20050430
"...also has developed TrapWire(TM), a proprietary technology designed to protect critical national infrastructure from a terrorist attack. Developed by former senior intelligence and law enforcement officers with extensive experience in counterterrorist operations and analysis, TrapWire is designed to thwart a terrorist attack before it occurs and to facilitate the identification of those engaged in planning an attack".
20050429
A invertida imagem dos valores democráticos
Os jornais "24 Horas", "Tal&Qual", "Independente" e "Correio da Manhã" chamaram hoje a atenção para o que aqui escrevi na quarta-feira sobre o erro da invertida fotografia do Parque Eduardo VII, no cartaz de candidatura à câmara de Lisboa do socialista Manuel Maria Carrilho.
É bom saber que ainda há jornalistas atentos...
O "24 Horas", para além de ter dado a manchete ao caso, ainda fez uma original página onde o leitor tem de ver o texto de pernas para o ar. Muito bem.
Neste mesmo diário, li a justificação de Edson Athayde, o publicitário responsável pela campanha, que disse que a imagem foi invertida de forma propositada por um gráfico que achou que assim ficava "melhor"!... Gostava de saber o que se diria no Brasil se algum candidato a prefeito do Rio de Janeiro resolvesse trocar o morro do Bom Sucesso e mudar ainda a estátua do Cristo Redentor no Corcovado. E, sem querer revelar qualquer sentimento xenófobo, mas quase aposto que se o publicitário que eventualmente fizesse a tal mudança no Brasil fosse português, o caso seria ainda mais interessante...
Outra afirmação espantosa de Edson Athayde ao responder à questão de que o erro poderia prejudicar as hipóteses políticas de Carrilho na corrida eleitoral: "Os valores democráticos são mais importantes do que uma ligeira inversão da fotografia". E acrescentou que há coisas mais importantes do que a troca de uma fotografia.
Concordo.
Concordo que isto da fotografia poderá ser uma coisa menor, mas gostaria que Carrilho fosse mesmo avaliado pelas suas ideias políticas do que propriamente por uma questão de imagem, o que até agora tem sido manifestamente prejudicado pelo facto de muitos verem nele apenas e somente a imagem do marido da Bárbara Guimarães...
É bom saber que ainda há jornalistas atentos...
O "24 Horas", para além de ter dado a manchete ao caso, ainda fez uma original página onde o leitor tem de ver o texto de pernas para o ar. Muito bem.
Neste mesmo diário, li a justificação de Edson Athayde, o publicitário responsável pela campanha, que disse que a imagem foi invertida de forma propositada por um gráfico que achou que assim ficava "melhor"!... Gostava de saber o que se diria no Brasil se algum candidato a prefeito do Rio de Janeiro resolvesse trocar o morro do Bom Sucesso e mudar ainda a estátua do Cristo Redentor no Corcovado. E, sem querer revelar qualquer sentimento xenófobo, mas quase aposto que se o publicitário que eventualmente fizesse a tal mudança no Brasil fosse português, o caso seria ainda mais interessante...
Outra afirmação espantosa de Edson Athayde ao responder à questão de que o erro poderia prejudicar as hipóteses políticas de Carrilho na corrida eleitoral: "Os valores democráticos são mais importantes do que uma ligeira inversão da fotografia". E acrescentou que há coisas mais importantes do que a troca de uma fotografia.
Concordo.
Concordo que isto da fotografia poderá ser uma coisa menor, mas gostaria que Carrilho fosse mesmo avaliado pelas suas ideias políticas do que propriamente por uma questão de imagem, o que até agora tem sido manifestamente prejudicado pelo facto de muitos verem nele apenas e somente a imagem do marido da Bárbara Guimarães...
20050427
E tinha de ser um gajo do Porto a ver isto...
Há dias, parado no trânsito lisboeta na zona de Sete Rios, olhei para o cartaz da candidatura à Câmara de Lisboa do socialista Manuel Maria Carrilho.
Trata-se de um cartaz enorme, com a cara do candidato colocada num extremo, enquanto todo o resto é ocupado por uma das mais lindas vistas da cidade de Lisboa, que se obtém do cimo do Parque Eduardo VII junto ao "fálico" monumento ao 25 de Abril do Cutileiro.
Esta é uma das vistas da capital que aprendi a apreciar nas muitas caminhadas matinais desde minha casa para o trabalho e ainda nas visitas à Feira do Livro de Lisboa...
Talvez por isso conheça aquela vista melhor do que muita gente natural de Lisboa. Foi assim que eu, um gajo do Porto, imediatamente reparei que a enorme fotografia, onde é anunciado pomposamente "Lisboa com Projecto", está na realidade... invertida! Como num espelho!
Ou seja, a colina do Castelo de S. Jorge está à direita de quem olha assim como edifício do Diário de Notícias...
E o Hotel Fénix passou para o lado oposto...
Ninguém reparou naquilo quando foram colocar cartazes por toda a cidade?!
Talvez o projecto de Carrilho para Lisboa seja aquele mesmo: mudar a colina do castelo...
Arrojado, reconheça-se...
20050425
Porque hoje é 25 de Abril
Não há revoluções sem sangue, excepto, quiçás, em Portugal, que é um país original.
A Liberdade, quando não é uma mentira, não se apregoa, respira-se sem censuras.
E a Democracia, acredita-se, não é uma utopia...
A Liberdade, quando não é uma mentira, não se apregoa, respira-se sem censuras.
E a Democracia, acredita-se, não é uma utopia...
20050424
Parabéns...
... ao meu amigo António Pedrosa pelas fotos de hoje na revista do "Correio da Manhã", na reportagem sobre a Maria da Graça, em Madrid. Aquela do túnel, a abrir, faz-me lembrar o filme "Irreversível"...
Verdades absolutas, supremas e de referência na véspera da celebração de uma triste peça de teatro de rua na Baixa de Lisboa...
O "Expresso" diz-nos em manchete que "Lista de pides não existe" e que afinal se confundiu uma lista de supostos "agentes" por inocentes destinatários de propaganda do Estado Novo, como quem hoje recebe publicidade não endereçada... E, como é Abril, a malta lá continua a assobiar com ar de socráticos...
Depois, o "Diário de Notícias" diz-nos que os autores do massacre do Ambriz foram militares da UNITA que agora são das FAA. E a gente lá enterra o caso como efeito colateral de uma guerra que deixámos semeada há 30 anos... perdão, 31, pois parece que amanhã cumprem-se 31 anos de uma encenação de revolução...
