20030831

Moscas portuguesas

Cumprem-se hoje seis anos desde a morte da princesa Diana. Não vou falar de teorias da conspiração, mas vou dar-vos um poema de Oswald Le Winter, um suposto ex-agente da CIA que vive em Lisboa desde Janeiro de 2001. LeWinter esteve preso em Viena, entre Abril de 1998 e Dezembro de 2000, depois de ter sido condenado por tentativa de fraude ao pretender vender supostos documentos da CIA ao pai de Dodi Al Fayed, que provariam que a morte de Diana obedeceu a um plano concertado a vários níveis.
Ele vive agora em Lisboa, já editou dois livros de ensaios - "Desmantelar a América" e "Democracia e Secretismo" - e também escreve poesia:

Portuguese Flies

"All Portuguese dogs are crazy,"
Says Luisa, my neighbor. Her runt,
Black, brown and white spotted,
One-fourth Terrier, one-eighth Spaniel
And assorted fractions of other breeds
That roam the streets of Lisbon after
Dark, sniffing at bitches whose tails,
Stiff as a finger probing the sky, signal
Mating fever, is called Cao, which
Is dog in Portuguese; simple and
Undistinguished as his whelping
In some cellar among stone washtubs.

Cao chases flies. Thinking he's a crocodile,
He snaps at them, but never manages
To bag one, which is not surprising.
Sometimes, in the cool rose dusk
Of Alcantara, my borough, I stroll
Into the pocket park on Alto Santo
Amaro, near my old house and find
A bench. Cao is usually there, running
Like a halfback, broken field style,
Trying to maul flies that keep evading.
It's easy for them. Portuguese flies are
Small, like fruit flies elsewhere.

Portugal itself is small. It fits easily
Into the trouser pocket of a Texan, or so
A clerk at the American Embassy said,
The day I came. He was from Amarillo.
Luisa, her husband, or her son Paulo
Are usually in the park. Cao barks
In shrill bursts, more like yelping than
Like threats. The flies stay high enough
To entice, but also to escape, his teeth.
But Cao never tires of the chase. It is
His mutt nature he obeys doing it. Just
As the flies express theirs by escaping.

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O sr. Arbusto

O senhor Arbusto vive em casa com a família. Certo dia, é assaltado e matam um dos seus filhos.
O senhor Arbusto vai ter com a Polícia e diz que desconfia de um grupo de estudantes, drogados, que vivem numa residência universitária que ele até ajudou a construir e, agora, por inveja da sua maneira de vida, eles resolveram vingar-se.
A Polícia diz que vai actuar, mas precisa de mais provas, tanto mais que gostaria de saber que tipo de relações existiam, afinal, entre os drogados, a residência universitária e a família do senhor Arbusto.
Suspeitam de ajuste de contas.
Antes de qualquer investigação, o senhor Arbusto, com a ajuda de alguns cunhados, invade a residência universitária e expulsa de lá o líder dos estudantes e diz à Polícia que actuou em legítima defesa.
A Polícia, lá o deixa estar em paz, tanto mais que o senhor Arbusto é amigo do presidente da Junta de Freguesia e, de facto, os rapazes, com aquelas barbas mal feitas, até davam um péssimo aspecto ao bairro.
Depois, o senhor Arbusto diz à Polícia que as armas com que mataram o seu filho estão escondidas em casa de uns outros amigos dos estudantes universitários.
A Polícia, começa a achar que aquilo já é demais: "Como é que o senhor sabe tanta coisa, senhor Arbusto? Eles têm armas escondidas? Já lá fomos fazer uma inspecção e não encontrámos nada!", dizem-lhe cada vez que ele vai à esquadra queixar-se.
O senhor Arbusto, que ainda por cima paga os seus impostos e acha que a Polícia deveria estar ali para o servir, não gosta daquelas suspeitas - ele sabe muito bem que há armas, pois foi ele quem as vendeu aos amigos dos tais estudantes... Mas, também não o pode dizer à Polícia.
Então, mais uma vez com os seus cunhados, vai lá a casa dos outros indivíduos, que também são mal vistos no bairro, e parte aquilo tudo. E aproveita para esconder as armas, porque se a Polícia põe a vista em cima delas, vê o número de série, soma dois mais dois, e então está tudo perdido para o senhor arbusto e alguns dos cunhados.
Quando lá no bairro há vizinhos que andam a dizer à Polícia que o senhor Arbusto não era aquilo que se dizia, que ele também estava metido em negócios escuros, e agora até se tinha substituído à Polícia pelo que temiam pela manutenção da ordem lá no bairro, o senhor Arbusto e os cunhados puseram uma bomba à porta da esquadra da Polícia que acabou por matar o chefe da esquadra lá do bairro. Ainda partiram uns carros da própria família, e depois disseram à Polícia que tinham sido alguns dos familiares dos amigos dos estudantes, com alguns outros estudantes da tal residência universitária, que andavam agora a vingar-se. O senhor Arbusto disse à Polícia para estar descansada que eles próprios montariam um grupo de vigilantes e pediriam a identificação a toda a gente que andasse pelo bairro. E para se preparem que, enquanto ele e os cunhados não ocupassem todas as casas, de certeza que iriam haver mais mortes.
Os vizinhos queriam denunciar esta situação, mas o jornalista do jornal da paróquia não os quis ouvir, porque foi beber uns copos com o senhor Arbusto e gostava muito de o ouvir contar as suas aventuras e as dos cunhados... E, lá pelo facto de um sobrinho de um cunhado do senhor Arbusto ser o Padre que mandava no jornal da paróquia, isso não queria dizer que ele estava, forçosamente, do lado do senhor Arbusto e cunhados.


(Esta história é uma ficção. Qualquer semelhança com a realidade não é coincidência)

20030830

Guterres, ò nu!

Guterres consultor da ONU.
Longe de Belém? Ou mais perto?...

Mais...

Em relação ao "post" anterior há alguns outros factores que gostaria ainda de apontar:

A legítima defesa (que alguns pretenderam invocar) está igualmente prevista no artigo 32 do Código Penal.
Só que aqui estamos perante um acto premeditado, pois o director do jornal "sugere" que é legítimo premeditar uma resposta no sentido de "neutralizar" alguém que cometeu um crime violento (matou um familiar nosso).

Como o exemplo foi a transposição de um conhecido caso real internacional (o ataque terrorista do 11 de Setembro e a invasão do Iraque) para uma eventual situação que poderia acontecer no seio de uma família portuguesa, o director do jornal terá também violado o artigo 298 do Código Penal português, sobre a apologia pública de um crime, que diz: "Quem, em reunião pública, através de meio de comunicação social, por divulgação de escrito ou outro meio de reprodução técnica, recompensar ou louvar outra pessoa por ter praticado um crime, de forma adequada a criar perigo de prática de outro crime da mesma espécie, é punido com pena de prisão até 6 meses ou com pena de multa até 60 dias, se pena mais grave lhe não couber por força de outra disposição".

Depois, como ainda estamos perante um caso internacional, onde o director de um jornal português justifica a intervenção de um país estrangeiro, pergunto ainda se, ao defender a acção dos norte-americanos com aquele exemplo violento, que o leva a fazer "apologia" e "incitamento" a um crime, não estaremos ainda perante um caso de "Incitamento à desobedeciência colectiva com ligações com o estrangeiro"? Este último, previsto no artigo 331 do Código Penal, que diz que quem "receber instruções, directivas, dinheiro ou valores", para levar ao incitamento da desobediência é punido com pena de prisão até 5 anos.
Tanto faz?

Incitamento à desobediência colectiva

Num semanário português, o director escreveu um texto relacionado com a morte de Sérgio Vieira de Mello e, a dada altura, explica o seu ponto de vista em relação à questão das armas de destruição maciça e diz que isso foi apenas uma "razão formal" para a intervenção norte-americana no Iraque.
E exemplifica desta forma:

"Imagine o leitor que vivia num sítio problemático, perto de um reduto de marginais, que um dia lhe assaltavam a casa, matando um membro da família.
O que faria, se tivesse meios para combater os marginais: ficaria à espera de ser de novo assaltado ou iria ao encontro deles, tentado neutralizá-los?"

O artigo 330 do Código Penal português, sobre o Incitamente à desobediência colectiva, diz: "Quem, com intenção de destruir, alterar ou subverter pela violência o Estado de direito constitucionalmente estabelecido, incitar, em reunião pública ou por qualquer meio de comunicação com o público, à desobediência colectiva de leis, de ordem pública é punido com pena de prisão até 2 anos ou com pena de multa até 240 dias".

Há uns tempos escrevi aqui que deveria existir um livro de reclamações para os jornais e sobre a responsabilidade das opiniões dos seus directores. E sugeri ainda que uma eventual a punição poderia passar com a suspensão da publicação do jornal durante um dado período de tempo.
Pergunto se não estaremos aqui perante um caso de Justiça? Um director de um órgão de Comunicação Social, ao explicar que a reacção norte-americana de avançar para o Iraque depois do 11 de Setembro é perfeitamente justificável, disse também que é perfeitamente justificável que a população civil faça justiça com as próprias mãos, ao arrepio de todas as leis que nos regem.
E isto não é incitamento à desobediência colectiva?! Onde está o Ministério Público?
Será que vai haver muita gente que depois de ler isto dirá "Para mim tanto faz"?
Pobre Portugal...

Early Morning...

Espero que estejas contente com o que fizeste.

20030829

Júlio Iglésias

Canta hoje em Angola.
Para alegrar o aniversário do Presidente!
"Happy birthday, mr. President!"

P.S. Não se esqueça de ver o preço que melhor lhe convém...

Itália

Já me tinham dito, mas ainda assim eu não queria acreditar que os italianos fossem mesmo assim! Mas agora vi a luz: na televisão italiana, no "télijiórnále", informaram os telespectadores sobre o sorteio de hoje para a Liga dos Campeões e mostraram quatro grupos onde, em cada um, estava uma equipa italiana. Só que, depois de, e muito bem, terem informado sobre o destino das equipas lá da terra, não mostraram mais nenhum quadro. Quer isto dizer que os jornalistas da tv italiana acham que as equipas do Manchester United e do Real Madrid não interessam para nada.
Por isso é que espero que o FC Porto ganhe hoje contra o AC Milan!

20030828

"Quando" acontece

O "Observatório do Quando", uma organização algo desorganizada, sem fins lucrativos e nada governamental, detectou na edição de hoje da revista "Visão" três grandes textos assinados que começam daquela pouco original maneira do "Quando".
O primeiro exemplo está na página 40, no texto "Portugal corrupto", onde a jornalista Sónia Sapage inicia o texto desta forma: "Quando os três elementos do Grupo de Estados Contra a Corrupção..." (O resto do texto já não interessa... Corrupção? Em Portugal?! Bah!)
Devo salientar que, desde a semana passada, altura em que surgiu esta ideia do "Observatório do Quando", a jornalista Sónia Sapage já fora um dos exemplos com um texto que assinou em conjunto com outras duas jornalistas da "Visão". E, como esta já é a segunda vez, em duas semanas, por isso, por favor, alguém seu amigo que a avise...
O segundo exemplo está na página 52, no texto "A UE é uma castração" (lembro que, sim, estamos ainda a falar da "Visão"), o jornalista Paulo Chitas, desde a Suíça, começa por nos dizer: "Quando chegar a Lisboa, no sábado, dia 30...". Não ele, mas um suíço que não quer ser castrado...
E, por fim, (vá lá, ainda assim não tivemos muitas...), o Paulo Santos que assina o texto "A nova indústria nacional" (que, é o Futebol, uma indústria que, agora que é orientada por novos dirigentes, melhor formados do que a geração anterior e com outra visão empresarial - é não, é? Não estou a dizer nada errado, pois não?... - representa 0,4 por cento do PIB) também começa o texto daquela maneira nada original: "Quando Durão Barroso e Manuel Ferreira Leite...", e já nem quero imaginar o resto do que eles os dois vão fazer "quando".
Voltaremos em breve. Quase de certeza. É só uma questão de "quando" isto voltar a acontecer...

