20080331

Obrigado a todos


"O Enigma da Praia da Luz" já foi apresentado.
Obrigado ao Mário e à Tânia, da "Guerra & Paz", pelo trabalho feito.
Obrigado ao Francisco por o ter apresentado com mestria.
Obrigado a todos aqueles que apareceram esta tarde na Fnac do Colombo.
Obrigado a todos que não puderam estar presentes, mas sei que queriam estar...
Obrigado a todos os leitores desconhecidos deste blogue, pois sei que hoje estamos mais informados, ainda que este seja um livro de ficção...

Para todos, aqui fica o discurso que li, para registo de quem esteve e para conhecimento público de quem não foi:

"O caso do desaparecimento de Madeleine McCann foi e é, sem dúvida, dos mais mediáticos que o nosso país assistiu nos últimos anos.
Já muito se escreveu, especulou, inventou, investigou, sentenciou e até se julgou.
Estou aqui para vos apresentar uma outra visão do caso. Será só mais uma? Talvez.
Mas é, com toda a certeza, a visão de alguém que participou e assistiu de perto ao caso.
Muitos houve que fizeram o mesmo e esta é a história de apenas um deles.
No geral, e neste caso em particular, os jornalistas são frequentemente vistos como autómatos ao serviço da informação, que perseguem as notícias para apresentar na redacção e pouco mais.
Aqui, o papel do jornalista foi muito discutido e, mais uma vez, sentenciado e julgado.
Levo-vos a conhecer a pessoa que está por trás de notícias no jornal que todos nós consumimos com voracidade na esperança de resolvermos nós próprios o caso Madeleine McCann.
Apresento-vos portanto, Miguel de Andrade, jovem jornalista que passa pelo 'circo' do caso que foi e ainda é 'O Enigma da Praia da Luz'.
É a história da experiência dele que quis ficcionar aqui. Quis mostrar como foi a perspectiva do jornalista, o dramas éticos e até (sim, também ele os tem!) alguns sentimentos e moralidade.
Estou longe de querer julgar o casal McCann, até porque seria pretensioso da minha parte, sobretudo como jornalista que sou há quase duas décadas.
'O Enigma da Praia da Luz' é um livro de ficção, baseado em factos reais. Nada mais.
Sempre ouvimos falar dos reis que mandavam matar o mensageiro das más notícias, sendo que a finalidade não era eliminar a notícia em si, mas sim a de obter um pretexto para o soberano poder dizer que não a havia recebido.
Hoje, há reis, presidentes e primeiros-ministros que, apesar de terem a tentação de mandar matar o mensageiro, vivem num mundo dito mediatizado onde é impossível controlar a divulgação das notícias.
Só que há notícias que se matam com o passar do tempo, sem haver a necessidade de eliminar fisicamente quem as traz.
As notícias do desaparecimento de Madeleine McCann, previsivelmente, também morreram.
Dizem-nos, dizem-vos, que já ninguém quer saber mais sobre uma criança que ainda continua desaparecida…
A Justiça em Portugal aceitou assim cair sobre a espada e os jornalistas, último escalão desta cadeia social entre o poder e os cidadãos, são agora os culpados.
Mas, ainda assim, como dizia o poeta, antes de se tornar político, há sempre alguém que resiste".

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Sobre comentadores políticos que vos dizem que a terra é plana

20080330

A primeira página de um jornal pode dizer muito...

... desde que a saibam ler.



"Correio da Manhã", 3 de Outubro de 2007.

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20080329

O primeiro livro inglês sobre Madeleine McCann, o segundo de ficção...

Avisaram-me que já deixei de ser o único autor de um livro de ficção sobre o que se passou durante o ano passado na Praia da Luz. O escritor inglês Gordon Burn acabou de publicar o "Born Yesterday", onde traça o retrato de um verão com muitas notícias...

(capa dura)

Num artigo publicado na passada quinta-feira no diário inglês "The Guardian" explicam-nos que "this narrator is obsessed, to the point of sleeplessness, with Gordon Brown's blind eye and Robert Murat's blind eye and Madeleine McCann's distinctive iris and the glassy eye of the soft toy on the cover of his own novel, Fullalove; he can't shake thoughts of the doctors who dined with the McCanns on the night Madeleine went missing and the people who tried to blow up Glasgow airport and the London bar Tiger Tiger. Running round and round his brain is the much forwarded clip on YouTube of a little girl, not so very different in age and looks from Madeleine, sobbing and sobbing because Blair had been replaced with Brown. 'Nooooooo! Where is he? I love Tony Blair!'".

