O que o coronel escreve...
O coronel Aventino Teixeira, que foi assessor político do presidente Ramalho Eanes, tem um blog chamado Faz de Conta, onde publicou um interessante texto sobre o 25 de Abril. É um texto originalmente escrito em 1995.
Há nove anos.
E começa assim:
"É o falhanço do golpe de Estado Militar de 25 de Abril de 1974 que está na origem daquilo a que se convencionou chamar de Revolução dos Cravos ou Revolução de ABRIL".
O "falhanço"?
Mas o golpe militar afinal falhou?
Aventino explica mais à frente:
"Para além de condições, também objectivas, na ordem interna - eleições de 1969, incidentes na Capela do Rato e o acento tónico na guerra colonial posto em todas as acções das lutas académicas), para alem disso tudo ou quiçá por isso mesmo, o movimento dos capitães foi-se transformando em enorme 'buzinão' de que muito boa gente quis aproveitar-se para fins políticos muito claros. Uns (onde me incluía - e a Pide/DGS assim o afirmava na ficha respectiva), para derrubar o regime; outros (onde se incluíam quadros superiores da policia política e, necessariamente, Marcelo Caetano), para inflexão do sistema em ordem a uma certa abertura democrática e de descolonização não radical; outros, ainda, para a manutenção teimosa do statu quo, como será (?) o caso da tentativa de Kaulza de Arriaga de também 'buzinar'. Tentativa aliás abortada nos fins de 1973".
E, finalmente, eis a razão que levou ao falhanço do golpe militar:
"Muito simplesmente porque a população, aquilo a que hoje se chama a sociedade civil 'aquilo' a que sempre historicamente se chamou povo, saiu para a rua, desobedecendo aos continuados apelos dos 'revoltosos' sediados no quartel da Pontinha, para que ficasse em casa.
E foi por isso que Marcelo teve de ir para a Madeira e depois para o Brasil. E foi por isso que se fez a Lei 7/74 de 27 de Julho, em que se reconhecia, pela primeira vez, o direito à autodeterminação e independência dos povos das colónias, o que, obviamente, não constava do programa".
Dá que pensar: como seria o Portugal de hoje caso a Revolução de Abril tivesse sido um banho de sangue?
Esta pergunta é o ponto de partido para o meu próximo livro: "Abril Sangrento", a ser lançado durante as comemorações dos 30 anos da nossa revolução.
Em breve falarei mais sobre este meu novo projecto.
Há nove anos.
E começa assim:
"É o falhanço do golpe de Estado Militar de 25 de Abril de 1974 que está na origem daquilo a que se convencionou chamar de Revolução dos Cravos ou Revolução de ABRIL".
O "falhanço"?
Mas o golpe militar afinal falhou?
Aventino explica mais à frente:
"Para além de condições, também objectivas, na ordem interna - eleições de 1969, incidentes na Capela do Rato e o acento tónico na guerra colonial posto em todas as acções das lutas académicas), para alem disso tudo ou quiçá por isso mesmo, o movimento dos capitães foi-se transformando em enorme 'buzinão' de que muito boa gente quis aproveitar-se para fins políticos muito claros. Uns (onde me incluía - e a Pide/DGS assim o afirmava na ficha respectiva), para derrubar o regime; outros (onde se incluíam quadros superiores da policia política e, necessariamente, Marcelo Caetano), para inflexão do sistema em ordem a uma certa abertura democrática e de descolonização não radical; outros, ainda, para a manutenção teimosa do statu quo, como será (?) o caso da tentativa de Kaulza de Arriaga de também 'buzinar'. Tentativa aliás abortada nos fins de 1973".
E, finalmente, eis a razão que levou ao falhanço do golpe militar:
"Muito simplesmente porque a população, aquilo a que hoje se chama a sociedade civil 'aquilo' a que sempre historicamente se chamou povo, saiu para a rua, desobedecendo aos continuados apelos dos 'revoltosos' sediados no quartel da Pontinha, para que ficasse em casa.
E foi por isso que Marcelo teve de ir para a Madeira e depois para o Brasil. E foi por isso que se fez a Lei 7/74 de 27 de Julho, em que se reconhecia, pela primeira vez, o direito à autodeterminação e independência dos povos das colónias, o que, obviamente, não constava do programa".
Dá que pensar: como seria o Portugal de hoje caso a Revolução de Abril tivesse sido um banho de sangue?
Esta pergunta é o ponto de partido para o meu próximo livro: "Abril Sangrento", a ser lançado durante as comemorações dos 30 anos da nossa revolução.
Em breve falarei mais sobre este meu novo projecto.
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