Carla,
Finalmente escrevo-te uma carta neste blogue. Peço-te desculpa pela demora, mas creio que já notaste que tenho andado um pouco ocupado, visto que, ao fim de oito anos, saí do "Tal&Qual" e estou agora a trabalhar numa nova revista. A seu tempo se saberá mais sobre este projecto.
Para já, queria deixar-te uma mensagem de alguma esperança, apesar dos sinais dos tempos não serem os melhores. Ontem, dia 5 de Outubro, data da implantação da República, do exílio da família real e ainda data da independência de Portugal de Castela (Tratado de Zamora em 1143), foi o dia em que soube que Carlos Carvalhas vai sair da liderança do Partido Comunista. Não sei que mistério haverá em torno desta decisão, mas, desde o dia 17 de Julho, altura em que Jorge Sampaio deixou Santana Lopes tomar conta do País com novos ministros, também já se mudou o chefe da PSP e o da PJ. Também mudaram os administradores da Caixa Geral de Depósitos, o secretário-geral do PS e, agora, o secretário-geral do PCP... Afinal, acabei por ir ao encontro dos novos tempos ao mudar de emprego. Por isso, não chores por mim, pois eu já chorei imenso por outras coisas que tu bem sabes.
Agora, na televisão, só se fala do Castelo Branco, mas não da Maria Elisa, que era deputada por Castelo Branco antes de ir para Londres. Fala-se muito da alegria da Cinha, mas não da triste sina de Portugal. Até o actor Frota faz esquecer os aumentos da gasolina que irão reflectir-se na conta de algumas frotas de camiões.
Porém, tenho esperança que, desde que existam mais pessoas como tu, que gostam de me ler, que eu continue a ser mais uma voz, ainda que pequenina, neste deserto de ideias.
Beijos mil
do teu eterno
frederico
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