Uma candidatura. Uma razão.
Não é segredo nenhum que irei ser cabeça-de-lista do PPM nas próximas eleições europeias de 7 de Junho. Foi uma decisão anunciada no congresso do partido, a 13 de Dezembro passado, e cuja lista ainda em formação conta já com os nomes do Paulo Estêvão e da Aline Gallasch-Hall.
Até ao momento, optara por não trazer a discussão a este blogue, apenas porque não achava correcto utilizar um espaço pessoal para uma discussão que vai ter de ser feita em público. Contudo, numa altura em que está prestes a nascer um espaço próprio na Internet, importa esclarecer aqui alguns pontos para aqueles que, até ao momento, não sabiam ou não tiveram ainda a oportunidade de, em privado, trocar comigo algumas impressões sobre o assunto.
Poucos sabem que a Constituição portuguesa impede o referendo ao regime em que vivemos. E quem diz que isso tanto faz, não sabe do que se fala.
Sou visceralmente contra toda e qualquer falta de liberdade e abomino o absolutismo venha de que lado vier - monárquico ou republicano. Senti assim a necessidade de ser coerente com o que sempre escrevi e avancei para uma forma de luta política e pública. Tomei a decisão contra o conselho de pessoas bem próximas de mim que pediam para não me prejudicar ainda mais. Escolhi um pequeno partido, praticamente sem qualquer hipótese de sucesso, mas com o qual aprendi a identificar-me - sobretudo quando, já depois de ter escrito o ensaio político “Eu Sei Que Você Sabe” compreendi que muitos dos nossos problemas democráticos não remontam apenas ao dia 25 de Abril de 1974, mas também a 2 de Julho de 1932, dia em que D. Manuel II morreu no exílio, sem sucessão, em Inglaterra. Dias depois, Salazar tomou posse como presidente do 8º governo da ditadura militar e aproveitou a falta de uma solução política na sucessão do Trono Português para cimentar a ditadura do Estado Novo. E os vestígios dessa ditadura ainda continuam expressos no actual texto da Constituição Portuguesa. É por haver monarquias no seio da União Europeia, mas esse direito estar vedado a Portugal, que parto para esta luta que, espero, venha a permitir responsabilizar e a questionar uma República que já aprovou 10 milhões de euros para se auto-celebrar sem direito a ser questionada.
O 25 de Abril não teve uma descolonização exemplar, apenas a “possível”. O 25 de Abril ainda não nos deu o desenvolvimento prometido porque falta cumprir um outro “D” que Abril nos abriu: Democracia. Democracia é não rejeitar referendos que nos possam permitir ter um regime que, já depois da nossa Revolução dos Cravos, nasceu mesmo aqui ao lado, em Espanha.
Quando hoje ouço portugueses a escarnecer das qualidades de regimes monárquicos na Europa, fico com pena da lavagem cerebral feita por 100 anos da propaganda republicana misturada com Ditadura. É que há muitos portugueses que, neste momento, têm de se sujeitar aos piores trabalhos, longe da boa comida portuguesa e do aprazível sol pátrio, para poderem ganhar a vida em países como Espanha, Inglaterra, Bélgica, Holanda ou Luxemburgo. E quando comparam o nosso o nível de vida ao dos suecos, dinamarqueses e noruegueses, esquecem-se que qualquer um destes países é uma monarquia como aquela que nos querem negar como alternativa ao Estado que temos.
Um país só prospera quando há transparência democrática, quando são criados entraves à corrupção nas cúpulas e, na maior parte de vezes, isso só é atingível quando o chefe de Estado serve o povo acima dos partidos políticos. Tal não acontece em Portugal. Em suma, defendo que a eleição do Presidente da República, que continua a emanar de dentro de aparelhos partidários com óbvios prejuízos para a transparência da vida pública, seja afastada da equação política em Portugal. O Rei deve reinar com o apoio do povo e o governo deve governar para interesse do povo. Escolher viver em Monarquia será um desafio de modernidade e não um retrocesso ao passado.
Numa altura em que o actual regime que governa Portugal está prestes a cumprir 100 anos, as eleições europeias surgem como o momento ideal para o PPM fazer passar uma mensagem de liberdade para os Portugueses. Votar PPM nas próximas eleições de 7 de Junho não vai trazer a Monarquia no dia seguinte, mas vai permitir entregar a um pequeno partido uma voz que não se vai calar.
O PPM tem passado. Foi o primeiro a falar de ecologia em Portugal e pode continuar a fazer isso no Parlamento Europeu, sobretudo agora que o tema há muito passou de assunto de moda e é uma preocupação do presente. É também um partido da terra, que sempre defendeu o desenvolvimento sustentado. É reconhecidamente um partido de cultura que gosta do que é nosso e defende-o como património mundial. É um partido que compreende os agricultores, quer empresários livres e está contra todo o tipo de entraves que impeça uma livre iniciativa sustentada em regras sociais a favor do bem comum. É um partido que ama a liberdade, a cidadania. Precisa da liberdade para sobreviver, como qualquer um de nós.