Intervenção Divina

Em relação às discussões sobre a situação israelo-palestiniana, só tenho sugerir o visionamento deste filme.
É essencialmente composto por vários quadros que contam pequenas histórias tão banais, mas que batem nas raízes profundas do ser humano. E é sempre possível, apesar de tratar-se de um conflito milenar, recomeçar de novo.
Basta cumprir uma regra: Não faças ao outro o que não queres que façam a ti.
A história que costumo contar sobre este filme é aquela do homem que, todos os dias, atirava com um saco de lixo para o quintal da vizinha.
Todos os dias ele abria a porta de sua casa e atirava com o saco do seu lixo para o quintal da vizinha. E os sacos lá ficam. Amontoados.
Nós, ao vermos aquilo, pensámos que este tipo está a ser um grandessímo filho da p... E, obviamente, que estamos ao lado da vizinha que, quando nota naquela lixeira no seu jardim, imediatamente atira os sacos para a frente da porta do vizinho. "Bem feito! É claro que é assim que se faz!" - pensarão muitos de nós...
Só que o vizinho sai de casa, vê os seus sacos em frente à porta de casa, e dá-se este diálogo (que cito de memória):
- Então vizinha isso faz-se?! Porque me atiras com os sacos de lixo para a minha porta?
- Porque você atirou-os primeiro para o meu jardim!
- Então porque não vieste falar comigo? Não foi para isso que Deus nos deu a língua?!
E, dito isto, o homem vira costas e regressa a casa.
Quem ficou desarmado com esta resposta e entendeu como é que se poderia, facilmente e ainda no nosso tempo de vida, resolver um conflito de mais de mil anos, sabe do que estou a falar.
Quem não entendeu, então só posso completar: Deus deu-nos a língua para falar e inteligência para a usar.

Oh não!

E se correr em demasia...

... nunca mais consigo escrever poesia.

Agora é oficial...

Eu também já tinha dito que era crime. (Ver dois "posts" do dia 26, "Circular" e "Tink!"). Precisamente por isso é que não disse do que estava a falar. Ainda agora, por exemplo, digo que não estou a falar de nada. Eu também já tinha avisado que era desinformação, mas nunca cometi a imprudência ou a maldade de aumentar a natural curiosidade dos outros elementos da minha raça ao referir-me ao tema. Mas, agora, apesar de já ser oficial na bloglândia, digo que eu vou continuar a comportar-me como sei e gosto de me comportar: apenas com um bocadichínhozinho de seriedade... Por isso é que não digo de quem estou a falar. E sei que ele nunca reconhecerá o que eu disse. Porque sei que ele diz que não me lê.

And now for something...

... completely different.
O canal da televisão por cabo Sky News tem vindo a fazer um trabalho, no mínimo, diferente, em relação à cobertura do inquérito à morte do Dr. Kelly.
Os jornalistas têm livre acesso às transcrições dos interrogatórios, mas não é permitido a captação de imagens e som dos mesmo.
A Sky News contornou o problema e, em vez de apresentar aos seus telespectadores enfadonhas imagens gráficas com um único jornalista a ler, ao mesmo tempo, as perguntas e respostas mais relevantes do interrogatório do dia, lembrou-se de recriar a situação, com cenário e recorrendo a... exactamente: actores!
E amanhã, às 23 horas, vamos ter a transmissão da recriação do interrogatório ao primeiro-ministro Tony Blair, interpretado por um actor. E, já nesta última noite, apareceu uma antevisão do que acontecerá dentro de horas, ao recriarem a parte onde Tony Blair será confrontado com a primeira pergunta de cada inquérito, que é seu nome.
O caso é sério e não creio que haja aqui espaço para brincadeiras. Não sei ainda como classificar estas encenações na Sky News. Veremos o que o tempo dirá.
Agora, para desanuviar o clima, digo ainda que pensei que Ronald Reagan tivesse sido o último grande actor/político. É claro que Arnie poderá seguir-lhe alguma das pisadas. Cá entre nós, que hipóteses teria, por exemplo, o Vítor Norte se resolvesse candidatar-se ao cargo de Presidente da República? Ou um outro actor... o Joaquim de Almeida, por exemplo? E que tal o Pedro Miguel Ramos ou o Zé Maria?! Alguém por aí pode lembrar-se de um nome que até tenha hipóteses de vir a ser plausível?

Prontos!

Prontos! Ainda estive a "torcer" pelo Benfica, mas não consigo entender como se falham tantas oportunidades de golo. E quem não marca, não ganha. No canal codificado, também não tive sorte e lá vi o Real ganhar ao Maiorca do Pacheco... Prontos! Foi mau em todo lado. Ainda bem que a minha vida não depende disto e, como não há apostas em Portugal à semelhança do que existe na Inglaterra, também não perdi dinheiro (A última vez em que lá estive, apostei que o Boavista iria eliminar o Hertha de Berlim na Taça Uefa. E ganhei. Mas, como também só tinha apostado uma libra... Foi pouco para aposta? Carago! Era todo o dinheiro que tinha na altura!).
Outra coisa: porque é que o senhores da SIC não colocam no canto superior direito do ecrã a informação do resultado e da hora do jogo de futebol? Se há canais que conseguem fazer isso sem qualquer prejuízo para o bom visionamento do jogo, como se explica que não façam o mesmo?
É para serem diferentes? Se é isso, então não se esqueçam de dizer aos vossos comentadores que convém, pelo menos, de 5 em 5 minutos, informar os telespectadores do resultado e do tempo de jogo que falta para o intervalo ou para o fim do jogo...

20030827

Não vamos negar...

... que a notícia dia parece ser o Benfica. Já aqui disse que sou boavisteiro e, como o jogo desta noite contra a Lázio vai ser no Bessa, confeso que gostaria de dar uma prenda ao Benfica... Por isso espero que este último vença a eliminatória.
Lá por ser do Porto (cidade), isso não faz de mim um anti-benfiquista primário.

451

O livro de hoje do "Público" é o "Fahrenheit 451", de Ray Bradbury.
Confesso que nunca o li.
Mas vou comprá-lo hoje.
E se nunca o li, foi porque vi o filme de Truffaut.
Há muito tempo.
Mas nunca o esqueci.

Últimas palavras...

Ao que parece, as últimas palavras de Sérgio Vieira de Mello foram: "Não os deixem acabar com a missão". Quem são "eles"? Sabe-se lá. Pode ser tanta gente. Mas, quem é que Sérgio, antes de morrer, criticava? Olha, para mim tanto faz...

Aniversário

Pensavam que lá por fazer hoje anos não vinha para aqui dizer umas coisas?!
Não, não sou a Fernandes Pires da Silva, que desde aqui, também desejo um feliz dia de aniversário, abençoado pela primeira chuva desde a onda de calor... (Já não me lembro de ver um dia 27 de Agosto a chover.) Ainda não vi Marte, mas tenho estado ocupado a olhar para outros lados que não tive tempo de ir ver o céu. Hoje à noite devo ir ao bairro beber um copo (estão todos desde já convidados!). Talvez dê para ver alguma coisa...

Agora que já fiz as honras do primeiro "post" do dia, vamos à teoria da conspiração de hoje, que me foi inspirada pela revista "Focus" desta semana (onde, o "observatório do quando" faz aqui a referência ao texto de Filipe Garcia e não deixa de fazer notar que os textos do correspondente Nuno Guerreiro, na página 44, e o de Catarina Carneiro de Brito, na página 72, começam com essa outra não menos desprezível "muleta" que é o "Quem"... Enfim, são as regras do jornalismo que diz que os textos devem responder sempre às perguntas "O quê?", "Quando?", "Quem?", "Como?", "Onde?" e "Porquê?".

A teoria da conspiração é sobre o Titanic. "Quando" é que algum jornalista português irá escrever que o navio que se afundou não era o Titanic, mas sim o navio-irmão, o Olympic?! E que foi tudo planeado para sacar dinheiro às seguradoras (o que correu mal depois foi o facto de ter morrido tanta gente...).
Esta revelação, agora que se fala tanto dos destroços que estão a apodrecer por causa dos turista que para lá deitam o lixo, poderá ser considerada o meu presente de aniversário para todos vocês que visitem esta página neste abençoado dia!... Parabéns para vocês também!

20030826

Tink!

Pensem!
Tink!
Se isto parece ajudá-lo, não deveria ser um segredo para a sua Defesa?
Se ele agora sabe tudo isto, será que só o soube depois de ter sido preso ou já o sabia antes?
Se o soube depois, então porquê divulgá-lo assim? Se ele sair em liberdade, agora que se sabe publicamente tudo aquilo, será que depois não vão dizer que afinal também estava feito com eles e só mandou aquilo cá fora de uma forma anónima porque era um "aviso"?
Parece que aquilo até diz muita coisa. Mas, e o que não diz?
Contem os nomes que aparecem. Depois façam uma lista, mas comecem do nome menos citado para o mais citado. Talvez descubram uma coisa interessante. O quê? Não sei, porque ainda não o fiz.
E do que é que estou a falar? Sei lá! Alguém sabe?

Amanhã

Amanhã Marte vai estar mais próximo da terra como não acontecia há muito. E eu vou fazer 31 anos. Será que já estava previsto?

Segue sempre pelo bom caminho...

... que não te perderás.

Vive com o que tens...

... senão não vives.

Não cries ilusões...

... assim não te vais desiludir.

Inocente?

Vi há dias o filme de Hitchcok, "O homem que sabia de mais". Lembrei-me daquela anedota: "Quanto dá 22.553 vezes 555? Dá 12.516.915! Pum! Pum! Porque o mataste? Ele sabia de mais!"

Circular...

Isso que vão ler não é jornalismo. É desinformação. Uma das técnicas de desinformação é contar 90 por cento da verdade e juntar 10 por cento de factos que são mentira. Depois, toda a investigação séria será desacreditada. Mas, onde começa a verdade e onde acaba a mentira? Enfim, Agosto está mesmo a acabar... vem aí a reentré. Agora é que é boa hora para se ir de férias!
Do que é que estou a falar? Estou a falar dos que acusam outros e violam a privacidade das pessoas de uma forma anónima. Eu, por exemplo, já disse que revelarei a minha identidade a quem perguntar, mas não preciso de publicitar o meu nome naquilo que escrevo, porque limito-me apenas a falar de coisas que não interessam para nada e já são conhecidas publicamente há muito tempo. Agora não contem comigo para fazer circular afirmações que tanto podem ser verdade ou mentira... Isso é crime! E divulgá-lo, até na Internet, não deixa de ser crime! Por isso, não digo do que estou a falar, mas há muita gente que, de certeza, vai ficar a saber do que estou a falar.

A propósito do "carpem Die"

Cada vez que converso com uma pessoa mais nova, ela vem-me com aquela conversa: "Eu sei lá se amanhã estou vivo! É preciso viver cada momento como se fosse o único".
Têm toda a razão, sobretudo face aos perigos do mundo de hoje. Eu próprio, desde que nasci, faz amanhã 31 anos, tenho vindo a sobreviver num mundo cheio de atentados terroristas (o Setembro Negro, nos Jogos Oí­mpicos de Munique, por exemplo, foi nove dias depois de eu ter nascido), fizeram depois um golpe de Estado em Portugal quando eu tinha 2 anos, e seguiu-se um Verão Quente, onde o país esteve à beira da Guerra Civil.
Inventou-se a bomba de neutrões, a Rússia invadiu o Afeganistão e o Iraque iniciou uma guerra contra o Irão. Pelo meio morreu o nosso primeiro-ministro e ministro da Defesa que, contra todas as regras de segurança num paí­s civilizado, viajavam no mesmo avião. Houve ataques das FP-25 de Abril, a ETA em Espanha e o IRA na Irlanda, a Guerra Fria e a explosão nuclear em Chernobyl. Depois veio a guerra nos balcãs, a entrega da Rússia às Mafias e o 11 de Setembro. Tento acordar, olho à  volta e constato: quem manda nisto tudo ainda são os mesmo do dia em que nasci. Foi há 31 anos, faz amanhã. Não considerem isto um desabafo nostálgico, mas sim uma larga introdução para a resposta que eu dou quando me dizem que temos de aproveitar o dia de hoje como se fosse o último e, por isso, tanto faz o que acontece: "Se viveres hoje como se fosse o último dia da tua vida, o que pensas fazer amanhã se não morreres?"

Hoje somos muitos...

... amanhã se verá.

Os que se vão

Por cada blog que se apaga, há 10 que se levantam. A ordem natural das coisas fará a sua selecção.

As mensagens de Cruz...

Raquel Cruz, a mulher do apresentador Carlos Cruz, detido preventivamente desde o passado dia 31 de Janeiro por suspeita de abuso sexual a menores, tem um registo diário nas páginas do jornal "24 Horas". Ontem, ela escreveu que, durante uma visita ao marido na prisão - que está impedido de prestar declarações públicas na Imprensa -, Carlos Cruz ter-lhe-á dito "a sorrir" uma frase. Ele não explicou à mulher o significado, mas avisou que "talvez alguém entendesse". Era esta a frase: "Gosto de saber que este ano há Verão de S. Martinho em Novembro. Alguém irá à prova da água-pé fazer novos amigos".
Vamos lá ver se entendemos alguma coisa: o Verão de S. Martinho tem uma data precisa: 11 de Novembro. Será que vai acontecer alguma coisa a 11 de Novembro? Ir à prova da água-pé... Ora, a água-pé é aquele mosto de uva que sobra depois da vindima. É a primeira coisa a ser bebida depois de uma colheita. É o vinho mais novo, os "novos amigos"? Aqueles que vão ser "bebidos" no dia 11 de Novembro. Mais uma vez, esperam-se então novidades para aquele dia?
Só que há aqui outra coisa. Novembro, se bem se recordam, é igualmente o mês em que rebentou o escândalo da Casa Pia no ano passado, depois de um texto no semanário "Expresso", publicado a 23 daquele mês. As revelações que se seguiram, levadas a cabo pela antiga secretária de Estado da Família, Teresa Costa Macedo, com um relatório de 1982 onde figurava o nome de Carlos Cruz, levou-o a ter de ir aos três telejornais nacionais justificar-se. E isso foi ainda em Novembro, a 28.
Será que Carlos Cruz aludiu a algo que se passou a 11 de Novembro de 2002? O que aconteceu naquele dia? Quem quer ir ver os jornais de então? Talvez descubram alguma notícia reveladora sobre um escândalo sexual... Contudo, esta é apenas mais uma interpretação possível. E nada pode ser provado, excepto pelo próprio.
Ah! A frase de hoje é "Os caramelos fazem mal às crianças". Mas esta já a acho óbvia.

20030825

Quandos...

A propósito do meu texto de há pouco sobre o início dos textos jornalísticos com "Quando", recebi este e-mail, que partilho:

"Acabei de ler o texto sobre o problema dos inícios de texto com recurso à grandessíssima muleta chamada «Quando». Um observatório poderia ser interessante. Quantas vezes já reparei neste recurso fácil usado por tantos jornalistas. Quando penso nisso, lembro-me sempre do início de uma reportagem assinada há muitos anos, creio que pelo Fernando Alvim, e creio que sobre a desertificação no Alentejo. Começava assim: Na rua, só havia a rua.

É um começo tão simples e tão poderoso, que até me incomoda estar aqui a tentar encontrar adjectivos. O problema é que dá muito trabalho encontrar um início aparentemente tão nu, tão cru, tão deserto.

VC"

Mais uma vez, um obrigado ao colaborador.

A "Visão" enganou-se...

Na página 49 da revista "Visão" do dia 21 estão lá uma série de fotografias de atentados registados em todo o mundo depois do 11 de Setembro de 2001. No Iémen, dizem-nos, a 12 de Outubro de 2002, terá explodido uma pequena embarcação contra o porta-aviões norte-americano "USS COle". É um engano. Aquilo foi a 12 de Outubro de 2000, um ano antes do 11 de Setembro. Coincidiu foi com o ataque à discoteca em Bali, que também foi a 12 de Outubro, de 2002.

Quando Kafka voltar a escrever

Sublinho o desabafo que Joel Neto faz no seu blogue quando critica os jornalistas que começam um texto com a palavra "Quando". Ele aponta como exemplo três textos seguidos na revista "Time" que começam com "When", o que para ele (nós, neste caso) "é o truque mais antigo na escrita de revistas".
Olha Joel, não vás mais longe. O "Expresso", na revista "Única", do passado dia 22, a jornalista Iza de Salles Freaza, começa o texto sobre Sérgio Vieira de Mello da seguinte maneira: "Quando a repórter do 'Jornal do Brasil? lhe perguntou se...". De igual modo, na mesma revista, o cronista Rui Henriques Coimbra também começou o texto "Postal dinamarquês" com igual "muleta": "Quando os meses mais quentes chegam à Dinamarca..."
E, na "Visão" do dia anterior, num texto assinado por três pessoas (Alexandra Correia, Inês Rapazote e Sónia Sapage), intitulado "Picaretas Falantes", também lá está o "quando": "Quando subiu ao palco...".
Ainda na mesma revista, numas páginas mais à frente, a jornalista Cesaltina Pinto, começou assim o seu texto "O senhor Douro": "Quando soube que o primeiro-ministro alemão..."
Acho que se podia criar uma espécie de observatório para "quando" estas coisas acontecem. Da mesma maneira, proponho ainda, dentro das competências do mesmo observatório, a recolha dos melhores começos de texto.
Não se esqueça por exemplo que, no campo da literatura, os dois melhores começos de texto até são do mesmo autor: Kafka.

É neste mundo que queremos viver?

Comprei este livro. Depois digo-vos se valeu a pena. Para já, notei que uma das pessoas a quem está dedicado é ao jornalista moçambicano Carlos Cardoso. Se houver algum jornalista português que pense ir brevemente a Moçambique, que tal investigar a morte deste camarada? Mas, pensando melhor, é preferível fazer historinhas bonitas, daquelas de "feel good" e cheias de esperança para o futuro do país... Para quê mexer na porcaria?

Pacheco-1 Queiroz-0

O Jaime Pacheco deu tanga a Queiroz! Eu sabia que ele nunca deveria ter saído do Boavista, carago! No jogo do pontapé na bola é preciso continuar a ser do povo. Nada de vedetas mimadas e hiper-pagas e professores no banco... Já dizia o outro que aquele jogo era para homens de barba rija.

20030824

Matemática "meets" Zandinga

Ainda a propósito da matemática sobre os presidentes dos EUA (onde já demonstrei que, em 30 anos, a família Bush foi responsável por 15 anos de política norte-americana, - sem contar com os anos em que pai Bush foi chefe da CIA), devo ainda acrescentar o seguinte: Até 2008 poderão vir a perfazer 19 anos em 34. Depois, como Hillary Clinton será a presidente até 2016 (o que não fará grande diferença à família, pois também Bill Clinton já fora um risco calculado), seguir-se-á o filho Jeb Bush por mais 8 anos, até 2024.
Como perguntava a canção dos "Queen": "Who wants to live forever?"

Liberdade de expresso

Ao que parece o antigo secretário de Estado da Comunicação Social do PS, Arons de Carvalho, enviou um e-mail para os jornalistas do Glória Fácil a perguntar-lhes "se o jornal não é suficiente" para a "liberdade de expressão".
A pergunta é capciosa. Arons de Carvalho sabe bem a resposta. Onde está o jornalismo de investigação? Onde pára a memória nas redacções dos jornais que agora metem cada vez mais estagiários? Quem se recorda das razões que conduziram à primeira maioria absoluta de Cavaco Silva? Quem se interessa sequer? E quem é responsável por ter contribuído para esta situação? Quem foi secretário de Estado da Comunicação Social?
Ainda outra coisa: os blogues não são, obviamente, a solução à "Liberdade de Expressão". Eu, por exemplo, sou jornalista e escrevo aqui coisas que poderia perfeitamente dizer no meu órgão de Comunicação Social.
Só que, infelizmente, não são nenhuma novidade. Não se justificam. Já foram escritas em outros órgãos de Comunicação Social há algunas anos atrás, ou em diversos registos públicos e nada daquilo que eu aqui digo é notícia.
São é interessantes de se saber, porque em nada vão mudar aquilo que já sabemos (Tanto Faz, não é?!), a não ser para os jornalistas que não têm memória ou não andaram a informar-se daquilo que se passou há uns anos, quando eles eram pequenos, e que agora marcam o presente e vão ter repercussões no nosso futuro.
A responsabilidade, depois, passa agora para os políticos. Não vi nenhum político perguntar, por exemplo, se os tais explosivos soviéticos dos anos 80 que foram encontrados no local do atentado à sede da ONU em Bagdad que matou Sérgio Vieira de Mello, não poderiam, sabe-se lá, fazer parte do armamento que, ilegalmente, foi traficado pelos norte-americanos via Portugal durante 83 e 85, altura do Governo do Bloco Central (PS e PSD, com Mário Soares como primeiro-ministro e Mota Pinto como ministro da Defesa).
Alguém sabe porque nunca houve um inquérito parlamentar a esse negócio que ficou conhecido como Irangate? Arons de Carvalho e os senhores jornalistas do Público, caso desconheçam a resposta a esta pergunta e se tiverem interesse ou liberdade para tal, podem começar por tentar descobir. Para isso deixo-vos uma pista: leiam a crónica "Portugate", publicada na revista do semanário "Expresso" de 24 de Janeiro de 1987. Está assinada pelo então director da revista, Vicente Jorge Silva, que, dois anos mais tarde, seria o primeiro director do "Público" e, actualmente, é deputado do PS.
Perguntem ao autor porque nunca houve um inquérito parlamentar ao caso "Irangate".
Porque não pergunto eu? Porque a minha questão também é capciosa: eu já sei a resposta.

20030823

Fim da poesia

Como prova de que não tenho ressentimentos (aliás, não conheço pessoalmente nenhum dos autores daquele blogue, mas também sou jornalista como eles - isso até já devem ter reparado, e se não disse ainda o meu nome, foi apenas porque ninguém o perguntou! Foi só por isso! -, conheço Campolide, a "Pastorinha" e, já agora, os frangos da "Valenciana"... Sou natural do Porto, por isso também conheço o café Ceuta. Conheço jornalistas do "Público" no Porto, enfim, há já algumas coisas que tenho em comum com quem escreve no Glória Fácil...). É só para dizer que fiquei comovido com o "post" de MJO sobre o fim da poesia.
Julgam que eu tenho um prazer especial em escrever aqui sobre conspirações? Tenho nojo daquilo que sou obrigado a escrever aqui! Nojo! Porém, mais ninguém diz aquelas coisas. Sei que é um trabalho sujo, mas alguém tem de o fazer.
O que eu não daria para escrever poesia...
Já agora, deixo-vos um poema de um amigo meu lá do Porto. Talvez através dele saibam quem eu sou. Senão, perguntem-me que eu respondo! Aqui fica o poema:

Só eu sei
os teus olhos não choram
são barcos
navegam em lágrimas

Lockerbie II

Mandei uma cópia por e-mail para o Valete Fratres sobre Lockerbie. Recebi esta resposta:

"Agradeço o seu e-mail.
A grande questão agora é saber quem pagou a estes senhores para escrever este livro e com que objectivo...quem pretendem eles proteger ? Que interesses se escondem por detrás desta teoria ? Porque razão, agora, em 2003, depois da 2ª guerra do Iraque convirá ainda sugerir a existência de uma aliaça secreta entre EUA, Líbano, Líbia e Irão ?
Valete Fratres !"

Pelo que há pouco enviei esta outra resposta que aqui partilho:

"Um dos autores deste livro, John Ashton, trabalhou com um documentarista televisivo chamado Allan Francovich. Eles fizeram, em 1994, o documentário "The Maltese Double Cross", que explica como a pista Síria mudou para os agentes líbios na ilha de Malta. Havia um canal de droga que vinha do Líbano, via Malta e Frankfurt e Nova Iorque que era controlado pela DEA. Algo falhou aí, por isso é que a bomba entrou a bordo. No avião seguiam agentes do FBI que não estavam lá muito contentes com os negócios e regressavam aos EUA. Um outro agente do FBI (que não ia no avião) conseguiu inclusive impedir o filho e a nora de irem naquele avião (que, inclusive deveria ter explodido quando já estivesse a sobrevoar o Oceano Atlântico). O então presidente da África do Sul, Pik Both, também teve a "sorte" e a coincidência de não estar a bordo do fatídico Pan Am 103. O documentário foi impedido de ser exibido no Reino Unido. É claro que foram os líbios que "patrocinaram", mas apenas porque queriam contar a verdade, não porque tivessem inventado uma conspiração (repare-se aqui na subversão do pensamento: dizem que não há conspiração norte-americana, mas sim uma conspiração líbia. Então sempre há conspiração, não? Contudo, o que seria mais lógico? Inventar uma conspiração, ou tentar lutar pela desconstrução de uma outra, mostrar que existem falhas na versão oficial norte-americana e tentar negociar uma saída airosa para a situação em que nos querem meter? Foi esta última a solução dos líbios).
Os líbios conseguiram o que queriam, porque sabem, conhecem a verdade, e têm a certeza de que não foram eles que fizeram o atentado. O senhor Kadhafi, que não é um qualquer, também sabia que não poderia contar com a independência da Imprensa dos países ditos livres.
Como tinha conhecimento de que a verdade nunca viria ao de cima (pelo menos no nosso tempo de vida), só lhe restava negociar por uma verdade "oficial". E para negociar isso é preciso manipular a lei da oferta e da procura, o mercado. Pague-se então a jornalistas independentes para investigarem. E vamos dar-lhes a verdade. Toda a verdade.
Ninguém vai acreditar neles, mas aqueles que andarem a ser investigados vão sentir-se sempre ameaçados e terão de gastar cada vez mais dinheiro a controlar fugas de informação ou investigações jornalísticas atrás de investigações. E não podem matá-los a todos (Allan Francovich, por exemplo, morreu de ataque de coração no aeroporto de Houston. O seu computador desapareceu).
Também era preciso calar as famílias das vítimas (embora haja alguns familiares que dizem que o pagamento pelos líbios não os convence).
Porque não se resolve, por exemplo, o problema de Camarate? Porque não conseguiram encontrar um bode expiatório e a tese do acidente ainda não é suficientemente convincente. Aquilo vai acabar com o desgaste...
Agora, quanto à "Aliança secreta", não sei do que está a falar. Pode ser mais preciso? É que se é "secreta" é suposto eu nada saber e não quero estar aqui a violar nenhum segredo...

