Algumas reflexões sobre aquela irritante desculpa do "eu ainda não era nascido..." que tanta gente usa para justificar casos de olímpica ignorância:
- Eu ainda não era nascido quando se inventou a aspirina, mas mesmo assim ela até funciona quando tenho dor de cabeça.
- Eu ainda não era nascido quando se deu a Revolução Francesa (1789...), pelo que não tenho direito em exigir Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
- Eu ainda não era nascido quando o Albert Camus ganhou o prémio Nobel da Literatura, daí que não tenha a certeza se irei entender um livro seu, apesar de até saber ler.
- Eu ainda não era nascido quando Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil, daí que prefira as telenovelas brasileiras às portuguesas, embora reconheça que o português deles seja bastante diferente do nosso.
- Eu ainda não era nascido no dia 25 de Abril de 1974, razão pela qual, se chover no próximo dia 20 de Fevereiro, não irei votar.
- Eu ainda não era nascido quando inventaram o fogo, por isso é que prefiro aquecer a comida no micro-ondas.
- Eu ainda não era nascido quando inventaram a roda, por isso é que fico parado durantes horas no trânsito.
- Eu ainda não era nascido quando mataram o rei no Terreiro do Paço, por isso não preciso de me matar a estudar História de Portugal.
- Eu (ao contrário do historiador José Hermano Saraiva) ainda não era nascido quando D. Afonso Henriques conquistou Lisboa aos mouros, o que explica o facto de não me importar de pagar 3 euros para ir ver a vista sobre Lisboa desde o Castelo de S. Jorge.
- Eu ainda não era nascido quando Mozart compôs o "Requiem", mas sei muito bem que, se eu quiser, posso ir hoje a uma loja pedir um disco de um concerto dele ao vivo.
- Eu ainda não era nascido quando a televisão era a preto e branco, por isso sou do Boavista porque me diseram que é o único clube que mantém as cores originais.
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