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20071126

O fantasma de um Natal passado

No Natal do ano passado, a redacção da Focus reuniu-se para uma fotografia de conjunto num postal de Natal personalizado. Eram estes "os malucos", como na altura lhes chamou o chefe de redacção, o João Vasco Almeida...



Passados uns meses, o Bruno foi para uma outra revista dentro do grupo, mas não renovaram o contrato à Viçoso e ela teve de ir embora. Foi a primeira. Em Março, entrou uma nova direcção e o director, Frederico Valarinho, assim como o João, foram imediatemente afastados da redacção. Dias depois, foi afastado o Maia. O José Carlos preferiu despedir-se. Os estagiários também foram embora (vieram outros, em número idêntico, para começar de novo a aprendizagem com os poucos que havia sem muito tempo para os orientar...). Mais recentemente, "convidaram" o Pedro, a Paula, o Hélder e o Hugo a mudarem para uma estranha secção fora da redacção. Três destes já se despediram. A Fátima, a nossa secretária há 12 anos, também saiu há 15 dias. Vamos fazer o jantar de despedida para a semana...



A todos os que já lá não estão e com quem tive o prazer e orgulho de trabalhar, o meu sentido desejo de um Bom Natal, onde quer que estejam...

4 comentários:

  1. Pois é...
    Este mundo trabalhador de Portugal é como um video-jogo. Matas os esqueletos para teres dinheiro para comprar mais esqueletos para matar.
    No fim, quantos mais esqueletos matares mais pontos acumulas, quantos mais pontos acumulas mais te aproximas do prémio final.
    Precisas de muitos pontos para chegar ao último nível e quando consegues só ganhas o jogo quando conseguires matar o esqueleto mais forte e poderoso.

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  2. hum... este país, a nivel de empregos, está cada vez mais dificil. grande revolução que vai nessa revista... eu podia ter sido uma das estagiárias com muito prazer :) o único e grande problema foi não ser remunerada. infelizmente não tenho pais ricos pra eu poder trabalhar de graça...

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  3. Assustador. Nunca pensei que estivesse assim tão mau.
    O que se devia fazer era exigir 150% do valor base de um salário de um trabalhador do quadro da empresa sempre que se estivesse a recibos verdes; era impor sanções a empresas que vivem do trabalho gratuito de estagiários, quem visita regularmente o cargadetrabalhos.net sabe que há anúncios e empresas recorrentes. O que se havia de fazer era perceber porque é que empresas que supostamente dão lucro, não pagam atempadamente aos trabalhadores. O que se havia de fazer era termos uma educação cívica mais solidária e deixar uma série de gente na mão, como têm deixado tanta gente. Mas eu que não tenho um vínculo seguro e tenho contas para pagar, percebo tanta inércia. A ideia que às vezes tenho é que quem manda acha que as pessoas que fazem as revistas, jornais, rádios e televisões podem ser descartadas porque qualquer um faz aquele trabalho, e estão certos, há sempre um que está disposto a ganhar menos porque precisa de ganhar qualquer coisa, e conheço gente que já paga para trabalhar.
    Mas imaginem uma semana sem notícias em Portugal, ficava um país inteiro desorientado e desligado de quem é. Mas isso também acho que já é...

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  4. Apesar de fazer parte do grupo dos "apagados" da fotografia original, só tenho a dizer que tive enorme orgulho em trabalhar com tais profissionais e que reitero os meus votos de que o próximo ano seja cheio de boas notícias. Para todos os que se entregaram de alma e coração a um projecto que sabiam pender sobre ele uma espada de Dâmocles - ou de Jacques Rodrigues...

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