Depois, o "Diário de Notícias" diz-nos que os autores do massacre do Ambriz foram militares da UNITA que agora são das FAA. E a gente lá enterra o caso como efeito colateral de uma guerra que deixámos semeada há 30 anos... perdão, 31, pois parece que amanhã cumprem-se 31 anos de uma encenação de revolução...
A jornada só termina amanhã...
Manuel Serrão, na sua crónica de ontem no semanário "Expresso", intitulada "As mulheres de César", concluiu a propósito do jogo de hoje entre o Estoril e o Benfica - que tem a peculiaridade de ser disputado no Algarve -, que "por mais que os jogadores se apliquem, se não forem capazes de roubar pontos ao onze de Trappatoni, vai ficar para a história que o Estoril foi mais um a ajudar a levar o Benfica ao colo até ao título".
Não sei se o Benfica vai ser campeão, pois o Braga ainda vai ter de jogar amanhã contra o Penafiel e, cá para mim, ainda vamos ter a equipa preferida de Marcelo Rebelo de Sousa como campeã desta temporada...
Só falta ver se os jogadores do Penafiel irão ter o mesmo tipo de empenho de quando quase venceram o FC Porto (viu-se depois que de pouco serviu ao FCP ganhar à equipa de António Oliveira no último minuto de jogo, e que até provocou aquela enérgica demonstração de satisfação por parte de Pinto da Costa).
Não sei se o Benfica vai ser campeão, pois o Braga ainda vai ter de jogar amanhã contra o Penafiel e, cá para mim, ainda vamos ter a equipa preferida de Marcelo Rebelo de Sousa como campeã desta temporada...
Só falta ver se os jogadores do Penafiel irão ter o mesmo tipo de empenho de quando quase venceram o FC Porto (viu-se depois que de pouco serviu ao FCP ganhar à equipa de António Oliveira no último minuto de jogo, e que até provocou aquela enérgica demonstração de satisfação por parte de Pinto da Costa).
20050423
Porque é Abril...
Há dias dei por mim a consultar o livro “Documentos, Teses, Conclusões” do III Congresso dos Jornalistas Portugueses, que teve lugar na Culturgest, entre 26 de Fevereiro e 1 de Março de 1998.
O primeiro congresso dos jornalistas portugueses fora em 1982 e o segundo ocorreu quatro anos mais tarde, em 1986. O terceiro só teve lugar em 1998, doze anos depois. Desde então nunca mais houve um quarto congresso, mas já está na hora de isso acontecer...
Apesar de em 1998 já estar a viver em Lisboa e a trabalhar no “Tal&Qual”, não fui ao Congresso. Contudo, lembrava-me remotamente de uma qualquer polémica que tinha suscitado uma comunicação do jornalista José Peixe – um camarada que conhecera uns anos antes quando eu ainda trabalhava no “O Primeiro de Janeiro”, no Porto, enquanto ele colaborava desde Lisboa.
Em 1998, José Peixe era então jornalista no vespertino "A Capital" e isto foi o que ele disse no III Congresso:
Censura, perseguições e jornalismo
José Peixe
34 anos de idade
Jornalista há 11 anos
Jornal “A Capital”
(Comunicação redigida por mais dois jornalistas do vespertino “A Capital” que solicitaram o anonimato)
Aproveitamos esta oportunidade para dar os parabéns à Comissão Organizadora do III Congresso dos Jornalistas Portugueses, aos Sindicato dos Jornalistas e a todos os camaradas que se envolveram neste encontro. Um congresso que ficará assinalado na história do jornalismo português.
Também queremos felicitar a Comissão do Congresso por ter avançado com a ideia do “Jornalismo Real versus Jornalismo Virtual”, porque (in)felizmente trabalhos num jornal virtual, de seu nome “A Capital”.
Um jornal que tem uma directora virtual e um chefe de redacção internético. Uma virtualidade que, no último semestre de 1997 e princípios de 98, obrigou bons jornalistas profissionais a abandonar a redacção procurando trabalho noutros órgãos de Comunicação Social. Outros optaram por abandonar a profissão. Uma profissão que anda pelas ruas da amargura!
E foi a pensar nos bons profissionais que ainda existem no jornalismo português que decidimos fazer esta comunicação. Uma comunicação em jeito de denúncia. Uma denúncia que deve ser levada a sério pelo Conselho Deontológico do Sindicato de Jornalistas e não só. Por toda a classe jornalística em geral.
No I Congresso dos Jornalistas Portugueses, que teve lugar em Janeiro de 1982, o camarada de profissão e ilustre jornalista Afonso Praça apresentou uma comunicação intitulada “Censura nunca Mais!”. Afonso Praça falava na “necessidade de uma informação correcta, ampla e aprofundada sobre o que foi a censura prévia”(1), para que os jornalistas do futuro nunca mais voltassem a falar de censura.
Como se enganou Afonso Praça! Como se enganaram César Príncipe, Adelino Gomes, Diana Andringa, José Manuel Barata-Feyo, Miguel Sousa Tavares e todos aqueles camaradas que acreditaram que a censura tinha acabado. Alguns deles estão presentes nestes auditório. Outros, esqueceram-se que havia Congresso.
Passados 16 anos do I Congresso de Jornalistas, com alguma mágoa e tristeza, somos obrigados a dizer, aqui e agora, que a censura continua a fazer parte do quotidiano de muitas redacções. Todos nós sabemos que não é a mesma censura que foi praticada pelos coronéis de Salazar. Estamos a falar de uma censura mais soft, mais discreta, mais repugnante e mais moderna. Se nos permitirem, uma censura mais imbecil e nojenta. E nojenta porquê? Porque é uma censura praticada pelos próprios companheiros de redacção que ocupam lugares de chefia ou fazem parte da direcção do jornal.
Quantos casos destes não existirão pelo País? E não são denunciados porquê? Porque atingimos uma época em que as pessoas têm medo de perder os seus empregos.
Nós próprios temos sentido na pele essa censura que agora denunciamos. Ou seja, a chefia, a directora ou editores marcam-nos serviços de agenda e depois, muitos trabalhos ficam na gaveta e não são publicados. É assim que funciona o jornalismo virtual! E, depois, passamos a vida a falar de códigos deontológicos e de ética. Para quê? Está provado que a virtualidade não é compatível com o jornalismo sério e isento.
