20130418

Camarate - Debate Frederico Duarte Carvalho/Barata-Feyo, na RDP Internacional

Frederico D. Carvalho speaking about the international importance of Camarate

20130416

Com Inspiração - Cavaco Silva e o BPN

20130415

Louçã sabe que eu sei

Francisco Louçã, agora que deixou de ser deputado, começou a dizer coisas que não dizia. Agora, diz o que realmente sabe e pensa ou, em alternativa, tornou-se numa pessoa "irresponsável", adepta de "teorias da conspiração". Explique-se: a minha mais recente obra fala sobre a morte de Sá Carneiro, onde aponto o tráfico de armas para o Irão como o provável móbil para um atentado. Isso está a ser investigado na Assembleia da República, onde fui testemunhar há cerca de um mês. Fiz ver aos deputados da Nação que, em 1980, era proibido vender armas para o Irão, pois havia um embargo internacional devido à crise dos reféns de Teerão. Ainda hoje se suspeita, nos EUA, que o então ex-director da CIA e candidato a vice-Presidente dos EUA, George Bush (pai), teria negociado secretamente, em Paris, durante o fim-de-semana de 18 e 19 de Outubro de 1980, o envio de armas para o Irão de modo a que os iranianos pudessem combater contra o Iraque de Saddam Hussein. A guerra Irão-Iraque começara um mês antes e viria a prolongar-se até 1989. Em troca, os iranianos atrasariam a libertação dos reféns até ao dia das eleições presidenciais nos EUA, que teriam lugar daí a um mês, a 4 de Novembro de 1980. Foi assim que Jimmy Carter não conseguiu ser reeleito e George Bush tornou-se vice-Presidente, depois Presidente e, mais tarde, pai de Presidente (ainda poderá vir a ser avô de Presidente...). Frisei que a morte de Sá Carneiro, a 4 de Dezembro de 1980, ocorreu depois das eleições, mas também antes da libertação dos reféns de Teerão, facto que só veio a acontecer no dia da tomada de posse de Reagan como Presidente, ou seja, no dia 20 de Janeiro de 1981. Falei ainda do negócio do tráfico de armas durante os anos Reagan/Bush e que deram origem ao chamado escândalo "Irangate", que teve ramificações em Portugal. Fiz ainda notar aos deputados da Xª Comissão de Camarate para o facto de George Bush ser muito amigo do actual Presidente da República de Portugal, Cavaco Silva, a ponto de ter sido um dos convidados de honra da tomada de posse de Cavaco em 2006. Era ainda uma amizade que remontava ao ano de 1986, altura do tráfico de armas por Portugal. São factos que mereciam ser debatidos muitos antes de eu ter sido obrigado a escrever o meu livro. Mas, por exemplo, nunca ouvi nada da parte do Bloco de Esquerda sobre estes factos. Se calhar não sabiam de nada. Nunca vi nada escrito por Francisco Louçã sobre estes factos - e, se o fez, lamento mas nunca os vi. Se, entretanto, alguém quiser elucidar-me ou desmentir qualquer acusação de deslealdade intelectual da minha parte, por favor, diga-me e reconhecerei humildemente o erro. Agora, vi que o ex-deputado Francisco Louçã é autor de um livro "Isto é um Assalto" , feito em conjunto com Mariana Mortágua e com ilustrações de Nuno Saraiva. Depois de ter lida uma das Bandas Desenhadas que está na obra, considero que Francisco Louçã, afinal, já sabia tudo aquilo que fui dizer. Porquê? Porque agora eu tenho a certeza que ele sabe o que eu também sei. Ele sabe que Bush pai foi chefe da CIA. Ele sabe que Sá Carneiro morreu em 1980. Ele sabe que havia tráfico de armas para o Irão e que isso passou por Portugal. Ele sabe qual era o banco que servia para esses negócios. E ele sabe que Bush esteve na tomada de posse de Cavaco. Ele sabe isso e muito mais. Mas nunca o disse como deputado. Prefere "esconder" aquilo que sabe numa Banda Desenhada. Nunca se comprometeu, enquanto deputado, pela denúncia ou pela divulgação pública destes factos. Para mim, a BD é uma arte nobre, muito importante do ponto de vista da Comunicação. Mas, para Francisco Louçã, parece ser uma coisa menor, para crianças, onde, aparentemente, pode dizer o que quiser sem risco de dissabores. Pode dizer o que nunca disse no Parlamento. Mas, agora fica aqui o registo que eu sei que ele sabe...











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