Então, foi assim...
Estive hoje na Assembleia da República a assistir ao lançamento do livro sobre Camarate, "O Grande Embuste", do jornalista José Manuel Barata-Feyo. Comprei a obra à entrada e tive tempo para ler algumas passagens antes do início da apresentação. Foi o suficiente para comprovar que um livro sobre Camarate que, na capa, tem uma citação do jornalista Miguel Sousa Tavares a garantir que se trata da "primeira investigação séria, isenta e completa, até hoje feita, de um caso que assola Portugal há mais de trinta anos", não abordou o tráfico de armas para o Irão que Sá Carneiro andava a investigar. Durante a apresentação, Barata-Feyo explicou que o "embuste" é o facto da Assembleia da República estar hoje a investigar algo que os dados científicos não conseguiram provar, ou seja, o atentado. Logo, se não houve crime, não pode haver um móbil do crime, o que, como argumento, pareceu-me bastante lógico. Mas, como argumento jornalístico parece muito fraco, pois é sabido pelos jornais da época - eu tinha então 8 anos, mas Barata-Feyo já era jornalista e deve saber isso melhor do que eu - o tráfico de armas para o Irão estava na ordem do dia, tal como a investigação ao Fundo de Defesa Militar de Ultramar. E isso "morreu" em Camarate. Assim, no fim da cerimónia, e como não houve direito a perguntas, esperei na fila dos autógrafos para pedir uma assinatura ao autor. Apresentei-me e contei-lhe que, se ele ainda não o sabia, eu também tinha escrito um livro sobre o caso. O jornalista admitiu que tinha "ouvido falar" de um livro sobre o tráfico de armas. E depois queixou-se que era difícil conseguir uma cópia do mesmo na "província", ou seja, em Castelo Branco. Então informei-o que teria todo o prazer em pedir à minha editora que mandasse um exemplar para a sua editora, em Lisboa, que depois poderia expedir-lhe, via correio, para a sua morada pessoal. Ainda acrescentei uns detalhes sobre o meu trabalho e agradeci-lhe por ter escrito o livro, pois iria ser muito importante para continuar com a minha investigação. E apertámos a mãos.
Pronto, foi assim.
Sobre o livro de Barata-Feyo, não tenho muito a dizer. Para mim, é inútil perder tempo a discutir se houve ou não atentado. Havia muitas razões para matar Sá Carneiro. E, qualquer investigação jornalística séria iria descobrir coisas que, ainda hoje, nem o jornalista que fez "a primeira investigação séria, isenta e completa", menciona.
Pronto, foi assim.
Sobre o livro de Barata-Feyo, não tenho muito a dizer. Para mim, é inútil perder tempo a discutir se houve ou não atentado. Havia muitas razões para matar Sá Carneiro. E, qualquer investigação jornalística séria iria descobrir coisas que, ainda hoje, nem o jornalista que fez "a primeira investigação séria, isenta e completa", menciona.
Etiquetas: Barata-Feyo, Camarate, O Grande Embuste
4 Comentários:
OK.
Se ainda tinha algumas dúvidas sobre o Miguel Sousa Tavares, acabei de as tirar... Já sei de que lado é que ele está, então.
(Como é que podia ele, também, de outro modo, ser um conhecido comentador na imprensa controlada?...)
Sobre o resto, acho que o melhor é mesmo não dizer muito... E admiro a capacidade que o Frederico tem de ser civilizado com este tipo de gente.
Irei apenas dizer: "Que nojo..."
E sobre o facto deste "jornalista" não o conhecer a si ou o seu trabalho, ele está obviamente a mentir. Pois, foi você o responsável por terem sido levadas a público estas novas revelações, sobre as quais ele se informou e que tenta agora refutar.
É a habitual táctica de tentar ignorar e não mencionar quem é incómodo, para não chamar a atenção para, e promover, o trabalho dos mesmos. (Tal como fez o "Prof. Marcelo", quando mostrou o seu livro na TVI.)
E a mesma razão pela qual nunca ninguém irá ouvir um alto cargo político do poder estabelecido norte-americano mencionar as palavras "Alex Jones", "Michael Ruppert" ou "Daniel Estulin", quando é sabido que estes nomes são falados, e muito, em tais círculos políticos.
Já o disse aqui e repito. Os seus livros são lidos por pessoas com poder neste país. E estou até a falar de pessoas que nem sequer põem os pés na Assembleia da República. Pessoas essas que, de tão interessadas que estão nos seus livros, vão até pedi-los emprestados aos seus (maiores) opositores políticos, quando tais livros são muito difíceis de arranjar.
Por isso, este "jornalista" que minta à vontade (mais uma vez - como ele gosta e é, pelos vistos, seu hábito), que, a mim pelo menos é que, não engana.
Dinamarca fica um tanto mais longe de Lisboa d q Castelo Branco. Teu livro está aqui, e foi lido e referido na imprensa nacional, e espero que tenha mais cobertura ainda. Basta querer! Mas diga me: É normal usar o parlamento, edifício é espírito, como palco de vendas / lançamentos de livros cujo tema está em plena CPI, como é o caso? Abraço de Morten G. DK.
Uns bem.Outro mal. Assim vai o nosso Portugal
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