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20061126

Nem acidente nem atentado...

Sobre este P.S. relativo a Camarate



Tenho de elucidar o seguinte: há muita gente que também hoje não sabe se Camarate foi atentado ou acidente. Eu, por exemplo. Não sei se Camarate foi atentado ou acidente, contudo parte do meu trabalho como jornalista é precisamente procurar saber o que se passou. Há quem ainda hoje se recuse a ver os indícios de atentado, como o rastro de detritos que o avião deixou desde a pista até ao local da queda. E o que dizer das partículas encontradas nos pés do piloto ou na axila de Adelino Amaro da Costa, que estava de costas para o piloto? Tudo indica para um engenho explosivo colocado junto ao trem de aterragem. E como explicar os mistérios que ainda hoje gravitam à volta de figuras como José Esteves, o alegado fabricante da bomba, e Lee Rodrigues, o alegado autor da montagem da mesma no aparelho? Sei que a morte de um primeiro-ministro e ministro da Defesa num acidente de avião provoca sempre dúvidas e, por mais autos-de-fé que se façam, essas vão permanecer na mente das pessoas. Isso não quer dizer, porém, que estejam erradas no seu julgamento. As contradições entre políticos reunidos em comissões são naturais face a algumas das descobertas dos chamados efeitos “colaterais”. Esse é que é o verdadeiro problema de Camarate, pois os culpados do tal julgamento que se diz que já foi feito (mas que nunca por um tribunal de Direito) são apenas alguns dos homens mais poderosos do mundo. Tanto mais não seja como autores morais. O verdadeiro crime de Camarate, atentado ou não, é a falta de descoberta da verdade do que poderia ter levado a um atentado ou o encobrimento das verdades que se viriam a descobrir caso o acidente viesse a ser devidamente investigado. Quem não quer ver isto, ou é irresponsável ou mal formado. Concedo que também possa estar mal informado. Para colmatar isso só precisa de ir aqui.

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