(capa mole)

(foto de Sarah Lee)

Numa altura em que a Imprensa inglesa pede desculpas aos McCann e defende a sua inocência, Gordon Burn diz ainda que "the McCanns weren't being used by the press, - unusually, they were using the press for their own admirable ends. At the beginning, I think. And I just think any person who does enter consciousness in that way ... you think things. You perhaps wouldn't write everything you think, but I think you should feel free to speculate".
Apenas digo: "Welcome, Gordon!"

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Dos jornalistas que vos dizem que a terra é plana

Estou a ler este livro de Nick Davies. Confirma-se: é assustador. Para quem pensava que o jornalismo em terras de Sua Majestade ainda conseguia resistir como uma profissão credível, desengane-se. Por lá, os problemas são os mesmos de por cá e, acredito, o mal é cada vez mais global... Ainda nem sequer vou a meio, mas já tenho aqui uns excertos para terem uma ideia do que se fala:


"(...) à semelhança das suas fontes, os próprios jornalistas não conheciam a verdade - apesar de a verdade ser o objectivo principal. E isto é um lugar comum. A ignorância está na origem do falhanço dos meios de Comunicação Social. Na maioria das vezes, a maior parte dos jornalistas não sabem do que estão a falar. As histórias podem estar certas ou erradas: eles não sabem".


"Não digo isto como um insulto dirigido a eles (bem, à maioria deles). No geral, os jornalistas, tal como muitos profissionais, preferem fazer bem o seu trabalho. Digo-o porque esta profissão estragou-se até ao ponto em que, na maior parte das vezes, a maioria dos seus membros não conseguem fazer o seu trabalho".


"Trabalham em estruturas que positivamente impedem-os de descobrirem a verdade. Historicamente, sempre houve um elemento de ignorância no jornalismo, apenas porque tenta registar a verdade à medida que esta acontece. Agora, isso é ainda pior. É endémico. A ética da honestidade foi ultrapassada pela produção massiva de ignorância".


"A história do falhanço dos meios de Comunicação Social é complicada e súbtil. Envolve todo o tipo de manipulação, conspiração ocasional, mentiras, batotas, estupidez, cupidez, culpabilidade, um colapso das capacidades e uma nova vaga de propaganda deliberada. Mas a história começa com jornalistas que vos dizem que a terra é plana, porque pensem genuinamente que esta até poderá ser. A escala de quem assim pensa é aterradora".

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20080327

O convite para o enigma

Com apresentação de Francisco José Viegas...



Obviamente, todos os leitores que queiram estar na cerimónia, estão convidados e, desde já, um muito obrigado pela vossa presença na Fnac do CC Colombo, dia 31, às 18h30. Até segunda-feira!

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20080326

Quem compra o Presidente dos EUA

Para saber quem anda a pagar a corrida à Casa Branca pode contar com a ajuda do Center for Public Integrity e o seu relatório "The Buying of the President 2008".

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Quiz de cascata

Esta foi uma pergunta há dias no Quiz de Cascata: Quem era o director da secção cultural do diário "Lisboa" em 1938?

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Enigma na net

20080325

De volta a África

Já que estamos numa de Moçambique, nada melhor do que mencionar aqui o livro do meu camarada de profissão, Júlio Magalhães, que publicou recentemente "Os Retornados - Um Amor Nunca Se Esquece".
Este é um tema interessante para muita gente, sobretudo aqueles que, tal como ele, tiveram de deixar África e vir para Portugal depois da "descolonização possível" - citando um ex-ministro dos Negócios Estrangeiros.
Estranhei apenas o facto da editora - Esfera dos Livros, espanhola - ter escolhido para capa do livro uma fotografia que não ilustra nada a imagem dos retornados...



Aqueles senhores na foto não estão vestidos com roupas dos anos 70, nem têm uma cara tão sofredora como a de qualquer foto que registe o fim do Império Português...