Falando no caso concreto de “A Capital”, quase todos os dias, a directora, o chefe de redacção ou os editores decidem não publicar peças jornalísticas alegando falta de espaço. Uma boa desculpa para exercer a censura!
Quando lhes apetece, alteram os títulos, as entradas, e até os próprios textos dos jornalistas, não lhe dando qualquer tipo de explicação. Talvez o jornalismo virtual não tenha que dar explicações a ninguém!
Pior do que isso, muitas vezes, os jornalistas são convidados pela própria directora, ou pela chefia de redacção, a fazer fretes governamentais. Sim. Isso mesmo, fretes governamentais! Ou os camaradas pensavam que os fretes já tinham acabado? Esses fretes existem, são reais e fazem parte do jornalismo actual. Esse jornalismo ao qual dizemos não.
E quem se recusar a fazer os recados do Ministério do Planeamento ou do Ministério da Agricultura arrisca-se a ser perseguido, a ser posto na prateleira, ou, então, ser chamado ao gabinete da directora e levar uma lição de moral. Como se essa directora tivesse moralidade para dar lições de moral.
Uma directora cujo nome nos recusamos a pronunciar, pois temos quase a certeza que todos os que estão ligados ao jornalismo conhecem. Um nome que pretende ocupar um espaço dourado nos anais do jornalismo de investigação em Portugal. Mal vai o jornalismo sério, isento, rigoroso e a ética profissional no nosso País. Mal está o jornalismo português!
E quando há pouco afirmávamos que houve casos de perseguição no jornal “A Capital”, não estávamos a falar nem a inventar histórias virtuais. Falávamos de histórias bem reais e que nos últimos meses atingiram bons jornalistas profissionais, obrigando-os a abandonar um jornal de que tanto gostavam. Que o digam as nossas ex-companheiras de redacção Marta Leandro e Paula Carvalho. Ou, então, o camarada Belo da Fonseca, que foi obrigado a pôr um ponto final na sua carreira jornalística depois de sofrer várias pressões.
Companheiros, pensamos que o jornalismo sério e real que distinguia o jornal “A Capital” passou a dar lugar ao jornalismo internético e virtual, onde alguns(mas) camaradas de redacção se limitam a traduzir (leia-se plagiar) peças da Internet e assinar. É este o jornalismo que dignifica a nossa profissão? E o respeito pelos direitos de autor não existem? Pelos vistos no jornalismo virtual não!
No jornalismo virtual parece que também não existem Códigos Deontológicos, Leis de Imprensa nem Direitos Fundamentais para respeitar. O mais importante é inventar histórias, vender papel e, muitas vezes, passar um atestado de “burrice” aos leitores. Leitores esses que felizmente já começaram abrir os olhos e procurar nas bancas e nos quiosques jornais mais sérios e isentos.
Para que se tenha a noção do jornalismo virtual que existe em “A Capital”, no dia 4 de Fevereiro, para se ilustrar um crime violento que ocorreu em Ponte de Sor, a chefia não teve qualquer tipo de problemas em ilustrar o artigo com a fotografia de um jornalista que faz parte do corpo redactorial do jornal. Ou seja, um nosso companheiro de redacção predispôs-se a desempenhar o papel de assassino. Ao que chegamos!
Mais, por baixo da foto aparecia a seguinte legenda: “Joaquim, depois de ter vivido de costas para o filho, matou-o”.(2) Uma vergonha!
O que um jornalista se tem de sujeitar para ganhar a vida.
Como se isso não bastasse, também existem na “A Capital” alguns jornalistas que criaram o hábito de plagiar o que aparece nas agências noticiosas e depois assinam com o seu nome profissional. Outros, limitam-se a transcrever os telex ou faxes que chegam dos ministérios, dos partidos políticos, das empresa ou das agências de comunicação. Agências essas que curiosamente são dirigidas (ou pertencem!) a outros jornalistas, os tais que não deveriam ter carteira profissional de jornalista mas têm-na. Os tais que não deveriam pertencer a esta classe, mas que infelizmente pertencem!
No discurso de abertura do congresso o Presidente da República, Jorge Sampaio, demonstrou alguma inquietação por 90% dos jornalistas que tinham respondido ao inquérito terem afirmado que já sofrerem pressões e de outros tantos terem falado de pressões internas, nos órgãos de Comunicação Social onde trabalham.
Hoje, e apesar do senhor Presidente da República não estar presente, confirmamos que essas pressões existem, são reais e podem transformar-se numa ameaça séria à liberdade de Imprensa.
Mas, para se compreender melhor a classe da nossa classe, talvez não fosse mau recuarmos 12 anos no tempo e recordar um texto de Carlos Magno.
Em Novembro de 1986, aquando do II Congresso dos Jornalistas, o camarada Carlos Magno comparava a classe dos jornalistas à classe das prostitutas.(3) Hoje, somos obrigados a admitir que a prostituição existe no jornalismo português, havendo apenas uma pequena novidade: as prostitutas (ou prostitutos!) de agora são mais finas, mais requintadas e mais exigentes.
E, já agora, porque é que no próximo congresso não convidamos as prostitutas (a sério!) para estar presentes. Talvez o congresso ficasse mais animado. É que provavelmente ficávamos mais elucidados sobre esta problemática que nos apoquenta há muitos anos: a Ética e Deontologia das prostitutas. Pedimos desculpa, a Ética e Deontologia dos jornalistas.
(1) – Conclusões Teses e Documentos do I Congresso de Jornalistas Portugueses. Um congresso que teve como tema a “Liberdade de expressão, expressão da liberdade”. A comunicação apresentada pelo jornalista Afonso Praça tinha o título de Censura nunca mais! E aparece publicado na p. 141 e ss.
(2) – Ver jornal “A Capital”, do dia 4 de Fevereiro de 1998, onde o jornalista Sérgio Ferreira Borges, aparece de costas voltadas para os leitores e a ilustrar uma peça jornalística sobre um crime violento que ocorreu em Ponte de Sor. É pena que existam jornalistas que aceitem desempenhar o papel de assassinos.
(3) – Conclusões, Teses e Documentos do II Congresso de Jornalistas Portugueses. Um Congresso que foi dedicado à “Deontologia”. Uma deontologia que já em finais de 1986 andava pelas ruas da amargura. A comunicação do jornalista Carlos Magno intitulava-se A honra do convento e aparece publicada na p.78.
-----
Depois de ler este texto do José Peixe tive a natural curiosidade de saber, sete anos volvidos, o que acontecera ao seu autor e, já agora, que efeitos práticos tiveram aquelas palavras de denúncia.
