20101212

Carta a um/a jovem jornalista nascido/a depois do dia 4 de Dezembro de 1980

Caro/a jovem jornalista,

Escrevo-te a ti, que tens 30/20 anos e ilusões sobre o jornalismo. Sou um pouco mais velho do que tu, pois nasci dois anos antes daquela outra data de que muito ouviste falar, o 25 de Abril de 1974. Se fores como eu era, as datas podem não te dizer nada, nem compreendes a importância das mesmas para os dias de hoje, já de si tão complicados com o desemprego, crise financeira mundial, guerras e perigos de doenças invisíveis.
Certamente que ouviste falar, há dias, da criação de uma nona comissão de inquérito parlamentar a um caso que aconteceu numa localidade por onde, provavelmente, nunca passaste e que se chama Camarate. Ouviste falar de um antigo primeiro-ministro, Sá Carneiro, sobre o qual muito se escreveu ultimamente. E ainda de um dirigente do CDS, Amaro da Costa, que citam como sendo um político exemplar. No entanto, nada conheces ou nada viste de concreto que pudesse fazer parte da tua História ou do teu futuro. Então, para quê perder tempo com o assunto? Para quê gastar dinheiro na Assembleia da República a investigar um caso com 30 anos, quando há tantos problemas mais imediatos e bem graves?
Não vou falar sobre os políticos que querem investigar o caso de Camarate ou qual o seu objectivo. Prefiro contar-te o que os jornalistas não fizeram nestes últimos 30 anos e como isso atrasou este País.
Quando caiu o avião em Camarate, especulou-se que teria sido atentado, mas as evidências apontavam para acidente, devido às más condições técnicas do aparelho: falta de gasolina num dos motores no momento da descolagem, perda de energia no avião e pouca experiência dos pilotos – que não conseguiram controlar o aparelho, acabando este por cair na zona de Camarate, mesmo à saída do aeroporto de Lisboa. Foi graças à insistência de um jornalista/caricaturista do semanário “O Diabo”, Augusto Cid – amigo de um dos pilotos –, que o caso não se ficou pela versão oficial do acidente. Para ele, havia um indício que apontava algo mais complicado: os corpos das vítimas não apresentavam fracturas, significando isto que estavam mortos ou sem sentidos no momento do impacto. A tese de atentado ganhava terreno e outros se juntaram a Cid. Ao longo destes anos, criaram-se várias comissões na Assembleia da República, ao mesmo tempo que a Polícia Judiciária investigava o caso. Ao fim de 15 anos, a Justiça mandou encerrar a investigação, pois já passara o tempo legal em Portugal para condenar eventuais culpados – 15 anos. Há países onde o crime de assassinato não prescreve, mas esse não é caso de Portugal. Isso foi há 15 anos, em 1995. Nessa altura, ainda era um jovem jornalista a começar a carreira e confiava nas investigações que, antes de mim, outros jornalistas – que eu admirava – teriam feito. Para mim, o jornalismo é uma espécie de sacerdócio da busca pela verdade, ou por uma aproximação à mesma. Não quis ser advogado, pois não acredito em apenas uma versão da verdade. Não quis ser juiz, pois não devo julgar sobre o que é ou não a verdade – e ainda hoje não compreendo como há seres humanos que acham que o conseguem fazer. Não fui detective policial, pois gosto pouco de segredos e tenho imensas dificuldades em os guardar. Queria contar histórias. A história de Camarate, infelizmente, é uma que não queria ter de contar, mas fui obrigado a tal. Digo-te infelizmente, pois chegou uma altura da minha vida profissional em que descobri que, mais do que jogos políticos, Camarate é um exemplo da total incompetência e irresponsabilidade jornalística nacional que, ainda hoje, se verifica. Sou adepto de uma coisa que se chama “jornalismo científico”, ou seja, colocar questões. Questões lógicas. De investigação. E, julgava eu, no início da minha profissão, que outros as tinham colocado antes de mim. Penso que deves pensar de igual forma. Que tens a confiança de que, até hoje, sempre foi assim e que tu também poderás agarrar e dar seguimento a essa responsabilidade. Mas, descobri mais tarde, não foi bem assim que as coisas se passaram. E dessa descoberta nasceu um livro que publiquei, em Novembro de 2003, intitulado “Eu Sei Que Você Sabe – Manual de Instruções para Teorias da Conspiração”. Está lá tudo que precisas de saber. A sério. O problema é que o livro está fora de circulação e não o deves conseguir encontrar nas livrarias. No entanto, vou-te contar o essencial nesta carta.
