O sol, quando nasce, não é para todos...
Esta sol anda estranho e a onda de calor trás consigo imensos perigos. Os níveis de radiação solar são os mais elevados. Daqui a uns anos, ninguém vai poder sair à rua sem correr o risco de ser vítima imediata dos raios ultravioleta, isto no pior cenário de um filme de ficção científica.
"Este sol não é normal", ouve-se cada vez mais. "Andam a brincar com o clima", avisam outros. Serve isto para chamar a atenção às sempre avisadas e sustentadas crónicas do PBM - que está quase a acabar com mais este blog... - sobretudo as que tem dedicado ao novo jornal do antigo director do "Expresso".
Quero esclarecer os meus leitores que não vou para o "Sol" pela simples razão de que tenho mais curriculum do que o seu director (só tenho menos três livros publicados, mas em menos anos de trabalho revelei mais casos jornalísticos do que aqueles que ele ajudou a encobrir).
Agora, e esta é pessoal - mas pública - para o PBM...
O grande arquitecto há muito que queria deixar o grupo.
E há muito que andava zangado com o patrão. Repara o livro dele, do fim de 2003:
Logo na primeira linha da primeira página, depois da palavra "Agradecimentos", está escrito o seguinte: "A Francisco Pinto Balsemão, fundador e primeiro director do Expresso, que teve a intuição luminosa de criar um grande jornal num momento decisivo da história portuguesa contemporânea (...)".
Estava à vista que a capacidade política deste homem iria levá-lo a agradecer em primeiro lugar àquele que ele queria fazer acreditar ser o último a quem desejaria desagradar...
Agora, vê este texto da página 203 do mesmo livro...
Já leste?
Então vou-te explicar uma coisa. Há três anos, quando li isto pela primeira vez, o que mais me chamou a atenção foi a pequena grande enormidade de detalhes... Para começar o ano, 1988. Depois a precisão da altura do ano, a quarta-feira antes da reunião do júri do Prémio Pessoa. Só faltou dizer explicitamente o dia e a hora. Porém, é extremamente fácil a um comum mortal verificar o dia exacto. Basta consultar o arquivo do "Expresso" no ano de 1988 numa biblioteca pública. Mas, para não teres muito trabalho, dou-te uma pista: o Prémio Pessoa é entregue perto do fim do ano...
Como sabes, trabalhei largos anos no "Tal&Qual", quando ainda havia jornalistas a sério a dirigir o semanário, como foi o caso do Rocha Vieira, director em 1988 (que saiu do "Expresso" em 1980 para fundar o "Tal&Qual").
Eu sabia que, caso a notícia fosse verdade, o "Tal&Qual" não iria ceder a pressões. Se houvesse ali algum fundo de verdade então algo, mesmo umas linhas na última página - sem mencionar o nome do visado -, poderiam ter sido perfeitamente publicadas naquela edição do "Tal&Qual", no ano de 1988, na semana da atribuição do Prémio Pessoa...
Telefonei ao Rocha Vieira a perguntar se o meu pensamento estava certo. Confirmou-me que, de facto, fora contactado por Rangel (e, já agora, uma correcção ao texto do ilustre ex-director do Expresso para dizer que não era Rangel sócio do "Tal&Qual" via rádio "TSF", mas sim o "Tal&Qual" é que tinha uma participação na "TSF").
O caricato da situação é que o "Tal&Qual" não iria publicar nada de embaraçoso para Balsemão, pela simples razão de que não sabia de nada!
Rocha Vieira elucidou-me: "Isso era uma prática normal. Telefonavam para o 'Tal&Qual', muito preocupados, a perguntar se por acaso iríamos publicar isto ou aquilo e, dessa forma, acabavam por fazer passar a mensagem do que realmente queriam ver publicado..."
Não, não acho que o director do "Expresso" tivesse sido responsável pela divulgação da aborrecida notícia sobre Balsemão em 1988 e tivesse passado a mensagem, via Rangel, usando o estratagema denunciado por Rocha Vieira. Também não quero acreditar que o grande arquitecto, anos mais tarde, quando contou isto no seu livro, estivesse à espera que alguém fosse verificar as colecções do "Tal&Qual" e depois confirmasse tudo com o Emídio Rangel. Não. Isso seria tê-lo em muita boa conta pelo que deixaria de ser considerado "maluco"...
"Este sol não é normal", ouve-se cada vez mais. "Andam a brincar com o clima", avisam outros. Serve isto para chamar a atenção às sempre avisadas e sustentadas crónicas do PBM - que está quase a acabar com mais este blog... - sobretudo as que tem dedicado ao novo jornal do antigo director do "Expresso".