20030822

Jorge Sampaio lê este blog!

Viram onde esteve hoje o nosso Presidente da República, Jorge Sampaio? Esteve na delegação da ONU em Lisboa, a mesma onde eu fui ontem assinar o livro de condolências a Sérgio Vieira de Mello e depois dei aqui notícia disso... O que é que isto significa? Óbvio! Sampaio foi lá pessoalmente porque queria ver a minha assinatura no livro. O nosso "pres" quer saber quem eu sou... Ele interessa-se e posso dizer que, deste modo, é capaz de ir longe.

A versão DVD

Para a versão DVD do tal filme também proponho as seguintes cenas extras que, por razões de espaço, tiveram de ser cortadas:

O ataque à sede da ONU em Bagdad é feito por antigos agentes de Saddam. Os mesmos que, quando Rumsfeld visitou Bagdad, foram os responsáveis pela sua segurança.
Depois há Ahmed Chalabi, que muitos dizem poder vir a ser o sucessor de Saddam no negócio do Petróleo, perdão, na reconciliação do Iraque... Foi ele que disse que sabia que a ONU iria ser atacada, mas ninguém quis saber de nada. Temos a cena extra onde ele, nos anos 80 negoceia o pagamento das tais armas soviéticas que chegam ao Iraque...

Argumento para um filme que ninguém ousará realizar

Portugal contemporâneo. O Papa coloca a bala com que foi atingido, em Roma, a 13 de Maio de 1981, na coroa de Nossa Senhora de Fátima. Acção muda para Bagdad, anteontem: um agente do FBI diz que entre os vestígios da bomba que matou Sérgio Vieira de Mello estão explosivos soviéticos que foram enviados para o Iraque nos anos 80. Flash-back: Varsóvia, anos 80. Numa tipografia clandestina do Solidariedade um indivíduo diz: "Já está! O Papa já autorizou. Em troca das impressoras, vamos poder enviar armas soviéticas para o Iraque". Sai e faz uma chamada telefónica para Washington. Donald Rumsfeld atente. Ainda anos 80: Donald Rumsfeld cumprimenta Saddam Hussein em Bagdad, que lhe agradece o envio das armas. Portugal, hoje: um jornalista escreve um blog onde conta como Portugal serviu de placa giratória no negócio de tráfico de armas para o Iraque nos anos 80, e prepara-se para revelar porque é que nunca houve um inquérito parlamentar na Assembleia da República. Mas é morto antes de o fazer. Morre durante a procissão das velas, à noite, em Fátima, junto à capelinha onde está a bala que feriu o Papa, meses depois de Ronald Reagan e Bush terem chegado à Casa Branca.

Maggiolo

Não gosto de escrever sobre assuntos que não investiguei o suficiente, mas sobre esta questão de Maggiolo Gouveia vi hoje uma pequena, mas bastante esclarecedora, brincadeira do "Independente" que é capaz de explicar algumas versões sobre o que se passou.
O texto, na página 16, intitulado "Os Soares e Maggiolo", reproduz dois textos contraditórias de Soares pai e Soares filho. O filho, João, em Novembro de 2002, lembrava que uma das últimas frases de Maggiolo foi "Viva o Partido Socialista Português" e disse ainda que "era um militar português que morreu em condições particularmente honrosas".
Já o pai, há dias, criticou a "pompa e circunstância" da homenagem fúnebre ao mesmo militar.
A contradição acaba assim por ser apenas uma "boca a boca", que é nome da secção onde estão incluídos os dois textos. Porém, agora lembrem-se do seguinte: naquela altura em que Maggiolo morreu, em 1975, e conforme já aqui escrevi ao citar um texto do ex-espião Philip Agee, o PS era apoiado com dinheiros da CIA. Não podemos ainda esquecer que foi por causa da guerra civil entre a UDT e Fretilin que, em Dezembro desse ano, a Indonésia invadiu Timor-Leste. E que isso aconteceu pouco depois do presidente dos EUA, Gerald Ford e o seu secretário de Estado, Henry Kissinger, terem visitado Jacarta. Coincidências. Por isso é que, se calhar, era preciso enterrar Maggiolo. De vez. Mas, com ministro e tudo.
Ou não fosse ele ressuscitar...

Não lhe cortem o piu!

Agora sim, este é o melhor blogue de todos! Linguagem cuidada, opiniões ponderadas, discurso directo, sem rodeios. Vejam e aprendam! Depois não digam que o sonho não comanda a vida e que a alma não é pequena. Obrigado "Pintainho"!

Ali há Ali...

Recebi isto e partilho (obrigado ao autor):

"Porque para mim, afinal, também tanto faz, e porque nunca me fascinaram as teorias da conspiração, aqui fica uma pérola: a prova provada da ultra eficácia da coligação anglo-americana, que consegue o feito notável de, primeiro matar um primo de Sadam, e depois capturá-lo vivo. Isto mais de 4 meses depois. Senão veja-se: os jornais internacionais noticiaram a 08.04.2003 que, e cito título do El Mundo: «Los británicos aseguran que han encontrado en Basora el cadáver de Ali 'el Químico».
No mesmo jornal, podia ler-se no corpo da notícia:

«El comandante Andrew Jackson del Tercer Batallón del Regimiento de Paracaidistas confirmó que el cuerpo del temido militar, primo de Sadam Husein y perteneciente al clan de los Tikriti, había sido descubierto junto al de su guardaespaldas y el responsable de los servicios de inteligencia en Basora, tras el bombardeo que destruyó la residencia donde se encontraban reunidos el sábado pasado». Mais adiante, o El Mundo desce ao pormenor e acrescenta:

«Su cadáver fue descubierto cuando las llamadas Ratas del desierto bombardearan la sede del partido Baaz en Basora. (...) El ataque del sábado y la casi certeza de que Ali Hasan había sido eliminado fueron los desencadenantes de la ofensiva británica contra Basora que ayer consolidaban su control de la segunda ciudad iraquí».

Hoje tenho-me fascinado a ouvir este milagre da ciência moderna. As rádios têm estado toda a manhã a dizer-me que os americanos capturaram Ali, o Químico.

Explicação possível, sem recurso a teorias da conspiração: Ali dominava na perfeição os segredos da alquimia. Antes de morrer, construiu um duplo. Ele aí está. Dentro de quatro meses, e com um pouco de sorte, podemos ter uma tripla.

Pois!

VC"

Golpe de Asa

Soube agora que a editora Asa vai lançar o mais recente Enki Bilal, o "32 de Dezembro". Para quem não sabe do que estou a falar, só posso dizer que tenho pena.

Academic world's reactions to talk of conspiracy

"Very few notions generate as much intellectual resistence, hostility and derision within academic circles as belief in the historical importance or efficacy of political conspiracies. Even when this belief is expressed in a very cautious manner, limited to specific and restricted contexts, supported by reliable evidence, and hedged about with all sort of qualifications, it still manages to transcend the boundaries of acceptable discourse and violate unspoken academic taboos. The idea that particular groups of people meet together secretly or in private to plan various courses of action, and that some of these plans actually exert a significant influence on particular historical developments, is typically rejected out of hand and assumed to be the figment of a paranoid imagination. the mere mention of the word 'conspiracy' seems to set off an internal alarm bell which causes scholars to close their minds in order to avoid cognitive dissonance and possible unpleasantness, since the popular image of conspiracy both fundamentally challanges the conception most educated, sophisticated people have about how the world operates, and reminds them of the horrible persecutions that abasurd and unfounded conspiracy theories have precipitated or sustained in the past. So strong is this prejudice among academics that even when clear evidence of a plot is inadvertently discovered in the course of their own research, they frequently feel compelled, either out of a sense of embarrassment or a desire to defuse anticipated criticism, to preface their account of it by ostentatiously disclaiming a belief in conspiracies. They then often attempt to downplay the significance of the plotting they have uncovered. To do otherwise, that is to make a serious effort to incorporate the documented activities of conspirational groups into their general political or historical analyses, would force them to stretch their mental horizons beyond customary bounds and, not infrequently, delve even further into certain sordid and politically sensitive topics. Most academic researchers clearly prefer to ignore the implications of conspiratorial politics altogetjer rather than deal directly with such controversial matters."

Isto é o excerto de um texto de um historiador norte-americano chamado Jeffrey Bale e que, por sua vez, foi retirado de um livrinho chamado "Conspiracy Theories", da autoria de Robin Ramsay, e que pode ser comprado, por exemplo, na Amazon britânica.

Responde Pereira

Antes do tal texto sobre teorias da conspiração (que eu tenho ainda de copiar de um livrinho que está aqui ao meu lado), gostaria de colocar o correio em dia.
Assim, recebi o seguinte texto vindo de "Terras do Nunca":

"Acabo de ler o seu «Comenta Pereira». E lembrei-me de lhe enviar isto.
21.8.03
Israel
Dois depois de um louco terrorista ter feito explodir um autocarro cheio de crianças em Jerusalém, o governo israelita mandou matar com cinco mísseis um dos dirigentes mais moderados do Hamas. Quem o considerava moderado não era o José Goulão ou o Francisco Louçã. Eram os media americanos e o primeiro-ministro palestiniano, o único interlocutor válido para os americanos. E, na qualidade de moderado, era um dos dirigentes do Hamas com quem o governo palestiniano dialogava na tentativa de levar o movimento a abandonar as armas. Essa é, como se sabe, uma das condições essenciais para que o road map e a paz possam ter sucesso.
Pois foi precisamente esse o homem que Israel matou.
Eu, que nunca tive a mais pequena dúvida em condenar o terrorismo e que nunca chamei terrorista ao governo de Israel, gostaria de saber como classificar o que Israel fez ontem.
Escrito por jmf @ 22:48"

Pacheco já comentou e disse:

"1. Tive ocasião de ler , um pouco por todo o lado, que o dirigente do Hamas morto pelos israelitas (numa política de assassinatos selectivos incompreensível a não ser em estado de guerra) era um “moderado”. Quem diz isto, seja do Departamento de Estado americano, seja no mais português dos blogues, não sabe o que é uma organização terrorista. Não há “dirigentes moderados” numa organização terrorista, ponto. Esse mesmo “dirigente moderado” , se era dirigente, esteve com certeza em várias reuniões em que se decidiu o atentado do autocarro e muitos outros atentados. É da natureza da pertença a essas organizações. Votou contra, levantou dúvidas numa reunião, achou que não era a altura? Se não saiu pela porta fora, a denunciar o crime em preparação, para o que tem a Autoridade Palestiniana como interlocutor, discutiu apenas tácticas. Claro que não duraria muito, porque nestas organizações só se entra, não se sai."

Se JPPereira tivesse lido o meu texto não se teria espalhado ao comprido nessa análise, porque assim ele está a dizer que, afinal, os israelitas sabiam que aquele terrorista era um dos responsáveis pelo atentado ao autocarro. Será que tiveram tempo de descobrir isso em tão pouco tempo (perto de 24 horas?) ou já sabiam antes? Afinal, a Mossad está ou não infiltrada no seio dos grupos terroristas? Outra coisa: que outras organizações governamentais que a gente conhece em países democráticos onde também "só se entra, não se sai"?