Os jornalistas mais velhos são hoje comentadores muito bem pagos em televisões e jornais, mas não citam aquela obra. Aliás, esperam que um dia nunca venhas a conhecê-la. Apostam em manter-te na ignorância, pois se descobrisses a fraude que eles sempre foram, deixarias de os respeitar e de comprar os livros de ficção que editam e vendem aos montes graças à exposição pública que conseguem – numa justa paga por te manterem no escuro da tua própria História.
Caro/a jovem jornalista, tenho amigos que dizem que sou o último jornalista em Portugal. Repara que não dizem que sou o “melhor”, pois isso implicaria existirem outros com quem me compararem. Não. Dizem-me que sou o “único”. A afirmação não me deixa contente. Na realidade, deixa-me triste, pois não quero, nem sei, nem consigo conceber a ideia de que sou o único a denunciar o que denunciei. Mas, sabes, a realidade dos factos comprova-o: até ao momento fui mesmo o único.
E o que denunciei? Nada de especial. Nada que não se pudesse saber numa investigação jornalística séria cinco minutos após a queda do avião em Camarate – faço aqui uma pequena ressalva: Augusto Cid, que sofreu pressões profissionais por causa da defesa da tese do atentado, não deve ser colocado no mesmo saco daqueles jornalistas incompetentes. Ele focou a sua energia na questão técnica sobre o que se teria passado ao avião. Queria limpar a imagem do amigo piloto, que muitos davam como o culpado da tragédia. Ficou, isso sim, sozinho na questão sobre o que estaria por detrás dos motivos do atentado. Ainda andou lá perto, mas os outros jornalistas falharam por completo a missão de informar.
Em 2000, estava eu na redacção do semanário “Tal&Qual”, no segundo andar de um prédio com o número 5 na porta, na Avenida 5 de Outubro – que, presumo, deve ser o de 1910 e não o de 1143… Através de uma troca de correspondência, via e-mail, com uma senhora na Califórnia, que nunca conheci pessoalmente, mas que me disseram que trabalhara com o realizador Oliver Stone, em 1989, no filme “JFK”, perguntei-lhe se alguma vez ouvira falar no nosso caso de Camarate. Disse-me que não e quis saber quando acontecera. Respondi com a data que todos conhecemos: 4 de Dezembro de 1980. Assim que viu a data, essa senhora mandou-me duas palavras que, de repente, passaram a fazer todo o sentido quando percebi o significado da mesma: “October Surprise”. Também tu, caro/a jovem jornalista – que tenho em boa conta – saberás perceber. A 4 de Novembro de 1980, um mês antes de Camarate, houve eleições nos EUA. O então presidente Jimmy Carter tentava ser reeleito, mas enfrentava uma grave crise política que o prejudicava nas sondagens, pois havia 52 diplomatas norte-americanos detidos no Irão, no seguimento de um assalto à embaixada que tivera lugar no dia 4 de Novembro de 1979 - exactamente um ano antes das eleições. Significa isto que, durante todo o ano de 1980, houve negociações para a libertação dos reféns norte-americanos em Teerão. Houve ainda uma tentativa frustrada de resgate dos mesmos numa acção militar – em Abril de 1980. E havia um embargo de armas ao Irão. Em Setembro de 1980, no dia 22, começou a guerra Irão-Iraque. O Irão precisava de armas e munições. Como o exército iraniano tinha armas de origem norte-americana – visto que o Xá do Irão fora um aliado dos EUA até ter sido deposto em Fevereiro de 1979 -, o único mercado onde se poderia abastecer era o dos “States” e aliados da NATO – Portugal incluído.
A expressão “October Surprise” é uma frase política muito vulgar nos EUA. As eleições presidenciais têm sempre lugar na primeira terça-feira de Novembro, de quatro em quatro anos. Sendo assim, uma surpresa política que aconteça em Outubro poderá mudar a intenção de voto e beneficiar ou prejudicar um candidato. Jimmy Carter era o candidato pelo partido Democrata e presidente em exercício. Raramente um presidente em exercício perderia uma reeleição, mas do lado do partido Republicano havia dois candidatos – a presidente e vice-presidente – que estavam convencidos que iriam conseguir derrotar Carter. Um era Ronald Reagan, ex-actor e ex-governador da Califórnia, e George Bush, multimilionário texano e antigo chefe da CIA – despedido precisamente por Carter, quatro anos antes.
