Querida Inês
Querida Inês, sei que estás numa situação aborrecida, pois vives em Paris e tens direito a um subsídio de deslocação por parte da Assembleia da República. Acredita que não tenho nada contra ti, mas como contribuinte desta República, serei sempre eu, em última análise, que terei de te pagar essas viagens. Ora, isso não me agrada muito e vou-te explicar porquê: primeiro, não fui eu quem te convidou para trabalhar Portugal: foi o PS. Depois, aceitaste ser candidata pelo "círculo de Lisboa", que é o que consta da tua ficha de deputada. És, portanto, vítima do actual sistema eleitoral que faz círculos, mas nem sempre apresenta candidatos a residir nesses locais. Já houve o caso de, por exemplo, um deputado ser natural do Alentejo, mas acabou a ser eleito pelo Porto, vê lá tu. O mais natural, contudo, era teres sido candidata pelo "círculo da Europa". Eu, por exemplo, fui candidato do PPM por esse círculo nas mesmas eleições em que concorreste pelo "círculo de Lisboa". Sendo assim, cara Inês, apesar de ser público que sempre moraste em Paris e compreendendo perfeitamente que tenhas de lá ir ao fim-de-semana arrumar a casa e fazer a comida que deixarás para as filhas ao longo da semana, alguém vai, obviamente, ter de pagar isso. É justo. Só que esse alguém não deves ser tu... nem eu. Quem deve pagar isso é quem criou toda esta confusão, ou seja, o PS, o partido que foi responsável pelo teu convite e que decidiu que irias pelo "círculo de Lisboa" quando sabiam muito bem que tinhas residência em Paris. É que eles lá no PS já ganham muito dinheiro por cada deputado na AR. Por isso, por favor, pede a eles que te paguem.
Não peças ao Presidente da Assembleia da República. E muito menos peças a mim.
Não peças ao Presidente da Assembleia da República. E muito menos peças a mim.
Etiquetas: Inês Medeiros, PPM, PS
1 Comentários:
Brilhante!
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial