Os livros de Saramago nunca me arrebataram completamente, pois grande parte do meu imaginário está, felizmente, “contaminado” pela boa Banda Desenhada que sempre li. Assim, as parábolas de uma Península Ibérica que se separa do resto da Europa como um jangada de pedra ou aquela da população que fica cega de um dia para outro, são universos que, para mim, têm paralelo em BDs editadas muito antes de Saramago ter escrito os seus livros. Aliás, já aqui tinha falado disso. A mais recente “provocação” do escritor com a obra “Caim” teve em mim o mesmo efeito, pois todas as palavras que ouvi sobre o velho testamento já soavam a desfasadas, sobretudo aquelas onde Saramago diz que o Deus do Velho Testamento é um tipo com mau carácter. Agora, para confirmar esta ideia, anuncio a recente publicação da adaptação do Velho Testamento em Banda Desenhada feita pelo veteraníssimo, polémico e genial autor norte-americano Robert Crumb. E este trabalho, ao contrário do despudor com que foi anunciado o facto de Saramago ter demorado apenas 4 meses a escrever "Caim", custou a Crumb cinco anos da sua vida.
Saramago demora poucos meses porque copiar ideias dos outros é sempre muito mais rápido.
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