Agora que é verão, veremos como vai ser...
A época dos incêndios está à porta. Estranho país este, que tem esta "normalidade" calendarizada... Mas, ainda bem que há quem se preocupe e perceba do assunto, como é o caso do jornalista e escritor Pedro Almeida Vieira. O seu blog "O Estrago da Nação" é um "must" a seguir nesta altura.
Eis alguns exemplos da sua qualidade de análise:
"Pois bem, vamos iniciar a segunda semana em que praticamente não choveu em território português. As previsões meteorológicas apontam mesmo para um aumento das temperaturas máximas. A «prova de fogo» vai começar agora. Se o 'sistema' conseguir portar-se bem, então começo a acreditar que algo mudou em relação ao ano anterior.
No entanto, convém referir que, na minha opinião, este ano será bom se arder menos de 50 mil hectares; razoável se arder entre 50 mil e 75 mil hectares; sofrível se arder entre 75 mil e 100 mil hectares. E péssimo se arder mais de 100 mil hectares. Claro que se o valor rondar os 100 mil hectares, o Governo aprestar-se-á a felicitar-se e a comunicação social vai certamente atrás. Mas esse é um problema crónico da falta de memória: nos anos 70 e 80 anos com pouco menos de 100 mil hectares era considerados catastróficos. Contudo, a percepção do drama modificou-se depois de já ter ardido 426 mil hectares em 2003 e 325 mil em 2005".
"Por outro lado - e mais importante ainda para a situação dos fogos -, as características desta onda de calor foram favoráveis para os bombeiros: as noites foram 'tropicais', isto é, quentes, mas com elevada humidade relativa (dificultando a propagação do fogo). E melhor ainda: chouveu copiosamente (alagando o solo e a molhando bastante a vegetação). Em algumas zonas do país (por exemplo, Bragança) em apenas dois dias chouveu mais do dobro da média do mês de Julho. Mas as notícias na comunicação social omitiram isto (espero que por desconhecimento)".
"Dois exemplos de péssimo jornalismo
1 - Não houve uma alminha de caneta na mão ou de microfone em riste que tivesse a coragem de pedir ao ministro António Costa que esclarecesse o que seignifica 'problemas de coordenação da acção no terreno' como uma das causas para a morte dos seis bombeiros na Guarda. E já agora perguntar-lhe se não acha que os 'dois fenómenos relacionados com o comportamento do fogo', que também contribuíram para essa tragédia, são situações usuais em fogos florestais...
2 - Enquanto isso, a Lusa achou que merecia notícia 'um incêndios que deflagrou às 15:59 na cidade de Lisboa, numa zona de mato junto à estrada da Torre, Lumiar', em Lisboa, e que foi extinto 14 minutos depois'. Será que a agência Lusa - a mesma que não pediu esclarecimentos ao ministro António Costa sobre as responsabilidades na morte dos bombeiros da Guarda -, vai passar agora a noticiar todos os fogos de meia dúzia de metros quadrados que existem no país"?
Eis alguns exemplos da sua qualidade de análise:
"Pois bem, vamos iniciar a segunda semana em que praticamente não choveu em território português. As previsões meteorológicas apontam mesmo para um aumento das temperaturas máximas. A «prova de fogo» vai começar agora. Se o 'sistema' conseguir portar-se bem, então começo a acreditar que algo mudou em relação ao ano anterior.
No entanto, convém referir que, na minha opinião, este ano será bom se arder menos de 50 mil hectares; razoável se arder entre 50 mil e 75 mil hectares; sofrível se arder entre 75 mil e 100 mil hectares. E péssimo se arder mais de 100 mil hectares. Claro que se o valor rondar os 100 mil hectares, o Governo aprestar-se-á a felicitar-se e a comunicação social vai certamente atrás. Mas esse é um problema crónico da falta de memória: nos anos 70 e 80 anos com pouco menos de 100 mil hectares era considerados catastróficos. Contudo, a percepção do drama modificou-se depois de já ter ardido 426 mil hectares em 2003 e 325 mil em 2005".
"Por outro lado - e mais importante ainda para a situação dos fogos -, as características desta onda de calor foram favoráveis para os bombeiros: as noites foram 'tropicais', isto é, quentes, mas com elevada humidade relativa (dificultando a propagação do fogo). E melhor ainda: chouveu copiosamente (alagando o solo e a molhando bastante a vegetação). Em algumas zonas do país (por exemplo, Bragança) em apenas dois dias chouveu mais do dobro da média do mês de Julho. Mas as notícias na comunicação social omitiram isto (espero que por desconhecimento)".
"Dois exemplos de péssimo jornalismo
1 - Não houve uma alminha de caneta na mão ou de microfone em riste que tivesse a coragem de pedir ao ministro António Costa que esclarecesse o que seignifica 'problemas de coordenação da acção no terreno' como uma das causas para a morte dos seis bombeiros na Guarda. E já agora perguntar-lhe se não acha que os 'dois fenómenos relacionados com o comportamento do fogo', que também contribuíram para essa tragédia, são situações usuais em fogos florestais...
2 - Enquanto isso, a Lusa achou que merecia notícia 'um incêndios que deflagrou às 15:59 na cidade de Lisboa, numa zona de mato junto à estrada da Torre, Lumiar', em Lisboa, e que foi extinto 14 minutos depois'. Será que a agência Lusa - a mesma que não pediu esclarecimentos ao ministro António Costa sobre as responsabilidades na morte dos bombeiros da Guarda -, vai passar agora a noticiar todos os fogos de meia dúzia de metros quadrados que existem no país"?
3 Comentários:
Caro Frederico,
Só para avisar que o link para o Estrago da Nação está errado e tem a ver com o post anterior.
;-)
Yellow Fred. Convém dar uma olhada no blog Ambio onde avançam uma teoria para os fogos relacionada com o vento. Prever ou estar com atenção ao vento pode ajudar a controlar e extinguir os incêndios rapidamente. A teoria é interessante e até agora têm-se mostrado certa... embora ninguém lhe ligue nenhuma. Afinal, não faz ganhar dinheiro a ninguém...
http://ambio.blogspot.com
Lobo, obrigado pelo aviso... Já foi reparado!... Uhecca, isso parece ser interessante. Obrigado por mais esta valiosa contribuição!
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