20030808

ChamasIII

Esta contou-me uma pessoa amiga: Lá no local de trabalho, ela fartou-se de tentar explicar aos colegas que não eram apenas os maluquinhos e os distraídos que fazem parte do "erro humano" dos incêndios. Existe ainda uma terceira classe desse "erro humano", que são os interesses económicos. Pelo que surgiram comentários do género: "Que disparate! Isso era uma atrocidade enorme!", "Eles seriam lá capazes de fazer isso?!" e ainda: "Morreram pessoas, caramba!". No dia seguinte, como que a responder às suas preces, o "Diário de Notícias" anunciava na primeira página que a PJ já tinha iniciada uma investigação aos interesses económicos nos fogos florestais. Propositadamente, deixou em cima da mesa da cozinha comum no local de trabalho o referido jornal com a manchete bem à vista. Chegou a primeira colega: "Olha o 'DN'! De quem é?", ao que ela respondeu: "É meu", tentando fazer um ar desinteressado. "Posso ver?", perguntou a colega, "Tás à vontade! Força!", respondeu essa minha amiga, já a preparar mentalmente o argumento final confirmativa da conversa do dia anterior. E discretamente observou: A colega começou por abrir o jornal pela última página, desfolhando-o rapidamente do fim para o princípio até que parou: "Ah! Cá está!". E começa: "'Balança: uma figura feminina da sua família poderá vir a ganhar maior importância'... Ah! É a minha cunhada, ela vem cá este fim-de-semana"... Entretanto, chegou uma segunda colega que ainda acrescentou: "Olha, vê lá Leão, que é o do meu namorado...". Conclusão: ela ficou deprimidíssima e nem quis perder mais tempo a tentar esclarecer aquelas mentes sobre os problemas que nos afectam a todos. Mas, também para quê tentar acordá-los do seu "sonho", pois se para eles tanto lhes faz?

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