20050215

Reflexões sobre Fátima

Há uns tempos fui fazer uma reportagem à Nazaré, essa terra de pescadores. Era uma reportagem que envolvia um problema com uma habitante e o padre local, pelo que tentei ouvir o bispo de Leiria. Foi um engano meu, porque apesar de Leiria estar ali tão perto, a Igreja da Nazaré afinal pertencia à diocese de Lisboa.
Perto da Nazaré fica Fátima, que se tornou no maior centro religioso nacional e até internacional após as notícias das aparições da Virgem, em 1917.
Até àquela altura, Nazaré era um rico centro religioso, fruto da devoção dos pescadores. E esse dinheiro era então gerido por Lisboa. Fátima, mais tarde, iria dar muito dinheiro a ganhar ao bispo de Leiria.
Dito assim, até parece que Fátima foi uma invenção do bispo de Leiria devido ao facto de estar a ser privado dos fundos da Nazaré. Contudo, este facto misturou-se com uma outra história que, anos antes, ouvi a caminho de Manteigas, com José Rabaça ao volante. Ouvi que, inicialmente, o "milagre" esteve pensado para ter lugar naquela vila da Serra da Estrela, a mais alta de Portugal. Mas, acabou por vencer a opção Fátima, devido à sua localização mais central no País - até parecia um concurso para a localização de um aeroporto...
Não quero criticar opções e "milagres" religiosas. Respeito todas as religiões que defendem a solidariedade, vida e amor pelo próximo.
A irmã Lúcia morreu.
Com 97 anos.
Cumpriu-se uma outra profecia de Fátima que dizia que ela, ao contrário dos primos, iria viver muitos anos. Lembro-me de ouvir isto no colégio de freiras que frequentei no Porto...
Não sei o que pensar sobre Fátima, mas apenas sei que a minha mãe nasceu a 13 de Maio e chama-se, muito naturalmente, Maria de Fátima. E eu amo-a.

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