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20110801

Entra agosto...

Anda por aí uma autêntica “mania” de abate da letras maiúsculas. As minúsculas estão a ganhar cada vez mais terreno contra as pobres das maiúsculas – que, saliente-se, nunca estiveram em maioria nas palavras e basta ver que, até ao momento, foram usadas apenas três maiúsculas desde o início deste texto – contado já com a do título…
O novo acordo ortográfico prevê o fim das maiúsculas nos nomes dos meses e também nas estações do ano. Ao todo, são 16 maiúsculas que desaparecem, enquanto que as minúsculas – seis em Janeiro; oito em Fevereiro; quatro em Março e também em Abril, Maio, Junho e Julho; cinco em Agosto; sete em Setembro; seis em Outubro e, novamente, sete em Novembro e Dezembro; quatro no Verão; cinco no Outono; seis no Inverno e, finalmente, oito na Primavera – já eram, no total, 89. Agora, ao somarmos mais 16, isso vai dar 105 minúsculas e zero maiúsculas! Isso é quase uma maioria absoluta na Assembleia da República!



Assim, se um dia um poeta quiser escrever “verão um Verão melhor no mês que se gasta Agosto”, terá de ter muito cuidado para que depois não venha a ser corrigido na edição final por alguém que altere a frase para “verão um verão melhor no mês que se gasta a gosto”. Ou ainda, quando a prima Vera vier visitar-me num dia de Verão, terei de ter cuidado para que os vizinhos não pensem que verão a primavera em minha casa…



Sabemos que há ainda o exemplo na Imprensa nacional de se aceitar de bom grado grafar em minúsculas o nome artístico de um escritor, apenas porque ele assim o quer. Mesmo que tal grafia seja errada do ponto de vista convencional, a medida é cumprida sem grande resistência. Deste modo, ainda verão que um dia seguro come coelho ao inverno!

6 comentários:

  1. Sugiro que, tal como eu, pratiquem algo que se chama "desobediência civil". E simplesmente não adoptem estas novas regras.
    Que se tirem as consoantes que não são lidas, faz todo o sentido. E só não o faço por uma questão de hábito.
    Agora, que se tirem maiúsculas em palavras que, na minha opinião, definitivamente as merecem, isso é algo com que já não concordo.
    Eu irei, até morrer, escrever Primavera, Verão, Outouno, Inverno, Janeiro, Fevereiro, Março, etc...
    E a mim é que não me apanham a escrever "minissaia" e outros novos grafismos horríveis que nos tentam impingir.

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  2. ana borger02 agosto, 2011

    Fernando,
    Não me leve a mal, mas não concordo consigo numa coisa: Eu continuarei a escrever 'Outono', não 'Outouno' :-)

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  3. hehe :)
    Não, não levo a mal. (Ana BorgeS...)
    Eu costumo ser um pouco disléxico a escrever. E tenho sempre de fazer um esforço para não cometer este tipo de erros.
    Tem a ver com a minha propensão a não reparar em pormenores.

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  4. Fernando,

    Essa de não reparares em pormenores, não me convence! ;)

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  5. Viriato,

    Você não me conhece...
    Já me aconteceu no passado, por exemplo, enviar uma mensagem por e-mail onde escrevo a palavra "impedidos" correctamente e, horas depois, publicar essa mesma mensagem na Internet escrevendo "empedidos".
    Quando escrevo, ocorre com alguma frequência escrever incorrectamente palavras que sei escrever correctamente, substituindo partes por sons semelhantes.
    Não sei qual é a razão de ser disto, mas está certamente relacionado com a minha propensão a não reparar em pormenores.
    E isto causa-me dificuldades também em ler e, consequentemente, em detectar este tipo de erros quando escrevo.
    Nasci já com o cérebro sintonizado para o "pensamente" (como escrevi inicialmente esta palavra, para dar mais um exemplo...) "asbstracto" (mais um exemplo em que reparei e que, propositadamente, não irei corrigir) e, por isso, facilmente me abstraio da realidade em meu redor e não reparo mesmo em certo pormenores.
    Posso estar com uma pessoa durante muitos dias repetidos e, semanas depois, não sei dizer se a pessoa usa óculos ou não.
    Já me aconteceu também estar perdidamente "apaixonada" por uma rapariga que conheço desde criança e, ainda hoje, não sei dizer de que cor são os olhos dela...
    Como digo, você não me conhece...

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