Mitos e propaganda
Está disponível nas livrarias a obra "Os Últimos Dias da Monarquia". Escrito por Jorge Morais, um jornalista que aprendi a respeitar e que foi já autor de outros dois livros sobre este período de viragem da nossa História de há 100 anos - "Com Permissão de Sua Majestade" e "Regicídio - A Contagem Decrescente" -, o autor fecha agora um ciclo de investigações históricas. Depois de nos ter mostrado como a França e Inglaterra foram consultadas antecipadamente pelos revoltosos para darem o aval à mudança do regime em Portugal, e como os monárquicos armaram os autores do atentado no Terreiro de Paço, o autor revela-nos agora o "Pacto Liberal":
"Em Abril de 1908, pouco depois do regicídio, dois dirigentes republicanos e um áulico da Corte de D. Manuel II congeminaram, em casa de Bernardino Machado, um pacto de tréguas que convinha às duas partes: exonerando os republicanos da má fama de envolvimento na matança do Terreiro do Paço, daria à Monarquia o 'benefício da dúvida' e ao regime um último fôlego, tão necessário no início do novo Reinado. Apesar de acarinhado pelo jovem Rei e apoiado pelo primeiro-ministro, o pacto foi frustrado nos corredores do Poder pela feroz oposição de um dos líderes monárquicos; e a sua inviabilização esteve na origem da opção revolucionária dos inimigos do regime, que acabaria por conduzir à instauração violenta da República, em 5 de Outubro de 1910. Apesar da sua importância para a compreensão do processo republicano português, o 'Pacto Liberal' (como então se lhe chamou) tem permanecido até hoje omisso na história 'oficial' do período. É dessa trégua gorada que este livro se ocupa, documentando os últimos dias de um regime condenado pela cegueira de muitos e pela ambição de alguns".
Desta obra, que ainda vou ler na totalidade, retenho para já o telegrama enviado a 6 de Outubro por Eduardo Schwalbach, para a "Gazeta de Notícias", do Rio de Janeiro, onde escreveu:
"Ao cabo de longos e porfiados esforços, os monárquicos acabam de implantar a República em Portugal".
De facto, o regime Republicano em Portugal não terá brotado de uma imensa vontade popular. Foi fruto de um grupo de senhores que precisavam de manter tudo na mesma. E, por isso, era preciso mudar tudo.
Na escola sempre julguei que o dia 5 de Outubro de 1910 fosse uma festa popular - muito por culpa do imaginário do 25 de Abril de 1974. Hoje descobri uma cartilha de História de Portugal publicada em 1911, o primeiro ano após o anúncio da Implantação da República na varanda da Câmara de Lisboa. E sobre esse episódio, havia esta ilustração...
Que corresponde a este momento fotográfico, onde a população não surge em massa como na ilustração...
A pergunta que se coloca é: "E o povo, pá?"
"Em Abril de 1908, pouco depois do regicídio, dois dirigentes republicanos e um áulico da Corte de D. Manuel II congeminaram, em casa de Bernardino Machado, um pacto de tréguas que convinha às duas partes: exonerando os republicanos da má fama de envolvimento na matança do Terreiro do Paço, daria à Monarquia o 'benefício da dúvida' e ao regime um último fôlego, tão necessário no início do novo Reinado. Apesar de acarinhado pelo jovem Rei e apoiado pelo primeiro-ministro, o pacto foi frustrado nos corredores do Poder pela feroz oposição de um dos líderes monárquicos; e a sua inviabilização esteve na origem da opção revolucionária dos inimigos do regime, que acabaria por conduzir à instauração violenta da República, em 5 de Outubro de 1910. Apesar da sua importância para a compreensão do processo republicano português, o 'Pacto Liberal' (como então se lhe chamou) tem permanecido até hoje omisso na história 'oficial' do período. É dessa trégua gorada que este livro se ocupa, documentando os últimos dias de um regime condenado pela cegueira de muitos e pela ambição de alguns".
Desta obra, que ainda vou ler na totalidade, retenho para já o telegrama enviado a 6 de Outubro por Eduardo Schwalbach, para a "Gazeta de Notícias", do Rio de Janeiro, onde escreveu:
"Ao cabo de longos e porfiados esforços, os monárquicos acabam de implantar a República em Portugal".
De facto, o regime Republicano em Portugal não terá brotado de uma imensa vontade popular. Foi fruto de um grupo de senhores que precisavam de manter tudo na mesma. E, por isso, era preciso mudar tudo.
Na escola sempre julguei que o dia 5 de Outubro de 1910 fosse uma festa popular - muito por culpa do imaginário do 25 de Abril de 1974. Hoje descobri uma cartilha de História de Portugal publicada em 1911, o primeiro ano após o anúncio da Implantação da República na varanda da Câmara de Lisboa. E sobre esse episódio, havia esta ilustração...
Que corresponde a este momento fotográfico, onde a população não surge em massa como na ilustração...
A pergunta que se coloca é: "E o povo, pá?"
Etiquetas: ainda vai chegar a Presidente da República, Jorge Morais, Monarquia, povo desgraçado sem conhecer a causa histórica de isto tudo andar assim, propaganda
5 Comentários:
As Histórias oficiais pregam-nos tantas partidas. A Carbonária não aparece na fotografia?
Coloquei no meu facebook. Boas Festas Frederico e família !
Desta não sabia eu....
El Rei D. Carlos dizia "...em Portugal havia um monárquico e meio: eu e o mano Afonso!".
E já se vê que a manipulação das imagens é uma arte muito antiga!
Esta fotografia só vem dar razão à conhecida estatistica de apenas 7% da população Portuguesa estava com a republica.
Viva o Rei e o futuro Reino de Portugal
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