Li hoje o artigo de Mário Soares na revista "Visão" sobre Durão e Santana.
Só o li agora, porque só hoje é quinta-feira, dia em que habitualmente sai para a rua a dita revista. Contudo, segundo parece, a revista até já tinha saído ontem, o que não deu para entender muito bem porque essa antecipação de um dia acontece normalmente quando a quinta-feira é dia feriado.
Ainda pensei que o 1 de Julho fosse algum feriado, mas não.
Alguém sugeriu-me então que, quiçá, fosse por causa do facto de haver uma partida de bola no campo de jogos do Sporting, entre a equipa de futebol nacional contra os representantes da Holanda, e que a revista aproveitava a onda nacionalista para oferecer um CD com o hino de Portugal.
É claro que respondi logo a essa pessoa que nenhuma revista minimamente séria que se prezasse iria explorar de uma forma tão reles e baixa os símbolos pátrios, e expliquei que a mais óbvia razão, depois de olhar para a capa, era sair o mais cedo possível com uma série de reportagens e opiniões sobre o sério momento político que se vive no País. E que nada disso tinha a ver com os jogos da bola...
Vamos então ao dito artigo do antigo Presidente da República.
Mário Soares sabe-a toda. Tal e qual como digo no título deste texto.
E sabe-a toda porquê? Bom, basta ver como termina o seu artigo escrito a 28 de Junho:
"Santana Lopes em São Bento ficará fora do jogo como candidato a Belém. Pura ilusão! Um ano em São Bento chegar-lhe-á bem para arredondar o currículo. Um ano de política populista a delapidar o que resta do erário público. E depois, como agora fez Durão - a escola é a mesma -, pisga-se de São Bento e ala para Belém..."
Assim que li esta conclusão do artigo de Mário Soares, e por muito respeito democrático que possa ter pela sua histórica figura de resistente à ditadura e na implantação da nossa democracia, não pude, exactamente por isso, deixar de exclamar bem alto: "'spéra aí!"
Será que este é o mesmo Mário Soares que, a 9 de Junho de 1983, assim que chegou ao mesmo São Bento como primeiro-ministro de um governo de coligação ("Bloco Central" entre PS e PSD), usou o mesmo erário público ("delapidou" é uma expressão que Soares escolheu usar...) para preparar o seu caminho para o mesmo Palácio de Belém, tendo abandonado São Bento em Julho de 1985, dois anos e um mês depois de ter assumido as suas funções de primeiro-ministro?
E, ainda por cima, o que quer então Mário Soares dizer com aquilo de "a escola é a mesma"?!
Afinal, quem ensinou como se fazia?
O mais incrível é que ainda há gente que "come" estes argumentos.
E alguns que os "comem" até se dizem jornalistas...
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