Next...

Isto hoje já vai tarde e tenho coisas para fazer amanhã. Mas, deixo desde já a informação de que deverei aqui reproduzir um texto de um historiador sobre teorias da conspiração e que explica muito bem as reacções que as mesmas provocam no meio académico. Assim vão entender a reacção do jornalista do Glória Fácil. Ah! Vai ser em inglês... sorry, mas acho que a maioria vai entender. Senão, depois posso sempre fazer uma tradução das melhores partes. Até amanhã.

20030821

"Carrasco"

Escrevi aqui uma opinião, aliás, um lamento, e fui apelidado de "carrasco". Tudo bem, sem ressentimentos, porque percebo a defesa.
É óbvio que, ao criar um "link" para o Glória Fácil no meu mais recente texto sobre teorias da conspiração, o autor do "post" original iria sentir-se incomodado com a situação. Fiz aquele "link" porque queria que as pessoas soubessem onde fui buscar a frase "fascínio", e vissem que não tinha sido "inventada" por mim apenas como um pretexto para comentar as reacções dos jornalistas perante as teorias da conspiração.
Respondeu depois o autor (a quem eu tinha enviado uma cópia do texto por e-mail, para que tivesse conhecimento do facto daquelas suas palavras terem suscitado uma segunda opinião, visto que é disso que se trata nos blogues, não é?):
"Isto aqui está giro. Confesso candidamente o meu fascí­nio por teorias da conspiração e sou imediatamente encostado a uma parede, vendado, algemado e impiedosamente fuzilado com uma rajada de juí­zos morais, por este carrasco aqui (cuja verdadeira identidade é desconhecida, procedimento aliás habitual nos carrascos, que assim evitam constrangimentos na sua vida social). Eis a rajada, tiro a tiro", seguindo-se depois o meu texto.
Peço desculpa ao autor por se ter sentido perante um pelotão de fuzilamento. Contudo, agradeço a reacção porque assim até posso agora pegar no seu exemplo e continuar com a explicação das teorias da conspiração a todos os outros que venham a juntar-se à discussão.
Estão a ver a reacção do jornalista? É assim que muitas pessoas (jornalistas, historiadores ou polí­ticos) reagem quando alguém ousa discutir uma teoria da conspiração: sentem-se logo ameaçados!
Mas, caramba! (como diria um conhecido polí­tico), eu não quero mal a ninguém. Depois de ter reproduzido o meu texto (onde falo sobre o 11 de Setembro, e como a Imprensa imediatamente "engoliu" que o autor do atentado fora Bin Laden e não investigou, por exemplo, a pista de que poderiam ter sido norte-americanos a executar o golpe), o jornalista escreveu: "Resposta do morto (eu): olhe meu caro (ou minha cara, sabe-se lá), quanto a esta sua teoria, para mim, francamente, tanto faz".
É claro que este "tanto faz" é uma saudável ironia em relação ao ti­tulo do meu blogue. Só que agora pergunto a todos aqueles que acharam o meu tí­tulo despropositado, ou inclusive julgam que sou pessimista, se este exemplo, vindo de um jornalista, é ou não um sinal de que há coisas que dificilmente vão conseguir ser discutidas com elevação e honestidade intelectual durante o nosso tempo de vida?
Notaram que não insultei ninguém, pois não? A palavra que mais usei no meu texto inicial foi "triste". Viram isso?
E agora reparem com o que fui confundido, senão mesmo apelidado e identificado: um carrasco. Não é de se ficar mesmo triste?.
Só que eu perdoo, porque sei que ele não sabe o que eu sei.
No entanto, até pensei que ele pudesse querer saber. Reparem que lhe abri a porta... Pensei (que ingénuo) que me fosse pedir mais explicações e assim tentar descobrir quem eu era. Pensei que ele fosse fazer o papel de jornalista de investigação (que artigo lá para o "Público" não poderia fazer?!).
Pensei que para ele isto até fizesse alguma diferença. Não disse ele que tinha "fascínio"? Como poderia eu pensar que, afinal, pertence ao grupo dos que "tanto faz"?
Pensei. Sonhei. Mas já deveria saber...
Digo, por fim, que continuarei a ler os seus textos e a agradecer sempre que quiserem usar-me nas vossas discussões. Mesmo no papel do verdugo, se isso ajudar a cativar mais pessoas para a causa. Não me importo.

P.S. O meu nome? Acaso tratar-me-iam de modo diferente se soubessem quem eu sou?

Repórter de guerra

Que repórter de guerra corre mais perigo?
Será aquele que foi fazer a cobertura de uma zona de conflito, e é reconhecido pela sua bravura (Apesar de, muitas vezes, estar até melhor protegido do que muita gente que, no dia-a-dia, enfrenta o trânsito nas cidades ditas pacíficas)?
Ou será aquele repórter, anónimo, que investiga os negócios de armas que alimentam o tal conflito?
O primeiro, já se sabe, pode até ser morto em frente das câmaras de filmar. Mas, o segundo, ninguém sabe que morreu. E quando se noticia a sua morte, dizem que se afogou num acidente ou que se suicidou numa banheira.
Quem corre mais perigo?

Fascí­nio por teorias da conspiração

Tenho pena que existam jornalistas que confessam sentir "fascínio" por teorias da conspiração. Um jornalista não deveria ficar fascinado, mas sim triste por elas existirem.
Quando há uma teoria da conspiração, isso significa que existem perguntas que os jornalistas não conseguiram investigar até descobrirem uma resposta cabal, aquela que acabasse com as dúvidas. Também é triste saber que as teorias de conspiração existem porque elas provam que as conspirações só resultam quando a Imprensa é controlada e não faz perguntas.
Por exemplo, a Imprensa "engoliu" logo a história oficial de que foi Bin Laden o autor do 11 de Setembro. Porque não perguntaram por autores alternativos? Alguém se lembrou, por exemplo, de pensar que aquilo até poderia ser uma vingança pela morte de Timothy Mc Veigh, o suposto autor do atentado ao edifício federal de Oklahoma? É que Mc Veight fora executado no dia 11 de Junho, exactamente três meses antes dos atentados, sensivelmente à mesma hora em que o primeiro avião bateu na primeira torre. Porque ninguém seguiu essa pista interna que culpava norte-americanos pelo sucedido? Deste modo, nunca teria havido a invasão do Afeganistão, nem a invasão do Iraque, nem Sérgio Vieira de Mello teria morrido daquela maneira.
Mas, enquanto as "teorias da conspiração" forem tratadas com "fascí­nio", como uma coisa de excêntricos, então elas continuarão a servir para encobrirem precisamente aquilo que querem revelar.
Enquanto existirem jornalistas fascinados, em vez de preocupados por elas existirem, então este mundo vai continuar a pertencer a quem não deveria pertencer.

Livro de condolências

Para mim faz. Para aqueles que tanto faz, só tenho a dizer que há pouco fui à representação da ONU em Lisboa assinar o livro de condolências a Sérgio Vieira de Mello. Escrevi lá o seguinte: "Porquê? Por quem?". E depois coloquei a minha assinatura. No dia em que soubermos as respostas a estas perguntas, poderemos começar a construir um mundo melhor.

Conteúdo

Agradeço o comentário na "Assembleia" sobre este blog. Sobretudo quando diz "que é talvez o blogue com o título menos adequado ao conteúdo". Não acho. Acho que que o conteúdo daquilo que surge aqui, tanto faz para muita gente.
Esse é que é o problema. E, na "Assembleia", sabem bem disso, senão também não teriam feito um bom blogue. Um abraço.

Conspiração na Venezuela

A oposição venezuelana fez ontem mais uma marcha para entregar 3 mil assinaturas a pedir a convocação de um referendo sobre a continuação do presidente Hugo Chavez.
O presidente disse que essas assinaturas poderiam ter sido copiadas de contas bancárias e que não as reconhece. Nem reconhece a legitimidade do Conselho Nacional de Eleições.
Em Cuba, há quase 10 anos, ouvi um condutor de autocarros dizer que Pinochet era um grande homem: "Aceitou ir a referendo". É pena que ele tenha razão.

Comenta Pereira

Tal como escrevi ontem em resposta às perguntas de JPPereira, aqui temos hoje o previsto ataque de retaliação dos soldados israelitas. Eles destruiram há pouco, em Gaza, um carro onde seguia um líder do Hamas. Agora pergunto: este ataque foi rapidamente e eficazmente planeado porque houve um ataque terrorista em Jerusalém e surge apenas como uma retaliação pensada somente após aquele ataque ao autocarro? Ou será que já estava pensado para ser posto em prática e só lhes faltava um pretexto? Ver ataque na BBC

20030820

Selecção Nacional

O Cazaquistão, essa potência do futebol, ainda não marcou nenhum golo. Mas esteve quase. Já lá vão 40 minutos e Portugal está a conseguir manter o 0-0. Scolari, mete o Ronaldo!

Suores do Mário

Mário Soares falou. Em Évora disse que o PS "deve pedir maioria". O que, de resto, até já deveria ter sido feito nas eleições de 1995 e de 1999. Guterres ficou com orelhas a arder. E disse ainda que, se houve receio de o fazer, então foi porque "tiveram medo": "Mas quem tem medo compra um cão, não faz política", acrescentou ainda.
Quer isto dizer que ele não vai apoiar Guterres numa eventual candidatura a Belém, em 2006?
Quer isto dizer que ele se prepara para ir de novo para Belém? Duvido, mas...
E aquele apoio que ele já deu a Cavaco Silva? Quer isto dizer que ele apoiará Cavaco?
Se o próximo presidente da República ficar 10 anos, isto quer mesmo dizer que Santana Lopes vai ter de esperar até 2016. Por onde andará até lá?
Mas, se o candidato do PS for Mário Soares, então creio que ele só ficaria 5 anos (teria quase 90 anos) em Belém. E Cavaco Silva, se calhar, também se contentaria por apenas 5 anos...
Assim, Santana Lopes já poderia ser o novo presidente em 2011.
Guterres, onde andas? Preparas-te para ires para a ONU? Substituir Sérgio Vieira de Mello no gabinete dos Direitos Humanos, ou nos Refugiados?
Porque estás calado?
Mário Soares falou. Há mais de 30 anos que anda a fazer o mesmo.

Matemática

Ainda todos os que se interessam por história contemporânea: Vejam a sucessão "dinástica" nos EUA e, talvez assim, compreendam o mundo de hoje. Dias depois de se ter encontrado com Spí­nola nas Lajes, Nixon demitiu-se e quem chegou a presidente dos EUA foi o seu vice: Gerald Ford (que foi um dos membros da comissão Warren, aquela que investigou e "lavou" a morte de Kennedy em Dallas).
Agora digam-me uma coisa: sabiam que Gerald Ford chegou a vice e depois a presidente dos EUA sem nunca ter sido sequer eleito para nenhum dos cargos que ocupou? Exacto. Ele já tinha subido a vice-presidente depois da demissão do verdadeiramente eleito, Spiro Agnew. Engraçado, não?
E quem foi que Ford escolheu para seu vice? O milionário Rockefeller. George Bush era então chefe da CIA. Em Janeiro de 1977, tomou posse o democrata Jimmy Carter, mas foi ele o primeiro presidente eleito a não conseguir ser reeleito por mais quatro anos. Porquê? Porque só fez "asneiras": despediu agentes da CIA, viu a União Soviética invadir o Afeganistão (e, em vez de retaliar, mandou boicotar a presença norte-americana nos Jogos Olímpicos de Moscovo) e negociou a entrega do Canal do Panamá. Por fim, o facto de não ter conseguido libertar os 52 reféns norte-americanos em Teerão, custou-lhe a reeleição.
Depois vieram Reagan e Bush, ao qual se seguiu Bush, Bill Clinton, e Bush de novo. Quer isto dizer que, desde 1974, nos últimos 30 anos (contando já com o ano de 2004), tivemos 12 anos de democratas na Casa Branca e 18 de republicanos. Os republicanos vão à frente com mais seis anos. E, se formos a contar com os anos em que Bush pai foi vice-presidente (Reagan era apenas um bom actor que, até ao ler uma lista telefónica, conseguia soar patriótico), mais ainda com estes últimos de Bush filho, vemos que a família Bush, e todos os seus amigos, nesses 18 anos, "aproveitaram-se" de 15 anos. Mais 3 anos do que Carter e Clinton. Como dizia o outro: É só fazer as contas.

