20090216

Os regimes que ainda podemos escolher

Não me incomoda que Hugo Chávez venha a ser eleito as vezes que quiser. Fico é preocupado quando o processo que aprovou a alteração da medida constitucional não tenha sido transparente e esteja debaixo de suspeitas de irregularidades pouco democráticas.
O Presidente Chávez, mesmo submetendo-se a eleições, pode muito bem ser considerado como o primeiro Rei da Venezuela, Chávez I. Só não conseguirá fazer-se suceder por familiares se não quiser. Basta criar uma ditadura de medo para manter a sua Monarquia Absolutista...



Constata-se que Chávez conseguiu fazer-se perpetuar no poder mais tempo do que o homem que ele dizia ser a encarnação do próprio diabo, George W. Bush, que, por acaso, é filho de um ex-presidente dos EUA e irmão de um potencial candidato a presidente dos EUA. É também um caso onde pode haver sucessão dinástica, mas com intervalos para manter a aparência de “Democracia”...



Em Espanha (para dar um exemplo bem pertinho de nós, a cerca de 200 quilómetros, mas que também podia ser noutros países da UE, como Inglaterra, Suécia, Dinamarca, Holanda, Bélgica ou Luxemburgo), há uma família sabemos que deverá durar para sempre...



Mas, o governo legítimo, quer se goste ou não da sua cor, é sempre eleito pelo povo. E o primeiro-ministro terá de governar e não fazer ditadura. Ou seja, a Monarquia Constitucional é cada vez mais o garante moderno da existência de Democracia contra a Ditadura.



Bem que se pode dizer que, em Portugal, o regime funciona, mas lembrem-se de que apesar da sensação de que o filho de um gasolineiro pode chegar a Presidente da República...



... tal ideia, por muito bela que nos possa soar, não deixa de ser um engano que se quer fazer perpetuar na mente do povo português: Cavaco Silva jamais teria sido eleito para Belém se antes não tivesse passado pela fidelidade partidária. Esse é o factor que condiciona hoje todas as decisões do nosso Chefe de Estado e alimenta esta cada vez mais visível sensação de estarmos a viver numa ditadura transvestida de Democracia que, para subsistir, tem de estar alicerçada no medo e unanimismo...

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3 Comentários:

Blogger Flávio Gonçalves disse...

Bom, eu - como qualquer anarca que se preze - sou fiel adepto do lugar comum "o poder corrompe", e começo a recear se o meu companheiro Hugo... talvez... quem sabe... mas ainda prefiro acreditar mais uns tempos.

18 fevereiro, 2009  
Anonymous Anónimo disse...

Algo que me faz uma terrivel confusão no seu ideológico monárquico... No actual panorama português, tendo em conta todas as linhas de sangue, a quem seria dado o poder? O S.G. foi corrompido, as familias estão dispersas e profundamente alheias à realidade, além de não possuirem vontade de assumir o peso da coroa conscientes do sangue que correrá, sangue do seu povo... Apenas meia dúzia de ´nobres', sem qualquer direito ao trono, estão dispostos a sacrificar vidas alheias, não pela monarquia mas pelo regresso dos seus próprios poderes... Ou ainda acredita que a solução surgirá de umas eleições? Mas desde quando mudanças de regime vão às urnas?! Apenas as fictícias, apenas essas... Mas esclareça-me Fred, quem é o Rei 'nomeado'... Da C.B. faz gerações que nascem sem a 'centelha incediária' necessária... De onde virá ele, que nem D. Sebastião??

21 fevereiro, 2009  
Blogger para mim disse...

Há muitas hipóteses para rei de Portugal. Teoricamente qualquer (sim qualquer) português é livre de ser eleito 8sim eleito) rei de Portugal. Podemos ter finalmente a V Dinastia. Quanto á linha dinástica, não faltam candidatos e até (sim, até) o D. Duarte pode ser candidato juntamente4 com outros primos seus. Contudo, nada disso nos deve preocupar enquanto não for alcançado o objectivo mais claro de todos: eleição das Cortes.

23 fevereiro, 2009  

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