Ainda hoje não se sabe nos EUA se emissários da candidatura Republicana tiveram ou não um encontro secreto, em Paris, no fim-de-semana de 18 e 19 de Outubro de 1980, para combinarem um dos mais sinistros negócios dos tempos modernos: o regime do Irão iria receber as armas que precisava para combater os iraquianos desde que se comprometesse a não libertar os reféns antes do dia 4 de Novembro de 1980, impossibilitando assim a reeleição de Jimmy Carter e permitindo a chegada à Casa Branca de um actor de filmes de “cow-boys” e de um ex-chefe da CIA. Caso este negócio viesse a ser descoberto, os seus responsáveis norte-americanos seriam presos por traição. E suspeita-se que George Bush – pai do presidente que conheceste agora entre 2001 e 2008 – seria um desses traidores dos EUA.
Acontece, caro/a jovem jornalista, que, em Novembro de 1980, dias antes de Camarate houve um jornal – “Portugal Hoje” -, ligado ao Partido Socialista que alertou para o facto de que havia rumores de que Portugal andava a vender material de guerra ao Irão, furando assim o embargo. O semanário “Expresso”, então dirigido por Marcelo Rebelo de Sousa, desmentiu a informação dias depois e disse que o material fora vendido ao Iraque – país sobre o qual não havia embargo. Ora, se passados uns dias morrem o primeiro-ministro e o ministro da Defesa em circunstâncias estranhas, por que razão nenhum jornalista foi capaz de escrever que tal poderia estar relacionado com a venda de material de guerra ao Irão? E por que não foram investigar essa pista? Afinal, por que não fizeram o “jornalismo científico”? E por que continuam hoje muitos deles a dizer que não há nada para investigar? Tiveram medo? É legítimo ter medo. Eu não sou corajoso, sou apenas irresponsável – ainda acredito em fadas…
A investigação que fiz em 2003 permitiu descobrir que, em 1987, houve uma grande cobertura de toda esta investigação e isso conduziu à primeira maioria absoluta de Cavaco Silva, o actual Presidente da República e o último ministro a ter estado reunido com as duas vítimas de Camarate. Essa cobertura foi o fim de uma comissão de inquérito parlamentar que iria investigar o papel de Portugal num esquema de venda de armas para o Irão durante a administração Reagan - e que ficou então conhecido como caso “Irangate” ou "Iran-Contra". Enquanto que nos EUA se discutia se o caso de venda de armas para o Irão só começara em 1982, a pista portuguesa poderia levar o caso para Outubro de 1980. No entanto, a Assembleia da República foi dissolvida pelo Presidente da República Mário Soares e o inquérito, aprovado dias antes, nunca chegou a funcionar. A legislatura seguinte, dominada pela primeira maioria absoluta do partido de Cavaco Silva, nunca quis investigar o caso. Foi só em 2004, um ano depois de o meu livro ter sido publicado, que a oitava comissão de inquérito de Camarate, liderada por uma pessoa que respeito imenso - Nuno Melo -, descobriu que Portugal andava mesmo a vender armas ao Irão em 1980 e que o ministro da Defesa quis investigar o caso. Foram 30 anos da minha vida jornalística desperdiçados com essa revelação. Não cabia a mim ter sido o responsável por ter dito isso um ano antes. Esse teria sido o trabalho da geração anterior a mim. Foram esses que me falharam.
Eu não quero falhar-te, caro/a jovem jornalista. Agora que vão andar a investigar mais coisas daqueles tempos, quero garantir-te que há muitos livros publicados fora de Portugal com toda a informação sobre o assunto e que ninguém nos diz. Podes encontrar alguns desses títulos nas lombadas exposta na minha biblioteca. Não é preciso ir muito longe, portanto. Os jornalistas que ainda existem por aí – não quero ser o único -, podem ir fazer buscas na Internet e comprar livros “on-line”. Não é preciso ir ao estrangeiro, como nos anos 80.
Vou estar atento ao que se vai dizer, agora que parece que querem desenterrar esta história, como se fosse uma grande novidade. Não sei ainda o que se pretende esconder. Quando souber, digo-te. Para já, deixo-te esta carta, para que, daqui em diante, possas perceber o que se passou e como isso afecta o teu futuro, pois são os mesmos de 1980 – e seus filhos e empregados - que ainda mandam no mundo de hoje. No teu mundo. No nosso mundo.