Pergunta Pereira

Pergunta JPPereira no Abrupto: "Porque é que não se pode dizer que Sérgio Vieira de Mello morreu pelo mesmo objectivo por que morrem os soldados americanos? Por ter sido funcionário da ONU?"
Respondo: Os soldados norte-americanos são provenientes de um país democrático onde eles e os seus pais participaram na eleição de um líder para o seu país. Foi esse líder, que eles elegeram, que os mandou ir invadir aquele país, onde agora se encontram na posição de exército de ocupação. A ONU é uma instituição que não teve nada a ver com a invasão. Antes pelo, contrário, pelo que até está a tentar minimizar os efeitos da invasão que foi feita à revelia dos seus ideais.

Pergunta Pereira: "Porque razão é que as mortes israelitas, na sua enorme brutalidade, não suscitam um milionésimo de reacção, da fácil reacção que outras mortes causam, mas apenas incomodo? Deixem-se de disfarces – está escrito em letras garrafais em tudo o que está escrito e no muito que não está"
Respondo: Enquanto continuar a política do olho por um olho (a tal que nos vai cegar a todos), estes ataques já se tornaram actos banais. E previsíveis. Tão previsível como a próxima reacção israelita. Amanhã iremos falar dela...

Pergunta Pereira: "Porque razão as mortes iraquianas suscitam lágrimas e as israelitas comentários?"
Respondo: Os rios também secam quando falta água na nascente.

Pergunta Pereira: "Porque razão ninguém quer saber para coisa nenhuma do plano de paz israelo - palestiniano, o único que existe, o único que se está a implementar, o único que permite alguma esperança? Porquê? Porque acham que é Arafat que tem razão ou o Hamas? É com eles que vão fazer a paz?"
Respondo: Porque também é com Sharon que a Paz precisa de ser feita.

Pergunta Pereira: "Porque é que este pobre, débil, frágil plano não suscita a mais pequena defesa, o mais pequeno entusiasmo pela paz, a mais ténue mobilização da opinião pública? Porquê, porque os americanos estão envolvidos?"
Respondo: Se os americanos estão envolvidos, alguma razão há para aquilo não funcionar. Está visto que, quando eles querem, as coisas acontecem mesmo.

Pergunta Pereira: "Porquê? Tem outro? Conhecem alternativa?"
Respondo: A alternativa é o que for igual para Arafat também tem de ser igual para Sharon.

E diz (afirma, prontos!) Pereira: "Há uma razão brutal para algumas respostas a todas estas perguntas e que só se aplica a quem as enfiar como carapuça. É que há muita gente que prefere os seus confortinhos ideológicos, ao decente sentimento de poupar a dor a pessoas concretas. E que não quer saber rigorosamente para nada quer dos israelitas, quer dos palestinianos, quer dos iraquianos, concretos, mas sim das abstracções longínquas de que se alimenta um discurso fácil e arrogante sobre o mundo."
Comento: É bom saber que Pereira se interessa, porque, para mim, já se sabe, tanto faz. Basta ler tudo o que também tenho para aqui escrito.
Não sou contra os norte-americanos. Mas conheço alguns que dizem: "I love my country. I fear my government".

Não fui eu que o disse

O que se passou nas Lajes?

Saúdo aqui o regresso de Nuno Simas ao Glória Fácil (já agora, explico que não me importa saber o nome de quem coloca ideias nos blogs. Se há quem assim o opte, só tenho de os respeitar e tratá-los pelo nome que colocaram no seu blog... Eu continuarei a ser o "para mim" ou o "tanto faz". Nada mais. Não conheço o Nuno Simas, apenas o saúdo assim porque é este o nome que lá está). Li o seu comentário atrasado sobre o "velho" Spínola e o jornalista Guenter Wallraff. Agradeço o comentário e, como vi que gosta de História contemporânea, aproveito para o esclarecer que sempre para investigar é só preciso saber fazer perguntas. E tudo vem naturalmente. Por exemplo, quem viajou com Spínola? O que aconteceu em Portugal pouco depois de Spínola ter regressado dos Açores? Quanto tempo ficou Nixon no poder? Quanto tempo ficou Spínola no poder?

20030819

A assinatura

Leio no Aviz: "A morte de Sérgio Vieira de Mello é apenas mais um crime cometido pelos seguidores de Saddam. Tem a sua marca e o seu rosto. A sua assinatura."
Nunca ninguém ouviu falar de documentos falsos, com assinaturas copiadas? Porque dizem logo estas coisas? Porque não esperam para ver? Porque não se perguntam quem lucrou com isto? Quem não queria sérgio Vieira de Mello a fazer um bom trabalho? Quem quer dividir os iraquianos? Os seguidores de Saddam? Esses (os poucos que, eventualmente, ainda devem existir) querem os norte-americanos fora dali o mais depressa possível e sabem bem que isso só dependia do sucesso da ONU.
Assinatura! O Diabo também pediu a de Fausto, com sangue. Assinatura... De facto está lá a assinatura dos autores do atentado: são aqueles que estão habituados a resolver tudo pela lei da força... E quem são eles? Se alguém souber ler, pensar, reflectir, acho que até é capaz de descobrir facilmente o verdadeiro nome por detrás da tal "assinatura".

Israel

E depois de Bagdad, logo de seguida mais um ataque a um autocarro em Israel. Uma sugestão para a Mossad: porque não infiltram os movimentos terroristas palestinianos? Porque não colocam lá agentes vossos a minar aquelas organizações até à sua extinção? A Mossad, que é reconhecida como uma das melhores organizações secretas, ainda não conseguiu infiltar-se em grupos terroristas? Ao fim destes anos todos? - Vejam lá se se apressam a fazer isso, senão ainda dizem que não o fazem porque se um dia acabarem com o terrorismo e passarem a viver em paz com os palestinianos, ainda ficam sem trabalho. Que mauzinho é aquele que assim pensa...

Comentários

Ouvi agora um comentário de Richard Holbroke (antigo representante dos EUA nas Nações Unidas), na CNN, onde enalteceu o trabalho de Sérgio Vieira de Mello em Timor e como conseguiu fazer lá o que se esperava que conseguisse agora fazer no Iraque: pacificar o país e devolvê-lo aos iraquianos.
Não ouvi na CNN, mas também ouvi um outro americano dizer que Sérgio Vieira de Mello estava a fazer um bom trabalho. Por isso é que tinha de desaparecer: não interessa unir o país enquanto os norte-americanos não tiverem todos os seus homens em posto-chave para garantir a continuação do negócio do petróleo. A ONU, quando trabalha bem num teritório controlado por norte-americanos, é um empecilho para os EUA.

Reuters

Primeiro o câmera da Reuters e agora um alto funcionário da ONU.

Nota

Encontrei esta nota biográfica sobre Sérgio Vieira de Mello;

"Sérgio Vieira de Mello, que chefiou a missão da ONU em Timor Leste, será

o próximo Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos



A 23 de Julho, o Secretário-Geral das Nações Unidas, Kofi Annan, aprovou a proposta de nomeação de Sérgio Vieira de Mello, um nacional do Brasil que ajudou a conduzir Timor Leste à independência, para o cargo de Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos.


O Dr. Vieira de Mello, que sucederá a Mary Robinson, da Irlanda, no mais alto posto da estrutura de direitos humanos da Organização, iniciará o seu mandato de quatro anos a 12 de Setembro de 2002.

Falando após a acção tomada pela Assembleia, o Representante do Brasil disse que a nomeação do Dr. Vieira de Mello era um bom augúrio quanto à continuação do excelente trabalho levado a cabo pelas Nações Unidas no domínio da promoção e protecção dos direitos humanos. As suas importantes realizações em Timor Leste e ao leme do Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários foram apenas os exemplos mais recentes de uma longa carreira dedicada à realização dos valores consagrados na Carta das Nações Unidas. Elogiou também Mary Robinson pelo seu trabalho inestimável como Alta Comissária para os Direitos Humanos. Durante os cinco anos que exerceu o cargo, ajudou a sensibilizar para a situação difícil das vítimas de abusos e de violações dos direitos humanos, disse o delegado brasileiro.

A 22 de Julho, após consultas com os presidentes dos cinco grupos regionais de Estados Membros da ONU, o Secretário-Geral Kofi Annan nomeou Sérgio Vieira de Melo para se tornar o mais alto funcionário das Nações Unidas na área dos direitos humanos, informou, em Nova Iorque, um porta-voz da Organização.

Até Maio, o Dr. Vieira de Mello foi o Chefe da Administração de Transição das Nações Unidas em Timor Leste (UNTAET). Antes disso, foi, durante um breve período, Representante Especial do Secretário-Geral para o Kosovo, após uma passagem pela Sede da ONU em Nova Iorque, onde ocupou o lugar de Secretário-Geral Adjunto para os Assuntos Humanitários. Desde 1969, a maior parte da sua carreira desenrolou-se no Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), onde também teve uma experiência considerável no terreno.

O Dr. Vieira de Mello sucederá à Alta Comissária Mary Robinson, que aceitou permanecer no cargo durante mais um ano, após ter completado o seu mandato, em Setembro de 2001. Este cargo foi criado pela Assembleia Geral, na sequência da Conferência das Nações Unidas sobre Direitos Humanos, de 1993, e José Ayala-Lasso, do Equador – um negociador crucial nesse processo – veio a tornar-se o primeiro Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, a 5 de Abril de 1994.

O Alto Comissário é o funcionário da ONU sobre quem recai a responsabilidade primordial pelas actividades da Organização na esfera dos direitos humanos, sob a direcção do Secretário-Geral, a cuja autoridade está sujeito, e no quadro da Assembleia Geral, do Conselho Económico e Social e da Comissão de Direitos Humanos."


Silêncio

Está mesmo morto. Sacanas! (Sejam eles quem forem)

Sérgio Vieira de Mello

Será que ele está só ferido?
E se ele morrer na sequência do atentado, será que a ONU fica ou sai do Iraque? Obviamente que fica. Aliás, é precisamente o que acontece quando acontecem coisas como esta. São estes atentados que servem para os nossos líderes virem depois dizer que "os atentados ocorridos configuram um ataque à própria comunidade internacional". Somos todos nós as vítimas. Então, porque se matou o terrorista? Não é também ele uma vítima? O que leva uma pessoa a agir assim? Não estaria ele melhor a pastar cabras ou, outro exemplo, a negociar acções em Wall Street? Não aspiraria ele a um emprego onde pudesse trabalhar e ser justamente recompensado pelo que produz? Não acredito que quisesse ser bombista profissional. É uma carreira curta, mal paga e sem futuro. Fanatismo? Só é fanático quem acredita em fanatismo.

Columbine

Poema lido perante membros do Congresso norte-americano pelo pai de uma ví­tima do tiroteio de Columbine, EUA:

"Your laws ignore our deepest needs, Your words are empty air.
You've stripped away our heritage, You've outlawed simple prayer.
Now gunshots fill our classrooms, And precious children die.
You seek for answers everywhere, And ask the question "Why?"
You regulate restrictive laws, Through legislative creed.
And yet you fail to understand, That God is what we need!"

A propósito do que está a acontecer em Bagdad

20030818

Está decidido! Vai pagar 150 euros a cada!

Soube há pouco menos de uma hora o resultado da decisão daquela vida humana que estava em jogo. Para aqueles que não tiveram a oportunidade de seguir a questão e só agora chegaram, esclareço que promovi aqui uma votação/comentários sobre o que fazer em relação a um caso bem real. Havia uma pessoa minha amiga integrada num grupo de quatro pessoas a trabalhar num projecto universitário que deve ser entregue a 1 de Setembro.
Um membro do grupo, entretanto, teve autorização dos outros três para ir passar uma semana de férias no Egipto. Tudo bem. Só que essa pessoa resolveu prolongar a estadia mais uma semana sem dar cavaco aos que ficaram a trabalhar. Hoje, ao fim da tarde, na sua presença, iria ser decidido o seu destino.
Durante dois dias reuni várias opiniões e votações. Está na altura de revelar a decisão final. Mas, antes, alguns esclarecimentos que foram apurados:

1 - Não foi necessário proceder a verificação de bilhetes de viagem, ou pedir uma declaração da agência de viagens para atestar se a pessoa tinha planeado passar oito dias em viagem, e acabou por ficar mais uma semana devido a problemas de "marcação de voo", como fora alegado num e-mail enviado por esse quarto elemento na véspera da sua chegada. A pessoa contou que a agência de viagens "confundiu" um outro casal consigo e a sua companhia. As outras pessoas, essas sim, tinham mesmo uma viagem de 15 dias marcadas: "Quando soube do engano, disse que tanto fazia porque eu precisava mesmo de férias", contou hoje o quarto elemento aos outros três colegas.

