Sobre as acusações do Bloco de Esquerda a Deus Pinheiro e a Durão Barroso
Em plena campanha eleitoral para o Parlamento Europeu, o Bloco de Esquerda acusou Deus Pinheiro e Durão Barroso de terem feito negócios de armas com o regime de Saddam Hussein.
É uma vergonha que os políticos lancem este tipo de acusações e não apresentem provas.
Alguém viu o BE mostrar os documentos que provam aqueles negócios? E algum jornalista pediu-os aos dirigentes do BE?
Eu, ao menos, quando fiz idêntica acusação em relação ao Governo do Bloco Central (Mário Soares, primeiro-ministro e Mota Pinto, ministro da Defesa), expliquei ainda como qualquer pessoa poderia consultar os diários da Assembleia da República do dia 31 de Março de 1987, altura em que foi aprovado um inquérito parlamentar ao "Irangate", mas que nunca veio a funcionar porque, três dias depois, o PRD meteu a moção de censura que "atirou" com o País para as tais eleições antecipadas que "deram" a primeira maioria absoluta ao PSD de Cavaco Silva.
Para mais informações podem consultar os arquivos de Novembro de 2003 deste blogue e ainda as páginas 166 e 167 do meu livro "Eu Sei Que Você Sabe - Manual de Instruções para Teorias da Conspiração", onde surge esta passagem:
"Vicente Jorge Silva, como já vimos, escreveu uma crónica [no 'Expresso'] em Janeiro de 1987 a criticar a falta de um inquérito parlamentar sobre o assunto. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Pires de Miranda, de acordo com os jornais de Fevereiro, foi ao Parlamento falar sobre o assunto.
Então, politicamente, como é que tudo foi resolvido? Para responder a esta questão deixo aqui novamente uma sugestão para que seja o próprio leitor a fazer uma espécie de 'descubra você mesmo a partir de casa': ligue o seu computador à Internet e vá ao endereço da Assembleia da República, www.parlamento.pt, e escolha a opção 'Actividade Parlamentar'. Siga para 'Debates Parlamentares' e clique no ícone do 'Diário da Assembleia da República'. Escolha 'Pesquisa por texto livre' e na caixa onde diz 'Legislatura' seleccione 'Todas as legislaturas'. Por fim, onde está 'Expressão a pesquisar', escreva 'Irangate' e pressione o botão 'Enter'. Terá então à sua disposição 24 páginas, de sete Diários da Assembleia da República, com a transcrição dos diálogos entre os deputados, no Parlamento, com alusões ao caso das armas norte-americanas que passaram por Portugal.
Gostaria aqui de salientar a discussão ocorrida na Assembleia da República dois meses depois de Vicente Jorge Silva ter chamado a atenção no 'Expresso' para a necessidade de ser criada uma comissão de inquérito ao caso 'Irangate' [sessão de 31 de Março de 1987]."
Os senhores políticos do BE, ao não apresentarem provas das suas afirmações, ao contrário do que eu fiz, apenas mostram que estão a executar uma "agilidade" política, própria de quem já está dentro do xadrez político.
Não lembrar o inquérito parlamentar ao "Irangate" de Março de 1987, o tal que foi aprovado mas nunca chegou a funcionar, e explicar o porquê desse não funcionamento, mais não demonstra que as afirmações de Louçã contra Deus Pinheiro e Durão Barroso apenas serviram para mandar "recados" para dentro do Governo. Nada mais. Nada a favor do povo cujos direitos, alegadamente, os políticos do BE querem defender.
Com aquela "manobra", o BE mantém assim uma posição negocial dentro do jogo político, o que para mim só dá mais razão à ideia de que a esquerda neste País é uma merda e andam todos a comer da mesma gamela.
É uma vergonha que os políticos lancem este tipo de acusações e não apresentem provas.
Alguém viu o BE mostrar os documentos que provam aqueles negócios? E algum jornalista pediu-os aos dirigentes do BE?
Eu, ao menos, quando fiz idêntica acusação em relação ao Governo do Bloco Central (Mário Soares, primeiro-ministro e Mota Pinto, ministro da Defesa), expliquei ainda como qualquer pessoa poderia consultar os diários da Assembleia da República do dia 31 de Março de 1987, altura em que foi aprovado um inquérito parlamentar ao "Irangate", mas que nunca veio a funcionar porque, três dias depois, o PRD meteu a moção de censura que "atirou" com o País para as tais eleições antecipadas que "deram" a primeira maioria absoluta ao PSD de Cavaco Silva.
Para mais informações podem consultar os arquivos de Novembro de 2003 deste blogue e ainda as páginas 166 e 167 do meu livro "Eu Sei Que Você Sabe - Manual de Instruções para Teorias da Conspiração", onde surge esta passagem:
"Vicente Jorge Silva, como já vimos, escreveu uma crónica [no 'Expresso'] em Janeiro de 1987 a criticar a falta de um inquérito parlamentar sobre o assunto. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Pires de Miranda, de acordo com os jornais de Fevereiro, foi ao Parlamento falar sobre o assunto.
Então, politicamente, como é que tudo foi resolvido? Para responder a esta questão deixo aqui novamente uma sugestão para que seja o próprio leitor a fazer uma espécie de 'descubra você mesmo a partir de casa': ligue o seu computador à Internet e vá ao endereço da Assembleia da República, www.parlamento.pt, e escolha a opção 'Actividade Parlamentar'. Siga para 'Debates Parlamentares' e clique no ícone do 'Diário da Assembleia da República'. Escolha 'Pesquisa por texto livre' e na caixa onde diz 'Legislatura' seleccione 'Todas as legislaturas'. Por fim, onde está 'Expressão a pesquisar', escreva 'Irangate' e pressione o botão 'Enter'. Terá então à sua disposição 24 páginas, de sete Diários da Assembleia da República, com a transcrição dos diálogos entre os deputados, no Parlamento, com alusões ao caso das armas norte-americanas que passaram por Portugal.
Gostaria aqui de salientar a discussão ocorrida na Assembleia da República dois meses depois de Vicente Jorge Silva ter chamado a atenção no 'Expresso' para a necessidade de ser criada uma comissão de inquérito ao caso 'Irangate' [sessão de 31 de Março de 1987]."
Os senhores políticos do BE, ao não apresentarem provas das suas afirmações, ao contrário do que eu fiz, apenas mostram que estão a executar uma "agilidade" política, própria de quem já está dentro do xadrez político.
Não lembrar o inquérito parlamentar ao "Irangate" de Março de 1987, o tal que foi aprovado mas nunca chegou a funcionar, e explicar o porquê desse não funcionamento, mais não demonstra que as afirmações de Louçã contra Deus Pinheiro e Durão Barroso apenas serviram para mandar "recados" para dentro do Governo. Nada mais. Nada a favor do povo cujos direitos, alegadamente, os políticos do BE querem defender.
Com aquela "manobra", o BE mantém assim uma posição negocial dentro do jogo político, o que para mim só dá mais razão à ideia de que a esquerda neste País é uma merda e andam todos a comer da mesma gamela.
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