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20060618

Holofote na "Notícias Magazine"



"NM", nº 734, 18 de Junho de 2006, página 23

Para saber mais: Blog "A Mensagem Brown".

7 comentários:

  1. Em grande estilo hein?
    Não perca a pedalada agora que lhe estão a dar com os holofotes.
    Dê-lhes com força tambem.
    (outro abraço)

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  2. Só tenho uma coisa a dizer:
    UAU a essa mão no queixo!

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  3. Deves andar todo inchado. Fazes bem. Espero que este mediatismo todo também faça vender os livros.
    Um abraço
    JLD

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  4. Vinícius De Moraes

    A Morte de Madrugada

    "Muerto cayó Federico"
    ANTONIO MACHADO

    UMA CERTA madrugada
    Eu por um caminho andava
    Não sei bem se estava bêbedo
    Ou se tinha a morte n’alma
    Não sei também se o caminho
    Me perdia ou encaminhava
    Só sei que a sede queimava-me
    A boca desidratada.
    Era uma terra estrangeira
    Que me recordava algo
    Com sua argila cor de sangue
    E seu ar desesperado.
    Lembro que havia uma estrela
    Morrendo no céu vazio
    De uma outra coisa me lembro:
    ... Un horizonte de perros
    Ladra muy lejos del río...
    De repente reconheço:
    Eram campos de Granada!
    Estava em terras de Espanha
    Em sua terra ensangüentada
    Por que estranha providência
    Não sei... não sabia nada...
    Só sei da nuvem de pó
    Caminhando sobre a estrada
    E um duro passo de marcha
    Que eu meu sentido avançava.
    Como uma mancha de sangue
    Abria-se a madrugada
    Enquanto a estrela morria
    Numa tremura de lágrima
    Sobre as colinas vermelhas
    Os galhos também choravam
    Aumentando a fria angústia
    Que de mim transverberava.

    Era um grupo de soldados
    Que pela estrada marchava
    Trazendo fuzis ao ombro
    E impiedade na cara
    Entre eles andava um moço
    De face morena e cálida
    Cabelos soltos ao vento
    Camisa desabotoada.
    Diante de um velho muro
    O tenente gritou: Alto!
    E à frente conduz o moço
    De fisionomia pálida.
    Sem ser visto me aproximo
    Daquela cena macabra
    Ao tempo em que o pelotão
    Se punha horizontal.

    Súbito um raio de sol
    Ao moço ilumina a face
    E eu à boca levo as mãos
    Para evitar que gritasse.
    Era ele, era Federico
    O poeta meu muito amado
    A um muro de pedra-seca
    Colado, como um fantasma.
    Chamei-o: Garcia Lorca!
    Mas já não ouvia nada
    O horror da morte imatura
    Sobre a expressão estampada...
    Mas que me via, me via
    Porque eu seus olhos havia
    Uma luz mal-disfarçada.

    Com o peito de dor rompido
    Me quedei, paralisado
    Enquanto os soldados miram
    A cabeça delicada.

    Assim vi a Federico
    Entre dois canos de arma
    A fitar-me estranhamente
    Como querendo falar-me
    Hoje sei que teve medo
    Diante do inesperado
    E foi maior seu martírio
    Do que a tortura da carne.
    Hoje sei que teve medo
    Mas sei que não foi covarde
    Pela curiosa maneira
    Com que de longe me olhava
    Como quem me diz: a morte
    É sempre desagradável
    Mas antes morrer ciente
    Do que viver enganado.

    Atiraram-lhe na cara
    Os vendilhões de sua pátria
    Nos seus olhos andaluzes
    Em sua boca de palavras.
    Muerto cayó Federico
    Sobre a terra de Granada
    La tierra del inocente
    No la tierra del culpable.
    Nos olhos que tinha abertos
    Numa infinita mirada
    Em meio a flores de sangue
    A expressão se conservava
    Como a segredar-me: A morte
    É simples, de madrugada...

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  5. Divinal.
    (o poema e a dedicatória.E...sim,
    que as manhãs lhe apareçam serenas.)

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  6. todo janota.... vai uma pessoa pedalar para as serranias e perde estas coisas....

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