2 - Sendo assim, para que não ficasse impune esta falta, os três elementos do grupo decidiram que a pessoa só iria manter-se no grupo de trabalho e poderia assinar o projecto se... pagasse uma multa pecuniária. Foi acordado o valor de 30 contos (150 euros) por cabeça. O elemento faltoso ainda tentou baixar para 100 euros a cada. Não. Ficou 150, 450 euros no total.

P.S.: Eu ainda disse que isso não era nada. Que ele deveria era pagar uma semana no Egipto a cada um. Mas, já é um começo para que a Justiça comece a funcionar neste país. Quarta-feira ele lá vai trazer o cheque...
Moral: Se tens dinheiro, safas-te sempre. E quase aposto que a pessoa vai ter boa nota num projecto para o qual nada fez e, qualquer dia, no mercado de trabalho, até é capaz de passar à frente dos outros três colegas em algum concurso público. E já saberemos porque se diz muitas vezes que somos um país de incompetentes. Se isso vier a acontecer, fica aqui o registo. Para memória futura.

Sobre o filme "Inocente ou Culpado"

No Guerra e Pás pede-se uma opinião sobre o novo filme de Alan Parker (ainda por cima, com Kevin Spacey, que eu também gosto imenso). Confesso que não é melhor dos filmes, apenas porque a certa altura tornou-se demasiado previsível. Agora, tenho a dizer que fui ver depois de ter lido algumas críticas extremamente demolidoras, onde acusavam a obra de panfletária: "Deve ser mesmo bom", pensei. E acertei.
Naquela parte em que o Dr. Gale participa no debate televisivo com o Governador do Estado do Texas sobre a pena de morte (Bush foi Governador do Estado do Texas) e é confrontado com a pergunta: "Nomeie um inocente", o Dr. Gale não o consegue fazer porque não conhece nenhum caso que pudesse apontar como exemplo. Nessa altura sabemos que ele será o inocente. Só pensei que iriam apontar o "Cow-Boy" como culpado de homicídio (em vez do suicídio da activista porque isso deu argumentos ao Governador para dizer que a execução do Dr. Gale em nada mudaria a sua posição, pois como tinha sido um golpe montado com o propósito de desacreditar a sua posição, logo, aquela era precisamente a tal excepção que lhe confirmaria a regra sobre a inocência dos condenados). Pensei que o meio milhão de dólares fosse para o "Cow-Boy" poder fugir para o estrangeiro e assumir uma nova identidade. Aquela coisa dele ir levar o dinheiro a Madrid, à ex-mulher de Gale, é que foi piroso e tirou alguma credibilidade à história. Se não fosse isso, teria gostado ainda mais.
Em relação à pena de morte, só tenho a dizer uma coisa: Se a pena de posse de arma ilegal fosse de 20 ou mais anos de prisão e os crimes com armas de fogo fossem reduzidos para apenas 10 anos, será que não morreriam menos pessoas com armas de fogo?
Não se trata de saber se somos ou não a favor da pena de morte. Trata-se é de saber como evitar sequer ter de discutir essa questão.

Sem esquecer ainda esta...

E onde estão as armas?

Sei que não são muito maiores do que o pulpito donde discursa um ministro, mas, mesmo assim, podiam existir algumas, não? (Também é preciso ter cuidado quando se pede muito, pois ainda podem "inventar" algumas para mostrarem que, afinal, tinham razão) Ver aqui

Saddam foi evacuado pela Força Aérea norte-americana?

Ainda nada está decidido

Ainda nada está decidido. Deve ou não permanecer no grupo de trabalho universitário aquele quarto elemento que esteve de férias no Egipto uma semana a mais do combinado? Eis algumas sugestões recebidas, e aqui reproduzidas com a devida vénia àqueles que participaram nesta votação sobre uma vida humana:

1.
"Digam-lhe que não vão incluir o nome dele no trabalho.
Se ele reclamar, insistir, pedir perdão, etc., aceitem incluir o nome dele (não a sua participação activa) mediante um pagamento a combinar entre todos, de acordo com as regras de mercado.
Uma sugestão: um crédito de um trabalho futuro numa cadeira em que o chico-esperto seja bom, a fazer por ele sozinho, mas em nome de todos. CC Quinta Coluna


2.
"Fica no grupo. Coitado. Que horror ficar mais uma semana no Egipto! Querem lá ver castigo maior" Bomba Inteligente

3.
"O gajo deve ser excluído, mas não há país para isso. Os outros três vão roer-se todos mas em nome do 'nós-não-suportamos-ser-assumidamente-contra-seja-quem-for", vão comer, calar e fazer o trabalho na mesma. Ver o Paradoxo de Olson no socioblogue." Guerra e Pas


Rui Ramos no Independente

Devo dizer que li o texto do historiador Rui Ramos no "Independente" sobre Mário Soares. Ele escreve de um forma desapaixonada sobre o objecto em estudo. É exactamente assim que um historiador o deve fazer. A qualidade da análise de Rui Ramos não tem comparação com o faccionismo de um outro historiador que também colabora com o "Independente". Já tinha gostado de Rui Ramos quando, a propósito do 25 de Abril, escreveu que não foi por serem de esquerda que os militares entregaram as colónias aos partidos nacionalistas, mas sim foi por o terem feito que, para se justificarem, se converteram às ideias de esquerda. Agora, sobre Mário Soares, Rui Ramos diz a dada altura que este líder português não se arrisca a ver a sua biografia ser manchada com revelações semelhantes àquelas que se abateram sobre Miterrand e o apoio que ele deu à política francesa pró-Nazi. Discordo. Mário Soares foi primeiro-ministro no tempo do "Bloco Central", entre 1983 e 1985. Foi nessa altura que se deu o escândalo "Irangate". E ele não sabia que andava então a ajudar os mesmos norte-americanos que agora critica?

Ainda podem votar no destino daquela vida humana

Ainda está em aberto a votação sobre o que fazer com aquele quarto elemento de um grupo de trabalho universitário que disse aos outros três colegas que ia passar uma semana de férias no Egipto e, por alegados problemas de "marcação de voo", teve de ficar... mais uma semana. Será que, sabendo que os outros três membros do grupo nunca iriam aceitar uma ausência de duas semanas, ele fez de propósito? E agora, deverá essa pessoa continuar ligada ao projecto que, recorde-se, tem de ser entregue a 1 de Setembro e o trabalho mais importante já foi feito na sua ausência (pelo que a inclusão da pessoa até iria atrasar o trabalho)?
Há uma vida humana em jogo. Votem até às 18h30 de hoje, segunda-feira, dia 18 de Agosto. e-mail: paramimtantofaz@hotmail.com

Moore

Recebi uma mensagem no meu telemóvel. Era A. a avisar-me que no canal Hollywood estava a dar um filme realizado há uns anos por Michael Moore (o vencedor do Óscar do documentário "Bowling For Columbine").
Neste filme, "Canada Bacon", (que retrata uma invasão do Canadá por uns norte-americanos) Moore já explorava algumas das diferenças entre o Canadá e os EUA que, mais tarde, iria utilizar no documentário.
Está lá a questão das armas, as portas abertas e toda a diferença entre um lado da fronteira e o outro. O episódio que gostaria de aqui destacar é aquele em que o polícia motorizado (Dan Aykroyd) faz parar o camião conduzido por John Candy e chama-lhe a atenção para os escritos que adornam o veículo, pois este está repleto de frases insultuosas para o Canadá. Quando estamos à espera de uma punição por causa do conteúdo, eis que o polícia o multa por as mesmas não estarem escritas nas duas línguas oficiais do país: Inglês e Francês. Ou seja, és livre de insultar, mas tens de o fazer de acordo com as regras.
Lembrei-me que, por exemplo, no Algarve, onde estão os bares cheios de ingleses, raramente se cumpre a disposição que obriga às presença das duas línguas "oficiais" naquela "colónia": Português e Inglês. Só a última prevalece. Dar-se ao respeito nos detalhes. É esse o primeiro passo para construir uma Nação e todos os dias é um bom dia como qualquer outro para começar.

20030817

Balanço

Já é a segunda vez que num Boavista-Benfica o guarda-redes Moreira é o melhor em campo. Foi um resultado justo, visto que William (que é bem regressado depois da revelação de Ricardo) também foi chamado a brilhar. Confesso que fiquei com dúvidas em relação à liderança de Sanchéz, mas creio que ele soube herdar o que aprendeu no banco ao lado de Jaime Pacheco. O Boavista é um espectáculo para quem paga bilhete. Senão veja-se: reúne num só jogo, Xadrez, luta greco-romana, boxe tailandês, teatro, emoção, lágrimas, dor e suor. Sem esquecer um pouco de futebol, que fica sempre bem num campo relvado.

Agora não

Bou ber o BB. (Quer isto dizer que o autor destas linhas, boavisteiro assumido, vai agora ver o jogo Boavista-Benfica, com transmissão em directo no canal do Estado).

Vou para Manchester!

No dia 6 deste mês inaugurei este blog. Coincidiu com a inauguração do novo estádio do Sporting (está asim explicado porque não foi lá muito lembrada a explosão da bomba atómica). Estive lá a ver o jogo contra o Manchester e vi que a equipa de Sir Fergusson é muita "fixe", pois deixou os jogadores do Sporting chegar a todas as bolas (lembram-se de ver o Schumacher a jogar no Bessa com a estrelas mundiais do futebol e até parecia que sabia jogar?! Pois, se ninguém ia lá tirar-lhe a bola...). Agora, cada vez que Cristiano Ronaldo tocava na bola eram três (três!) defesas em cima dele.
No fim do jogo eu disse: "Cá para mim, Ronaldo já nem vai para casa. Vai já para o aeroporto e viaja no mesmo avião da equipa do Manchester". Não sei porque não fizeram assim: tinha saído mais barato. Viram as imagens que nos chegaram ontem de Inglaterra?! Qual Real de Madrid (aqui tão perto). Quero é ir para Manchester ver Ronaldo jogar à bola!

A um a-deus desconhecido

Já agora, aproveito o ensejo para esclarecer o simpático "beijo nas costas" que, sobre a CIA, tudo pode ser possível. Essa é a beleza da decepção e da floresta de espelhos. Embora acredito que existem outras organizações superiores. A NSA, por exemplo, é que controla os computadores da Internet. A NRO (National Reconnaissance Office), outro exemplo, emprega 25 mil cientistas e no seu símbolo têm uma coruja com os dizeres "Somos donos da Noite". Os seus satélites poderão vir a ter capacidade de tirar fotografias à noite durante todo o ano. 24 horas por dia. O projecto deverá estar pronto em 2005.
Por outro lado, claro que é tudo parte da grande conspiração para estupidificar as pessoas, senão todas estas discussões não estariam a desenrolar-se na blogosfera (com pessoas que têm posses e tempo para estarem ao computador a escrever coisas eruditas e bonitas, mas partilhada por uns alguns que, afinal, até já sabem o que se sabe e portanto nada adianta). Estas discussões (teorias da conspiração incluídas) estariam nas "livres" páginas dos jornais, nos programas televisivos ou nos fóruns da TSF.
Mas esse espeço já foi ocupado pelo "Big Brother"... estou a falar do verdadeiro, daquele que em Portugal é apresentado pela Teresa Guilherme.
Quanto a Agee, devo dizer que ele é um genuíno crente de que é mesmo um desertor da CIA. Ele acredita mesmo que é desertor, mas foi, digámos, o desertor "oficial", para depois poder-se dizer que, se há gente que até consegue sair e falar, então aquilo deve ser mesmo muito bom, porque ele foi o único que o fez até agora... Por outro lado, também pode estar ainda a trabalhar porque "Once on the agency, allways on the agency" e "nobody leaves the agency".
Só que isso não impede que, de vez em quando, diga algumas verdades. Nem precisa de ser uma coisa muito espectacular (Aquilo da fundação do PS há muito que já se sabia, mas como a vi assim resumida num texto recente, resolvi não deixar esquecer a História).
Quanto à tese de Saramago. Acho que tens razão. Foi mesmo para o banalizar. Há gente que eu conheço que agora diz que até já o lia antes do Nobel. Mas, lá está, não aprenderam nada.
E Fidel Castro, é claro que é agente da CIA (já viram ao tempo que ele lá está? E quanto dinheiro já deu a ganhar à CIA em Miami e noutras paragens como Angola, Etiópia, Moçambique?
Por isso é que Agee lá está...)



