Memórias de Freitas
Freitas do Amaral, fundador do CDS e actual ministro dos Negócios Estrangeiros do governo socialista do primeiro-ministro José Sócrates, publicou em Novembro de 2003 um pequeno livro autobiográfico intitulado "Ao Correr da Memória - Pequenas Histórias da Minha Vida", onde relata o almoço a 4 de Dezembro de 1980 entre si e o primeiro-ministro social-democrata Sá Carneiro, que viria a falecer tragicamente nessa mesma noite na queda do avião em Camarate, e do qual Freitas do Amaral também foi ministro dos Negócios Estrangeiros.
Como se poderá constatar, já nessa altura, Freitas do Amaral não se importaria nada de não continuar à frente do partido que fundou:
"(...) Sá Carneiro afirmou:
- Se ganhar o general Eanes, eu já declarei que não continuo no Governo. O Diogo, com muita lealdade para comigo, também disse o mesmo. O que se vai passar a seguir é fácil de prever: alguém do meu partido vai aceitar ser Primeiro-Ministro com o Eanes. Nessa altura, eu abandonarei o PSD e ficarei uns tempos fora da política, a deixá-los espetarem-se.
Eu [Freitas do Amaral] intervim:
- Por mim, farei o mesmo. Até porque o CDS também vai querer ficar no Governo, mas eu não.
Sá Carneiro continuou:
- Não dou mais de 6 meses ou 1 ano a esse governo. O Eanes e o Conselho de Revolução não o deixarão governar. Quando isso se tornar patente, eu atacarei em força, fundarei um novo partido, e estou certo de que as bases do PSD virão todas comigo.
Depois acrescentou:
- E você, Diogo? Aceitaria fazer parte comigo desse novo partido?
Respondi imediatamente:
- É claro que sim, Francisco. Não hesitava um minuto.
Sá Carneiro fez um grande sorriso, puxou uma nova fumada no seu charuto, e rematou:
- Finalmente, estaríamos ambos no mesmo partido!
Senti que ele o desejava no mais íntimo do seu ser. Era o produto de um ano de excelente colaboração".
Como se poderá constatar, já nessa altura, Freitas do Amaral não se importaria nada de não continuar à frente do partido que fundou:
"(...) Sá Carneiro afirmou:
- Se ganhar o general Eanes, eu já declarei que não continuo no Governo. O Diogo, com muita lealdade para comigo, também disse o mesmo. O que se vai passar a seguir é fácil de prever: alguém do meu partido vai aceitar ser Primeiro-Ministro com o Eanes. Nessa altura, eu abandonarei o PSD e ficarei uns tempos fora da política, a deixá-los espetarem-se.
Eu [Freitas do Amaral] intervim:
- Por mim, farei o mesmo. Até porque o CDS também vai querer ficar no Governo, mas eu não.
Sá Carneiro continuou:
- Não dou mais de 6 meses ou 1 ano a esse governo. O Eanes e o Conselho de Revolução não o deixarão governar. Quando isso se tornar patente, eu atacarei em força, fundarei um novo partido, e estou certo de que as bases do PSD virão todas comigo.
Depois acrescentou:
- E você, Diogo? Aceitaria fazer parte comigo desse novo partido?
Respondi imediatamente:
- É claro que sim, Francisco. Não hesitava um minuto.
Sá Carneiro fez um grande sorriso, puxou uma nova fumada no seu charuto, e rematou:
- Finalmente, estaríamos ambos no mesmo partido!
Senti que ele o desejava no mais íntimo do seu ser. Era o produto de um ano de excelente colaboração".
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