Em defesa do Carlos Tomás
Conheci o Carlos Tomás em Outubro de 2004 quando ambos fomos convidados para trabalhar no projecto de uma nova revista do grupo Impala. Ele vinha do "Jornal de Notícias" e eu do "Tal&Qual". Apesar destas duas publicações serem no mesmo edifício - o prédio do "Diário de Notícias", na Avenida da Liberdade - nunca nos cruzáramos antes. Eu vinha de um semanário que, em 1981, já denunciara a prostituição na Casa Pia...
Nessa altura, escrevera o meu livro "Eu Sei Que Você Sabe", onde dedico um capítulo completo ao caso. O Carlos ofereceu-me então o livro que fizera com a ex-mulher de Carlos Cruz, Marluce. E escreveu na dedicatória: "Para que este seja o início de uma grande amizade"...
Não sei ainda quantos se lembrarão, mas o Carlos também assinara então o artigo do "JN", a 1 de Janeiro de 2004, que mencionava a junção ao processo de uma carta anónima que aludia ao nome do então Presidente da República, Jorge Sampaio.
Durante os poucos meses que durou o projecto, o Carlos revelou-se um companheiro, um amigo, um jornalista sério e um homem sensível. Ele não me enganara: foi o início de grande amizade. Pelo caminho ficou o caso do amigo do embaixador de Marrocos que tramou a vida a ambos. A revista acabou em circunstâncias que não me apetece agora lembrar. Os nossos caminhos seguiram vias diferentes e fui depois encontrá-lo mais tarde a dirigir a redacção do Porto do "Correio da Manhã". Esteve pouco tempo e saiu de um jornal que agora ignora o nome da revista onde aquele seu antigo jornalista publicou a entrevista do momento...
Digam o que disserem do Carlos, ele, para mim, continuará a ser um jornalista. Não foi ele que disse que estavam todos inocentes no Caso Casa Pia. Foi a pessoa que entrevistou. Mas, se não fosse o contributo do Carlos, através de mais este trabalho jornalístico, então estaríamos ainda mais na Idade das Trevas. Por isso, não sejam cobardes e não matem o mensageiro. Para ti, amigo.
Nessa altura, escrevera o meu livro "Eu Sei Que Você Sabe", onde dedico um capítulo completo ao caso. O Carlos ofereceu-me então o livro que fizera com a ex-mulher de Carlos Cruz, Marluce. E escreveu na dedicatória: "Para que este seja o início de uma grande amizade"...
Não sei ainda quantos se lembrarão, mas o Carlos também assinara então o artigo do "JN", a 1 de Janeiro de 2004, que mencionava a junção ao processo de uma carta anónima que aludia ao nome do então Presidente da República, Jorge Sampaio.
Durante os poucos meses que durou o projecto, o Carlos revelou-se um companheiro, um amigo, um jornalista sério e um homem sensível. Ele não me enganara: foi o início de grande amizade. Pelo caminho ficou o caso do amigo do embaixador de Marrocos que tramou a vida a ambos. A revista acabou em circunstâncias que não me apetece agora lembrar. Os nossos caminhos seguiram vias diferentes e fui depois encontrá-lo mais tarde a dirigir a redacção do Porto do "Correio da Manhã". Esteve pouco tempo e saiu de um jornal que agora ignora o nome da revista onde aquele seu antigo jornalista publicou a entrevista do momento...
Digam o que disserem do Carlos, ele, para mim, continuará a ser um jornalista. Não foi ele que disse que estavam todos inocentes no Caso Casa Pia. Foi a pessoa que entrevistou. Mas, se não fosse o contributo do Carlos, através de mais este trabalho jornalístico, então estaríamos ainda mais na Idade das Trevas. Por isso, não sejam cobardes e não matem o mensageiro. Para ti, amigo.
15 Comentários:
Fred, respeito a amizade que demonstras pelo teu colega, e a forma como escreveste quando seria mais fácil, se calhar, fazer de conta que não o conhecias (como tanta gente faz hoje em dia!). Mas depois de ver a entrevista na SIC, sinceramente, acho que aquilo não são maneiras de colocar perguntas... a induzir determinadas respostas... digo-te que nada daquilo me parece um trabalho asseado. E o timing, então... cheira um bocadinho a esturro. Dito isto, o efeito que esta entrevista teve parece-me francamente contra-producente: se era para gerar dúvidas na opinião pública, não me parece que tenha tido sucesso a esse nível - bem pelo contrário.
