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20040129

Liberdades jornalísticas

Não imaginava que o "Público" de hoje iria ter uma página inteira com as respostas de alguns jornalistas da SIC à crónica de Eduardo Cintra Torres (E.C.T.), que ontem aqui referi já com algum atraso, visto que data de segunda-feira.
O director de informação, Alcides Vieira, refere que "à falta de factos recolhidos nos noticiários, E.C.T. recorreu a uma arma suja e muito usada por gente sem princípios éticos: a mensagem anónima. E.C.T. foi a um 'blog' e transcreveu quase na íntegra a tal 'mensagem' terrorista e cobarde".
Também ontem aqui referi esta situação do uso da Internet como um último refúgio para a divulgação de factos.
As conclusões podem ser discutíveis em relação aos factos, mas o facto de que há ligações familiares e profissionais entre jornalistas, figuras públicas e políticos envolvidos no caso da Casa Pia, isso é indesmentível.
Daniel Cruzeiro, por exemplo, explicou-nos que, apesar de ser Editor Executivo da SIC, marido da filha do secretário-geral do PS e filho do advogado de Paulo Pedroso, pediu "escusa" do tratamento do caso.
Sofia Pinto Coelho, mulher de Ricardo Sá Fernandes, o advogado de Carlos Cruz, também nos informou que, como jornalista, "não fiz uma única reportagem sobre o caso".
E Rita Ferro Rodrigues, filha de Ferro Rodrigues e mulher de Daniel Cruzeiro, esclareceu-nos que foi "livre" de pedir a escusa das funções de repórter no tratamento do mesmo assunto.
Fico contente ao saber que há jornalistas assim: livres.
Devem ser os únicos.

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