Do teu,

Frederico Duarte Carvalho

P.S. Tens ainda muita informação sobre esta história num blogue que criei em 2005 e que se chama O Fim da Democracia.

Etiquetas: , ,

10 Comentários:

Blogger Karocha disse...

Já para não falar do preço do avião Fred!

12 dezembro, 2010  
Anonymous anarquista colectivista disse...

"...tenho amigos que dizem que sou o último jornalista em Portugal".

Também eu, já há algum tempo, cheguei a essa mesma conclusão.

Pois, infelizmente, as pessoas que ainda mandam neste mundo são também ainda quem educa e corrompe as novas gerações de jornalistas que vão surgindo, e estão a fazer um muito bom trabalho em não proporcionar a grande parte destes as ferramentas necessárias a um eventual bom exercício da sua profissão e em, cada vez mais, restringir o desenvolvimento intelectual destes e de todos os restantes elementos das suas gerações.

Eu gostava de acreditar que houvesse quem o sucedesse na estafeta e pegasse no testemunho até agora por si elaborado... mas infelizmente vejo um futuro muito negro à minha frente e uma juventude cada vez mais desprovida de valores e de inteligência para continuar o que quer que seja.

De qualquer modo, é sempre bom saber que ainda há quem seja íntegro, honesto, que tenha valor, que faça perguntas e que siga de modo fiel os propósitos da profissão que adoptou.

Parabéns mais uma vez pelos seus blogues e obrigado pelo seu trabalho.

13 dezembro, 2010  
Anonymous anarquista colectivista disse...

"The secrets of this earth are not for all men to see, but only for those who will seek them."

--- "Anthem"

13 dezembro, 2010  
Anonymous Viriato disse...

Marcelo Rebelo de Sousa continua a saltitar de emissora em emissora, "comentando" ( a jeito de alguns ) a actualidade política e social, servindo como um "opinion-maker" ( como eu detesto esta classe )....
e
Cavaco, para quem não sabe ou se esqueceu, é amigo de George H.W. Bush.

Frederico,

Sobre o Cavaco, passou-me à tempos pela vista que este foi um "senior-Advisor" do Grupo Carlyle, no período entre o abandono do poder e a sua candidatura à Presidência, na altura contra Jorge Sampaio.

O grupo Carlyle foi, em tempos, presidido por Frank Carlucci que, para quem não sabe, foi Embaixador dos EUA em Lisboa de 1974 a 77 e é amigo de Mário Soares.

Consegues confirmar isto?

13 dezembro, 2010  
Blogger Karocha disse...

Viriato

Talvez aqui!

http://xatoo.blogspot.com/

13 dezembro, 2010  
Anonymous anarquista colectivista disse...

