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20070226

A tomada de Olivença pelos Vader portugueses


Teve piada, sobretudo porque usaram esta bandeira.

6 comentários:

  1. Olivenza.....¿El "Gibraltar" luso?

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  2. Desculpe a intromissão caro anónimo, mas tem um erro ortográfico no seu post: É Olivença não Olivenza.

    Muito obrigado

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  3. Portanto... é uma espécia de OPA do BES a Olivença. Certo?

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  4. A la entrada de Jibraltar luce un escudo de piedra con las armas de los Reyes Católicos

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  5. Saloios...

    Podiam era meter uma bandeira verdadeiramente portuguesa em Chelas ou na Damaia.

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  6. UM ESTRONDOSO ÊXITO, A JORNADA DO PORTUGUÊS DE OLIVENÇA DO DIA 28 DE FEVEREIRO DE 2009
    O dia amanheceu sem nuvens significativas. O Sol pareceu querer saudar o evento. E não
    era para menos!
    Neste dia 28 de Fevereiro de 2009, e pela primeira vez desde 1801, a Língua Portuguesa
    manifestava-se livremente em Olivença. Mais do que isso, com a "cobertura" das
    autoridades espanholas máximas a nível local e regional. E, talvez ainda (!) mais
    importante do que tudo isso, graças à iniciativa, ao esforço, à coragem de uma associação
    oliventina, a Além-Guadiana.
    Não por acaso, jornais e televisões estavam representados. E talvez por acaso, pois
    outra razão seria insustentável, não estavam órgãos de comunicação portugueses,
    empenhados com outras realidades informativas. De facto, decorria o Congresso do Partido
    do Governo em Lisboa.
    A Jornada do Português Oliventino decorreu na Capela do vetusto Convento português de
    São João de Deus. Num clima de alguma emoção. Estava-se a fazer História... e quase 200
    pessoas foram testemunhas disso, entre as quais o arqueólogo Cláudio Torres, o "herói" do
    mirandês Amadeu Ferreira, e... bem... fiquemos por aqui!
    Falou primeiro o Presidente da Junta da Extremadura espanhola, Guillermo Fernández
    Vara. Curiosamente, um oliventino. Foi comovente ouvi-lo confessar que, na sua casa
    paterna, o Português era a língua dos afectos. Uma herança que ele ainda conserva, apesar
    de já ser bem crescidinho... e Presidente duma região espanhola.
    De certa forma, estava dado o mote. O Presidente da Câmara de Olivença, Manuel Cayado,
    falou em seguida, realçando o amor pela língua portuguesa, e acentuando o papel de
    Olivença como ponto de encontro entre as culturas de Portugal e Espanha.
    Joaquín Fuentes Becerra, presidente da Associação, fez então uma breve intervenção, em
    que se destacou a insistência no aspecto cultural da Jornada.
    Juan Carrasco González, um conhecido catedrático, falou das localidades extremenhas,
    quase todas fronteiriças, onde se fala português, com destaque para Olivença, e defendeu
    que tal característica se deveria conservar.
    Usou depois da palavra Eduardo Ruíz Viéytez, director do Instituto dos Direitos
    Humanos e Consultor do Conselho da Europa, vindo de Navarra, embora nascido no País
    Basco, que defendeu as línguas
    minoritárias e explicitou a política do Conselho da Europa em relação às mesmas. Informou
    a assistência sobre o ocorrido com o Português de Olivença. De facto, o Conselho da
    Europa já havia pedido informações ao Estado Espanhol sobre este desde 2005, sem que
    Madrid desse resposta. Em 2008, graças à Associação Além-Guadiana, fora possível conhecer
    detalhes, com base nos quais o Conselho fizera recomendações críticas.
    Seguiu-se Lígia Freire Borges, do Instituto Camões, que destacou o papel da Língua
    Portuguesa no mundo, com assinalável ênfase e convicção. Tal discurso foi extremamente
    importante, já que, tradicionalmente, em Olivença, se procurava (e ainda há quem procure)
    menorizar o Português face ao "poderio planetário" do espanhol/castelhano.
    Uma pequena mesa redonda antecedeu o Almoço. Foi a vez de ouvir a voz de alguns
    oliventinos, em Português, bem alentejano no vocabulário e no sotaque, em intervenções
    comoventes, em que não faltaram críticas e denúncias de situações de repressão
    linguística não muito longe no tempo.
    À tarde, falaram Domingo Frade Gaspar (pela fala galega, nascido na raia extremenha) e
    José Gargallo Gil (de Valência, a leccionar em Barcelona), ambos
    professores universitários, que continuaram a elogiar políticas de recuperação e
    conservação de línguas minoritárias. O segundo fez mesmo o elogio da existência de
    fronteiras e do de seu estatuto de lugar de encontro e de compreensão de culturas
    diferentes, embora não como barreiras intransponíveis.
    Seguiu-se Manuela Barros Ferreira, da Universidade de Lisboa, que relatou a
    experiência significativa de recuperação, quase milagrosa, do Mirandês, a partir de uma
    muito pequena comunidade de falantes, convencidos, afinal erradamente, de que aquela
    língua tinha chegado ao
    fim. O exemplo foi muito atentamente escutado pelos membros do Além-Guadiana.
    Falou finalmente o Presidente da Câmara Municipal de Barrancos, a propósito dos
    projectos de salvaguardar o dialecto barranquenho e de o levar à "oficialização".
    Queixou-se do estado de abandono em que se sentia o povo de Barrancos face a Lisboa.
    No final, foi projectado um curto filme sobre o Português oliventino, realizado por
