Já aqui disse há uns tempos que gosto de Pacheco Pereira. Se calhar é por ele também ser do Porto, lembrar-se, de vez em quando, que já existiu uma pessoa chamada Sá Carneiro, e passar horas em bibliotecas. Reconheço-lhe inteligência, capacidade verbal e desenvoltura na escrita, para além de ser uma pessoa que sempre soube estar na vanguarda das novas tecnologias, como é o caso do blogue "Abrupto".
Acho-lhe piada quando quer falar de política, porque é honesto e puro nos seus pensamentos, como daquela vez em que, quando era candidato à Câmara de Loures pelo PSD, em 1989, ter criticado os gastos excessivos do autarca do PCP com a... cultura.
Agora, quando o vejo a zurzir contra os jornalistas que informam sobre o processo da Casa Pia, sobretudo aqueles que revelam nomes de políticos que constam no processo - e que deveriam estar ainda em segredo de justiça -, não consigo deixar de me lembrar daquela vez em que, quando estava eu a ver na televisão o jogo FC Porto-Benfica, recebi um telefonema a dizer-me para mudar para a SIC, onde a primeira coisa que vi foi o logotipo do blogue "Muito Mentiroso". E Pacheco Pereira, a "coberto" de um discutível pretexto de ensinar o povo a desmontar um texto desinformativo, tornava mais do que público e notório uma grande carta anónima...
Hoje, quando há pouco, no regresso do "Flash-Back", na SIC Notícias, Pacheco disse que estas fugas de informação não aconteceriam na Inglaterra, não posso deixar de me lembrar é precisamente graças a essas coisas acontecerem na Inglaterra que, anteontem, se soube que o nome do presumível autor de uma conspiração para assassinar a princesa Diana, e que estava anónimo num carta, era afinal o do próprio príncipe Carlos - que, como se sabe, é titular de um cargo por direito divino. Nós cá, por favor, só temos um ser humano na Presidência da República que pode ser sufragado de cinco em cinco anos...
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