Consegui o e-mail de José Peixe, que agora dá aulas, e obtive uma pequena entrevista que aqui reproduzo para ser lida por quem eventualmente se possa interessar pelo actual estado do jornalismo em Portugal.
Não faço qualquer juízo sobre as palavras de José Peixe, mas, como jornalista, não posso deixar de registar a sua posição.
P - O que lhe sucedeu profissionalmente após aquele discurso?
R - O que me sucedeu foi ser despedido automaticamente do jornal "A Capital" e não conseguir arranjar trabalho como jornalista profissional em mais nenhum órgão de Comunicação Social a nível nacional. É verdade que ainda estive como Director Adjunto num semanário regional (O Aveiro), mas também ali o ambiente era tão péssimo que acabei por sair. Para além disso, seguiu-se uma longa batalha jurídica no Tribunal de Trabalho (Lisboa) e a nível criminal no Tribunal de Sintra. Felizmente que tive dois advogados excelentes e acabei por vencer as duas acções contra o grupo de Pinto Balsemão.
P - O que mudou na Comunicação Social desde aquela altura?
R - Nada. Aliás, situações como aquela que eu relatei no Congresso passaram a ser o pão nosso de todos aqueles que trabalham nas redacções dos jornais, rádios e televisões. E o mais grave é que censores como o Pedro Tadeu (Director do 24 Horas) e João Vaz (Correio da Manhã) continuem a ter sucesso profissional.
P - Que tipo de reacção sentiu nos camaradas após aquelas suas palavras?
R - Alguns foram solidários com a minha luta até ao fim e até foram testemunhar em tribunal. Outros, passaram a olhar-me como um inimigo público. Mas foram muito poucos os jornalistas que me apoiaram. Foram poucos mas bons!
P - O que é feito das pessoas que então criticava? (Sei que a directora do diário já faleceu)
R - O João Vaz está no Correio da Manhã e o Pedro Tadeu é director do 24 horas. O Sérgio Ferreira Borges não sei nada dele, e o Gonçalo é Director do Tal e Qual. Já para não falar de outros estagiários/as que acabaram por ascender na profissão de forma super-sónica no jornal 24 Horas.
P - Como vê o futuro da profissão? O que diz aos seus alunos?
R - Que profissão? A de jornalista? Mas ainda existem jornalistas nas redacções? Se existirem alguns devem estar em fase de extinção. Hoje o que existe mais nas redacções são fretistas sem escrúpulos. A chamada Censura Democrática não parou de crescer. Censura essa que é feita por aqueles a que Serge Halimi trata por "Cães de Guarda". A meu ver o jornalismo é uma profissão em extinção.
O primeiro congresso dos jornalistas portugueses fora em 1982 e o segundo ocorreu quatro anos mais tarde, em 1986. O terceiro só teve lugar em 1998, doze anos depois. Desde então nunca mais houve um quarto congresso, mas já está na hora de isso acontecer...
Apesar de em 1998 já estar a viver em Lisboa e a trabalhar no “Tal&Qual”, não fui ao Congresso. Contudo, lembrava-me remotamente de uma qualquer polémica que tinha suscitado uma comunicação do jornalista José Peixe – um camarada que conhecera uns anos antes quando eu ainda trabalhava no “O Primeiro de Janeiro”, no Porto, enquanto ele colaborava desde Lisboa.
Em 1998, José Peixe era então jornalista no vespertino "A Capital" e isto foi o que ele disse no III Congresso:
Censura, perseguições e jornalismo
José Peixe
34 anos de idade
Jornalista há 11 anos
Jornal “A Capital”
(Comunicação redigida por mais dois jornalistas do vespertino “A Capital” que solicitaram o anonimato)
Aproveitamos esta oportunidade para dar os parabéns à Comissão Organizadora do III Congresso dos Jornalistas Portugueses, aos Sindicato dos Jornalistas e a todos os camaradas que se envolveram neste encontro. Um congresso que ficará assinalado na história do jornalismo português.
Também queremos felicitar a Comissão do Congresso por ter avançado com a ideia do “Jornalismo Real versus Jornalismo Virtual”, porque (in)felizmente trabalhos num jornal virtual, de seu nome “A Capital”.
Um jornal que tem uma directora virtual e um chefe de redacção internético. Uma virtualidade que, no último semestre de 1997 e princípios de 98, obrigou bons jornalistas profissionais a abandonar a redacção procurando trabalho noutros órgãos de Comunicação Social. Outros optaram por abandonar a profissão. Uma profissão que anda pelas ruas da amargura!
E foi a pensar nos bons profissionais que ainda existem no jornalismo português que decidimos fazer esta comunicação. Uma comunicação em jeito de denúncia. Uma denúncia que deve ser levada a sério pelo Conselho Deontológico do Sindicato de Jornalistas e não só. Por toda a classe jornalística em geral.
No I Congresso dos Jornalistas Portugueses, que teve lugar em Janeiro de 1982, o camarada de profissão e ilustre jornalista Afonso Praça apresentou uma comunicação intitulada “Censura nunca Mais!”. Afonso Praça falava na “necessidade de uma informação correcta, ampla e aprofundada sobre o que foi a censura prévia”(1), para que os jornalistas do futuro nunca mais voltassem a falar de censura.
Como se enganou Afonso Praça! Como se enganaram César Príncipe, Adelino Gomes, Diana Andringa, José Manuel Barata-Feyo, Miguel Sousa Tavares e todos aqueles camaradas que acreditaram que a censura tinha acabado. Alguns deles estão presentes nestes auditório. Outros, esqueceram-se que havia Congresso.
Passados 16 anos do I Congresso de Jornalistas, com alguma mágoa e tristeza, somos obrigados a dizer, aqui e agora, que a censura continua a fazer parte do quotidiano de muitas redacções. Todos nós sabemos que não é a mesma censura que foi praticada pelos coronéis de Salazar. Estamos a falar de uma censura mais soft, mais discreta, mais repugnante e mais moderna. Se nos permitirem, uma censura mais imbecil e nojenta. E nojenta porquê? Porque é uma censura praticada pelos próprios companheiros de redacção que ocupam lugares de chefia ou fazem parte da direcção do jornal.
Quantos casos destes não existirão pelo País? E não são denunciados porquê? Porque atingimos uma época em que as pessoas têm medo de perder os seus empregos.
