Livro de Cavaco: modo de utilização
O segundo volume da autobiografia política do antigo primeiro-ministro Cavaco Silva, que amanhã será colocado à venda, e caso siga a mesma linha do primeiro volume, precisará então de um "guia para modo de utilização", o que passarei a explicar - os leitores do meu livro "Eu Sei Que Você Sabe - Manual de Instruções para Teorias da Conspiração" já conhecem o caso.
Depois de ler o primeiro volume cheguei à conclusão de que, ao contrário de muitos outros políticos, Cavaco Silva não mente, não esconde nada, mas confia na inteligência das pessoas para descobrirem certos factos...
Assim, a título de exemplo, no primeiro volume da autobiografia política, quando li as informações que o nosso antigo primeiro-ministro escreveu sobre o caso de tráfico de armas por Portugal no âmbito do escândalo "Irangate", descrevendo factos ocorridos em Lisboa entre os dias 20 e 23 de Novembro de 1985 (cerca de 15 dias depois dele ter chegado a S. Bento), descobri que Cavaco não contou que, a 21 de Novembro desse mesmo ano, no intervalo de certas trocas de telefonemas entre o seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Pires de Miranda, e responsáveis da administração norte-americana, o primeiro-ministro português tivera um encontro com o presidente Ronald Reagan, no âmbito de uma reunião de líderes da NATO, em Bruxelas, para ouvirem as conclusões da cimeira de Reagan com o então líder soviético Gorbatchev.
Achava eu que Cavaco Silva andava-nos a ocultar informações, quando porém, acontece que, afinal, estava equivocado, pois ao ler com atenção a obra, reparei que o primeiro-ministro escrevera realmente na sua autobiografia política que tivera aquele encontro com Reagan naquela mesma data...
O "problema" é que Cavaco descreveu esse encontro e registou a data na página 172, onde contou como fora essa sua primeira reunião de líderes da NATO, enquanto que o relato do que acontecera em Lisboa, no dia anterior e nos dois dias seguintes a esta reunião de Bruxelas, só veio escrito (e sem nunca mencionar este "detalhe" do encontro com Reagan) ao fim de 77 páginas mais à frente, na página 249, precisamente quando abordou o negócio de armas com os norte-americanos.
Concluí que Cavaco não nos mentiu, não escondeu nada aos seus leitores, e que apenas confia na inteligência de cada um para descobrir a verdade nos detalhes. Este é o conselho que deixo a todos os jornalistas e leitores que a partir de amanhã irão tomar contacto com o segundo volume desta autobiografia política.
Depois de ler o primeiro volume cheguei à conclusão de que, ao contrário de muitos outros políticos, Cavaco Silva não mente, não esconde nada, mas confia na inteligência das pessoas para descobrirem certos factos...
Assim, a título de exemplo, no primeiro volume da autobiografia política, quando li as informações que o nosso antigo primeiro-ministro escreveu sobre o caso de tráfico de armas por Portugal no âmbito do escândalo "Irangate", descrevendo factos ocorridos em Lisboa entre os dias 20 e 23 de Novembro de 1985 (cerca de 15 dias depois dele ter chegado a S. Bento), descobri que Cavaco não contou que, a 21 de Novembro desse mesmo ano, no intervalo de certas trocas de telefonemas entre o seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Pires de Miranda, e responsáveis da administração norte-americana, o primeiro-ministro português tivera um encontro com o presidente Ronald Reagan, no âmbito de uma reunião de líderes da NATO, em Bruxelas, para ouvirem as conclusões da cimeira de Reagan com o então líder soviético Gorbatchev.
Achava eu que Cavaco Silva andava-nos a ocultar informações, quando porém, acontece que, afinal, estava equivocado, pois ao ler com atenção a obra, reparei que o primeiro-ministro escrevera realmente na sua autobiografia política que tivera aquele encontro com Reagan naquela mesma data...
O "problema" é que Cavaco descreveu esse encontro e registou a data na página 172, onde contou como fora essa sua primeira reunião de líderes da NATO, enquanto que o relato do que acontecera em Lisboa, no dia anterior e nos dois dias seguintes a esta reunião de Bruxelas, só veio escrito (e sem nunca mencionar este "detalhe" do encontro com Reagan) ao fim de 77 páginas mais à frente, na página 249, precisamente quando abordou o negócio de armas com os norte-americanos.
Concluí que Cavaco não nos mentiu, não escondeu nada aos seus leitores, e que apenas confia na inteligência de cada um para descobrir a verdade nos detalhes. Este é o conselho que deixo a todos os jornalistas e leitores que a partir de amanhã irão tomar contacto com o segundo volume desta autobiografia política.
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