Blogue do jornalista Frederico Duarte Carvalho, com coisas que tanto faz que se saibam porque em nada servem para o que sabemos. e-mail: paramimtantofaz@gmail.com
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20110407
Manifesto-me por Portugal
Só existe um único grande partido em Portugal. Esse partido não se chama PSD, nem PS nem CDS, nem mesmo PPM. Esse partido chama-se AD. Foi a AD que deu a maioria absoluta a Sá Carneiro, em 1979. Sem a AD, foi depois necessário, em 1983, fazer o Bloco Central entre PS e PSD e, sem a AD, Cavaco Silva teve uma maioria relativa na primeira vez que se candidatou a primeiro-ministro, ou seja, em 1985. Foi, contudo, graças ao efeito AD da campanha presidencial do início de 1986, com Freitas do Amaral como candidato do PSD, que, em Junho de 1987, Cavaco Silva conseguiu conquistar sozinho o eleitorado da AD, esvaziando o CDS. Segurou essa maioria na reeleição de 1991, mas o PSD não iria conseguir a repetição com as eleições de 1995, altura em que o PS de Guterres obteve uma maioria relativa, aproveitando a divisão da AD e o desgaste dos meses finais do cavaquismo. Mas, Guterres nunca conseguiu convencer o leitorado da AD e, por isso, nunca teve a maioria absoluta que pretendia nas eleições de 1999. Demitiu-se em finais de 2001. Nas eleições antecipadas de 2002, Durão Barroso não conseguiu a maioria absoluta da AD, pois no CDS Paulo Portas conseguira inverter a “vampirização” do eleitorado centrista e recuperou parte dos votantes da AD para o partido. Contudo, como Barroso e Portas fizeram um acordo pós-eleitoral, nunca conseguiram usar a força plena da AD – sobretudo quando não tinham consigo o pequeno PPM para juntá-los nas diferenças. As eleições antecipadas de 2005 foram ganhas por José Sócrates que conseguiu juntar parte do eleitorado da AD ao seu PS. Afinal, a esquerda sempre criticou a maioria de Sócrates de estar mais próxima das políticas de direita – da AD - do que propriamente da sua área de origem política e social. Em 2009, com todos divididos, a AD não deu maioria absoluta a ninguém. O que vai acontecer nas próximas eleições de 5 de Junho é simples: ninguém vai ter maioria absoluta, pois não há AD. Posso, contudo, arriscar que, graças ao facto do PSD achar que poderá obter a maioria relativa e depois aliar-se ao CDS e repetir o governo de 2002, isso poderá potenciar uma subida do PS durante a campanha eleitoral. O PSD, ao recusar uma aliança pré-eleitoral com o CDS e outros pequenos partidos que, apesar de pequenos na sua expressão eleitoral são grandes nas ideias que defendem para Portugal – caso do PPM -, perdeu o eleitorado da AD. Mesmo que o plano de Coelho dê certo, duvido que aguente mais do que dois anos. Entretanto, o PS vai-se organizar. Vai eleger António Costa e, finalmente, poderá fazer um governo de Bloco Central com o PSD. Nessa altura, o líder será Rui Rio. Está já escrito há muito tempo. Não estou a dizer nada de novo. Manifesto-me, isso, sim, pois não sei se esta última solução será a melhor para Portugal. Este é um País pequeno na sua dimensão geográfica, mas grande em termos de História e de soluções. Basta ser bem gerido, basta não ser despesista e basta incentivar à produção. Basta colocar as leis a funcionar com ética e transparência. Basta de apostar em soluções erradas. Basta.
Pois! Fred
ResponderEliminarFred,
ResponderEliminarCom todo o respeito: Vai-te encher de moscas...
Por acaso achas que ainda existe um leitor do teu blog que vá na cantiga de qualquer partido político? Ou alianças politicas? Nem tu!
ResponderEliminarComo dizia um saudoso amigo meu:
" Acabaste de cair das escaleiras abaixo..."
Fred:
ResponderEliminarDeixa-te de fazer campanha pelo PPM!
E deixa de pensar que o mal disto foi o Sá Carneiro ter morrido antes de tempo.
Todos somos boas pessoas depois de mortos, não é?
O problema é que tu tivestel, desde a primeira linha deste blog, um discurso proto-fascista, anti-partidos. Daí esta manifestação, também ela anti-democrática, dos teus leitores/seguidores. A verdade é que é esta democracia, republicana e burguesa (ou o que tu ou os teus seguidores lhe queiram chamar)que te (vos) permite que possam, livremente, defender todo o tipo de disparates.
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