Nós próprios temos sentido na pele essa censura que agora denunciamos. Ou seja, a chefia, a directora ou editores marcam-nos serviços de agenda e depois, muitos trabalhos ficam na gaveta e não são publicados. É assim que funciona o jornalismo virtual! E, depois, passamos a vida a falar de códigos deontológicos e de ética. Para quê? Está provado que a virtualidade não é compatível com o jornalismo sério e isento.
Falando no caso concreto de “A Capital”, quase todos os dias, a directora, o chefe de redacção ou os editores decidem não publicar peças jornalísticas alegando falta de espaço. Uma boa desculpa para exercer a censura!
Quando lhes apetece, alteram os títulos, as entradas, e até os próprios textos dos jornalistas, não lhe dando qualquer tipo de explicação. Talvez o jornalismo virtual não tenha que dar explicações a ninguém!
Pior do que isso, muitas vezes, os jornalistas são convidados pela própria directora, ou pela chefia de redacção, a fazer fretes governamentais. Sim. Isso mesmo, fretes governamentais! Ou os camaradas pensavam que os fretes já tinham acabado? Esses fretes existem, são reais e fazem parte do jornalismo actual. Esse jornalismo ao qual dizemos não.
E quem se recusar a fazer os recados do Ministério do Planeamento ou do Ministério da Agricultura arrisca-se a ser perseguido, a ser posto na prateleira, ou, então, ser chamado ao gabinete da directora e levar uma lição de moral. Como se essa directora tivesse moralidade para dar lições de moral.
Uma directora cujo nome nos recusamos a pronunciar, pois temos quase a certeza que todos os que estão ligados ao jornalismo conhecem. Um nome que pretende ocupar um espaço dourado nos anais do jornalismo de investigação em Portugal. Mal vai o jornalismo sério, isento, rigoroso e a ética profissional no nosso País. Mal está o jornalismo português!
E quando há pouco afirmávamos que houve casos de perseguição no jornal “A Capital”, não estávamos a falar nem a inventar histórias virtuais. Falávamos de histórias bem reais e que nos últimos meses atingiram bons jornalistas profissionais, obrigando-os a abandonar um jornal de que tanto gostavam. Que o digam as nossas ex-companheiras de redacção Marta Leandro e Paula Carvalho. Ou, então, o camarada Belo da Fonseca, que foi obrigado a pôr um ponto final na sua carreira jornalística depois de sofrer várias pressões.
Companheiros, pensamos que o jornalismo sério e real que distinguia o jornal “A Capital” passou a dar lugar ao jornalismo internético e virtual, onde alguns(mas) camaradas de redacção se limitam a traduzir (leia-se plagiar) peças da Internet e assinar. É este o jornalismo que dignifica a nossa profissão? E o respeito pelos direitos de autor não existem? Pelos vistos no jornalismo virtual não!
No jornalismo virtual parece que também não existem Códigos Deontológicos, Leis de Imprensa nem Direitos Fundamentais para respeitar. O mais importante é inventar histórias, vender papel e, muitas vezes, passar um atestado de “burrice” aos leitores. Leitores esses que felizmente já começaram abrir os olhos e procurar nas bancas e nos quiosques jornais mais sérios e isentos.
Para que se tenha a noção do jornalismo virtual que existe em “A Capital”, no dia 4 de Fevereiro, para se ilustrar um crime violento que ocorreu em Ponte de Sor, a chefia não teve qualquer tipo de problemas em ilustrar o artigo com a fotografia de um jornalista que faz parte do corpo redactorial do jornal. Ou seja, um nosso companheiro de redacção predispôs-se a desempenhar o papel de assassino. Ao que chegamos!
Mais, por baixo da foto aparecia a seguinte legenda: “Joaquim, depois de ter vivido de costas para o filho, matou-o”.(2) Uma vergonha!
O que um jornalista se tem de sujeitar para ganhar a vida.
Como se isso não bastasse, também existem na “A Capital” alguns jornalistas que criaram o hábito de plagiar o que aparece nas agências noticiosas e depois assinam com o seu nome profissional. Outros, limitam-se a transcrever os telex ou faxes que chegam dos ministérios, dos partidos políticos, das empresa ou das agências de comunicação. Agências essas que curiosamente são dirigidas (ou pertencem!) a outros jornalistas, os tais que não deveriam ter carteira profissional de jornalista mas têm-na. Os tais que não deveriam pertencer a esta classe, mas que infelizmente pertencem!
No discurso de abertura do congresso o Presidente da República, Jorge Sampaio, demonstrou alguma inquietação por 90% dos jornalistas que tinham respondido ao inquérito terem afirmado que já sofrerem pressões e de outros tantos terem falado de pressões internas, nos órgãos de Comunicação Social onde trabalham.
Hoje, e apesar do senhor Presidente da República não estar presente, confirmamos que essas pressões existem, são reais e podem transformar-se numa ameaça séria à liberdade de Imprensa.
Mas, para se compreender melhor a classe da nossa classe, talvez não fosse mau recuarmos 12 anos no tempo e recordar um texto de Carlos Magno.
Em Novembro de 1986, aquando do II Congresso dos Jornalistas, o camarada Carlos Magno comparava a classe dos jornalistas à classe das prostitutas.(3) Hoje, somos obrigados a admitir que a prostituição existe no jornalismo português, havendo apenas uma pequena novidade: as prostitutas (ou prostitutos!) de agora são mais finas, mais requintadas e mais exigentes.
E, já agora, porque é que no próximo congresso não convidamos as prostitutas (a sério!) para estar presentes. Talvez o congresso ficasse mais animado. É que provavelmente ficávamos mais elucidados sobre esta problemática que nos apoquenta há muitos anos: a Ética e Deontologia das prostitutas. Pedimos desculpa, a Ética e Deontologia dos jornalistas.
(1) – Conclusões Teses e Documentos do I Congresso de Jornalistas Portugueses. Um congresso que teve como tema a “Liberdade de expressão, expressão da liberdade”. A comunicação apresentada pelo jornalista Afonso Praça tinha o título de Censura nunca mais! E aparece publicado na p. 141 e ss.
(2) – Ver jornal “A Capital”, do dia 4 de Fevereiro de 1998, onde o jornalista Sérgio Ferreira Borges, aparece de costas voltadas para os leitores e a ilustrar uma peça jornalística sobre um crime violento que ocorreu em Ponte de Sor. É pena que existam jornalistas que aceitem desempenhar o papel de assassinos.
