Já fui ver...
... o "Fahrenheit 9/11", de Michael Moore.
Confirmei que não há ali qualquer alusão à pista israelita, ao avião que não caiu no Pentágono nem às outras questões sobre as falhas de segurança aérea em Nova Iorque no dia 11 de Setembro de 2001.
Esperava ver o Michael Moore "manipulador", só que, confesso, fui enganado pelos nossos críticos de cinema e pelos comentadores que viram a película na semana passada, pois constatei que, afinal, limitaram-se a falar todos do que já tinha sido publicado nas edições europeias das revistas "Times " e Newsweek".
Para mim, eles viram o filme e depois limitaram-se a falar do que já tinham lido antes, não fosse algum diligente chefe de redacção ver um texto diferente e duvidar da ervilha que, eles, críticos, têm no lugar do cérebro...
Michael Moore aparece menos tempo em tela a fazer "palhaçadas" do que no "Bowling". Alugar uma carrinha de gelados para ler o "Patriot Act" ou ir pedir aos congressistas que enviem os seus filhos para o Iraque, são algumas das cenas mais destacadas na Imprensa. O filme vai muito mais longe do que isso, só que os nossos críticos, como não possuem uma formação jornalística indispensável para analisar este filme em particular e, como isso dá "trabalho", poucos são os jornalistas que podem analisar a obra e assim dar mais "pistas" aos espectadores.
Assim, Moore mostra-nos apenas metade da história secreta do 11 de Setembro ao seguir somente a pista das ligações de Bush com a família Bin Laden. E também só o "ousa" fazer a nível das companhias petrolíferas e as ligações da família Bush com os amigos sauditas.
Há uma menção à CIA, da qual Bush pai foi director, mas isso são apenas uns segundos. O permanente esquecimento deste dado na Imprensa nacional fez-me lembrar uma norte-americana que conheci há uns meses, em Lisboa, que também não sabia que Bush pai tinha sido director da CIA: "Se tu o dizes...", respondeu-me quando lhe revelei o facto. Retorqui: "Não sou eu que o digo! Está, por exemplo, na sua biografia oficial!". É preciso explicar que a rapariga, para além de ter 27 anos e estar a terminar um curso de sociologia (daí que até tivesse alguma formação e possibilidade de acesso a informação um pouco acima da média norte-americana), também era natural do Texas, tal e qual a família Bush.
E não o sabia...
O filme fala ainda do grupo Carlyle, que nós, portugueses, bem conhecemos, contudo como não fala do "nosso amigo" Carlucci, que foi embaixador no País onde teve lugar a cimeira dos "Azores", nenhum crítico português se lembrou de mencionar esse facto.
Ninguém falou igualmente da incomodativa sequência, no início do filme, com os representantes afro-americanos a queixarem-se no Congresso do facto de não ter havido um único senador que lhes tivesse assinado a sua petição em relação ao "roubo" feito a Al Gore nas eleições de 2000.
Não me lembro igualmente de ter lido um comentário ao fim do filme, com Bush a dizer "Shame on me", num genial "piscar de olho" ao discurso do próprio Michael Moore na noite do óscares, quando este gritou o "Shame on you, Mr. Bush! Shame on you" - Apesar da nossa SIC passar constantemente esse som nas promoções do canal de notícias...
Terríveis são ainda as imagens da guerra. Nenhum crítico nos avisou para a crueza de algumas delas. Duras são as guerras, já sabemos. Pior é esta, pois poucos são os que conseguem defender a sua legitimidade - geralmente acabam por ser aqueles que depois classificam o filme de Moore de "Teoria da Conspiração"...
De teorias da conspiração entendo eu. E no "Fahrenheit 9/11", garanto-vos, não há nenhuma teoria. Aliás, é precisamente isso que me desilude no trabalho de Moore.
P.S.
Reparei ainda que "Conchita" continua activa na sua vigília pela paz à frente da Casa Branca. Conhecia-a quando estive em Washington, dois meses após os atentados de Setembro e soube que é natural de Vigo. Isso é aqui perto, na Galiza.