Ainda por cima, acabaram de me chamar a atenção para o facto de que a mesmíssima imagem ilustra a edição inglesa em livro de bolso do "Suite Française" de Irène Némirovsky, que se passa... durante a Segunda Guerra Mundial...



Aliás, não é bem a "mesmíssima" imagem, uma vez que na capa do livro do Júlio Magalhães "colaram" um avião bem mais moderno do que as roupas dos protagonistas. Este anacronismo está lá apenas para dar "aquele ar" de ponte aérea...



De facto, ò "Juca", não merecias este tratamento pelos espanhóis...

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Mas, afinal, quem foi a Princesa Patrícia?

Os jornalistas que acompanham a visita do Presidente da República a Moçambique - capital, Maputo - deram eco de uma informação assaz interessante sobre a descendência do Rei, perdão, Presidente, e que remonta ao tempo em que este último esteve a cumprir serviço militar na então colónia portuguesa: "O nome da nossa filha surgiu da predilecção que a minha mulher e eu tínhamos por esta rua cheia de jacarandás, que descia em direcção ao mar, numa explosão floral que nos deixava extasiados. Chamava-se, então, Rua Princesa Patrícia".

A nossa Princesa Patrícia...



A pergunta que eu e qualquer um de nós faria de imediato seria aquela que dá o título a este texto: "Mas, afinal, quem foi a Princesa Patrícia?". Não há memória na nossa História de uma princesa com semelhante nome... Como não encontrei a resposta em nenhum dos jornais de hoje - perdão a algum que o tenha feito sem que eu tivesse reparado - fui indagar. Não demorou muito a perceber que a actual Avenida Salvador Allende, o malogrado presidente do Chile, tinha o nome de uma Princesa de Inglaterra, a tal Patrícia, que era neta da Rainha Vitória.

A Princesa Patrícia original...



E assim fiquei um bocadinho mais esclarecido sobre as raízes da actual família real portuguesa...

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Luandando

20080324

Apresentação do enigma

A apresentação do livro "O Enigma da Praia da Luz" vai ser daqui a uma semana, dia 31, na loja Fnac do Centro Comercial Colombo, a partir das 18h30. O nome do apresentador será anunciado em breve...

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A malta do 9º C - O Filme

Tenho a dizer que fui aluno do Carolina Michaelis e, é claro, naquela altura não havia telemóveis. Alunos com problemas sociais sempre os houve, tal como professores com mais ou menos jeito para lidar com eles. A disciplina é algo que brota naturalmente quando se vê educação. Qualquer professor do "Carolas" sabe que basta fazer um anúncio, como nos aviões, para manter os telemóveis desligados ao longo da descolagem e a aterragem da aula de forma a tudo correr bem. O que me chocou na história do vídeo - assumidamente sem link - foi ainda ninguém ter feito uma reportagem com o jovem realizador daquele que terá sido o filme português mais visto dos últimos tempos. Tudo o resto que se queira discutir, deve-o ser feito. Sempre. Mas não à luz deste vídeo ou por causa deste vídeo. Aquilo é só ruído e infelicidade. O que era ontem por causa do estojo é-o hoje por causa do telemóvel. Mas, acaso naquele tempo tivesse eu um telemóvel com câmara, hoje seria igualmente um grande realizador. Vocações que se perdem...

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20080319

Para que conste

Paulo Pereira Cristóvão, ex-inspector da PJ, durante a cerimónia de lançamento do seu livro "A Estrela de Madeleine", a 19 de Março de 2008, criticou o "ajoelhar" da imprensa britânica em relação aos McCann e afirma que não tem medo de qualquer processo. Não se ouve bem, mas percebe-se que foi mesmo isso que ele disse...

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Express yourself

O diário britânico "Daily Express" publica hoje, na primeira página, um pedido de desculpas aos McCann pelas notícias onde fora "sugerido" que eles estariam relacionados com o desaparecimento da filha.



"The Daily Express today takes the unprecedented step of making a front-page apology to Kate and Gerry McCann.

We do so because we accept that a number of articles in the newspaper have suggested that the couple caused the death of their missing daughter Madeleine and then covered it up.

We acknowledge that there is no evidence whatsoever to support this theory and that Kate and Gerry are completely innocent of any involvement in their daughter's disappearance.

