Já sei que muitos dos que me visitam estão à espera de encontrar aqui alguns ecos de umas quantas teorias da conspiração.
Nada mais natural, pois até escrevi um livro com essas palavras no título.
Há alguns que depois gostam de fazer notar quando as minhas indicações parecem falhar, como foi agora o caso do grupo Carlyle ter ficado de fora do negócio da Galp: "Então agora o que dizes a isso? Afinal, tudo parecia que era o Carlucci que iria ficar com aquilo e depois não houve nada!".
Tudo bem, não houve nada para o grupo Carlyle na Galp... Só que isso deveria preocupar-nos mais, pois nem quero imaginar no que vai ser dado em troca...
Acho que a "culpa" da decisão negativa terá sido um artigo da revista "Visão", na passada quinta-feira, com imagens do encontro entre Carlucci e Durão Barroso em S. Bento (imagens recolhidas por uma câmara de filmar. Algum canal de televisão? Qual? Não sabemos, pois os reponsáveis da revista não identificaram a origem das imagens). O tal encontro ocorreu a 14 de Março de 2003, na véspera da cimeira dos Açores entre Bush, Blair e Aznar, como eu já fizera ver no meu livro "Eu Sei Que Você Sabe - Manual de Instruções para Teorias da Conspiração".
O artigo da "Visão" fez com que o negócio entre o grupo Carlyle e a Galp ficasse demasiado evidente, se bem que isso nunca impediu algo de acontecer. Agora, outro dado: sabemos que a dita revista é propriedade do membro número 1 do PSD, pelo que mais estranha será a publicação daquela notícia. Já disse várias vezes que acredito na liberdade de imprensa, mas não creio na liberdade de impressão, visto que se o artigo foi impresso, então isso deve-se a uma qualquer "autorização" superior para que tal viesse a suceder. Ou teria sido uma "distracção"?!... Aliás, uma "conveniente distracção"?!
A resposta virá em breve.
Basta manter-nos atentos aos acontecimentos que este episódio irá provocar.
Quero ainda esclarecer que não sou um "Nostradamus", pois não faço previsões. Limito-me a analisar o que se vai noticiando face aos acontecimentos que vamos assistindo e influem na nossa maneira de encarar, estar e participar na vida em sociedade. Aponto pistas para interrogações, mas não indico caminhos nem quero ser eu a ditar soluções. Tenho opiniões, mas muitas vezes prefiro guardá-las para mim e para os que me são próximos.
Não sou luz nem fonte de sabedoria. Sou um ser normal, numa posição pouco normal, reconheço-o, pois faço do acesso a conhecimentos e informações a minha profissão. Deveria depois podê-las divulgar livremente, contudo assisto todos os dias a coisas que, muitas vezes, não se dizem. Mais do que aquilo que se diz, ou que se deveria e poderia dizer-se...
Não é censura, por favor! Já disse que chama-se a isso "critérios jornalísticos".
Alguns desses critérios é que me fazem depois ter nojo da merda de informação que se dá aos leitores embrulhada em papel de prata.
Li há dias isto: "Mijam-nos em cima e a imprensa diz que chove".
E é verdade. Eu sei por experiência própria que isso é mesmo verdade.
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