    Mila Gritos. Nele surgiam
    oliventinos a contar a história de cada um, sempre em Português, explicando os
    preconceitos que rodeavam ainda o uso da Língua de Camões e contando histórias
    pitorescas. A finalizar o "documentário", uma turma de jovens alunos de uma escola numa
    aula de Português
    pretendia mostrar para a câmara os caminhos do futuro.
    Deu por encerrada a sessão Manuel de Jesus Sanchez Fernandez, da Associação
    Além-Guadiana, que ironizou um bocado com as características alentejanas do Português de
    Olivença, comparando-o com o pseudo superior Português de Lisboa.
    A noite já tinha caído quando, e não sem muitos cumprimentos e alegres trocas de
    impressões finais, os assistentes e os promotores da Jornada abandonaram o local. Com a
    convicção de que tinham assistido a algo notável.
    Estremoz, 28 de Fevereiro de 2009
    Carlos Eduardo da Cruz Luna
    ___________________
    2) O ARTIGO DOUTRO HISTORIADOR
    OLIVENÇA DEFENDE PORTUGUÊS
    (grande fotografia do Convento de São João de Deus em Olivença, com carros e pessoas à
    sua porta)
    ANTÓNIO MARTINS QUARESMA/HISTORIADOR
    Conforme o «Alentejo Popular» noticiou no último número, realizou-se no passado 28 de
    Fevereiro, em Olivença, um encontro, que teve por tema central o português oliventino,
    isto é, o português alentejano ainda falado naquela cidade pela franja mais idosa da
    população.
    A organização deste Encontro deve-se à recentemente fundada associação oliventina Além
    Guadiana, que, estatutariamente, persegue a revitalização das raízes culturais
    portuguesas, em particular da língua. Esta Associação, dirigida por jovens, representa em
    Olivença uma nova maneira de encarar a cultura tradicional, valorizando-a e combatendo o
    preconceito que normalmente atinge as formas de cultura popular.
    O Encontro foi apoiado pelas instituições locais e regionais espanholas, como o
    "Ayuntamiento" de Olivença e a Junta de Extremadura, que aliás estiveram presentes
    através do Presidente da Junta, o também oliventino Guillermo Fernández Vara, e pelo
    "Alcalde" de Olivença, Manuel Cayado Rodríguez.
    Recorde-se que em Olivença, antiga vila portuguesa desde o século XIII, anexada à
    Espanha no princípio do século XIX, o português se falou maioritariamente, até há bem
    pouco tempo. Hoje em dia, é falado apenas por uma minoria, mas os vestígios materiais da
    presença portuguesa são numerosos e muito visíveis. A influência portuguesa é sentida
    também nos «pormenores». A doçaria, por exemplo, onde sobressai um saboroso doce, que dá
    pelo peculiar nome de técula-mécula, é familiar ao nosso gosto alentejano.
    Nesta jornada estiveram presentes alguns linguistas, portugueses e espanhóis, cujas
    comunicações se revestiram de alto nível. Eduardo Ruíz Viéytez fez ressaltar a ideia de
    que a defesa das línguas minoritárias, como o POrtuguês oliventino, é também uma questão
    de Direitos Humanos e uma preocupação do Conselho da Europa. Juan Carrasco González
    explicou as variedades linguísticas da fronteira. Lígia Freire Borges falou no papel do
    Instituto Camões. José Gargallo Gil dissertou sobre fronteiras e enclaves na Península.
    Manuela Barros Ferreira trouxe o MIrandês, a língua minortitária de trás-os-Montes.
    Manuel Jesus Sánchez Fernández focou as dificuldades do Português oliventino. Servando
    Rodríguez Franco mostrou exemplos de alterações toponímicas em Olivença, resultantes da
    interpretação castelhana do POrtuguês. Domingo Frades Gaspar discorreu sobre a língua do
    vale do Eljas. António Tereno, o único responsável político português presente, explicou,
    por sua vez, as vicissitudes por que tem passado o processo de «classificação» do
    «barranquenho».
    Um momento especial foi a intervenção de José António Meia-Canada (querem apelido mais
    alentejano?), natural de Olivença, que, na sua língua materna, deu genuíno testemunho do
    Português oliventino.
    Por fim, foi projectado um projectado um documentário sobre o Português de Olivença,
    realizado a propósito. Após a projecção, com a noite já entrada, a Jornada terminou, no
    meio de geral satisfação, pelo seu êxito e pela geral convicção de que se estão a
    realizar acções profícuas no sentido da defesa do Português oliventino.
    Uma palavra ainda sobre a Associação Além Guadiana. Ela tem o seu sítio na "net", onde
    se podem encontrar notícias sobre as actividades que desenvolvem, para além de diversas
    informações com interesse. Basta procurar no Google, ou ir directamente aos endereços
    "http://wwwq.alemguadiana.com" e "http://alemguadiana.blogs.sapo.pt/". O Presidente da
    Direcção é Joaquim Fuentes Becerra. Os restantes mebros são Raquel Sandes Antúnez,
    conhecida de todos os que gostam de boa música e do grupo oliventino Acetre, Felipe
    Fuentes Becerra, Fernando Píriz Almeida, Manuel Jesús Sanchez Fernández, Eduardo Naharro
    Macías-Machado, Maria Rosa Álvarez Rebollo, José António González Carrillo, António
    Cayado Rodríguez e Olga Gómez.
    À laia de apelo, deixamos aqui uma nota final, dirigida especialmente às entidades
    portuguesas responsáveis pela política cultural, para que, à semelhança do que fazem os
    nossos amigos oliventinos, também em Portugal se preste atenção ao Português alentejano
    de Olivença.

    carlosluna@iol.pt

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