We trust that the suspicion that has clouded their lives for many months will soon be lifted.

As an expression of its regret, the Daily Express has now paid a very substantial sum into the Madeleine Fund and we promise to do all in our power to help efforts to find her.

Kate and Gerry, we are truly sorry to have added to your distress.

We assure you that we hope Madeleine will one day be found alive and well and will be restored to her loving family".

O "Daily Express" é livre de pedir as desculpas que quiser, mas não pode nunca afirmar que "Kate and Gerry are completely innocent of any involvement in their daughter's disappearance" - ou seja, traduzindo para que não restem dúvidas daquilo que eu entendi - Kate e Gerry estão "completamente inocentes" de qualquer envolvimento no desaparecimento da sua filha.
Isso até que pode ser verdade, mas não é um jornal que pode afirmar como se fosse a verdade absoluta, tanto mais que, é uma afirmação desproporcionada face às "sugestões" de culpa.

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20080318

Para ouvir o enigma

Sintonizem aqui, hoje, entre as 22 e as 23 horas (hora de Lisboa) a emissão do Rádio Clube Português, onde irei estar à conversa com o Alexandre Honrado.

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20080317

"No final, há uma criança que aparece"

"O Enigma da Praia da Luz" - Press Release da editora Guerra&Paz:

CINCO PERGUNTAS

A

FREDERICO DUARTE CARVALHO

Pergunta - "O Enigma da Praia da Luz" é uma ficção baseada no caso Madeleine McCann ou é o caso Madeleine McCann contado debaixo da capa da ficção?
Frederico Duarte Carvalho – Não posso negar uma evidência, mas esta é claramente uma ficção baseada em factos reais que, enquanto jornalista, tive a oportunidade de investigar durante o ano passado na Praia da Luz, Algarve. Não estou a criar nada de novo.

P - Como assim?
F.D.C. – Lembro-me, por exemplo, António Tabucchi que ficcionou a história da morte na esquadra de Sacavém no livro "A Cabeça Perdida de Damasceno Monteiro". É importante fixar certos casos mediáticos através de uma ficção e este livro preenche essa necessidade.

P - Porquê uma ficção em vez de um livro jornalístico?
F.D.C – Porque o caso ainda está aberto e não é possível chegar a uma conclusão. Mas, através de uma ficção, apresento uma história com princípio, meio e fim. Não posso adiantar muito sobre o enredo, mas revelo já que, no final, há uma criança que aparece.

P - Este caso é extremamente mediático e sensível. Está consciente dos riscos públicos de explorar o drama dos pais de Madeleine McCann?
F.D.C. – Como jornalista estou de consciência tranquila, pois sei que fiz o meu trabalho para que fosse encontrada uma solução em relação ao drama dos pais. Aliás, foi graças ao trabalho e ao esforço de jornalistas como eu que os pais puderam contar com a divulgação dos seus apelos em todo o mundo e beneficiar de avultados apoios financeiros para a busca da criança. E, obviamente, nunca me passou pela cabeça dizer que os McCann exploraram os jornalistas.

P - Teme poder vir a ser processado pelos pais de Madeleine?
F.D.C. – Sei que os pais decidiram processar alguns jornais ingleses e isso fez com o caso perdesse impacto público. O livro é uma ficção e fala de factos que todos nós conhecemos dos jornais, mas apresenta uma história centrada na investigação de um jornalista e da sua companheira. Tenho a certeza que, tanto os leitores, como os pais de Madeleine McCann, irão perceber muito bem o que se passou.

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20080316

Lançamentos

O meu próximo livro, "O Enigma da Praia da Luz" estará à venda nas livrarias a partir do próximo dia 19...



Nesse mesmo dia 19, no Café In, o novo livro do ex-inspector da PJ Paulo Pereira Cristóvão, "A Estrela de Madeleine", irá ser apresentado por Fernanda Freitas...



Quanto à apresentação pública do meu livro, para já digo apenas para reservarem o dia 31 deste mês, por volta das 18h30. Em breve indicarei o local e anunciarei o nome da pessoa que o irá apresentar...

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Que arda no inferno, na mais quente das fornalhas

É um desabafo tão grande e sentido aquele que acabei de ler. O general Silva Cardoso, que tive a honra de entrevistar há 10 anos quando cheguei a Lisboa para trabalhar no "Tal&Qual", lançou um novo livro de sua autoria...