Em breve direi qual será o endereço electrónico onde poderão seguir, comentar e contribuir para esta luta. Até lá, por fim, importa esclarecer uma notícia que surgiu ontem sobre o facto do salário mensal de um eurodeputado ser agora 5963 euros líquidos, quando, anteriormente, era de 2525 euros.
Que fique bem claro que, quando me candidatei, nem sequer sabia qual seria o salário, pois as hipóteses de poder vir a ser eleito eram nulas. O partido era pequeno, sem dinheiro e iria ser difícil ultrapassar a barreira da Comunicação Social para difundir a mensagem - já houve dois comunicados que não tiveram eco na Imprensa. Mas, o passo fora certo no sentido de não ser mais possível calar a angústia da falta de liberdade em Portugal. A candidatura tem o grande mérito de oferecer algum alento a quem todos os dias se debate com essa falta de liberdade no dia-a-dia. E, infelizmente, são cada vez mais...
Quando o PS há dias resolveu apresentar como candidato o constitucionalista Vital Moreira e quando Elisa Ferreira diz que quer ser Presidente da Câmara do porto, mas que primeiro vai garantir o “tacho” em Bruxelas, e quando o PSD ainda não decidiu que candidato apresentar, algumas das vozes que me criticavam passaram, estranhamente, a dizer: “Olha que arriscas-te a ser eleito!”. Outros pedem-me: “Não te cales, sei que não te vais calar quando lá chegares. Fala por todos nós!”.
O salário de europedutado é agora um salário único, independentemente do país que representem. Foi aumentado para os portugueses, mas diminuído para os italianos. E os búlgaros tiveram um aumento maior do que o nosso: "Neste quadro, entre os mais de setecentos deputados da assembleia comunitária, persistem disparidades salariais que vão desde os 900 euros auferidos pelos deputados búlgaros aos cerca de 12 mil que ganham os italianos, os mais bem pagos de todo o PE".
Faz parte de regras igualitárias. Não é uma benesse, mas sim uma maior responsabilização de quem vai lutar no seio da UE.
Na altura do voto, que pensem os portugueses que, mesmo que nesse dia troquem uma ida à mesa de voto por mais uns raios de sol na praia, haverá na mesma 22 eurodeputados que vão ganhar aquele salário. Resta é saber se os eleitores não se importam que sejam políticos anónimos, dos mesmos partidos de sempre que apostam precisamente no desinteresse e na alienação dos portugueses para a sua eleição, ou se será um eurodeputado do PPM, chamado Frederico Duarte Carvalho, e que não se calará.
Até ao momento, optara por não trazer a discussão a este blogue, apenas porque não achava correcto utilizar um espaço pessoal para uma discussão que vai ter de ser feita em público. Contudo, numa altura em que está prestes a nascer um espaço próprio na Internet, importa esclarecer aqui alguns pontos para aqueles que, até ao momento, não sabiam ou não tiveram ainda a oportunidade de, em privado, trocar comigo algumas impressões sobre o assunto.
Poucos sabem que a Constituição portuguesa impede o referendo ao regime em que vivemos. E quem diz que isso tanto faz, não sabe do que se fala.
Sou visceralmente contra toda e qualquer falta de liberdade e abomino o absolutismo venha de que lado vier - monárquico ou republicano. Senti assim a necessidade de ser coerente com o que sempre escrevi e avancei para uma forma de luta política e pública. Tomei a decisão contra o conselho de pessoas bem próximas de mim que pediam para não me prejudicar ainda mais. Escolhi um pequeno partido, praticamente sem qualquer hipótese de sucesso, mas com o qual aprendi a identificar-me - sobretudo quando, já depois de ter escrito o ensaio político “Eu Sei Que Você Sabe” compreendi que muitos dos nossos problemas democráticos não remontam apenas ao dia 25 de Abril de 1974, mas também a 2 de Julho de 1932, dia em que D. Manuel II morreu no exílio, sem sucessão, em Inglaterra. Dias depois, Salazar tomou posse como presidente do 8º governo da ditadura militar e aproveitou a falta de uma solução política na sucessão do Trono Português para cimentar a ditadura do Estado Novo. E os vestígios dessa ditadura ainda continuam expressos no actual texto da Constituição Portuguesa. É por haver monarquias no seio da União Europeia, mas esse direito estar vedado a Portugal, que parto para esta luta que, espero, venha a permitir responsabilizar e a questionar uma República que já aprovou 10 milhões de euros para se auto-celebrar sem direito a ser questionada.
O 25 de Abril não teve uma descolonização exemplar, apenas a “possível”. O 25 de Abril ainda não nos deu o desenvolvimento prometido porque falta cumprir um outro “D” que Abril nos abriu: Democracia. Democracia é não rejeitar referendos que nos possam permitir ter um regime que, já depois da nossa Revolução dos Cravos, nasceu mesmo aqui ao lado, em Espanha.
Quando hoje ouço portugueses a escarnecer das qualidades de regimes monárquicos na Europa, fico com pena da lavagem cerebral feita por 100 anos da propaganda republicana misturada com Ditadura. É que há muitos portugueses que, neste momento, têm de se sujeitar aos piores trabalhos, longe da boa comida portuguesa e do aprazível sol pátrio, para poderem ganhar a vida em países como Espanha, Inglaterra, Bélgica, Holanda ou Luxemburgo. E quando comparam o nosso o nível de vida ao dos suecos, dinamarqueses e noruegueses, esquecem-se que qualquer um destes países é uma monarquia como aquela que nos querem negar como alternativa ao Estado que temos.
