Anda por aí toda a gente escandalizada com a decisão de não se levar a julgamento os arguidos do caso da ponte de Entre-os-Rios, apenas porque se resolveu atribuir o sucedido a "causas naturais".
Não entendo a admiração.
Neste país, vendo o estado da maioria das pontes e da qualidade da inspecção às mesmas (lembro-me, por exemplo, aquela passagem de peões que caiu no IC-19 e, só por um feliz acaso, não matou ninguém), toda a queda de pontes em Portugal é, obviamente, devido a "causa naturais".
Naturalmente, ninguém está à espera que uma ponte resista tanto tempo sem os devidos cuidados. E, naturalmente, conhecendo a gestão de 30 anos de saudável democracia, sabemos que ninguém vai assumir responsabilidades, quando, afinal, responsáveis até somos todos nós.
Agora, será preciso levar um País inteiro a tribunal?
Claro que não.
Por isso, meus senhores, por isso não digam que a Justiça não funciona.
Ela funciona.
Por causa disso fomos hoje todos condenados a pena perpétua, a cumprir nesta "prisão" chamada Portugal, da qual só se salvarão os que conseguirem sair daqui.
A salto.
Como há 30 anos.
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