O cemitério dos portugueses
Acabei de ler o mais recente livro de Umberto Eco: "O Cemitério de Praga"...
O autor italiano leva-nos agora ao fim do Sec. XIX, época de conspirações, onde tudo começou. Ou, melhor dizendo, foi onde tudo acabou. Segundo aquilo que se percebe, estaremos agora a viver os restos de uma conspiração que brotou de várias conspirações baseadas em simples pecadilhos humanos e falsificações com objectivos tão mundanos como o de ganhar algum dinheiro para pagar uma boa refeição. Assim nasceram os "Protocolos dos Sábios de Sião" e se espalhou na sociedade a ideia da "Solução Final", aquela que Hitler iria tentar colocar em prática cerca de 50 anos depois dos actos narrados por Eco. E é depois de Hitler que nasce o Estado de Israel e é ainda assim que hoje temos novos mistérios e conspirações como o 11 de Setembro e um Estado da Palestina ainda por reconhecer. E tudo isto "graças" a um homem que Eco nos apresenta de forma magistral: Simonini.
O início da conspiração nasce com a lenda do "Judeu Errante", que foi aproveitada por Eugène Sue. Simonini leva-nos depois para o seio das tropas de Garibaldi e torna-se no autor do plano para afundar o navio "Ercole", causando a morte do romancista italiano Ippolito Nievo. Seguimos com ele para Paris, onde se cruzam nomes como Maurice Joly, Alphonse Toussenel e Jacob Brafmann. Umberto Eco, através do seu Simonini, fala-nos também da Alliance Israélite Universelle e lembra-nos os nomes de Gougenot des Mousseaux, Herrmann Goedsche e, sobretudo, Osman Bey. Finalmente, há grande destaque à fraude de Léo Taxil.
Pelo meio, retenho e partilho frases desta obra: "O melhor é não possuir qualquer segredo e fazer crer que se possui"; "Enquanto se trabalha para o patrão de hoje, é preciso preparar-se para servir o patrão de amanhã".
O cemitério dos portugueses que dá o nome a este meu texto, é uma referência ao cemitério dos judeus portugueses de Paris onde o falsificador de Umberto Eco confessa ter ido buscar a inspiração para criar a cena do cemitério de Praga que, mais tarde, daria origem aos "Protocolos dos Sábios de Sião". Muito lúdico. Muito luminoso. Muito Eco.
Muito Obrigado.
O autor italiano leva-nos agora ao fim do Sec. XIX, época de conspirações, onde tudo começou. Ou, melhor dizendo, foi onde tudo acabou. Segundo aquilo que se percebe, estaremos agora a viver os restos de uma conspiração que brotou de várias conspirações baseadas em simples pecadilhos humanos e falsificações com objectivos tão mundanos como o de ganhar algum dinheiro para pagar uma boa refeição. Assim nasceram os "Protocolos dos Sábios de Sião" e se espalhou na sociedade a ideia da "Solução Final", aquela que Hitler iria tentar colocar em prática cerca de 50 anos depois dos actos narrados por Eco. E é depois de Hitler que nasce o Estado de Israel e é ainda assim que hoje temos novos mistérios e conspirações como o 11 de Setembro e um Estado da Palestina ainda por reconhecer. E tudo isto "graças" a um homem que Eco nos apresenta de forma magistral: Simonini.
O início da conspiração nasce com a lenda do "Judeu Errante", que foi aproveitada por Eugène Sue. Simonini leva-nos depois para o seio das tropas de Garibaldi e torna-se no autor do plano para afundar o navio "Ercole", causando a morte do romancista italiano Ippolito Nievo. Seguimos com ele para Paris, onde se cruzam nomes como Maurice Joly, Alphonse Toussenel e Jacob Brafmann. Umberto Eco, através do seu Simonini, fala-nos também da Alliance Israélite Universelle e lembra-nos os nomes de Gougenot des Mousseaux, Herrmann Goedsche e, sobretudo, Osman Bey. Finalmente, há grande destaque à fraude de Léo Taxil.
Pelo meio, retenho e partilho frases desta obra: "O melhor é não possuir qualquer segredo e fazer crer que se possui"; "Enquanto se trabalha para o patrão de hoje, é preciso preparar-se para servir o patrão de amanhã".
O cemitério dos portugueses que dá o nome a este meu texto, é uma referência ao cemitério dos judeus portugueses de Paris onde o falsificador de Umberto Eco confessa ter ido buscar a inspiração para criar a cena do cemitério de Praga que, mais tarde, daria origem aos "Protocolos dos Sábios de Sião". Muito lúdico. Muito luminoso. Muito Eco.
Muito Obrigado.
Etiquetas: 11 de Setembro, Cemitério de Praga, conspiração, Umberto Eco
1 Comentários:
E eu agradeço-lhe a si Frederico, a exposição lúcida e encantadora da obra. Será a forma de ir a correr para a ler. Obrigada. :)
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