Fred, faço minhas as tuas palavras em relação a um amigo em comum (e, já agora, repórter dos bons). O jornalista em causa, o Carlos Tomás, não está neste processo como arguido, mas sim a conseguir um "furo", um exclusivo junto de um arguido-chave do Dossiê Casa Pia, "furo" que a "outra" Imprensa adoraria ter obtido. E todos nós temos as nossas convicções - ou devíamos ter. Abraços, Nuno Trinta de Sá.
Carlos Tomás, " O Jornalista".
Venham cá pedir cotas em atraso, dizer que o Carlos não podia escrever.È triste que não se reconheça o excelente trabalho de um homem que sempre lutou pela veracidade dos factos.Para mim è sem sombra de dúvida "O Último dos Jornalistas". Não se vende, destemido e coerente. Um homem de convicções. Quem não o conhece é que pode afirmar barbaridades como as que já vi escritas na imprensa desde que o Carlos "furou" as notícias e entrou de rompante na casa dos portugueses. Quer se acredite na notícia...ou não, este é o verdadeiro jornalismo, de improviso, com um Hi-phone...secalhar á uns anos atrás seria com o gravador de cassetes caseiro. Carteiras, cotas e o resto que peçam aos outros...aqueles que nem sabem escrever e lambem as botas da censura. Este é o homem que com um capuz preto supostamente comprou uma arma, que passou horas á procura de Maddie, que dissecou os factos do processo Casa Pia...enfim...tenham mas é juizo e deêm a mão á palmatória. O Carlos Tomás deu-vos um bigode...uma barba...uma trança...ou outra qualquer metáfora capilar. É o homem do momento, é um IMORTAL.
"acho que aquilo não são maneiras de colocar perguntas... a induzir determinadas respostas... digo-te que nada daquilo me parece um trabalho asseado. E o timing, então... cheira um bocadinho a esturro."
Vejo que não sou o único.
Não chamei a atenção para a semana em que surge esta entrevista, por saber que a coincidência em causa tem sido referenciada na imprensa...
Sendo eu uma das pessoas que aqui manifestou desconfiança quanto à honestidade do jornalista em causa, considero-me um dos visados na afirmação "não sejam cobardes e não matem o mensageiro."
A parte do cobardes é por estarmos supostamente a atacar o mensageiro ou refere-se a outro aspecto das nossas afirmações?
Não tenho por hábito responder aos comentários, mas como este caso é sensível e envolve questões pessoais e profissionais, quero frisar o seguinte: o Carlos Tomás é um amigo. O Carlos Tomás, com ou sem carteira, não deixa de fazer jornalismo. Atacar o mensageiro para não ter de analisar a mensagem é, para mim, um acto cobarde. Quanto à entrevista de Carlos Silvino, apenas direi que ela tem tanta credibilidade quanto tem a sentença que doutos juízes nos presentearam...
Não considero que o que fiz tenha sido "atacar o mensageiro"... Não lancei ataques dirigidos a este.
Apenas, como disse, manifestei a minha dúvida e cepticismo pessoais quanto à sua honestidade, considerando eu isto um mero exercício da minha liberdade de expressão do pensamento e não um ataque dirigido à pessoa em causa.
Mas percebo o que quis dizer então.
Eu não utilizaria o termo "cobarde", mas entendo o seu uso neste contexto.
E percebo que não goste do que leia, visto tratar-se de um seu amigo.
Lamento que seja esse o caso. E não quero, de modo algum, desrespeitar a amizade que tem pela pessoa em causa. A razão porque escrevo o que escrevo é com o intuito de o alertar a si e a todos os que lêem o seu blogue para aspectos deste caso que penso serem importantes.
Concordo que o principal objecto de análise deverá ser a mensagem em si. Mas conhecendo eu já como conheço o mundo da imprensa, fico imediatamente de perna atrás quando vejo que a mensagem que me chega é elaborada por alguém que me parece demonstrar indícios (veja-se o mais recente) de proximidade com certos interesses. E dado o grande número de jornalistas que se sabe serem controlados por esses mesmos interesses, penso que é também de ter muita atenção, e de chamar à mesma, quando uma qualquer mensagem nos chega através de um desses mesmos jornalistas ou alguém que o indicia ser.