Confirmei que não há ali qualquer alusão à pista israelita, ao avião que não caiu no Pentágono nem às outras questões sobre as falhas de segurança aérea em Nova Iorque no dia 11 de Setembro de 2001.
Esperava ver o Michael Moore "manipulador", só que, confesso, fui enganado pelos nossos críticos de cinema e pelos comentadores que viram a película na semana passada, pois constatei que, afinal, limitaram-se a falar todos do que já tinha sido publicado nas edições europeias das revistas "Times " e Newsweek".
Para mim, eles viram o filme e depois limitaram-se a falar do que já tinham lido antes, não fosse algum diligente chefe de redacção ver um texto diferente e duvidar da ervilha que, eles, críticos, têm no lugar do cérebro...
Michael Moore aparece menos tempo em tela a fazer "palhaçadas" do que no "Bowling". Alugar uma carrinha de gelados para ler o "Patriot Act" ou ir pedir aos congressistas que enviem os seus filhos para o Iraque, são algumas das cenas mais destacadas na Imprensa. O filme vai muito mais longe do que isso, só que os nossos críticos, como não possuem uma formação jornalística indispensável para analisar este filme em particular e, como isso dá "trabalho", poucos são os jornalistas que podem analisar a obra e assim dar mais "pistas" aos espectadores.
Assim, Moore mostra-nos apenas metade da história secreta do 11 de Setembro ao seguir somente a pista das ligações de Bush com a família Bin Laden. E também só o "ousa" fazer a nível das companhias petrolíferas e as ligações da família Bush com os amigos sauditas.
Há uma menção à CIA, da qual Bush pai foi director, mas isso são apenas uns segundos. O permanente esquecimento deste dado na Imprensa nacional fez-me lembrar uma norte-americana que conheci há uns meses, em Lisboa, que também não sabia que Bush pai tinha sido director da CIA: "Se tu o dizes...", respondeu-me quando lhe revelei o facto. Retorqui: "Não sou eu que o digo! Está, por exemplo, na sua biografia oficial!". É preciso explicar que a rapariga, para além de ter 27 anos e estar a terminar um curso de sociologia (daí que até tivesse alguma formação e possibilidade de acesso a informação um pouco acima da média norte-americana), também era natural do Texas, tal e qual a família Bush.
E não o sabia...
O filme fala ainda do grupo Carlyle, que nós, portugueses, bem conhecemos, contudo como não fala do "nosso amigo" Carlucci, que foi embaixador no País onde teve lugar a cimeira dos "Azores", nenhum crítico português se lembrou de mencionar esse facto.
Ninguém falou igualmente da incomodativa sequência, no início do filme, com os representantes afro-americanos a queixarem-se no Congresso do facto de não ter havido um único senador que lhes tivesse assinado a sua petição em relação ao "roubo" feito a Al Gore nas eleições de 2000.
Não me lembro igualmente de ter lido um comentário ao fim do filme, com Bush a dizer "Shame on me", num genial "piscar de olho" ao discurso do próprio Michael Moore na noite do óscares, quando este gritou o "Shame on you, Mr. Bush! Shame on you" - Apesar da nossa SIC passar constantemente esse som nas promoções do canal de notícias...
Terríveis são ainda as imagens da guerra. Nenhum crítico nos avisou para a crueza de algumas delas. Duras são as guerras, já sabemos. Pior é esta, pois poucos são os que conseguem defender a sua legitimidade - geralmente acabam por ser aqueles que depois classificam o filme de Moore de "Teoria da Conspiração"...
De teorias da conspiração entendo eu. E no "Fahrenheit 9/11", garanto-vos, não há nenhuma teoria. Aliás, é precisamente isso que me desilude no trabalho de Moore.
P.S.
Reparei ainda que "Conchita" continua activa na sua vigília pela paz à frente da Casa Branca. Conhecia-a quando estive em Washington, dois meses após os atentados de Setembro e soube que é natural de Vigo. Isso é aqui perto, na Galiza.
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