Silva Cardoso, para quem não sabe ou não se recorda, foi o Alto Comissário de Portugal durante a transição do poder em Angola na sequência da assinatura do Acordo de Alvor, em Janeiro de 1975. É ele que, na foto, está atrás do líder da UNITA, Jonas Savimbi, e de Mário Soares, o então ministro dos Negócios Estrangeiros...



O general, contudo, decidiu deixar a tarefa ainda antes da entrega de Angola marcada para 11 de Novembro de 1975...



Mais de 30 anos depois, Silva Cardoso, na obra "A Revolução da Perfídia", olha para trás e desabafa com todas as letras bem marcadas a negro, para que ninguém tenha dúvidas sobre os seus sentimentos...



E eu não consigo dizer mais nada...

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20080313

Tudo por ela...

20080312

Não é necessário ser-se prémio Nobel para dizer isto...

"They will kill Obama if he becomes US president" (Doris Lessing, Nobel da Literatura de 2007).

E ele a esticar a corda, ao dizer que nem sequer aceita ser o vice de Hillary...

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Pois, destas meias não temos nós por cá...

Sem comentários

Nas livrarias a partir do dia 19



O ENIGMA DA PRAIA DA LUZ:

Em Março a Ficção toca a Realidade

Desapareceu uma menina no Algarve, na Praia da Luz. As dúvidas quanto as circunstâncias do desaparecimento, a investigação policial e jornalística que se seguiu são trazidas à luz da verdade através da história de ficção protagonizada pelo jornalista Miguel Andrade e pela sua companheira, Érica Faria.

Frederico Duarte de Carvalho nasceu no Porto a 27 de Agosto de 1972. Estudou na Escola superior de Jornalismo e iniciou-se na profissão como estagiário no histórico O Primeiro de Janeiro. Foi jornalista do Tal & Qual até 2004. Actualmente é repórter da Focus. É autor de vários livros.

A partir de 19 de Março nas livrarias

......

The Praia da Luz Enigma:

In March Fiction will touch Reality

A child went missing at Praia da Luz, in the Algarve, but the subsequent investigation by police and journalists left doubts surrounding the disappearance of little Sarah McKenzie. With the intervention of journalist Miguel Andrade and his companion, Erica Faria, a new light is shed on the truth.

Frederico Duarte de Carvalho was born in Oporto at 27th August 1972. He studied at Escola Superior de Jornalismo and began working as a trainee at the newspaper O Primeiro de Janeiro. He also worked as a journalist at Tal & Qual until 2004. Nowadays, he is a reporter of Focus Newsmagazine. He wrote several books.

Available at the bookstores from 19th March.

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20080311

Recordações cariocas

De regresso a Lisboa, onde a temperatura é substancialmente diferente do que no Rio de Janeiro - mas ainda assim bem mais agradável do que seria na Suécia ou Holanda (isto para citar apenas uns exemplos de monarquias europeias de sucesso), resta-me constatar que o nosso Presidente se comportou como um autêntico monarca. Basta ler a entrevista ao jornal O Globo, onde se queixa que desde o tempo de D. João VI ainda hoje o mais alto representante de Portugal é o único cidadão que tem de pedir autorização ao Parlamento para viajar para fora do país...



Diga-se ainda de passagem que, juntamente com a Catarina Carvalho, fui cair nesta cerimónia onde, para além do nosso Duarte Pio e Isabel, estavam ainda os membros da família real brasileira, D. Luís, D. Bertrand e D. Teresa.




Vote no Rei...

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20080307

Nem todos estão de acordo

E, vinda de Lisboa, para agitar as águas de Março no Brasil, chegou a notícia do acordo ortográfico. O nosso ministro da Cultura não vai passar nada despercebido na visita da Corte portuguesa, principalmente quando já há quem não esteja de acordo.

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20080306

A Corte já chegou ao Brasil

Depois de uma viagem de 10 horas de avião...



A Corte já chegou ao Rio de Janeiro...



A nossa escolta de elite...



E a vista do meu escritório até domingo...

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20080305

200 anos depois...

