Estrada para a Liberdade
Por que razão não se evoca o 16 de Março? É por ter sido um golpe falhado? Mas, então, se não tivesse havido essa intentona, esse dito "ensaio" de Revolução, será que a acção militar de 25 de Abril teria tido sucesso? Por que não se aproveitam estes dias que antecedem a festa de Abril para organizar palestras, fazer conferências, iniciativas cívicas, debates, discussões, encontros, concursos, exposições, corridas, feiras populares, jogos florais, livros, festival de música e outras iniciativas tais sob uma denominação de, por exemplo, "Estrada para a Liberdade - Do 16 de Março ao 25 de Abril"? Assim, vamos chegar ao dia 25 de Abril - que este ano, ainda por cima, nem sequer vai dar direito a feriado, pois calha a um domingo - e a data histórica vai ser marcada com mais discursos e flores na Assembleia da República que não atraem ninguém e uma qualquer marcha "popular" na Avenida da suposta Liberdade, engajada a uma esquerda cada vez mais fracturada pela sociedade de consumo, encabeçada por uns quantos que quase não têm voz activa - ou emprego - e, prontos, já está! Celebrou-se a data, cumpriu-se a "praxe" e, no dia 26, vai a malta trabalhar feito carneiro - os que podem, lá está. Se há "mito" sobre o nosso 25 de Abril é o do que, em Lisboa, nada acontecia antes da Revolução que merecesse a atenção da Imprensa norte-americana. É mentira. A 16 de Março de 1974, o mui respeitável "New York Times", através do seu correspondente na Península Ibérica, o jornalista Henry Giniger, escreveu que havia um livro escrito por um general e que estava a abalar o país...
Dois dias depois, o mesmo diário norte-americano publicou uma reportagem do seu correspondente sobre a intentona do 16 de Março. Foi então realçado o facto de que a Imprensa portuguesa, sempre controlada e habituada à censura em relação a assuntos militares ou de dissidência política, desta vez fora autorizada a fornecer detalhes completos sobre os acontecimentos, "talvez como aviso a outros aspirantes a golpistas". E a única "invasão" que ocorrera nesse dia fora a dos adeptos do FC Porto, que vieram com as suas bandeiras e cornetas jogar contra um clube de Lisboa. Contudo, o "contigente" do Porto teve de regressar a casa após ter sido batido por 2-0. Linguagem bélica a lembrar o célebre artigo desportivo do diário português "República", desse mesmo dia 18 de Março - faz hoje 36 anos -, que terminava com estas palavras: "Perdeu-se a batalha, mas não a guerra"...
Dois dias depois, o mesmo diário norte-americano publicou uma reportagem do seu correspondente sobre a intentona do 16 de Março. Foi então realçado o facto de que a Imprensa portuguesa, sempre controlada e habituada à censura em relação a assuntos militares ou de dissidência política, desta vez fora autorizada a fornecer detalhes completos sobre os acontecimentos, "talvez como aviso a outros aspirantes a golpistas". E a única "invasão" que ocorrera nesse dia fora a dos adeptos do FC Porto, que vieram com as suas bandeiras e cornetas jogar contra um clube de Lisboa. Contudo, o "contigente" do Porto teve de regressar a casa após ter sido batido por 2-0. Linguagem bélica a lembrar o célebre artigo desportivo do diário português "República", desse mesmo dia 18 de Março - faz hoje 36 anos -, que terminava com estas palavras: "Perdeu-se a batalha, mas não a guerra"...
Etiquetas: 16 de Março, 25 de Abril, New York Times
2 Comentários:
Acho que em vez de festejos e palestras, o que precisamos agora é de uma nova revolução.
Concordo Diogo, ele há coisas que já andam há muito a esticar o limite da paciência e da boa vontade. Receio é que seja uma revolução meio atribulada e que só virá quando a trampa bater mesmo na ventoinha e sujar muita gente.
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In other news,
David Icke estará em Portugal a 30 de Outubro próximo :)
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