Há 10 dias, lembrei aqui as palavras de Durão Barroso durante o discurso de encerramento do XXV Congresso do PSD, em Oliveira de Azeméis, a 23 de Maio de 2004 (no vídeo está 23 de Março, mas é engano...), onde o então primeiro-ministro manifestava o seu apoio a António Vitorino para Presidente da Comissão Europeia. Levantei então a hipótese de que Durão Barroso estaria a fazer uma encenação, pois ele é que acabou por ser o escolhido, abrindo assim a porta a uma crise política que provocou a eleição de José Sócrates. Agora, as minhas suspeitas confirmam-se: "Para o presidente do PPE, o momento crucial aconteceu no dia 24 de Maio de 2004, em Lisboa, num almoço com o então Primeiro-ministro português. O político belga tinha como missão encontrar um candidato do PPE à presidência da Comissão Europeia e depois de Barroso ter dito que apoiava Vitorino, Marteens retorquiu que o próprio Barroso seria o melhor candidato e foi já no final da conversa que Barroso admitiu a possibilidade de avançar caso o PPE não conseguisse encontrar mais ninguém. Durão Barroso acompanhou essa disponibilidade de um aviso: se isso fosse tornado público, negaria tudo, conta o antigo Primeiro-ministro belga, em declarações à Renascença".
É claro que sempre se pode dizer que não há contradições, pois a 23 de Maio Durão Barroso defendia a solução Vitorino e foi apenas no dia seguinte que aceitou ser ele próprio considerado como hipótese e, por isso, pediu que não fosse tornado público. Mas - e isto é dito dentro do PSD -, aquele congresso de Oliveira de Azeméis foi então considerado "inútil", a não ser que Durão Barroso estivesse a fazer contas para a sua saída. E isso viu-se agora: Barroso estava mesmo a fazer contas.
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