Fausto
Lembro-me dele. Lembro-me dele com os papéis, sentado à mesa do Pedro V. Lembro-me dele a tirar os óculos e a falar de igual para igual, olhos nos olhos. Lembro-me dele a dizer pausadamente e com verdade o que pensava que tinha acontecido, o que estava a acontecer e, mais ainda, a dizer o que ia acontecer antes de tudo se concretizar na realidade. Lembro-me de o ter ido entrevistar ao Algarve, em 2002. Era perto da Praia da Luz, lembro-me agora. Lembro-me de ter visto a colecção de jornais. Ele tinha uma colecção com o primeiro número de todos os jornais. Lembro-me de ter ficado com pena dele quando se queixou que os filhos não pareciam lidar bem com o facto de ele ser político. Lembro-me de ele dizer-me que queria candidatar-se à Câmara de Coimbra quando viesse de Bruxelas. É graças a ele, não se esqueçam, que hoje temos as Lojas do Cidadão. Fora um modelo que ele vira no Brasil, em Salvador (e não Curitiba), e logo ele que fez aquela viagem com o coração nas mãos porque tinha medo de viajar de avião. Contou-me que foi preciso Jorge Coelho insistir para que ele fizesse a viagem. Jorge Coelho foi também o ministro com quem, por solidariedade, ele deixou o Governo no dia em que caiu a ponte em Entre-os-Rios.
Aos 55 anos foi chamado para mais altos cargos. Mas, ainda havia tanto para ele nos fazer lembrar aqui em terra...
Etiquetas: Fausto
3 Comentários:
Não foi em Curitiba, foi em Salvador...
Sinceramente julgava que fora em Curitiba. Quando ele me disse aquilo eu até respondi: "Sim, por acaso também já lá estive, em Curitiba"... Mas as lojas originais surgiram em 1995 em Salvador, sim...
Pôrra, que tu és teimoso! É Salvador, qualquer Curitiba qual quê...
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial