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20111007

Sobre a memória e a memória dos jornalistas

O jornalista António Granado confessou hoje que já errou ao escrever uma manchete. Diz que nunca mais se esqueceu da notícia que, então ao serviço do diário "Público", mandou imprimir: "Avião explode sobre o Mar Morto" quando, na realidade, o avião não caíra sobre o mar de Israel, mas sim no Mar Negro, para os lados da Rússia. Penso que não deve ser considerado um erro, mas sim um engano perfeitamente explicado pelo facto do avião ter partido de Israel. Granado disse que confiou na memória quando ditou o título para a primeira página e, portanto, avisa: "Nunca mais me esqueci que os jornalistas não devem confiar na memória"...
Devo dizer que, seguindo o conselho de Granado, também eu nunca confiei na memória e nunca quis guardar nada na memória. Pode parecer contraditório, pois o meu trabalho jornalístico é precisamente o de avivar a memória e queixo-me sempre que a memória está afastada das actuais redacções. Ora, o que parece uma contradição, é de facto a confirmação de que não guardo nada na memória. Confusos? Eis uma explicação prática: não me lembrava deste engano do "Público", nem sequer me recordava da queda daquele avião. Mas, assim que li o texto de António Granado, fiquei com curiosidade em querer saber mais sobre o caso.



Afinal, por que razão caiu aquele avião? Teria sido mesmo um atentado terrorista poucos dias depois do 11 de Setembro de 2001? Como António Granado não mencionou o "follow-up" da história, fiz uma busca na memória da... Internet. Acabei por ir parar ao site do Aviation Safety Network que me informou que ""flight 1812 had departed Tel Aviv for a flight to Novosibirsk. It proceeded at an altitude of FL360 on airway B-145 over the Black Sea. At the same time the Ukraine defence forces were doing an exercise near the coastal city of Theodosii in the Crimea region. Missiles were fired from an S-200V missile battery. A 5V28 missile missed the drone and homed in on the Tupolev. The missile exploded some 15 meters above the plane. The aircraft sustained serious damage, resulting in a decompression of the passenger cabin and a fire. The aircraft entered an uncontrolled descent, crashed into the sea and sank to a depth of 2000 m".
Ora, ao ler isto, recordei-me de uma notícia sobre a queda de um outro avião, este nos EUA, anos antes, e que sempre se suspeitou que teria sido abatido por um míssil, embora isso nunca tenha sido provado. É um caso que ficou conhecido como TWA 800...



Será isto fruto da memória? Não. Para mim, que tanto faz, é apenas trabalho jornalístico.

8 comentários:

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  4. (Monólogos sobre dislexia à parte, aqui vai o texto correctamente escrito... Peço desculpa pela sucessão de comentários...)

    Sobre o voo 800 da TWA, o advogado David Schippers disse, numa entrevista ao The Alex Jones Show, que foi um ataque terrorista. Embora eu não esteja a ver porque razão tal possa ter acontecido. (Será a história do suposto míssil, disparado "acidentalmente" pela marinha americana, uma falsa pista, para despistar?)
    Sobre o mencionado voo que foi abatido sobre o Mar Negro, a minha memória reconheceu logo a história descrita. :)
    Tratou-se de mais um estranho incidente, inserido numa estranha série de mortes que ocorreram de microbiólogos, nos meses que se seguiram aos atentados de 11 de Setembro.
    O jornalista de investigação Michael C. Ruppert mencionou este facto várias vezes nos seus artigos. (Ler, por exemplo, esta notícia, a partir do subtítulo "OOPS!", ou esta, a partir do subtítulo "DEAD MICROBIOLOGISTS".)
    Penso que esta estranha série de mortes seja motivo de grande preocupação. Pois, após as mesmas, foram vários os casos que ocorreram de estranhos surtos de vírus, que se veio mais tarde a saber serem muito provavelmente armas biológicas. (Veja-se o mais recente.)
    E com as elites, que quase tudo controlam, a se quererem livrar de 2/3 da população mundial até meio deste século... "ui, ui"...

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  5. Não conheço o caso, mas as mortes de aião de equipas inteiras são casos frequentes!!!

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  6. fernando negro:

    Obrigada por este post acima referido.

    Infelizmente não me surpeendeu.

    ibis

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  7. Também nunca confio na memória, por isso faço qquestão de anotar as coisas que acho importante. Mas sei que há muita falta de memória por aí, tanta coisas que se diz que não é real tem como fim conseguir os objectivos de alguém, manipular a opinião pública.

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