Um país só prospera quando há transparência democrática, quando são criados entraves à corrupção nas cúpulas e, na maior parte de vezes, isso só é atingível quando o chefe de Estado serve o povo acima dos partidos políticos. Tal não acontece em Portugal. Em suma, defendo que a eleição do Presidente da República, que continua a emanar de dentro de aparelhos partidários com óbvios prejuízos para a transparência da vida pública, seja afastada da equação política em Portugal. O Rei deve reinar com o apoio do povo e o governo deve governar para interesse do povo. Escolher viver em Monarquia será um desafio de modernidade e não um retrocesso ao passado.
Numa altura em que o actual regime que governa Portugal está prestes a cumprir 100 anos, as eleições europeias surgem como o momento ideal para o PPM fazer passar uma mensagem de liberdade para os Portugueses. Votar PPM nas próximas eleições de 7 de Junho não vai trazer a Monarquia no dia seguinte, mas vai permitir entregar a um pequeno partido uma voz que não se vai calar.
O PPM tem passado. Foi o primeiro a falar de ecologia em Portugal e pode continuar a fazer isso no Parlamento Europeu, sobretudo agora que o tema há muito passou de assunto de moda e é uma preocupação do presente. É também um partido da terra, que sempre defendeu o desenvolvimento sustentado. É reconhecidamente um partido de cultura que gosta do que é nosso e defende-o como património mundial. É um partido que compreende os agricultores, quer empresários livres e está contra todo o tipo de entraves que impeça uma livre iniciativa sustentada em regras sociais a favor do bem comum. É um partido que ama a liberdade, a cidadania. Precisa da liberdade para sobreviver, como qualquer um de nós.
Em breve direi qual será o endereço electrónico onde poderão seguir, comentar e contribuir para esta luta. Até lá, por fim, importa esclarecer uma notícia que surgiu ontem sobre o facto do salário mensal de um eurodeputado ser agora 5963 euros líquidos, quando, anteriormente, era de 2525 euros.
Que fique bem claro que, quando me candidatei, nem sequer sabia qual seria o salário, pois as hipóteses de poder vir a ser eleito eram nulas. O partido era pequeno, sem dinheiro e iria ser difícil ultrapassar a barreira da Comunicação Social para difundir a mensagem - já houve dois comunicados que não tiveram eco na Imprensa. Mas, o passo fora certo no sentido de não ser mais possível calar a angústia da falta de liberdade em Portugal. A candidatura tem o grande mérito de oferecer algum alento a quem todos os dias se debate com essa falta de liberdade no dia-a-dia. E, infelizmente, são cada vez mais...
Quando o PS há dias resolveu apresentar como candidato o constitucionalista Vital Moreira e quando Elisa Ferreira diz que quer ser Presidente da Câmara do porto, mas que primeiro vai garantir o “tacho” em Bruxelas, e quando o PSD ainda não decidiu que candidato apresentar, algumas das vozes que me criticavam passaram, estranhamente, a dizer: “Olha que arriscas-te a ser eleito!”. Outros pedem-me: “Não te cales, sei que não te vais calar quando lá chegares. Fala por todos nós!”.
O salário de europedutado é agora um salário único, independentemente do país que representem. Foi aumentado para os portugueses, mas diminuído para os italianos. E os búlgaros tiveram um aumento maior do que o nosso: "Neste quadro, entre os mais de setecentos deputados da assembleia comunitária, persistem disparidades salariais que vão desde os 900 euros auferidos pelos deputados búlgaros aos cerca de 12 mil que ganham os italianos, os mais bem pagos de todo o PE".
Faz parte de regras igualitárias. Não é uma benesse, mas sim uma maior responsabilização de quem vai lutar no seio da UE.
Na altura do voto, que pensem os portugueses que, mesmo que nesse dia troquem uma ida à mesa de voto por mais uns raios de sol na praia, haverá na mesma 22 eurodeputados que vão ganhar aquele salário. Resta é saber se os eleitores não se importam que sejam políticos anónimos, dos mesmos partidos de sempre que apostam precisamente no desinteresse e na alienação dos portugueses para a sua eleição, ou se será um eurodeputado do PPM, chamado Frederico Duarte Carvalho, e que não se calará.
Etiquetas: Eleições Europeias, Monarquia, PPM
4 Comentários:
Boa. Vai em frente.Mostra o teu caracter de Independente, Não Bajulador e, sobretudo, de Idealista e Sonhador
Epá! Agora vou ter que ponderar se sempre vou votar ou não (já tinha decidido que, muito provavelmente, não iria).
Força!
Eu já tinha decidido não votar este ano, mas assim também vou ponderar.
Espíritos livres e independentes precisam-se. Força Fred!
Como sabes Frederico, nos tempos que correm a imagem é parte da mensagem. Atenção ao facto!
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