E não me querendo alongar mais, e apenas para finalizar o que disse, direi também o seguinte.
As mencionadas acusações que foram feitas a algumas outras figuras públicas, é já minha convicção há algum tempo, que se tratou de uma campanha de desinformação com vista a tentar descredibilizar os testemunhos reais, associando-os a outros que eram obviamente falsos.
Sei que você parece ter um ponto-de-vista diferente relativamente a este caso, sendo o seu mais condizente com o que Carlos Silvino agora diz. E agora com isto, fiquei mais curioso por esse mesmo ponto-de-vista e irei informar-me mais sobre este.
Um abraço e lamento mais uma vez se não gosta, e não gostou, de ler o que por mim foi escrito.
Fred
Não é atacar o mensageiro,é pensar que o mensageiro ia tratar de algo importante, como o Carlos Tomás disse e, depois sair isto!!!
E essa do "carteiras, cotas e o resto que peçam aos outros..." gostava de saber em que é o Carlos Tomás, enquanto profisional, difere dos restantes camaradas que são obrigados, de dois em dois anos, a renovar a CPJ sob pena de não puderem publicar os seus trabalhos? Quanto à avaliação da escrita e estilo de cada um dos jornalistas da nossa praça isso daria, certamente, pano para mangas. Agora tomar o todo pela parte dos que "nem sabem escrever" parece-me um tanto ou quanto exagerado. Imortais só reconheço as divindidades (e mesmos essas..)e endeusar-se um mero mortal é por demais perigoso. A História recente está cheia de episódios desses que não correram nada bem.
Quanto a "lamber as botas da censura"?! A meu ver há quem lamba as botas sim, mas aos compadrios de pacotilha e interesses obscuros.
Pedro Figueiredo
O que me faz uma tremenda confusão é que nem o frederico, nem a astro, nem o carlos tomás, nem niguém esclareça de uma vez por todas o caso karocha e os milhões de euros que se calcula alguem ande a desviar. É que ao lado deste caso, o caso casa pia é um "pequeno caso" !
"O amigo do embaixador de Marrocos" só pode ser o "rotto" do Carlos Ventura Martins, esse cobarde sem os ditos cujos no sítio e maçom disfarçado...
Carlos Tomás é na verdade um grande Jornalista. Amante da verdade doa a quem doer. Lamentável que o corporativismo barato, tenha feito dele um "proscrito", porque como li algures, "Carlos Tomás é um jornalista que não se cala, não se rende e, acima de tudo não se vende." Não sei quem escreveu esta frase, mas é lapidar e o retrato fiel do grande Jornalista que é o Carlos Tomás.
Eu não percebo .....e o caso da Karocha ? é verdade ,não é ?
Alguém tem medo ?
Alguém tem medo!?
Claro que há muito medo, sobretudo quando toda a 'roubalheira' destes políticos tem como pecado original o 'roubo da princesa'!
Lá diz um conhecido causídico da nossa praça que quando este assunto fosse resolvido muita gente iria ver o 'sol aos quadradinhos'.
Obrigado Fred! Eu não preciso de me defender de nada. Simplesmente faço o meu trabalho. Agora como director de "o Crime", mas sem ser Doutor... O processo Casa Pia devia fazer corar de vergonha todos os portugueses. Pela má investigação e por estar a condenar inocentes. Nunca me irei esquecer da frase do Dr. Artur Pereira, então director-nacional adjunto da PJ, em Março de 2003: "Este processo está tão mal investigado que até os culpados vão ser ilibados." E não se enganou. Os culpados continuam à solta e há inocentes prestes a serem presos...
Se todos os Jornalistas deste pais tivessem metade da coragem que o Carlos Tomas tem, este pais não estava onde está, desde os políticos a juízes.
Quando digo todos digo a grande parte, acredito que haja meia dúzia, mesmo assim não chegam.
Deixem de ter medo e façam jornalismo como deve ser, jornalismo não se compra não se inventa, investiga-se....
Grande culpa disto tudo e do pais está a atravessar é dos jornais e tv´s que tem medo de falar e de dizer as coisas como elas são, os lobbies são grande..... Quem toma decisões está sempre a espera de algum tacho....
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