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20040109

Glória fácil

Muita gente pergunta-me se não estou contente, ou até orgulhoso, por assistir agora aos recentes desenvolvimentos sobre o caso da princesa Diana, quando, desde Agosto de 2000, escrevi pela primeira vez sobre o espião Oswald Le Winter e as suas teorias a respeito das causas e razões da morte, que agora, volvidos quatro anos, começam a ser devidamente consideradas e investigadas ao mais alto nível.
Ainda por cima, as tais teorias parecem estar devidamente sustentadas com a divulgação da carta de Diana, onde ela acusa o seu marido Carlos de atentar contra a sua vida.
Deveria sentir-me recompensado profissionalmente com estas recentes revelações, principalmente se formos a ver que, quando, em Outubro de 2000, fui visitar Oswald Le Winter à prisão onde estava detido, nos arredores de Viena, Áustria - por ter tentado vender alegados documentos da CIA a Mohamed Al Fayed contendo os planos da morte de Diana e Dodi em Paris -, isso foi então suportado financeiramente por mim. Durante um breve período de férias. E, ainda mais. Em Janeiro de 2001, pouco depois de ter saído da prisão, Le Winter escolheu Lisboa para residir, tudo devido a uma sugestão que eu lhe fizera durante a visita na prisão, visto que ele confessava não saber onde iria viver caso Bush ganhasse as eleições.
Apesar destes acontecimentos, passados e recentes, não estou particularmente contente. Apenas tenho uma única sensação: fiz o meu trabalho de jornalista. Sempre. Sem qualquer receio de vir a ser desmentido no futuro, porque limitei-me a relatar factos públicos. Sem necessidade de violar segredos de justiça.

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