(3) – Conclusões, Teses e Documentos do II Congresso de Jornalistas Portugueses. Um Congresso que foi dedicado à “Deontologia”. Uma deontologia que já em finais de 1986 andava pelas ruas da amargura. A comunicação do jornalista Carlos Magno intitulava-se A honra do convento e aparece publicada na p.78.
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Depois de ler este texto do José Peixe tive a natural curiosidade de saber, sete anos volvidos, o que acontecera ao seu autor e, já agora, que efeitos práticos tiveram aquelas palavras de denúncia.
Consegui o e-mail de José Peixe, que agora dá aulas, e obtive uma pequena entrevista que aqui reproduzo para ser lida por quem eventualmente se possa interessar pelo actual estado do jornalismo em Portugal.
Não faço qualquer juízo sobre as palavras de José Peixe, mas, como jornalista, não posso deixar de registar a sua posição.
P - O que lhe sucedeu profissionalmente após aquele discurso?
R - O que me sucedeu foi ser despedido automaticamente do jornal "A Capital" e não conseguir arranjar trabalho como jornalista profissional em mais nenhum órgão de Comunicação Social a nível nacional. É verdade que ainda estive como Director Adjunto num semanário regional (O Aveiro), mas também ali o ambiente era tão péssimo que acabei por sair. Para além disso, seguiu-se uma longa batalha jurídica no Tribunal de Trabalho (Lisboa) e a nível criminal no Tribunal de Sintra. Felizmente que tive dois advogados excelentes e acabei por vencer as duas acções contra o grupo de Pinto Balsemão.
P - O que mudou na Comunicação Social desde aquela altura?
R - Nada. Aliás, situações como aquela que eu relatei no Congresso passaram a ser o pão nosso de todos aqueles que trabalham nas redacções dos jornais, rádios e televisões. E o mais grave é que censores como o Pedro Tadeu (Director do 24 Horas) e João Vaz (Correio da Manhã) continuem a ter sucesso profissional.
P - Que tipo de reacção sentiu nos camaradas após aquelas suas palavras?
R - Alguns foram solidários com a minha luta até ao fim e até foram testemunhar em tribunal. Outros, passaram a olhar-me como um inimigo público. Mas foram muito poucos os jornalistas que me apoiaram. Foram poucos mas bons!
P - O que é feito das pessoas que então criticava? (Sei que a directora do diário já faleceu)
R - O João Vaz está no Correio da Manhã e o Pedro Tadeu é director do 24 horas. O Sérgio Ferreira Borges não sei nada dele, e o Gonçalo é Director do Tal e Qual. Já para não falar de outros estagiários/as que acabaram por ascender na profissão de forma super-sónica no jornal 24 Horas.
P - Como vê o futuro da profissão? O que diz aos seus alunos?
R - Que profissão? A de jornalista? Mas ainda existem jornalistas nas redacções? Se existirem alguns devem estar em fase de extinção. Hoje o que existe mais nas redacções são fretistas sem escrúpulos. A chamada Censura Democrática não parou de crescer. Censura essa que é feita por aqueles a que Serge Halimi trata por "Cães de Guarda". A meu ver o jornalismo é uma profissão em extinção.
20050420
As sempre intrigantes viagens de Barroso...
Barroso passou uns dias num iate de um amigo grego, Spiro Latsis, e aqui explicam-nos quais as implicações que poderá ter essa viagem "pessoal". Algo que ainda não vi reproduzido na nossa Imprensa...
No meu livro "Eu sei Que Você Sabe - Manual de Instruções Para Teorias da Conspiração", também já abordara outras intrigantes viagens do ex-primeiro-ministro português, nomeadamente às reuniões de outros empresários amigos do conhecido grupo Bilderberg, como esta em 2002 e ainda esta em 2003.
No meu livro "Eu sei Que Você Sabe - Manual de Instruções Para Teorias da Conspiração", também já abordara outras intrigantes viagens do ex-primeiro-ministro português, nomeadamente às reuniões de outros empresários amigos do conhecido grupo Bilderberg, como esta em 2002 e ainda esta em 2003.
20050419
Para a "Glória da Oliveira"
Sim, reparei que Bento XV era o Papa em 1917, quando os pastorinhos de Fátima viram a Virgem na oliveira...
Não, não sei se Ratzinger será o Papa Bento XVI, o alemão da juventude hitelaria, que vai até Israel promover a paz com os palestinianos.
Não, não sei se Ratzinger será o Papa Bento XVI, o alemão da juventude hitelaria, que vai até Israel promover a paz com os palestinianos.
Conclave curto...
Não concordo nada com a ideia de que este tenha sido um conclave curto...
Para terem escolhido o Ratzinger devo dizer que até demoraram muito.
Cá para mim, aquele fumo branco da manhã que depois disseram ser negro, afinal era mesmo branco mas alguém deve ter dito que poderia parecer mal e que convinha demonstrar algum pudor nesta escolha há muito prevista...
Quanto ao nome - Bento XVI -, remete-nos para Bento XV, que foi Papa entre 1914 e 1922, o homem que viveu a I Guerra Mundial no Vaticano.
Espero que isto não signifique uma nova guerra mundial... Será este o homem da "Glória da Oliveira"?!
A ver vamos...
Para terem escolhido o Ratzinger devo dizer que até demoraram muito.
Cá para mim, aquele fumo branco da manhã que depois disseram ser negro, afinal era mesmo branco mas alguém deve ter dito que poderia parecer mal e que convinha demonstrar algum pudor nesta escolha há muito prevista...
Quanto ao nome - Bento XVI -, remete-nos para Bento XV, que foi Papa entre 1914 e 1922, o homem que viveu a I Guerra Mundial no Vaticano.
Espero que isto não signifique uma nova guerra mundial... Será este o homem da "Glória da Oliveira"?!
A ver vamos...
Papa... Ratzi
Não é preciso fazer segredo de que estive há dias na Alemanha, onde fui visitar Oswald Le Winter, o "Poeta&Espião", que está presentemente a viver neste país após uma estadia de mais de três anos em Lisboa.
Falámos sobre o casamento de Carlos e Camila e até sobre o novo Papa.
Ele apostava no Joseph Ratzinger, o alemão.
E até tinha uma piada sobre isso:
"O seu diminuitivo é Ratzi. Assim, quando toda a gente o aclamar vai ser 'Paparatzi, paparatzi'!..."
Ratzi lá foi eleito e, para mim, desta vez houve mesmo um Papa que entrou para o conclave e que não saiu cardeal...
É pena.
