Na entrevista que José Carlos Vasconcelos faz ao seu amigo José Saramago na edição de hoje da revista "Visão" a propósito do mais recente livro do nosso Nobel, "As Intermitências da Morte", onde a alegoria saramaguiana versa sobre a ideia de que a morte fez greve e assim as pessoas deixaram de morrer, a primeira pergunta do jornalista embebecido é: "Outra vez um livro inesperado, quer por não ser nenhum dos que tinhas anunciado ou admitido escrever quer pelo tema absolutamente original. Será que foi para ti especial, aos 82 anos, fazer um romance em que 'a morte' é a personagem centralíssima?"
Compreende-se facilmente que Saramago, aos 82 anos - quase a fazer 83, pois faz anos no próximo dia 16 -, tenha escolhido o tema da morte. Contudo, não posso admitir a expressão "absolutamente original", pois há muitos anos li a formidável aventura em banda desenhada de Martin Milan,"Uma Agonia de Mil Anos", escrita e desenhada por Godard, o mesmo argumentista do "Vagabundo dos Limbos". E, mais uma vez, uma história do Nobel da literatura volta a recordar-me de uma BD...
E quando era mais novo criticavam-me por só ler "bêdês"...
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