20081029

A melhor vitória seria a derrota

As opiniões do historiador Rui Ramos são das mais avisadas e lúcidas que conheço actualmente. Lembro-me bem da primeira vez que li um texto seu: foi no extinto "Independente", em 2003, sobre o 25 de Abril. Inclui, inclusive, uma referência a esse texto no livro "Eu Sei que Você Sabe". Por isso, recomendo a leitura da sua crónica de hoje no "Público" sobre Barack Obama...



Destaco as seguintes frases de Rui Ramos:

"É que o mundo, como constatámos entretanto, não precisou de Obama para mudar".

"Paradoxalmente, só um desfecho permitiria manter intactos o mito e as esperanças iniciais da obamomania: a derrota no dia 4 de Novembro".

"A América racista e imperialista continuaria a ser a explicação para tudo o que corre mal, poupando-nos o trabalho de tentarmos finalmente entender o que se está a passar".

"(...) um presidente Obama não pode descontar o risco de se reduzir a uma espécie de Jimmy Carter: uma mera lebre da próxima maioria conservadora".

"Provavelmente, Obama há-de desiludir os crentes sem converter os cépticos, mas gerando ao mesmo tempo a maioria necessária para o reeleger em 2012".

"O mundo já não é o que era em 1997. Mas o estilo de Obama é, no fundo, o desse tempo. Ora, a Terceira Via pode ter sido uma alternativa às políticas da década de 1980, mas desde então tornou-se parte do percurso que fizemos para chegar onde estamos. Aonde mais nos poderá levar?".

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