Falámos sobre o casamento de Carlos e Camila e até sobre o novo Papa.
Ele apostava no Joseph Ratzinger, o alemão.
E até tinha uma piada sobre isso:
"O seu diminuitivo é Ratzi. Assim, quando toda a gente o aclamar vai ser 'Paparatzi, paparatzi'!..."
Ratzi lá foi eleito e, para mim, desta vez houve mesmo um Papa que entrou para o conclave e que não saiu cardeal...
É pena.
Em Roma...
...dizem-nos que já há Papa.
Deixa lá ver se fiz bem ou mal em não ter apostado no Sariva Martins...
Deixa lá ver se fiz bem ou mal em não ter apostado no Sariva Martins...
Durão Barroso financiado e manipulado pela CIA?!
Quem lança esta dúvida é o diário francês "Liberation",
que no passado dia 14 publicou um perfil do nosso antigo primeiro-ministro e actual presidente da Comissão Europeia onde, a dada altura, diz o seguinte:
"De droite, Barroso l'est assurément après un départ à l'extrême gauche : il a commencé au sein d'un petit parti maoïste, le Mouvement de réorganisation du parti du prolétariat (MRPP) au temps de la Révolution des oeillets. Etonnant? Pas tant que cela quand on sait que le MRPP a été l'un des principaux opposants à la prise du pouvoir par le Parti communiste portugais, au point que beaucoup pensent aujourd'hui qu'il a été financé et manipulé par la CIA".
Como é possível que se diga isto?!
O MRPP financiado e manipulado pelos serviços secretos norte-americanos... Por favor, quem acredita nisto?!
Esta franceses são mesmo uns invejosos...
Queriam ter um político com o mérito de Durão Barroso e não conseguiram. Por isso, agora, lançam estas insinuações...
Invejosos, é o que eles são!
que no passado dia 14 publicou um perfil do nosso antigo primeiro-ministro e actual presidente da Comissão Europeia onde, a dada altura, diz o seguinte:
"De droite, Barroso l'est assurément après un départ à l'extrême gauche : il a commencé au sein d'un petit parti maoïste, le Mouvement de réorganisation du parti du prolétariat (MRPP) au temps de la Révolution des oeillets. Etonnant? Pas tant que cela quand on sait que le MRPP a été l'un des principaux opposants à la prise du pouvoir par le Parti communiste portugais, au point que beaucoup pensent aujourd'hui qu'il a été financé et manipulé par la CIA".
Como é possível que se diga isto?!
O MRPP financiado e manipulado pelos serviços secretos norte-americanos... Por favor, quem acredita nisto?!
Esta franceses são mesmo uns invejosos...
Queriam ter um político com o mérito de Durão Barroso e não conseguiram. Por isso, agora, lançam estas insinuações...
Invejosos, é o que eles são!
20050415
Oliveiras
De acordo com as profecias de S. Malaquias, o próximo Papa será conhecido pelo lema "Gloria Olivae", ou seja, "Glória da Oliveira.
Poderá isto significar que este Papa conseguirá a Paz universal, simbolizada pelo ramo da oliveira.
Por outro lado, poderá significar que o escolhido será o português José Saraiva Martins, o homem responsável pela beatificação do líder da Opus Dei, Josemaria Escrivá, e dos pastorinhos de Fátima que viram a virgem Maria no cima de uma oliveira.
Quanto ao Joaquim Oliveira, não creio que ele esteja metido nesta questão...
Poderá isto significar que este Papa conseguirá a Paz universal, simbolizada pelo ramo da oliveira.
Por outro lado, poderá significar que o escolhido será o português José Saraiva Martins, o homem responsável pela beatificação do líder da Opus Dei, Josemaria Escrivá, e dos pastorinhos de Fátima que viram a virgem Maria no cima de uma oliveira.
Quanto ao Joaquim Oliveira, não creio que ele esteja metido nesta questão...
20050413
E o manjerico vai para... Lou Reed!
O músico norte-americano Lou Reed vai inaugurar amanhã a Casa da Música no Porto, mas o músico português Rui Veloso, que agora vive em Lisboa mas que alcançou a fama na cidade do Porto com o seu "Chico Fininho", o tal que descia a Cantareira "ao som do Lou Reed", diz que não percebe a razão da escolha de Lou Reed. Quem poderia explicar isso seria o autor das letras das músicas de Rui Veloso, Carlos Tê, que há uns tempos escreveu um belo conto intitulado "Um Manjerico Para Lou Reed", onde recorda a aventura do música norte-americano quando este se perdeu pelas ruas do Porto, "a tal cidade que jamais esquecerei", na noite de S. João de 1982.
Informações interessantes...
Esta minha última viagem teve resultados interessantes, porém para mais informações vai ser necessário esperar mais algum tempo. Agora, o que posso desde já dizer, é que fiquei a saber que o escritor britânico David Yallop, autor do livro sobre a morte do Papa João Paulo I que há dias mencionei, é um adepto do Chelsea... Realmente, aprende-se cada coisa nestas idas ao estrangeiro...
Sobre o tal livro espanhol que li durante a viagem, vai ser preciso esperar mais um pouco para dizer alguma coisa, pois ainda não o terminei. Contudo, lá que é igualmente interessante, lá isso é...
Sobre o tal livro espanhol que li durante a viagem, vai ser preciso esperar mais um pouco para dizer alguma coisa, pois ainda não o terminei. Contudo, lá que é igualmente interessante, lá isso é...
Escândalo!
Só até 24 de Abril - Klimt, Schiele e Kokoschka e outros escândalos no "Schirn Kunsthalle Frankfurt"...
As respostas...
Children will ask
questions.
They are bold.
They keep asking
because they do not know
what an answer is.
Mariana Dobreva
questions.
They are bold.
They keep asking
because they do not know
what an answer is.
Mariana Dobreva
20050407
Zurique... de novo
Serve a presente para assinalar o facto de me encontrar pela terceira vez em Zurique e, mais uma vez, ficar-me apenas pelo aeroporto sem oportunidade de sair para conhecer a terra e os seus habitantes...
Sigo viagem com destino conhecido pelos amigos.
Estar longe de Portugal, por vezes, sabe mesmo muito bem.
Durante a viagem estive a ler um livro espanhol muito interessante...
Assim que possa darei mais novidades.
(Que tal como texto sem acentos?!)
Sigo viagem com destino conhecido pelos amigos.
Estar longe de Portugal, por vezes, sabe mesmo muito bem.
