroportos e provocar a devastação nos campos de batalha inimigos".

Sidney Sheldon, escritor norte-americano no posfácio do seu mais recente romance de ficção, "Quem Tem Medo do Escuro?", editado em Portugal há dois meses pelas Publicações Europa-América

Um jornalista autêntico

Há uns tempos escrevi que é tão perigoso ser jornalista de guerra, como ser aquele jornalista que escreve sobre as armas que alimentam essas guerras. O último jornalista que se "suicidou" - não sei muito sobre o caso, mas parece que foi com dois (2!) tiros na cabeça... sem deixar qualquer nota de despedida - chamava-se Gary Webb.

Segundas-feiras ao sol

Dois russos encontram-se:
- Já viste? Tudo o que nos disseram sobre o comunismo, afinal era mentira...
- Sim, mas o pior é que tudo o que nos disseram sobre o capitalismo, afinal era mesmo verdade!...

in "Los Lunes al Sol"