Votação continua

A votação sobre a vida humana que está em jogo continua durante o dia de hoje. (Talvez prolongando-se até às 18h30 de segunda-feira).
Dentro das respostas que recebi, gostaria aqui de destacar (na íntegra) a original declaração de voto vinda de a-deus.blogspot.com:

"ola
Eu voto na permanência da pessoa no grupo. Uma ostra só cria pérolas se tiver um grão de areia no interior e acho até que um toque egípcio fica muito bem em qualquer trabalho. Talvez possam aproveitar alguma foto da viagem, uma pirâmide talvez ilustrando as maravilhas que a escravidão alheia possibilita.
r."

Não discordando da proposta (com a devida ironia incluída), também já pensámos que a pessoa em causa poderia manter-se no grupo, porém não faria mais nada, pois só iria atrasar o que já está feito pelos outros três. Agora, será que essa pessoa iria perceber a punição?

Vida em jogo

Dentro de algumas respostas que já recebi sobre o que fazer em relação ao elemento daquele grupo de trabalho universitário que esteve 15 dias de férias no Egipto, quando, inicialmente, disse que ia ficar apenas uma semana, gostaria de salientar aqui algumas sugestões (isto está ainda em aberto até segunda-feira).

1 - Agradeço a L. a sugestão de verificar o bilhete de avião da pessoa que viajou. Este serviria como prova de que, realmente, a pessoa tinha a viagem marcada apenas para uma semana e houve o "azar" de ficar... mais uma semana?! Contudo, tenho a dizer que o bilhete original, caso tivesse havido mesmo uma mudança de planos, nada provaria, pois apesar da pessoa poder exibir um bilhete com a data de viagem de regresso marcada para o tal dia 8, tudo já poderia estar planeado desde o início com um segundo e definitivo bilhete para mais uma semana.

2 - Será que as agências de viagens passam um certificado justificativo de que foi por culpa delas que a pessoa faltou uma semana ao trabalho? - perguntou (e muito bem) P.
Acho que sim, mas não confiaria muito na veracidade de tal documento. Um amigo na agência faz isso. Ou qualquer um em casa, com o computador. Seria interessante a pessoa produzir tal documento, mas será que PJ iria perder tempo a investigar uma queixa deste género?

3 - Mais justa, até ao momento, pareceu-me a sugestão de F. De facto, a pessoa em causa até poderia manter-se no grupo de trabalho do projecto universitário, caso pagasse uma multa a quem esteve a trabalhar no seu lugar. E isso deveria passar por pagar uma semana no Egipto a cada um dos outros elementos do grupo que estiveram à sua espera. Mas duvido que a pessoa o faça. Sai mais barato esperar um ano.

4 - L (II) disse que se a tal pessoa se mantiver no grupo de trabalho, então isto prova que o mundo pertence mesmo aos espertos.
Isso foi também o que eu sempre disse à minha amiga!

Continuo receptivo a mais sugestões. e-mail: paramimtantofaz@hotmail.com


20030816

Uma pequena explicação

Quem ler os meus "posts" de hoje, poderá pensar que eu escrevi tudo isto depois de uma boa refeição na Malveira da Serra, devidamente regada. Não. Fui lá ontem e já destilei tudo. Acontece que estou em casa porque a minha amiga está cá a trabalhar no tal projecto universitário, e agora está para ali a fazer contas. Com as melhores das disposições possíveis. Ela não foi ao Egipto. Nem eu. Mas, por favor, não deixem isso influenciar-vos nas vossas respostas.

Atenção! Há uma vida em jogo!

Tenho uma amiga que está a trabalhar num projecto universitário. São quatro pessoas no grupo, mas houve um deles que disse que ia passar uma semana fora. De férias.
Os outros três torceram um bocado o nariz, mas lá concordaram em deixar esse colega ir passar uma semana no Egipto, com a respectiva companhia.
Porém, esse quarto membro do grupo, que deveria ter regressado na sexta-feira, dia 8, não apareceu no dia marcado.
Só ontem, dia 15, uma semana depois da data marcada, mandou um e-mail a dizer que houve "um engano na marcação de voo" e que só regressaria hoje de manhã, o que, de facto, veio a acontecer.
Note-se ainda que o projecto tem de ser entregue, sem falta, a 1 de Setembro... Na segunda-feira vão-se reunir para saber o que fazer a seguir.
Será que esta pessoa teve mesmo o azar de ser obrigada, contra a sua vontade, a ficar mais uma semana no Egipto? Ou, pelo contrário, já sabia, à partida, que iria ficar mesmo 15 dias (o que, obviamente, nunca seria bem aceite pelos outros membros do grupo que, entretanto, ficaram a trabalhar durante a onda de calor).
Eu já lhe disse que ela é uma grande palerma se aceitar a permanência dessa pessoa no seio do grupo.
O que acham?
(Atenção, se a pessoa vier a ser excluída do grupo de trabalho, isso vai atrasar toda a sua vida universitária num ano, com as consequências imprevisíveis que daí advirão para o seu futuro. Há aqui uma vida humana em jogo).
Como descalçar esta bota? Mandem resposta para o e-mail: paramimtantofaz@hotmail.com

"Links"

Vejo que este blog consta em "links" de outros blogs. Agora, se houver algum blog onde conste o "link" do "para mim", e que, eventualmente, não faça parte da minha lista de "links", por favor aceitem desde já as desculpas e não deixem de escrever a avisar.
Muito "oblogado" a todos.

Gosto

Gosto do JPPereira. Tenho a dizer que sim. Ele sabe mais do que o que diz e não diz mais de que o que sabe, quando diz o que sabe. E quando não o diz, ele lá saberá porque não. Nós não, mas suspeitamos e ficamos à espera de ver quando o dirá. Porque, quando for necessário, eu sei que ele o vai dizer. Contudo, também é verdade, poderá já ser tarde demais. Pelo menos, a culpa não pode ser dele. Porque ele só diz o que sabe. E, a mais não é obrigado. Obrigado JPPereira.

Sobre o apagão

Lembram-se do nosso da cegonha? Foi nessa noite que, contaram-me, um tipo foi bater num membro do governo que andava com a sua namorada...
Quanto ao de N.Iorque, devo dizer que se as autoridades norte-americanas disseram que não foi um acto terrorista é porque:

1 - Sabem perfeitamente o que se passou.

2 - Foi mesmo acto terrorista e, como estão ainda investigar, está em segredo de Justiça (sim, porque toda a gente sabe que aquilo que se passou a 11 de Setembro foi uma grande falha de segredo de Justiça desde o início. Nem sequer tiverem tempo de fazer escutas para depois reunirem provas incriminatórias contra os terroristas... Muito mal feito mesmo).

3 - Sabem que não foi ataque terrorista porque nenhum terrorista que eles conhecem lhes disse que ia fazer aquilo...

4 - ...Ou nenhum terrorista recebeu ordens para fazer aquilo.

5 - Foi planeado para testar a reacção das pessoas (calor, irracionalidade e "mob" control).

6 - A bolsa de Nova Iorque precisava de fechar àquela hora, senão era mais um desastre económico igual àquele que iria ser revelado no dia 11 de Setembro de 2001.

7 - Foram os extraterrestres (Eles "andem" aí).

8 - Nenhuma das acima mencionadas. Aquilo falhou mesmo porque está velho.

Lockerbie

A 21 de Dezembro de 1988, o voo 103 da Pan Am explodiu no ar em cima da cidade escocesa de Lockerbie. 270 pessoas morreram. Em Janeiro de 2001, num tribunal em Haia, Holanda, dois agentes secretos líbios foram julgados e a decisão final nem Salomão a poderia ter planeado melhor: um deles levou prisão perpétua, o outro saiu em liberdade. Agora, a Líbia aceitou a responsabilidade e pagará o que tiver de ser às famílias das vítimas. Em troca, verá serem levantadas as sanções económicas. Mas, isso quer dizer que foram mesmo os líbios? Os jornalistas John Ashton e Ian Ferguson acham que não. Eles dizem que a Líbia aceitou levar com as culpas depois de negociações. Os verdadeiros culpados estavam então em países como Irão, Síria e Líbano. Só que, pelo meio, houve a Guerra do Golfo e "papa" Bush teve de negociar com esses países o apoio contra o Iraque.
O livro onde está tudo isto chama-se "Cover-up of Convenience"

Fórmula para salvar a TSF

Uma das primeiras novidades que ouvi sobre a análise de Rangel à TSF foi a ideia de criar "um 'fórum' para mulheres, durante a tarde, em que o perfil-tipo das participantes vai desde a 'peixeira do Bolhão' até intervenientes de classes mais altas".
Sou do Porto. Conheço a fama das senhoras do Bolhão e a festa que fazem quando lá vai um político. O barómetro que elas representam (Há uns tempos perguntaram-lhes sobre os "rumores" de homossexualidade de um determinado político. Elas responderam com aquela sabedoria milenar: "Então qual é o problema? Ele gosta do mesmo que nós!").
Mas, a TSF sempre teve as peixeira do Bolhão... Havia políticos que ficavam com urticária só de ouvirem o "jingle" antes das notícias. Quem não se lembra de Sena Santos com o seu "Um caso, um caso, um caso manhã TSF"?
A TFS está a pagar por causa do êxito que teve.
Os lobos não têm coleira, este era o lema de um órgão de comunicação social há uns anos, que hoje mais parece um gato castrado.
Disseram-me há dias para não me sentir desiludido. Há gente que vai e vem, mas os jornalistas com "H" (ou "J") grande ainda existem. Gostava de saber onde estão. Devem estar numa qualquer caverna em Trás-os-Montes a prepararem o ataque às torres de transmissão...
Os verdadeiros jornalistas da TSF. Conheci vários. Um, por exemplo, foi despedido em 1994, porque, segundo depois me disseram, "Ele era mesmo bom, logo teria mais facilidade em arranjar emprego do que outros". Outro despediu-se depois de anos dedicados à causa (noites inteiras sem dormir, directos quando a actualidade mais ordenava). Porquê? Ele nunca me disse, porque é um ser íntegro. Dos melhores que conheço.
É aí que estão os grande jornalistas, pá!
Nem num país com o regime único existe tanto pensamento único como agora aqui, neste democrático cantinho.
Estou desiludido? Pois claro que estou! Nos bons velhos tempos, se fosse Rangel (conhecido ainda como o coronel Berbequim) que estivesse ameaçado, sabem o que ele faria? Exacto, convocava um fórum TSF de três horas para reunir apoios de ouvintes a defender a continuação da TSF pelos jornalistas livres (viram que ele fez na RTP com aqueles espectáculo ao vivo dos artistas Pimba!). E se fosse preciso mais de três horas, então que venham elas!
E hoje, o que fazer?
Que tal começar por pequenas acções. Haverá alguém que tenha por aí uma cópia daquele documentário televisivo onde ele dizia que a SIC até era capaz de vender um Presidente da República! Gostaria de ter uma cópia, porque a minha perdeu-se.
Depois, um fórum TSF para debater a TSF. É muito simples. e se a TSf não o fizer, então organize-se um na Aula Magna ou na Fonte Luminosa (como nos velhos bons tempos).

Sugerências...

Comprar doce de tomate aos vendedores ambulantes junto ao Cabo da Roca (para comer, de manhã, numa torrada previamente barrada com manteiga). Os pêssegos também são bons. As queijadas de Sintra são sempre um valor seguro. Ainda não provei o melão, mas pesava cinco quilos, pelo que promete. O cozido à portuguesa no "Camponês", na Malveira da Serra, continua em grande (e grande dose), devidamente acompanhado de vinho tinto. Tive pena que já não houvesse pudim Abade de Priscos, mas contentei-me com o doce de queijada de Azeitão. Café, digestivo e cigarro no fim.
Moral: Há estrangeiros que gastam dinheiro para vir conhecer Portugal, mas há portugueses que gastam dinheiro em férias no estrangeiro e não conhecem estes prazeres.
P.S.(D.): Fui constatar que, três anos depois dos incêndios no Guincho, há lá uns empreendimentos imobiliários. Quem vai estar atento aos julgamentos que, eventualmente, se vão (ou não) fazer aos incendiários já detidos pela PJ? Por favor, alguém que se mantenha atento. Para bem de todos nós.