Quero esclarecer os meus leitores que não vou para o "Sol" pela simples razão de que tenho mais curriculum do que o seu director (só tenho menos três livros publicados, mas em menos anos de trabalho revelei mais casos jornalísticos do que aqueles que ele ajudou a encobrir).
Agora, e esta é pessoal - mas pública - para o PBM...
O grande arquitecto há muito que queria deixar o grupo.
E há muito que andava zangado com o patrão. Repara o livro dele, do fim de 2003:
Logo na primeira linha da primeira página, depois da palavra "Agradecimentos", está escrito o seguinte: "A Francisco Pinto Balsemão, fundador e primeiro director do Expresso, que teve a intuição luminosa de criar um grande jornal num momento decisivo da história portuguesa contemporânea (...)".
Estava à vista que a capacidade política deste homem iria levá-lo a agradecer em primeiro lugar àquele que ele queria fazer acreditar ser o último a quem desejaria desagradar...
Agora, vê este texto da página 203 do mesmo livro...
Já leste?
Então vou-te explicar uma coisa. Há três anos, quando li isto pela primeira vez, o que mais me chamou a atenção foi a pequena grande enormidade de detalhes... Para começar o ano, 1988. Depois a precisão da altura do ano, a quarta-feira antes da reunião do júri do Prémio Pessoa. Só faltou dizer explicitamente o dia e a hora. Porém, é extremamente fácil a um comum mortal verificar o dia exacto. Basta consultar o arquivo do "Expresso" no ano de 1988 numa biblioteca pública. Mas, para não teres muito trabalho, dou-te uma pista: o Prémio Pessoa é entregue perto do fim do ano...
Como sabes, trabalhei largos anos no "Tal&Qual", quando ainda havia jornalistas a sério a dirigir o semanário, como foi o caso do Rocha Vieira, director em 1988 (que saiu do "Expresso" em 1980 para fundar o "Tal&Qual").
Eu sabia que, caso a notícia fosse verdade, o "Tal&Qual" não iria ceder a pressões. Se houvesse ali algum fundo de verdade então algo, mesmo umas linhas na última página - sem mencionar o nome do visado -, poderiam ter sido perfeitamente publicadas naquela edição do "Tal&Qual", no ano de 1988, na semana da atribuição do Prémio Pessoa...
Telefonei ao Rocha Vieira a perguntar se o meu pensamento estava certo. Confirmou-me que, de facto, fora contactado por Rangel (e, já agora, uma correcção ao texto do ilustre ex-director do Expresso para dizer que não era Rangel sócio do "Tal&Qual" via rádio "TSF", mas sim o "Tal&Qual" é que tinha uma participação na "TSF").
O caricato da situação é que o "Tal&Qual" não iria publicar nada de embaraçoso para Balsemão, pela simples razão de que não sabia de nada!
Rocha Vieira elucidou-me: "Isso era uma prática normal. Telefonavam para o 'Tal&Qual', muito preocupados, a perguntar se por acaso iríamos publicar isto ou aquilo e, dessa forma, acabavam por fazer passar a mensagem do que realmente queriam ver publicado..."
Não, não acho que o director do "Expresso" tivesse sido responsável pela divulgação da aborrecida notícia sobre Balsemão em 1988 e tivesse passado a mensagem, via Rangel, usando o estratagema denunciado por Rocha Vieira. Também não quero acreditar que o grande arquitecto, anos mais tarde, quando contou isto no seu livro, estivesse à espera que alguém fosse verificar as colecções do "Tal&Qual" e depois confirmasse tudo com o Emídio Rangel. Não. Isso seria tê-lo em muita boa conta pelo que deixaria de ser considerado "maluco"...
4 Comentários:
Esta história é uma charada. Afinal, a notícia não existia? Mas tem um lado interessante, que é o de revelar como se fazem as pressões e se induzem notícias. O Dr.Balsemão é veterano nessas coisas... batidíssimo nesses esquemas e, por isso, sempre gostou de ter à mão os seus homens de mão, prontos a qualquer telefonema para impedirem notícias prejudiciais e, parece-me óbvio, para as produzirem, também.
Há os jornalistas que se especializam em descobrir, e há os que se especializam em encobrir...
Desculpe a ignorancia mas se puder esclareça : quem é o sr. PBM ?
E disse tambem que esse sr. vai/pode acabar com "mais" este blog?????
Como é que é isso?
Conte lá essa história melhor.
Agradeço sinceramente(e não serei a unica)
Aguardo.
O PMB é o Pedro Boucherie Mendes, conforme vem no site que está "linkado". E este é o seu segundo blog, depois de um que se chamava "Guerra e Pás".
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