Nicolau Santos, um dos subdirectores do "Expresso", no seu espaço de opinião no caderno de economia do semanário, assina um texto nesta edição onde começa por citar um texto do brasileiro Roberto Pompeu de Toledo sobre o caso do "Garganta Funda". Na análise "notável" do nosso irmão na revista "Veja", chega-se à conclusão de que, ao contrário do passado, a imprensa norte-americana actual é "submissa" e a opinião pública "inerte".
O subdirector do "Expresso" lembra depois uma constatação que fez um outro jornalista brasileiro, Fernão Lara Mesquita, do "Estado de S. Paulo", durante o VI Congresso do Jornalismo de Língua Portuguesa, a respeito do "falhanço da imprensa no debate sobre a concentração das corporações, por se terem tornado parte interessada do processo".
Nicolau Santos, aparentemente, só agora é que começou a reflectir sobre o assunto, pois espantou-se-nos ainda com a conclusão de que nos EUA, em 1983, havia 50 companhias que distribuiam notícias, enquanto que em 2004 esse número era apenas de "seis(!)" A saber: Viacom, Disney, Time Warner, General Electric, News Corporation e Comcast.
"Ou seja, a concentração é boa do ponto de vista económico e má em matéria de liberdade de imprensa? O mérito de Pompeu e Mesquita é obrigarem-nos a reflectir sobre o assunto", termina assim a crónica do subdirector do "Expresso", semanário que está num grupo económico que também é proprietário, entre outras publicações, da revista "Visão" e do canal de televisão privado "SIC" - assim como os seus canais associados na TV Cabo.
Deixo aqui um conselho a Nicolau Santos: porque não começar a tal "reflexão" lá por casa?!...
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