Pacheco Pereira, o director

Não, Pacheco Pereira não vai ser o novo director da Focus... Entenda-se que refiro-me ao facto do comentador político ter sido o director da edição de hoje do diário "Público", que assinala assim os 18 anos de vida (parabéns) - O jornal surgiu na altura em que eu terminava o ensino secundário e alimentava a ideia de seguir o curso de jornalismo, pelo que me recordo muito bem daqueles primeiros anos. Ainda por cima a sede social do jornal e a redação do Porto ficavam pertíssimo do liceu onde estudava. Nunca tive a oportunidade de trabalhar neste diário, pois acabei por conseguir encaixar-me como estagiário - remunerado, imagine-se! - no histórico "O Primeiro de Janeiro". Contudo, conheci bem o ambiente do "Labirinto", o bar onde à noite se podia ler a primeira página do "Público" do dia seguinte. Adiante - Foi com alguma supresa que abri a edição de hoje e deparei-me com duas páginas compostas de um estranho gráfico que serpenteava de um lado ao outro: "Mas que confusão!", pensei para comigo. Depois de estranhar, obviamente que entranhei toda a informação que estava naquele gráfico que explicava a cronologia do processo do Casino de Lisboa. "Ora aí está algo bem feito", conclui. Na página 15 pude ler a explicação da existência daquele gráfico:

"Quero tudo sobre a história do Casino! Todos os documentos que for possível encontrar!" Agora, Pacheco Pereira é director. Está na reunião matinal de editores. "Temos de usar os arquivos. Vamos fazer a anatomia de um processo de decisão". É a proposta para o Destaque.
A editora de Portugal põe objecções. "Um processo de decisão não é uma notícia". Para o novo director, é. Ele não é jornalista. É historiador, só pensa no futuro.
"Cada vez mais, o Estado negoceia com os privados, e isso não é escrutinado", explica ele. "Os jornalistas têm de o fazer. Todos temos de o fazer".
Aparentemente, não há nenhum dado novo sobre o caso de Telmo Correia e o casino de Lisboa. Logo, não há notícia. Ou há? A sugestão de Pacheco Pereira: fazer uma cronologia relacional, exaustiva de todo o processo. Reunir todos os documentos, todas as datas, todas as declarações, todas as notícias dos jornais, e com isso desenhar um gráfico, um mapa. Depois procurar as falhas, os espaços em branco, os dados contraditórios. No fim, extrair conclusões. Verdades até então ocultas: notícias.
É um método da ciência histórica


Quando li estas linhas fiquei abismado. Teve de ser o Pacheco Pereira a explicar o óbvio... Imaginei o choque de Pacheco Pereira quando a editora lhe disse que aquilo não era notícia. Naquela altura, deve-lhe ter passado pelos olhos toda a vida e, finalmente, compreendeu a razão pela qual muitos leitores se estão a afastar dos jornais. Quantas vezes não falei eu já aqui da necessidade do "jornalismo científico"?

Mas a coisa não se ficou por aqui:

O Ricardo Felner está todo o dia a recolher documentos, em arquivos, em bases de dados, no Diário da República. Despachos, decretos-lei, mais de sete mil recortes de imprensa. Ele, que segue o caso desde o início, já tinha visto tudo aquilo. Mas não tudo aquilo junto. Aquele parecer de Telmo Correia, por exemplo. Só agora, que o compara com as datas das mensagens telefónicas, percebe que não bate certo. Não pode ter sido assinado naquela altura...

Uau! Uma reportagem a sério feita na base do cruzamento de dados de arquivos! Ena pá... Olha outra coisa que já poucos fazem...

Mas, há mais:

Por exemplo, o acidente com o Ferrari, no Porto. "Isto não tem nada a ver com os crimes no resto do país. No Porto, a criminalidade está relacionada com um determinado ambiente..."
Na reunião da tarde, chega a informação de que, afinal, foi mesmo um acidente. O director não diz nada. Parece decepcionado, mas conforma-se. A realidade não confirma a hipótese, paciência: era um simples facto avulso. E continua a busca. A busca de sentido. "A manchete é o casino!"
Surgem dúvidas: "Terá ele informação privilegiada? Mandou fazer o gráfico do casino porque já sabia que se ia encontrar qualquer coisa?"
Se for o caso, terá interferido na História. Terá mudado o passado: a tentação do historiador. Mas esta notícia tem futuro. A do Porto, talvez não, mas ainda assim é uma história: "Faz-se um perfil do homem do Ferrari. As pessoas gostam de ler essas coisas".


