A propósito do tráfico de órgãos em Moçambique, há duas coisas que posso dizer. A primeira é que, numa antiga colónia portuguesa, onde ainda vivem muitos cidadãos lusos e outros chegaram a estas paragens em tempos mais recentes, é sempre positivo constatar que, no meio das denúncias até agora feitas pelas missionárias brasileiras, não há qualquer referência ao directo envolvimento de cidadãos portugueses em alegados casos de tráficos de órgãos de crianças moçambicanas.
Ainda bem, pois Portugal não iria aguentar mais notícias de portugueses (ilustres ou menos ilustres) envolvidos em mais casos de exploração do corpo de crianças.
A segunda coisa que posso dizer, é que há dias vi um jornalista da RTP dizer que tinha feito uma "investigação", onde chegou à conclusão de que muitos dos casos denunciados envolvendo corpos mutilados não poderiam ser enquadrados no tráfico de órgãos, uma vez que isso requer especiais cuidados médicos para a proveitosa recolha dos órgãos humanos.
A justificação mais simples e lógica para o sucedido é a de que existem rituais ancestrais naquelas paragens de África que acabam por provocar este tipo de mortes em crianças inocentes. Por isso, pensei, Moçambique acaba mesmo por ser o terreno ideal para este género de tráfico, visto que existe na sociedade uma explicação suficientemente enraízada no sentido de minimizar o impacto das denúncias.
É o crime perfeito.
Não deixa de ser verdade, ainda mais quando se trata de um sítio "deserto", com locais de desconhecimento social, seria fácil atrair uma criança e cometer o maior acto de vandalismo e desumanidade... Mas será que há de facto o crime perfeito?! Com o desenvolvimento de "técnicas" tecnologicas e científicas e com o empenho de todos esses actos seriam desmascarados e punidos com o mínimo de bom senso! Resta saber o quanto cada um de nós se empenha e o quanto não nos queremos empenhar, porque simplesmente ou não é nada connosco, ou por puro medo da mudança e das consequências... Trata-se de um mundo desumano e cruel, onde todos são influênciados e têm medo da luz ao fim do túnel, o que é ironicamente verdade e desagradávele...
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