Relativamente ao Cavaco também eu estou muito interessado em saber mais sobre este, pois do pouco que sei dele, a impressão que tenho é que faz parte da diminuta minoria de pessoas, dentro do aparelho governamental, que não primam pela inteligência e que acham mesmo que esta história da União Europeia e afins é uma boa ideia.
Ter estado no rancho dos Bush, não faz dele necessariamente um amigo do conhecido pederasta norte-americano, pois, pelo que me lembro, tratou-se de um encontro entre chefes-de-estado (no sentido lato) de países aliados.
E a recente polémica com escutas, o facto da WikiLeaks estar agora a ser usada para denegrir a imagem pública deste e o facto de ter sido a imprensa controlada a usar repetidamente o termo "Cavaquistão", há uns anos atrás, para correr com este do poder, levam-me a concluir que este parece ser um empecilho aos planos dos verdadeiros senhores do mundo. Isto, e outras coisas que pessoalmente sei, indicam-me que Cavaco faz parte de uma facção, dentro do PSD, não alinhada com Balsemão.

13 dezembro, 2010  
Blogger Woody disse...

Caro Frederico,

Não sou jornalista, mas por em 2003, com 19 anos acabados de fazer, ter comprado e lido mais do que uma vez o "Eu sei que você sabe" (depois de uma entrevista no Cabaret da Coxa) sinto-me, de certo modo destinatário desta carta.

Sempre fui uma pessoa informada e com um conhecimento geral da maior parte dos eventos históricos que são referidos no livro. No entanto, considero que muito do que sei sobre a história recente do nosso país deve-se ao que li neste livro e às questões que este me suscitou, que me fizeram investigar, ler outras coisas e contribuíram para um salto qualitativo no meu espírito crítico.

Foi por isso que não hesitei quando, há pouco tempo, vi o "Estado de Segredos" na Fnac e o comprei, não fosse ele "esgotar".

(apesar do que dizes qualquer jovem jornalista poderia ter adquirido o "Eu sei que você sabe" a preço de saldo em várias feiras do livro ainda este ano... 5 € na feira do livro de Aveiro, por exemplo)

Infelizmente, uma das razões por que te consideram o "único" jornalista é porque o jovem jornalista a quem te diriges ou está desempregado, ou a trabalhar numa caixa do Pingo Doce ou a agarrar com unhas e dentes um estágio (provavelmente não remunerado) num meio de comunicação social controlado por algum grupo económico com uma agenda política e sem vontade/fundos para investir em jornalismo de investigação de qualidade.

Admiro o teu trabalho e a paixão com que encaras o jornalismo de investigação, independentemente das tuas orientações ideológicas que são diferentes das minhas mas que, obviamente, respeito. Desejo que tenhas muito sucesso na tua luta, que é a luta de todos nós, por uma sociedade mais justa, transparente e moral.


Com os melhores cumprimentos,

SD

14 dezembro, 2010  
Anonymous anarquista colectivista disse...

E só para acrescentar algo ao que disse, quanto às razões para a enorme decadência moral, e não só, em que vivemos, é preciso ter também em conta que estamos já em plena era do "Sexo, Drogas e Rock & Roll". Que, tal como o "El Comandante" chama à atenção de toda a gente, é também uma criação das pessoas que não querem que façamos muitas perguntas.
Eu tenho um primo afastado, que também é jornalista, a trabalhar naquele que é o jornal com maior tiragem neste país. Lembro-me que na altura em que comecei a despertar a sério para as questões políticas, ainda lhe denunciei o esquema que estava por trás do que recentemente tinha sido o bombardeamento desnecessário da Jugoslávia. (Falo da Guerra do Kosovo, em 1999). Tal como dizia a outras pessoas quando explicava o quão propositadamente inadmissível era o chamado Acordo de Rambouillet, tive o cuidado de lhe dizer claramente: "Por causa disto, morreram 7 mil pessoas...". Apenas para me dar conta de que este não estava interessado no que eu dizia.
Apesar de este ser ainda um jornalista de profissão, já não me dou ao trabalho de denunciar a ele o que quer que seja, pois desde pequeno que as duas temáticas em que mais oiço este predominantemente falar são "sexo" e "música rock". Temáticas estas que também vejo serem constantemente desenvolvidas no seu jornal. "É o que eles querem...", respondeu-me ele quando critiquei o facto da sua publicação não falar sobre o tipo de assuntos que lhe denunciava.
Deve agora ter pouco mais de 35 anos e pertence à sua geração, que nasceu por altura do 25 de Abril.