Meus senhores, o Pacheco Pereira é homem do Porto - embora a irmã Beatriz diga que às vezes ele esquece-se (isso virá na Focus da próxima semana) -, por isso sabe bem do que aquela gente é capaz. Ele também não é parvo e sabe que houve ali marosca, mas se a PJ garante que foi acidente... para já espera-se. É que a PJ também está a considerar a hipótese da morte de um segurança do Centro Comercial Colombo com três facadas de ponta e mola no peito poderá ter sido suicídio*, por isso... tá quieto ò menino! Agora, insinuar que tinha informações privilegiadas para a reportagem do Casino quando o que ele pediu que se fizesse foi algo tão natural do ponto de vista jornalístico, é mesmo de baixo nível. Mas eu entendo, pois ainda há alguns jornalistas com carteira que fazem precisamente o contrário: ocultam informações privilegiadas por conveniência. E que só falam quando lhes interessa...
Pacheco Pereira, num único dia, mostrou o que pode fazer um bom director quando se cumprem regras básicas do jornalismo. Ele hoje salvou o emprego a muitos dos jornalistas do "Público".
Por mim, não me importava nada de o ter como próximo director da Focus.

*"Três golpes de faca no peito terão provocado a morte ao homem de 35 anos que trabalhava para a empresa de segurança Charon. A Polícia Judiciária já está a investigar este caso, não sabendo ainda esclarecer se terá sido suicídio ou homicídio. De acordo com fonte policial, a faca foi encontrada junto ao corpo da vítima".

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20080304

No Porto, como na Calábria

O acidente mortal com um veículo da marca italiana Ferrari que vitimou um informador da PJ do Porto, Carlos Almeida, está a ser investigado pela PJ que desconfia de "ter sido causado por sabotagem, por exemplo, nos mecanismos de travagem ou na direcção da viatura". Também poderiam ter sido usado explosivos, daí o facto de haver igualmente uma equipa da PJ a seguir essa pista. Esclareça-se que o informador seria o destinatário de uma mensagem escrita enviada para o seu telemóvel, alegadamente originária de um inspector da PJ que investigava as mortes da noite do Porto. Essa mensagem dizia o seguinte:

"Olá, amigo Carlos. Haverá alguma possibilidade de algum dos putos de Valbom testemunhar no meu processo que o ‘Pidá’ andava com a C220 preta depois de eles terem baleado o Mauro? É importante ligar o ‘Pidá’ à carrinha. Não se esqueça do que lhe pedi, apenas conto consigo, abraços".

A mensagem, datada de 29 de Setembro de 2007, foi revelada por Telma, a mulher de Bruno ‘Pidá’, que diz ter encontrado o telemóvel de Carlos Almeida na caixa de correio de sua casa. Alguém o teria roubado ao informador da PJ e "ofereceu-o" a Bruno 'Pidá', que, entretanto, seria preso pela PJ no início de Dezembro.



Telma diz ter encontrado o telemóvel de Carlos Almeida na caixa de correio de sua casa. Alguém o teria roubado ao informador da PJ e "ofereceu-o" ao marido, Bruno 'Pidá', que, entretanto, seria preso pela PJ no início de Dezembro. Quando entrevistei Telma no Porto, na véspera de Natal, garantiu-me que o marido estava a ser um "bode expiatório" da PJ. Não sei se isto é verdade ou não, mas que a PJ não sai bem no meio desta confusão, não.

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20080301

O apoio de Jack

Obrigado, Adelino

O Adelino Cunha demitiu-se de director da Focus. Esteve dois meses à frente da revista, mas não esqueço o trabalho que desenvolveu desde que chegou como editor em Abril passado. Foi sempre jornalista e isso é raro nos dias de hoje. E camarada... Nesta hora de despedida, quero registar aqui o agradecimento pelas oportunidades que me foram dadas e a confiança que depositou no meu trabalho. Fico à espera da entrevista prometida para quando ele lançar o livro sobre António Guterres.

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