Durante a viagem estive a ler um livro espanhol muito interessante...
Assim que possa darei mais novidades.
(Que tal como texto sem acentos?!)
20050406
Alguns passos para acalmar umas mentes mais afoitas...
1 - Seleccionar com o cursor do seu computador o endereço electrónico que se segue:
http://www.de.iol.pt/edicion/noticia/0%2C2458%2C423120%2C00.html
2 - Uma vez seleccionado o endereço electrónico, ir com o cursor ao comando "Editar" e escolher a opção "Copiar".
3 - Ir com o cursor à barra de "Endereço", apagar o endereço deste blogue e "Colar" o endereço electrónico seleccionado.
4 - Carregar "Enter".
5 - Ler e meditar.
http://www.de.iol.pt/edicion/noticia/0%2C2458%2C423120%2C00.html
2 - Uma vez seleccionado o endereço electrónico, ir com o cursor ao comando "Editar" e escolher a opção "Copiar".
3 - Ir com o cursor à barra de "Endereço", apagar o endereço deste blogue e "Colar" o endereço electrónico seleccionado.
4 - Carregar "Enter".
5 - Ler e meditar.
20050403
"Em Nome de Deus"
Existe por aí um livro que não é nenhum "O Código Da Vinci" porque é muito mais sério. Em Portugal, foi editado pelas "Publicações Dom Quixote" em 1985, um ano após a edição original em inglês. Chama-se "Em Nome de Deus" e é da autoria do inglês David Yallop, que investigou a morte do Papa João Paulo I, o tal que antecedeu o que ontem faleceu e que só dirigiu os destinos da Igreja durante 33 dias. O livro tem o subtítulo: "O Assassínio do Papa João Paulo I" e, a dada altura, o autor escreve isto: "Só há uma hipótese, ou Marcinkus intrujou, mentiu e escondeu a verdade do Papa João Paulo II desde Outubro de 1978, ou então o actual Papa também está implicado".
Há sempre um português em todo lado...
Quer-se dizer... com Durão Barroso a presidir à União Europeia, com Guterres a caminho da ONU e, agora, com a ideia de José Policarpo poder vir a ser o próximo Papa, será que vem aí a concretização do Quinto Império português? Acho que não, pois isso só seria possível se John Kerry tivesse vencido as eleições nos EUA em Novembro passado e a mulher, Teresa, fosse a primeira-dama portuguesa na Casa Branca...
Perfil de Joaquim Oliveira
No início de Março sugeri uma manchete que só o verdadeiro "Tal&Qual" dessa sexta-feira poderia dar: "Joaquim Oliveira - a verdadeira história do homem que nos comprou!"
Sem grandes surpresas, tal não aconteceu e finalmente, a 25 de Março, a revista do "Expresso" fez-me essa vontade. E, ontem, a revista "Grande Reportagem", que pertence ao mesmo grupo editorial do "Tal&Qual", publicou um trabalho jornalístico sobre esse homem que poucos conhecem.
O director da "GR", Joaquim Vieira, escreveu o seguinte no editorial: "Falaram-nos da falta de oportunidade deste trabalho, pois, independentemente do seu conteúdo, seria sempre alvo de interpretações abusivas e fantasiosas sobre intenções subjacentes, dado escrevermos sobre quem se configura como o nosso futuro patrão.
O nosso raciocínio, porém, nunca se desviou de um princípio central: devíamos encarar esta ocorrência pelo seu valor noticioso intrínseco e tratá-lo em conformidade, abstraindo-nos da circunstância de a GR ser também objecto do negócio. Só assim estávamos em condições de assegurar o compromisso da independência editorial que assumimos perante os leitores, e que deve ser norma orientadora básica da nossa revista, acima de quaisquer calculismos sobre eventuais melindres que alguém exterior à estrutura da redacção entenda existirem. O critério que nos orientou foi, assim, apenas jornalístico: face a uma operação que altera significativamente o panorama mediático português, entendemos como dever editorial dar a conhecer o homem que está por trás dela, publicando as conclusões da investigação empreendida, fossem elas quais fossem".
Parabéns a Joaquim Vieira pela coragem em fazer jornalismo!...
Agora, sobre o que resultou do trabalho em si, assinado pelo jornalista Samuel Alemão, posso resumir o perfil do futuro patrão da Lusomundo com esta citação de Carlos Godinho, director técnico da Federação Portuguesa de Portugal:"Não vejo nenhum inconveniente que quem seja mais inteligente, que trabalhe mais do que os outros, possa deter mais poder. Nunca lhe vi nada de negativo".
Sem grandes surpresas, tal não aconteceu e finalmente, a 25 de Março, a revista do "Expresso" fez-me essa vontade. E, ontem, a revista "Grande Reportagem", que pertence ao mesmo grupo editorial do "Tal&Qual", publicou um trabalho jornalístico sobre esse homem que poucos conhecem.
O director da "GR", Joaquim Vieira, escreveu o seguinte no editorial: "Falaram-nos da falta de oportunidade deste trabalho, pois, independentemente do seu conteúdo, seria sempre alvo de interpretações abusivas e fantasiosas sobre intenções subjacentes, dado escrevermos sobre quem se configura como o nosso futuro patrão.
O nosso raciocínio, porém, nunca se desviou de um princípio central: devíamos encarar esta ocorrência pelo seu valor noticioso intrínseco e tratá-lo em conformidade, abstraindo-nos da circunstância de a GR ser também objecto do negócio. Só assim estávamos em condições de assegurar o compromisso da independência editorial que assumimos perante os leitores, e que deve ser norma orientadora básica da nossa revista, acima de quaisquer calculismos sobre eventuais melindres que alguém exterior à estrutura da redacção entenda existirem. O critério que nos orientou foi, assim, apenas jornalístico: face a uma operação que altera significativamente o panorama mediático português, entendemos como dever editorial dar a conhecer o homem que está por trás dela, publicando as conclusões da investigação empreendida, fossem elas quais fossem".
Parabéns a Joaquim Vieira pela coragem em fazer jornalismo!...
Agora, sobre o que resultou do trabalho em si, assinado pelo jornalista Samuel Alemão, posso resumir o perfil do futuro patrão da Lusomundo com esta citação de Carlos Godinho, director técnico da Federação Portuguesa de Portugal:"Não vejo nenhum inconveniente que quem seja mais inteligente, que trabalhe mais do que os outros, possa deter mais poder. Nunca lhe vi nada de negativo".