A memória...
Entrevista de José Miguel Sardo ao jornalista francês Paul Moreira, luso-descendente, publicada hoje no DN por ocasião do lançamento em França do livro "Les Nouvelles Censures":
"- Qual é afinal a 'nova censura' de que fala no seu livro?
- A censura, como a conhecíamos no passado, desapareceu. A censura brutal, se ainda existe, acaba sempre por ser contraproducente, porque hoje tudo acaba por ser divulgado, mas não se imprime na memória, e é exactamente aí que vai incidir o controlo da informação, no controlo da memória. Todo o trabalho dos gabinetes de relações públicas, dos conselheiros de comunicação, é um trabalho de gestão do que vai ficar retido na memória, e de gestão da emoção pública, porque sabemos que o mundo muda cada vez que a emoção pública ultrapassa um certo nível".
Ao que posso acrescentar esta opinião sobre o mesmo livro:
"So Moreira is the first to reject ‘Big Brother’-like worldwide conspiracy theories. Although his book seems to only portend to manipulations led by huge corporations or States, he explains he had to base it on specific investigations and concrete examples. Truth is, 'there is a myriad of interests that construct these firewalls,' he says, and these censorships are driven by 'industrial projects' rather than ideology – the stakes are often tragically banal, such as money or the dissimulation of legal mishaps".
Tudo isto faz-me lembrar a frase do "1984" de Gorge Orwell, que usei na abertura do meu livro "Eu Sei Que Você Sabe": "Quem controla o passado controla o futuro, quem controla o presente controla o passado".
"- Qual é afinal a 'nova censura' de que fala no seu livro?
- A censura, como a conhecíamos no passado, desapareceu. A censura brutal, se ainda existe, acaba sempre por ser contraproducente, porque hoje tudo acaba por ser divulgado, mas não se imprime na memória, e é exactamente aí que vai incidir o controlo da informação, no controlo da memória. Todo o trabalho dos gabinetes de relações públicas, dos conselheiros de comunicação, é um trabalho de gestão do que vai ficar retido na memória, e de gestão da emoção pública, porque sabemos que o mundo muda cada vez que a emoção pública ultrapassa um certo nível".
Ao que posso acrescentar esta opinião sobre o mesmo livro:
"So Moreira is the first to reject ‘Big Brother’-like worldwide conspiracy theories. Although his book seems to only portend to manipulations led by huge corporations or States, he explains he had to base it on specific investigations and concrete examples. Truth is, 'there is a myriad of interests that construct these firewalls,' he says, and these censorships are driven by 'industrial projects' rather than ideology – the stakes are often tragically banal, such as money or the dissimulation of legal mishaps".
Tudo isto faz-me lembrar a frase do "1984" de Gorge Orwell, que usei na abertura do meu livro "Eu Sei Que Você Sabe": "Quem controla o passado controla o futuro, quem controla o presente controla o passado".
Etiquetas: Censura, Eu Sei Que Você Sabe, George Orwell, jornalistas sem memória, Paul Moreira
1 Comentários:
Interessante e esclarecedora, a entrevista de Paul Moreira. E muito oportuna. Até onde é que a informação controlada e direccionada ao máximo, por todos os meios informativos e por todos os Estados - cujos públicos dificilmente se apercebem das monstruosas mentiras em que vivem submersos, as quais lhes são transmitidas, melhor, inoculadas por esses mesmos meios diàriamente - nos vai levar, é já uma outra questão completamente diversa e que, mais tarde ou mais cedo, irá provocar ou uma revolução mundial e não necessàriamente com armas, ou qualquer outra manifestação semelhante, esta agora realizada com outro tipo d'armas e novos meios d'acção, não estando estes contudo ainda totalmente definidos. Ou talvez até já estejam. A internet é um deles mas não só, terão de haver outros porque ela, em parte, já está a ser igualmente controlada e não o é mais porque simplesmente os poderes dos Estados ainda não conseguiram um processo liminarmente indetectável para o ser completamente. Não será de todo de descartar (antes pelo contrário) a introdução de 'nano-chips' nos seres humanos, por exemplo. Que já está a ser implementada secretamente em muita gente e em muitos Estados. Mas em simultâneo outros aterradores e igualmente eficazes (porque a população mundial é excessiva para utilizar-se um só processo) estão a desenvolvidos à velocidade da luz, disso não tenhamos dúvidas.
Parabéns ao Paul Moreira pela entrevista e pelo livro e a si por trazê-lo/s ao nosso conhecimento.
Maria
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