14 dezembro, 2010  
Blogger Karocha disse...

Viriato
Penso e como o Fred me conhece, a sua pergunta é sim.

14 dezembro, 2010  
Anonymous Anónimo disse...

O Cavaco é um dos player do sistema!
E o que é o sistema ?
O sistema é o controle do poder pela teoria dialectica de Frederisch Hengel !
Ou seja, só através da posição+oposição = nova posição.

E se a posição e a oposição, trabalham para o mesmo patrão, então a vitória é garantida, não acham ??!!!

Quando vocês, repeitosos comentadores e agentes da sociedade que refletem sobre as razões do nosso pais estar como está , se referem Às facções dos partidos e às posições dos partidos , que participam no jogo politico, estão longe de imaginar do que anda por detrás deles!!! Não é por acaso que o Governo não sabe quantas instituições tem !!!Nem como estão organizadas nem como se financiam !!!

Vamos imaginar o Sistema da bola que o Pinto da Costa corporiza, que é mais simples e muito mais fácil de explicar!!

As carreiras dos arbitros são controladas de forma a que hajam sempre uns amigalhaços porreiros! Não são chamados os arbitros à porto porque fica feio!


As carreiras dos treinadores são condicionadas de forma a existirem sempre uns treinadores amigalhaços porreiros !!! São os chamados treinadores à Porto !

As carreiras dos empresários, são condicionadas e só aqueles amigalhaços e porreiros é que se safam. que por sua vez condicionam as carreiras dos jogadores, que só através destes empresários é que se safam!! São os chamados jogadores à Porto !!!

Depois temos, a parte mais complexa do filme!!!

As pessoas envolvidas nos outros clubes adversários também são promovidas se forrem porreiros para os interesses do FCP. Por isso o Benfica e o Sporting têm portistas nas suas direcções e em lugares de relevo( Não se esqueçam que o PdaC disse que não era ele que pagava as quotas do Viera no Porto) !!! Hà pouco tempo num programa da Sic, um comentador teve a "imprudência" de divulgar que o Benfica tinha um "bufo" dentro da direcção que informava directametne ao PdaC tudo o que se passava dentro dos gabinetes!!!
Ninguêm da imprensa pegou nessa informação bombastica. Parecia que tinha bicos!!! Nem muito menos o Benfica! Porquê ?
Escusado será dizer que o comentador perdeu o seu lugar para outro mais simpático !!!
Até os presidentes dos clubes adversários e nisto vale também clubes mais pequenos, são promovidos pela máquina do FCP e depois de serem eleitos vão agradecer generosamente terem sido levados ao colo pela SportTV, propriedade do grande amiginho Oliveira !!!

Este é o chamado sistema , em que a fruta é a cereja no topo do bolo !!!
Hoje, deixaram de chamar sistema , para passarem a chamar estrutura!!!
A estrutura do FCP é muito eficiente, dizem os ideologos da bola!!! A estrutura é isto!!!

A estrutura é o que irá fazer o Sporting dar uma barraca desgraçada, ficar falido e depois o Domingos, a preço zero vai para o Porto e será campeão !!!
Assim como o Fernando Santos, foi campeão no FCP e depois para acabar a "Obra" foi derreter o Sporting e depois o Benfica!!!O Artur Jorge fez a mesma coisa nos tempos idos!

Estrutura é a promoção do Adjuto do Villas Boas, porque o PdaC , não precisa gastar dinheiro para contratar treinadores e como ele vai ser Campeão, será despachado para a Grécia ou Roménia onde o PdaC tem muitos amigos porreiros!

A estrutura é ter muitos amigos espalhados por muitos sitios !!

Voltando à politica, o Mario Soares tembém usava esse estratagema dos amigos!!!
O Cavaco , também!! Veja-se o amigo que lhe vendeu as acções a perder dinheiro!! Foi um amigo porreiro , não foi ?

Os amigos são para estar nos sitios certos !!! Este sistema é usado por toda a gente na politica, no desporto, na cultura em tudo! Ou seja, até os inimigos são amigos !!!

24 julho, 2011  

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial